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'Muito maior do que esperávamos encontrar' Professores de Brasília foram ao Polo Norte na primeira expedição brasileira oficial, em julho, e presenciaram mudanças climáticas. Cientistas estão preocupados com possibilidade de gelo marinho desaparecer; entenda.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Caroline Cintra, g1 DF
Postado em 14 de agosto de 2023 às 07h00m
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Calor e degelo no Ártico — Foto: Paulo Câmara
Pesquisadores que estiveram na primeira expedição brasileira oficial ao Círculo Polar Ártico foram surpreendidos pelas condições climáticas que encontraram na região: calor e degelo. A viagem foi em julho e três professores de Brasília participaram — dois deles estiveram no Polo Norte também em 2016.
"[Em 2016] estava sempre chovendo e sempre muito frio. Em 2023 estava um clima totalmente diferente. Nós tivemos dias que chegamos a usar mangas curtas. Pegamos dias com 10ºC. Foi muito quente mesmo, muito diferente do que imaginávamos e esperávamos encontrar", conta a professora Micheline Carvalho Silva, do departamento de Botânica da Universidade de Brasília (UnB).
Os cientistas estão preocupados com a possibilidade de o gelo marinho desaparecer em poucos anos, as previsões são pessimistas já para o verão de 2030. Um estudo recente na revista Nature Communications, que analisou mudanças de 1979 a 2019 na região, comparando diferentes dados de satélite e modelos climáticos, revelou que, mesmo se forem feitos cortes significativos nas emissões de gases de efeito estufa, o Ártico ainda poderia enfrentar verões sem gelo marinho até 2050.
Professora do Departamento de Botânica da UnB Micheline Carvalho Silva durante expedição no Ártico — Foto: Arquivo pessoal
A professora Micheline Carvalho Silva esteve no Ártico em 2016. Ela conta que, à época, "era um lugar que chovia muito e era bastante frio". Por causa do clima, usavam roupas pesadas e o topo das montanhas eram tomados por neve, mesmo não sendo época de nevasca.
Neste ano, os pesquisadores se depararam com o solo seco e nenhum dia de chuva. "Era sol todos os dias. Sim, batia um ventinho, mas não era um vento muito frio", diz a pesquisadora.
"A gente conseguiu perceber que os topos das montanhas estavam bem descongelados, e tivemos a oportunidade de visitar uma geleira. A geleira está retraindo com o derretimento. Ela ainda existe, mas é uma geleira pequena" conta Micheline.
Calor e degelo no Ártico — Foto: Paulo Câmara
Também do Departamento de Botânica da UnB, o professor Paulo Câmara também esteve no Ártico nos dois períodos. Ao comparar as duas idas ao Polo Norte, ele afirma que a impressão que teve é que "agora está muito mais seco".
"Agora está muito mais quente, tem muito menos água, muito menos neve, muito menos gelo. A gente talvez até tenha que retornar lá para coletar amostra de neve e gelo, que não encontramos. Não foi possível coletar", conta o professor.
Segundo Câmara, o clima no Ártico, agora, é quase um "semiárido". "O aumento da temperatura no Ártico é bem documentada já, né? Não é uma novidade, isso já é um assunto conhecido da comunidade científica, levando esse derretimento que existe lá, a abrir novas rotas comerciais. As navegações agora vão poder passar por regiões no Ártico que não podiam passar antes. O que vai encurtar a distância".
"Nosso grupo de pesquisa está interessado em entender essas mudanças porque acreditamos que processos semelhantes estão começando a acontecer também na Antártica. Isso, certamente, afeta a vida de todos aqui no Brasil, uma vez que o Brasil é o sétimo país mais próximo da Antártica", diz o professor.Clima atípico
"Até olhamos a previsão do clima antes de irmos. Eu vi que realmente a previsão estava até 10ºC, 11ºC, o que eu já achei um pouco alto. Mas assim, o que a gente vivenciou foi ainda mais alto do que isso. É bem chocante a gente ver realmente as imagens dos locais", diz o pesquisador.
Com a mudança climática, Ramada reforça a importância da preservação e conservação do meio ambiente. "É cuidar de uma forma da gente poder evitar alguns possíveis desastres futuros. Porque, querendo ou não, se você tem um total descongelamento da Antártica, por exemplo, que é o local onde temos mais de 50% de toda água potável do mundo e, de repente, isso se torna uma água que vai para o oceano, os níveis dos oceanos vão subir absurdamente. Então, várias regiões costeiras certamente desaparecerão, tornando uma situação catastrófica".
"Uma coisa que até o professor Paulo Câmara fala bastante é que a Antártica pode se tornar um dos poucos locais de terra do mundo ainda habitáveis, dependendo do nível de aquecimento que a gente tiver. Só que assim, lógico, isso é bem catastrófico. Não seria algo para nossa geração. Mas nós não vivemos e planejamos coisas fazendo ciência pensando apenas na nossa geração. A gente sempre tem que pensar isso também para o futuro", diz o professor.
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