Capa do caderno Aliás – 16/09/2007
##= Quando as primeiras imagens de Bin Laden surgiram para o mundo, ainda nos anos 90, as primeiras reações eram de medo. Aos poucos, os vídeos e fotos de um combatente barbudo em lugares inóspitos com roupas camufladas, turbantes e armamento pesado recitando ameaças e pragas contra o Ocidente começaram a ficar mais constantes. E, mesmo com a indignação contra a barbaridade do 11 de Setembro, não demorou que a superexposição midiática fizesse o serviço: a imagem se fixou e se banalizou. Como os ídolos pop que repetem o mesmo estilo de figurino durante anos em suas aparições, Bin Laden pouco mudou ao longo dos anos – exceto uma ou outra troca de vestimenta e um branqueamento parcial da barba por causa da idade.
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Mesmo no noticiário respeitado, a falta de informações confiáveis sobre o paradeiro do terrorista acabaram por produzir histórias em que era difícil separar o que era real de ficção. Uma hora ele estaria doente e agonizante numa montanha no Afeganistão para depois reaparecer fugindo a cavalo com outros bandoleiros. Também foram noticiadas uma fuga com um batalhão de sósias, a cura por um misterioso médico iraquiano, a morte por crise renal entre outras histórias em que fatos e lendas se misturavam.
Em 2002, com os atentados das torres gêmeas ainda frescos na memória, o jornal New York Post noticiou que Bin Laden tentou comprar uma grande quantidade de cocaína para vendê-la nos Estados Unidos misturada com veneno, esperando matar milhares de americanos, um ano antes dos ataque de 11 de setembro. O plano, segundo o Post e suas fontes, teria fracassado quando os chefes dos cartéis de drogas colombianos que Bin Laden contactou decidiram que isso seria ruim para seus negócios e possivelmente para sua própria segurança.
Com o tempo, apesar de ninguém desprezar o medo de um ação terrorista e da seriedade das ameaças, as notícias – antes de página inteira – começaram a virar notinhas de pé de página. Por precaução, melhor não ignorar.
O nome, que no começo soava estranho, se incorporou ao vocabulário das pessoas. Em São Paulo, um líder do PCC tido como um dos mais perigososo ficou conhecido como Bin Laden. Donos de cachorros ferozes também começaram a adotar o nome para os bichanos. E, volta e meia, o Brasil aparecia como provável refúgio de Bin Laden ou de seus recursos para lavagem de dinheiro.
Não demorou para, aqui, virar alvo de chacota. Já no primeiro carnaval pós 11 de setembro, as máscaras imitando a face do terrorista fizeram sucesso no comércio de fantasias . E, quando o Casseta & Planeta ainda tinha graça, o quadro “No cafofo do Osama” fez sucesso colocando o terrorista passando apuros com uma mulher durona em pleno subúrbio do Rio de Janeiro. Não deixava se ser reconfortante.
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