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- De acompanhantes a seguranças, empresa produz máquinas simples e mais baratas sem ajuda do governo
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No país que simboliza a vanguarda da robótica, pesquisadores de pequenos grupos regionais, sem ligação com gigantes tecnológicos ou universidades bem equipadas, também tentam desenvolver máquinas que fazem o que os humanos não são capazes. Seu principal desafio é criar robôs de uso cotidiano, que não custem milhões de dólares. Os inventores da Tmsuk têm chamado a atenção de outros países por perseguirem inovações que mantêm um pé na realidade.
— Robôs têm que ser máquinas simples, que qualquer pessoa pode manipular. Não adianta planejar coisas caras demais. E eles não precisam parecer com os de “Guerra nas Estrelas” — avisa Yasutoshi Kume, diretor executivo da pequena fábrica que anda batendo grandes conglomerados no setor de assistência hospitalar.
Kume acredita num futuro dominado pela comunicação remota, mas admite que a robótica ainda está longe de ser altamente rentável. A empresa já produziu mais de 30 robôs voltados para serviços, um recorde no país. Poucos deles, no entanto, deram lucro.
— Estamos sempre perdendo dinheiro. Ao contrário de grandes fabricantes de carros e eletrodomésticos, nós só produzimos robôs. Mas estamos determinados a participar da criação de uma nova indústria, que está apenas começando — diz Kume.
Produção a serviço do homem
A Tmsuk vem conquistando espaço num campo crucial para um país que enfrenta o desafio do envelhecimento populacional em ritmo acelerado. Os pesquisadores de Fukuoka desenvolveram o Rodem, um veículo que substitui a cadeira de rodas. Mesmo que não tenha força nas pernas, o passageiro pode encaixar o corpo na máquina e ficar de pé, com joelhos e o peito apoiados, locomovendo-se com mais facilidade e rapidez.
O governo da Dinamarca já aderiu ao projeto. A mesma tecnologia foi usada no desenvolvimento do Kobot, uma mistura de robô com minicarro elétrico e dobrável, que chega ao mercado em março. Ele pode ser controlado por smartphones. Os alvos são governos municipais, interessados em oferecer o transporte público alternativo em centros turísticos, por exemplo.
O Tmsuk-4 foi um dos primeiros robôs desenvolvidos pela empresa e deu origem a humanoides que já estão sendo usados para serviços de apoio em hospitais. As máquinas têm câmera de segurança e são capazes de guiar um visitante a partir da recepção. Já o pequeno Roborior (nome derivado das palavras robô e interior) é um cão de guarda do futuro.
Com câmera digital e sensores, pode ser controlado à distância. Se detectar algum movimento estranho dentro de casa ou ocorrência de acidente, aciona um alarme no celular do proprietário, enviando sons e imagens do local. Ganhou produção em grande escala, vendido por cerca de US$ 2,6 mil.
— É uma tecnologia que vai ficar cada vez mais barata nos próximos anos, como aconteceu com os computadores e celulares — acredita Kume.
A Tmsuk começou a projetar robôs há 20 anos. Seu primeiro projeto foi uma recepcionista hi-tech para a própria fábrica.
Só em 2011 a empresa saiu do vermelho. Seu diretor diz que não vai desistir do sonho de criar máquinas que não têm a pretensão de parecer com o homem, apenas de ajudá-lo.
Seu maior orgulho atualmente é o Enryu, um monstrengo com garras de ferro que lembra um vilão de desenho animado e para fins completamente diferentes das tais tarefas domésticas: resgatar vítimas em situações de emergência, como terremotos. Possui sete câmeras embutidas e levanta até 200 quilos. Não é necessário um treinamento intenso para pilotar a máquina, que chegou a ser enviada para Tohoku, região devastada pela tsunami de 2011.
— Tínhamos esperanças de que ele fosse usado para ajudar a remover destroços radioativos em Fukushima — conta Kume, que viu sua “criatura” ser preterida por outros modelos, importados e desenvolvidos com fins militares.
Em resposta à decisão e demonstrando que continua na briga contra nomes mais famosos e poderosos, a Tmsuk colocou um selo bem-humorado no Enryu: “Piratas da robótica”.
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