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CRISE Israel-Palestina
Americanos buscam apoio em uma tentativa de evitar que palestinos conquistem votos
Gustavo Chacra - O Estado de S.Paulo
||*>.>.<.<*|| CORRESPONDENTE / NOVA YORK - A diplomacia americana trabalhava ontem em duas frentes. Na primeira, procurava aumentar a oposição dentro do Conselho de Segurança à iniciativa da Autoridade Palestina de buscar na ONU o reconhecimento como Estado pleno - uma tentativa de dividir o ônus de um veto ao plano palestino. Na segunda, em reuniões com países europeus, os EUA intensificavam o esforço para apresentar aos palestinos uma alternativa para fazê-los desistir.
Um dos temores americanos é de que ecloda uma onda de violência caso os palestinos levem adiante a iniciativa. Para evitar o agravamento da situação, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, se reuniu em Nova York com o premiê palestino, Salam Fayyad, para discutir formas de conter a violência.
Apesar deste encontro entre autoridades israelenses e palestinas, em Israel, o premiê Binyamin Netanyahu disse, ontem, em reunião ministerial acreditar que o objetivo palestino de conseguir a admissão do Estado como membro pleno das Nações Unidas "está destinado ao fracasso" porque os EUA usarão o poder de veto no conselho.
Majdi Mohammed/AP
Cisjordânia. Torre de controle israelense foi alvo de pedras e ovos durante o fim de semana
Um dos temores americanos é de que ecloda uma onda de violência caso os palestinos levem adiante a iniciativa. Para evitar o agravamento da situação, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, se reuniu em Nova York com o premiê palestino, Salam Fayyad, para discutir formas de conter a violência.
Apesar deste encontro entre autoridades israelenses e palestinas, em Israel, o premiê Binyamin Netanyahu disse, ontem, em reunião ministerial acreditar que o objetivo palestino de conseguir a admissão do Estado como membro pleno das Nações Unidas "está destinado ao fracasso" porque os EUA usarão o poder de veto no conselho.
Para ser aprovado como 194.º país das Nações Unidas, o Estado palestino precisa da aprovação do Conselho de Segurança e também de dois terços da Assembleia-Geral. Mas o Departamento de Estado americano já anunciou que vetará a iniciativa palestina, inviabilizando qualquer possibilidade de sucesso.
Mesmo assim, o presidente Mahmoud Abbas afirma que seguirá adiante para ter uma vitória simbólica e mostrar como os americanos estão isolados. Além disso, poderia tentar levar Israel a tribunais internacionais por temas como a ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia.
Os EUA, para evitar uma situação constrangedora de se verem isolados na ONU, tentam impedir que os palestinos conquistem nove votos entre os 15 membros do Conselho de Segurança. Esta derrota simbólica para os palestinos seria possível caso conseguissem o apoio dos europeus (França, Grã-Bretanha, Alemanha e Portugal) e de mais algum país menor. Esses países ainda não se posicionaram.
O Brasil faz parte do grupo de 122 membros da ONU que já declararam ser a favor do reconhecimento do Estado palestino. Os palestinos estimam ter 126 votos pelo menos. Se fracassarem no Conselho de Segurança, os palestinos têm a opção de tentar a admissão como Estado não membro na Assembleia-Geral. Nesse caso, precisarão de maioria simples entre os 193 integrantes da ONU, o que é dado como certo por analistas. Atualmente a Palestina tem o status de entidade observadora na ONU.
O Quarteto, composto pelos EUA, União Europeia, Rússia e ONU, estava reunido na noite de ontem em Nova York em busca de alternativas para evitar um impasse com a ida dos palestinos às Nações Unidas. Uma série de propostas foram estudadas, mas esbarram na relutância dos palestinos. Alguns pontos tampouco são aceitos pelos israelenses.
Uma das propostas do Quarteto prevê negociações ao longo de seis meses e menção às fronteiras palestinas com base nas de 1967, mas levando em consideração mudanças demográficas.
Caso Abbas não aceite as propostas que serão oferecidas, ele deve pedir o reconhecimento do Estado em seu discurso na ONU na sexta-feira. Netanyahu também deve falar no mesmo dia. O assunto será abordado pela presidente Dilma Rousseff quando ela abrir os debates da Assembleia-Geral na quarta-feira.
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