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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Estrondo enorme parecia trovão, diz brasileira sobre explosão na Noruega

 

INTERNACIONAL -- -- TERRORÍSMO

 

 

'Notícia ruim na TV norueguesa é algo que não acontece todo dia', afirma.
Para mineira, hipótese de atentado aumenta preconceito contra islâmicos.

 

 

Amauri Arrais Do G1, em São Paulo




##*-:-*## Há apenas seis meses na Noruega, a mineira Karoline Vaz, de 22 anos, disse ter ouvido de sua casa, no centro de Oslo, o enorme barulho de uma das explosões que atingiram prédios do governo e mataram ao menos sete pessoas nesta sexta-feira (22).

“Estava em casa, no computador e escutei um estrondo enorme. Achei que era um trovão. No Brasil, a gente tem muito trovão, mas aqui não é comum. Depois escutei muitos carros de polícia, bombeiros. Meu noivo ligou desesperado pedindo para eu não sair de casa”, contou ao G1, por telefone.

Mais assustado, o noivo da brasileira que trabalha na Bolsa de Valores norueguesa, a poucos metros de um dos prédios atingidos, contou ter sentido um impacto mais forte. “Dava para sentir que o prédio tremeu muito”, diz o sueco Alexander Gardendahl.

Após o susto, os dois relataram um clima de medo e ruas vazias na capital norueguesa. “As pessoas na cidade estão muito assustadas, pois notícias ruins na TV norueguesa é algo que não acontece todos os dias. A Noruega é um país muito seguro, andamos com jóias na rua, podemos usar notebook no parque, falar ao telefone sem medo enquanto andamos pelas ruas do centro e nada nos acontece e, de repente, uma bomba explodi no meio da cidade, é de deixar a população muito assustada”, diz Karoline.

De acordo com a brasileira, que trabalha como babá na Noruega, a tragédia poderia ter sido pior, já que em julho é mês de férias para muitos funcionários públicos. “Os mais feridos foram os que estavam na rua.”

“Aqui tem muito preconceito [contra a população islâmica] e acho que agora vai ser pior. As pessoas vão ficar com mais medo"
Karoline Vaz;
 
Passado o susto inicial, o casal relata ter encontrado ruas vazias, lojas fechadas e muito policiamento próximo aos prédios públicos e à residência do rei, a poucos quarteirões de onde vivem. No restaurante onde almoçavam, contaram que havia apenas cinco pessoas.

Preconceito

O que mais os noruegueses comentam, afirma Karoline, é a hipótese de um atentado em represália ao fato de o país ter tropas no Afeganistão, o que pode aumentar o preconceito contra a população islâmica. Membro da Otan, a Noruega já sofreu ameaças vagas da rede terrorista da al-Qaeda por conta de sua participação na guerra do Afeganistão.


“Aqui tem muito preconceito [contra a população islâmica] e acho que agora vai ser pior. As pessoas vão ficar com mais medo”, acredita a brasileira.

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