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domingo, 29 de maio de 2011

A história desconhecida dos estonianos do Skype

 SKYPE!... MAIS UMA HISTÓRIA DE SUCESSO NA NET...
Fernando Duarte, correspondente
 

Foto: AP *#"*"#* LONDRES - Niklas Zennstrom e Janus Friis hoje em dia percorrem o mundo em conferências, não raramente sendo recebidos como figuras messiânicas do mundo da tecnologia. Tudo graças ao sucesso da dupla de empreendedores por trás de projetos como o programa de compartilhamento de arquivos pessoais pela internet Kazaa e, sobretudo, o Skype, o serviço de telefonia pela internet recentemente adquirido pela Microsoft por US$ 8,5 bilhões, três vezes mais que o preço pago pelo site de leilões e compras eBay em 2006. No entanto, ainda que tenha sido idealizadora do mais famoso serviço de voz pela internet, a dupla escandinava tem uma dívida de gratidão com o Mar Báltico. Mais precisamente com um quarteto de engenheiros estonianos que levou as ideias do papel para a tela.
 
Oito anos depois da primeira versão do serviço chegar ao público, e do programa ser até reconhecido como verbo por dicionários ingleses, os estonianos Ahti Heinla, Toivo Annus, Priit Kasesalu e Jaan Tallinn permanecem nos bastidores, ainda que sua participação nas duas empreitadas com os nórdicos tenha mudado suas vidas e servido como um cartão de visitas da Estônia como centro de excelência tecnológica - ao ponto de homens de negócios da ex-república soviética responderem com a frase "do país do Skype" quando perguntados sobre sua origem em reuniões internacionais nos EUA e na Ásia.

Do sueco Zennstrom e do dinamarquês Friis muito se sabe. Os dois se conheceram em 1997, quando Zennstrom trabalhava para a Tele2, uma operadora telefônica emergente da Suécia encarregada de montar um provedor de acesso à internet na Dinamarca. Ao ver um anúncio em um jornal para formação de uma equipe, Friss foi um dos muitos a respondê-lo. Dois anos depois, já com Friss ao seu lado - ele tem 44 anos, dez a mais que o sueco -, Zennstrom, então morando em Amsterdã, na Holanda, decidiu abrir seu próprio negócio. Atraídos pela ideia dos serviços peer-to-peer, que permitem a troca de arquivos diretamente entre usuários, decidiram criar um mecanismo de troca mais simples que o então campeão de downloads, o Napster.

Zennstrom e Friis, no entanto, nada sabiam de programação. Mas o sueco conhecia quem sabia: ainda nos tempos de Tele2, havia procurado na Estônia possíveis interessados para montar o portal de internet da companhia. Antes do fim do prazo para o envio de respostas a um anúncio no principal jornal do país, quatro rapazes envolvidos com a indústria de videogames apareceram com o projeto pronto. Nada mais natural que Heinla, Annus, Kasesalu e Tallinn fossem imediatamente procurados para o projeto do Kazaa.

Os estonianos agradeceram a preferência com um sistema que, ao contrário do Napster, não dava aos administradores a responsabilidade de aumentar a capacidade de armazenamento de arquivos, o que não só tornava as trocas mais eficientes como fazia do patrulhamento legal uma missão ingrata. A mesma maestria pôde ser notada no código do Skype: a pesada tarefa de conversão de som para dados foi descentralizada ao redor de redes de computadores.

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