Anticorpos diminuíram inflamação nos pulmões de camundongos e protegeram macacos da infecção. Estudo foi divulgado na revista científica 'Nature', uma das mais importantes do mundo.
Por G1
15/07/2020 09h10 Atualizado há 2 horas
Postado em 15 de julho de 2020 às 11h15m

Foto microscópica mostra célula humana sendo infectada pelo Sars Cov-2, o novo coronavírus — Foto: NIAID via Nasa
 Cientistas de universidades nos Estados Unidos e na Alemanha 
identificaram dois anticorpos potentes em bloquear a infecção pela 
Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, que agem impedindo que
 o vírus se conecte às células humanas e entre nelas. 
 A pesquisa com a descoberta foi divulgada nesta quarta-feira (15) na 
revista científica "Nature", uma das mais importantes do mundo. 
 Os anticorpos (COV2-2196 e COV2-2381)
 foram capazes de reduzir a inflamação no pulmão, a carga viral e a 
perda de peso de camundongos infectados pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Em macacos-rhesus, o uso de cada um dos anticorpos protegeu os animais de serem contaminados pelo vírus.  
"Juntos, esses resultados sugerem que os anticorpos, sozinhos ou em combinação, são candidatos promissores para a prevenção ou o tratamento da Covid-19", dizem os pesquisadores no estudo.
 Eles destacam, entretanto, que a atuação conjunta dos dois anticorpos 
em conjunto deve ser considerada para o desenvolvimento de técnicas 
contra o coronavírus. Isso por causa de possíveis mutações: mesmo que o 
vírus "mude" em determinado lugar, ele continuaa sendo atacado por outro
 anticorpo. 
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 "Eles testaram tanto de forma profilática [preventiva] e terapêutica 
[para tratamento]. Quando se usa um anticorpo como terapia, é 
interessante que você use dois anticorpos diferentes combinados, para 
evitar mutações de escape que possam acontecer no vírus – e a mesma 
coisa para vacinas", explica a microbiologista Natália Pasternak, 
presidente do Instituto Questão de Ciência. 
 A pesquisadora lembra, entretanto, que o novo coronavírus não tende a sofrer muitas mutações. 
 O biológo Julio Lorenzi, que pesquisa o vírus HIV e agora estuda a 
resposta imune à Covid-19 na Universidade Rockefeller, em Nova York, 
concorda que o uso de ambos os anticorpos ajuda a atacar diferentes 
pontos do vírus.
Ele avalia que a pesquisa é interessante porque 
conseguiu demonstrar a eficiência dos anticorpos em animais – tanto para
 a prevenção da doença quanto para melhorar os danos causados por ela.
 Ele explica, entretanto, que esse tipo de intervenção é diferente de 
uma vacina. "Os anticorpos da vacina não são dessa classe. Esses 
funcionaram para tratamento e prevenção – para bloquear o vírus. Com a 
vacina, você induz a produção de anticorpos", diz. 
 Para Lorenzi, todos os mecanismos de combate à Covid-19 são 
importantes, mas ele pondera que a busca da vacina pode ser mais 
relevante do que os testes com anticorpos – inclusive porque a 
imunização pode ajudar milhares de pessoas. 
 "A questão é por quanto tempo você vai ter os anticorpos circulando. A 
vacina induz a produção de anticorpos por muito tempo", explica. 
 
 Pesquisadores brasileiros desenvolvem tecido contra coronavírus 
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