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Uso excessivo do aparelho faz mal ao corpo, muda relações sociais e potencializa perigos na rua, apontam os especialistas
Uma nova geração toma conta das ruas. Não tem gênero nem idade, mas compartilha a mesma obsessão e uma maneira distinta de ver o mundo: por meio das telas de seus telefones. São os corcundas de smartphone, um grupo numerosíssimo que faz a Humanidade “evoluir” mais um passo: da posição ereta para a curvada.
Dentro de casa, em ruas, restaurantes, bares, shows, ônibus, trens e até ao volante, eles estão por toda parte. E o mais alarmante: especialistas garantem que estão todos doentes física e socialmente.
- O problema é que o grau de intensidade desse uso é tão grande que a pessoa não consegue se concentrar em outra coisa além do celular - alerta a socióloga e professora da Universidade Metodista de São Paulo Luci Praun. - O uso que se faz do aparelho não está ligado ao espaço que a pessoa frequenta. Então, ela vai mesmo para outro mundo.
Luci, no entanto, não concorda com a tese de que essa geração vive mais no mundo virtual. Essa não é a questão, segundo ela. Na maior parte do tempo, as pessoas estão, pelo telefone, relacionando-se com aqueles que fazem parte de seu convívio social. Então, por que o smartphone mesmo?
- Em minha tese de doutorado pesquisei amplamente a questão da influência dos telefones celulares no cotidiano das pessoas - conta Sandra Rúbia da Silva, doutora em Antropologia Social e professora de Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (RS). - Meus entrevistados diziam que não conseguiam viver sem o telefone celular, que o aparelho havia mesmo se tornado uma parte de seu corpo.
Para Sandra, esse tipo de obsessão gera, sim, uma alienação social, na medida que as pessoas facilmente se desligam de conversas no mundo real para checar mensagens e notificações nas redes sociais. Tanto Sandra quanto Luci acreditam que a questão é a falta de foco, que afeta tanto as relações interpessoais como o trabalho e a educação.
E o problema não tem mesmo idade. A economista Carolina Gomes já perdeu a conta do número de vezes que reclamou com seu pai, de 62 anos, por ele estar com o telefone à mesa.
- Meu pai sempre foi o mais chato com o jantar. Todo mundo tinha que estar pronto na hora certa, era o momento da reunião familiar - lembra. - Mas agora ele leva o telefone para a mesa e sempre tem a desculpa de que precisa mandar um e-mail. Na verdade, poderia fazer isso em outro momento.
Eu noto (esse comportamento) em todo lugar, principalmente com meus amigos. Hoje tento me policiar, já notei que esse problema é uma falta de educação.
É a tal da doença social, com impacto direto em todos os aspectos da vida. De acordo com Luci, não é algo que parta do indivíduo. É, sim, uma demanda exacerbada pela produtividade constante do trabalho que acabou se transportando para outros campos.
- As pessoas estão adoecendo, pois se sentem cobradas. Há um grau de ansiedade embutido nesse processo, sempre temos que dar conta — avalia a socióloga. — A sensação de que as 24 horas do dia não são suficientes é generalizada. É necessário pensar esse fenômeno para além do vício em smartphones.
Escreve certo. Anda em linhas tortas
A necessidade de interagir o tempo inteiro faz com que o técnico em química Leonardo Medeiros não tire o aparelho das mãos. Ele é um dos que corroboram uma pesquisa divulgada em janeiro pela Universidade de Queensland, na Austrália, que mostrou que a mania de escrever ao telefone no meio da rua está mudando a forma como as pessoas caminham.
- Fico o dia todo no Facebook e no WhatsApp, falando com amigos, com a namorada. Já notei que ando mais devagar e não sigo uma linha reta - observa Medeiros. - Quando estou no ônibus, então, vou baixando a cabeça e, quando percebo, estou completamente corcunda. Sinto dores na coluna e no pescoço.
- Helder Montenegro, presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC) e do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC), diz que ainda não há comprovação científica do fato, que é muito recente, mas o comportamento, principalmente das crianças, está modificando a curvatura natural das pessoas.
- Esse é um problema que estamos antecipando. A flexão do pescoço com os ombros enrolados para a frente está deixando a coluna mais reta - afirma Montenegro. - E é essa curvatura a responsável por amortecer os impactos e estabilizar o corpo. Sem ela, acabamos modificando a anatomia dos discos intervertebrais.
- Se, antes, a preocupação eram as bolsas femininas e as mochilas das crianças na escola, a corcunda gerada pelo uso excessivo de smartphones representa um desafio bem maior para a saúde pública. O desgaste começa no músculo, vai para as articulações e termina no osso.
Especialista em RPG, a fisioterapeuta do Instituto Cohen de Ortopedia Nathassia Orestes ressalta o reduzido tamanho dos telefones como algo negativo. Quanto menor o aparelho, maior a curvatura para enxergar o que está escrito nele.
Além de aumentar o risco de acidentes - é bom lembrar que as ruas de cidades como o Rio são carregadas de obstáculos, que vão de raízes de árvores a buracos -, mergulhar os olhos no telefone ainda pode tornar a pessoa mais vulnerável a outros perigos de metrópoles brasileiras.
- Há menos de um mês eu vi um assalto, em Porto Alegre, a uma menina que estava olhando para o telefone num ponto de ônibus - diz o fisioterapeuta gaúcho Fernando Cunha.
Apesar de comemorarem a facilidade de comunicação que o telefone possibilita, ele e a namorada, a psicóloga Mariana Coelho, preocupam-se com o uso excessivo.
- Quando recebo uma mensagem no WhatsApp, dá muita vontade de olhar, mas me controlo - conta Cunha. - Já me peguei andando na rua mandando mensagem para a Mariana. Tropecei algumas vezes, mas ainda não caí.
Dentro de casa, em ruas, restaurantes, bares, shows, ônibus, trens e até ao volante, eles estão por toda parte. E o mais alarmante: especialistas garantem que estão todos doentes física e socialmente.
- O problema é que o grau de intensidade desse uso é tão grande que a pessoa não consegue se concentrar em outra coisa além do celular - alerta a socióloga e professora da Universidade Metodista de São Paulo Luci Praun. - O uso que se faz do aparelho não está ligado ao espaço que a pessoa frequenta. Então, ela vai mesmo para outro mundo.
Luci, no entanto, não concorda com a tese de que essa geração vive mais no mundo virtual. Essa não é a questão, segundo ela. Na maior parte do tempo, as pessoas estão, pelo telefone, relacionando-se com aqueles que fazem parte de seu convívio social. Então, por que o smartphone mesmo?
- Em minha tese de doutorado pesquisei amplamente a questão da influência dos telefones celulares no cotidiano das pessoas - conta Sandra Rúbia da Silva, doutora em Antropologia Social e professora de Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (RS). - Meus entrevistados diziam que não conseguiam viver sem o telefone celular, que o aparelho havia mesmo se tornado uma parte de seu corpo.
Para Sandra, esse tipo de obsessão gera, sim, uma alienação social, na medida que as pessoas facilmente se desligam de conversas no mundo real para checar mensagens e notificações nas redes sociais. Tanto Sandra quanto Luci acreditam que a questão é a falta de foco, que afeta tanto as relações interpessoais como o trabalho e a educação.
E o problema não tem mesmo idade. A economista Carolina Gomes já perdeu a conta do número de vezes que reclamou com seu pai, de 62 anos, por ele estar com o telefone à mesa.
- Meu pai sempre foi o mais chato com o jantar. Todo mundo tinha que estar pronto na hora certa, era o momento da reunião familiar - lembra. - Mas agora ele leva o telefone para a mesa e sempre tem a desculpa de que precisa mandar um e-mail. Na verdade, poderia fazer isso em outro momento.
Eu noto (esse comportamento) em todo lugar, principalmente com meus amigos. Hoje tento me policiar, já notei que esse problema é uma falta de educação.
É a tal da doença social, com impacto direto em todos os aspectos da vida. De acordo com Luci, não é algo que parta do indivíduo. É, sim, uma demanda exacerbada pela produtividade constante do trabalho que acabou se transportando para outros campos.
- As pessoas estão adoecendo, pois se sentem cobradas. Há um grau de ansiedade embutido nesse processo, sempre temos que dar conta — avalia a socióloga. — A sensação de que as 24 horas do dia não são suficientes é generalizada. É necessário pensar esse fenômeno para além do vício em smartphones.
Escreve certo. Anda em linhas tortas
A necessidade de interagir o tempo inteiro faz com que o técnico em química Leonardo Medeiros não tire o aparelho das mãos. Ele é um dos que corroboram uma pesquisa divulgada em janeiro pela Universidade de Queensland, na Austrália, que mostrou que a mania de escrever ao telefone no meio da rua está mudando a forma como as pessoas caminham.
- Fico o dia todo no Facebook e no WhatsApp, falando com amigos, com a namorada. Já notei que ando mais devagar e não sigo uma linha reta - observa Medeiros. - Quando estou no ônibus, então, vou baixando a cabeça e, quando percebo, estou completamente corcunda. Sinto dores na coluna e no pescoço.
- Helder Montenegro, presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC) e do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC), diz que ainda não há comprovação científica do fato, que é muito recente, mas o comportamento, principalmente das crianças, está modificando a curvatura natural das pessoas.
- Esse é um problema que estamos antecipando. A flexão do pescoço com os ombros enrolados para a frente está deixando a coluna mais reta - afirma Montenegro. - E é essa curvatura a responsável por amortecer os impactos e estabilizar o corpo. Sem ela, acabamos modificando a anatomia dos discos intervertebrais.
- Se, antes, a preocupação eram as bolsas femininas e as mochilas das crianças na escola, a corcunda gerada pelo uso excessivo de smartphones representa um desafio bem maior para a saúde pública. O desgaste começa no músculo, vai para as articulações e termina no osso.
Especialista em RPG, a fisioterapeuta do Instituto Cohen de Ortopedia Nathassia Orestes ressalta o reduzido tamanho dos telefones como algo negativo. Quanto menor o aparelho, maior a curvatura para enxergar o que está escrito nele.
Além de aumentar o risco de acidentes - é bom lembrar que as ruas de cidades como o Rio são carregadas de obstáculos, que vão de raízes de árvores a buracos -, mergulhar os olhos no telefone ainda pode tornar a pessoa mais vulnerável a outros perigos de metrópoles brasileiras.
- Há menos de um mês eu vi um assalto, em Porto Alegre, a uma menina que estava olhando para o telefone num ponto de ônibus - diz o fisioterapeuta gaúcho Fernando Cunha.
Apesar de comemorarem a facilidade de comunicação que o telefone possibilita, ele e a namorada, a psicóloga Mariana Coelho, preocupam-se com o uso excessivo.
- Quando recebo uma mensagem no WhatsApp, dá muita vontade de olhar, mas me controlo - conta Cunha. - Já me peguei andando na rua mandando mensagem para a Mariana. Tropecei algumas vezes, mas ainda não caí.
Rua Décio Monte Alegre, 20
Bairro Santa Cruz -Valente - Bahia - Brasil.
Funcionamento:
das 05:00 às 00:30
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