|   ::*&.&*:: Hoje é 2 de julho, data histórica que deveria há  muito tempo estar inserida no currículo escolar, passando ao largo de políticos  nativos preocupados em amealhar fortunas, erguer monumentos para falsos líderes  e apadrinhados, relegando a segundo plano os verdadeiros heróis dessa guerra  travada pela consolidação de fato da independência do Brasil. 
 
Por esse  descaso dos políticos baianos de ontem e de hoje, quase paguei um MICO em 1978,  logo que cheguei a Salvador, vindo de São Paulo. Trabalhando em A TARDE (meu  primeiro emprego na Bahia), quatro dias antes do 2 de julho lembrei ao pauteiro  Tito a data do suicídio do escritor americano Ernest Hemingway, prêmio Nobel de  Literatura em 1954, com O Velho e o Mar, baseado na história do  pescador cubano Gregódio Fuentes. 
 
Hemingway suicidou-se com um tiro de  espingarda de caça embaixo do queixo, estourando os miolos, em 2 de julho de  1962, em sua casa em Ketchum, nos Estados Unidos. Tinha 61 anos e uma coleção de  sucessos literários. Depois de viver quase 30 anos em Cuba teve de deixar o país  após a vitória de Fidel Castro, pressionado pelo governo americano. 
 
Tito  agradeceu a lembrança e passou uma pauta sobre os festejos do 2 de julho. Fiquei  sem entender nada e segui a recomendação de começar a matéria pelo Largo da  Lapinha, na casa do Caboclo, que também não conhecia. Tremendo grilo! Não dei o  braço a torcer e fui à luta. 
 
Na Lapinha procurei a casa do Caboclo porque  não conhecia a história. Só diziam que o caboclo (foto) estava sendo preparado  pra festa. Mas que festa? Minha salvação foi o aparecimento do padre Barros,  saindo da Igreja da Lapinha. Contei-lhe a minha agonia de forasteiro com a data  e ele prontamente salvou a minha pele discorrendo detalhadamente sobre o  significado do 2 de julho. 
 
Achei um absurdo o 2 de julho não constar na  literatura escolar, apesar de por várias vezes tentarem torná-la data nacional,  sem sucesso. Na redação, questionaram o fato de ter colocado que o general Pedro  Labatut, militar mercenário que comandou os baianos à vitória, ter sido  contratado pelo imperador D. Pedro I e não pelos senhores de engenho do  Recôncavo. 
 
Desta vez tive o socorro de Berbert de Castro argumentando  inclusive que os jornais de Salvanor omitiam esse fato por pura falta de  informação. Prevaleceu o argumento de Berbert e a matéria saiu ilesa, ou melhor,  sem cortes. 
 
A participação do general Labatut na vitória do 2 de julho  teve importância capital. Os baianos comerciantes, principalmente os de  Cachoeira, juntando os escravos e caboclos tinham a força, mas não tática de  guerra. E Labatut, num primeiro momento relutou em aceitar a contratação sem o  aval do imperador, o que foi providenciado em tempo hábil permitindo que  estrategicamente comandasse a guerra. 
 
Hoje, o 2 de julho transformou a  festa do povo numa vitrine para os políticos exibirem a sua vaidade e demagogia,  esquecendo a principal reivindicação de direitos legítimos à data como o resgate  do nome ao Aeroporto Internacional de Salvador, tirado TIRANICAMENTE por  seguidores de Antônio Carlos Magalhães, usurpadores e bajuladores que continuam  fazendo um grande mal à Bahia. 
Portanto, a data 2 de julho exige muita  reflexão (e decisão) por parte dos baianos, especialmente os estudantes.   | 
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