DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
((*+*)) Após violentos protestos nesta quarta-feira, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, anunciou que formará um novo governo nesta quinta, e que vai se submeter a um voto de confiança no Parlamento.
Ao conceder ou rejeitar o voto de confiança ao premiê, os parlamentares gregos decidirão se o novo governo anunciado o manterá no poder ou não.
"Amanhã formarei um novo governo e pedirei imediatamente um voto de confiança do Parlamento. Continuarei no mesmo caminho, o caminho do trabalho", disse em pronunciamento transmitido pela TV.
Yiorgos Karahalis/Reuters | ||
Premiê grego deixa o Palácio Presidencial após reunir-se com o presidente Karolos Papoulias em meio a protestos |
O primeiro-ministro não indicou a amplitude das mudanças, que ocorrem enquanto o governo tenta passar no Parlamento uma série de novos cortes orçamentários tendo como objetivo receber mais uma parcela do empréstimo concedido por União Europeia (UE) e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O discurso do chefe de governo grego chega horas após ele afirmar que está disposto a renunciar e abrir caminho para um governo de união nacional com o partido opositor Nova Democracia (ND) em troca da aprovação dos novos cortes pelos parlamentares.
Fontes do governo revelaram às agências de notícias que Papandreou conversou por telefone nesta quarta-feira com o líder do ND, Antonis Samaras. Na conversa, o próprio premiê ofereceu sua renúncia para ser substituído por "alguém de comum acordo".
Pouco antes, Samarás havia dito à imprensa grega que, em um governo de coalizão, "Papandreou não poderia ser o premiê".
O último plano de austeridade da Grécia prevê € 6,5 bilhões em aumentos de impostos e cortes de gastos estatais neste ano, dobrando as medidas que levaram o desemprego para o recorde de 16,2% e estenderam a recessão para o terceiro ano seguido.
PROTESTOS
Milhares de manifestantes gregos atenderam à convocação de uma greve geral e foram às ruas contra os novos cortes propostos pelo governo.
Eles entraram em confronto com a polícia e lançaram bombas incendiárias em um protesto diante de edifícios que abrigam o Ministério das Finanças da Grécia, na praça Syntagma, no centro de Atenas.
Houve confronto entre os manifestantes e a polícia.
Yannis Behrakis/Reuters | ||
Jovens lotaram as ruas de Atenas em protesto contra novos cortes que serão votados na quinta no Parlamento |
Cerca de 1.500 policiais isolaram com faixas uma parte do centro de Atenas e construíram barricadas de metal de dois metros de altura para proteger o Parlamento, cercando-o com carros de polícia e canhões d'água.
Os manifestantes lançaram pedras e iogurte nos policiais que protegiam o Parlamento, onde os legisladores deveriam começar um debate sobre o pacote de austeridade para salvar as contas da Grécia da falência e evitar um calote do pacote de resgate do FMI e da União Europeia.
Durante a greve nacional de trabalhadores, milhares de manifestantes --alguns gritando "Ladrões, traidores! Para onde foi o dinheiro?"-- se aglomeravam em frente ao Parlamento para tentar impedir que os congressistas aprovassem mais aumentos de impostos, cortes de gastos públicos e privatizações.
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