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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Após protestos, premiê da Grécia diz que formará novo governo

INTERNACIONAL




DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS



((*+*)) Após violentos protestos nesta quarta-feira, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, anunciou que formará um novo governo nesta quinta, e que vai se submeter a um voto de confiança no Parlamento.

Ao conceder ou rejeitar o voto de confiança ao premiê, os parlamentares gregos decidirão se o novo governo anunciado o manterá no poder ou não.

"Amanhã formarei um novo governo e pedirei imediatamente um voto de confiança do Parlamento. Continuarei no mesmo caminho, o caminho do trabalho", disse em pronunciamento transmitido pela TV.

Yiorgos Karahalis/Reuters
Premiê grego deixa o Palácio Presidencial após reunir-se com o presidente Karolos Papoulias em meio a protestos
Premiê grego deixa o Palácio Presidencial após reunir-se com o presidente Karolos Papoulias em meio a protestos

O primeiro-ministro não indicou a amplitude das mudanças, que ocorrem enquanto o governo tenta passar no Parlamento uma série de novos cortes orçamentários tendo como objetivo receber mais uma parcela do empréstimo concedido por União Europeia (UE) e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

O discurso do chefe de governo grego chega horas após ele afirmar que está disposto a renunciar e abrir caminho para um governo de união nacional com o partido opositor Nova Democracia (ND) em troca da aprovação dos novos cortes pelos parlamentares.

Fontes do governo revelaram às agências de notícias que Papandreou conversou por telefone nesta quarta-feira com o líder do ND, Antonis Samaras. Na conversa, o próprio premiê ofereceu sua renúncia para ser substituído por "alguém de comum acordo".

Pouco antes, Samarás havia dito à imprensa grega que, em um governo de coalizão, "Papandreou não poderia ser o premiê".

O último plano de austeridade da Grécia prevê € 6,5 bilhões em aumentos de impostos e cortes de gastos estatais neste ano, dobrando as medidas que levaram o desemprego para o recorde de 16,2% e estenderam a recessão para o terceiro ano seguido.

PROTESTOS

Milhares de manifestantes gregos atenderam à convocação de uma greve geral e foram às ruas contra os novos cortes propostos pelo governo.

Eles entraram em confronto com a polícia e lançaram bombas incendiárias em um protesto diante de edifícios que abrigam o Ministério das Finanças da Grécia, na praça Syntagma, no centro de Atenas.

Houve confronto entre os manifestantes e a polícia.

Yannis Behrakis/Reuters
Jovens lotaram as ruas de Atenas em protesto contra novos cortes que serão votados na quinta no Parlamento
Jovens lotaram as ruas de Atenas em protesto contra novos cortes que serão votados na quinta no Parlamento

Cerca de 1.500 policiais isolaram com faixas uma parte do centro de Atenas e construíram barricadas de metal de dois metros de altura para proteger o Parlamento, cercando-o com carros de polícia e canhões d'água.

Os manifestantes lançaram pedras e iogurte nos policiais que protegiam o Parlamento, onde os legisladores deveriam começar um debate sobre o pacote de austeridade para salvar as contas da Grécia da falência e evitar um calote do pacote de resgate do FMI e da União Europeia.

Durante a greve nacional de trabalhadores, milhares de manifestantes --alguns gritando "Ladrões, traidores! Para onde foi o dinheiro?"-- se aglomeravam em frente ao Parlamento para tentar impedir que os congressistas aprovassem mais aumentos de impostos, cortes de gastos públicos e privatizações.

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