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Guarda Costeira dos EUA divulgou nesta terça (5) relatório final de investigação sobre a implosão do submersível, ocorrida em 2023, e disse que 'tragédia era evitável'.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Redação g1
Postado em 05 de Agosto de 2.025 às 10h55m
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O que é uma 'implosão' e o que acontece quando um submarino implode?
O submarino Titan implodiu por ter sido projetado de forma inadequada, e por "graves falhas" de protocolos de segurança adotados pela empresa Oceangate, afirmou a Guarda Costeira dos Estados Unidos no relatório final, divulgado nesta terça-feira (5), da investigação sobre a implosão.
Ainda segundo a Guarda Costeira americana, o desastre ocorrido em 2023 é considerado evitável, e a principal causa que levou à implosão do Titan foi a perda de integridade estrutural de seu casco de fibra de carbono.
Relembre 💭 O submarino Titan desapareceu no dia 18 de junho de 2023 durante uma expedição aos destroços do navio Titanic. Havia 5 pessoas no veículo, o então diretor-executivo da Oceangate, Richard Stockton Rush, um copiloto e três bilionários. Segundo a investigação, o veículo implodiu a cerca de 3.350 metros de profundidade por conta da pressão da água e todos os passageiros morreram instantaneamente. Relembre o caso aqui.
"A principal causa [da implosão] é o fato de a Oceangate não ter seguido protocolos de engenharia estabelecidos para segurança, testes e manutenção do submersível. (...) Por vários anos antes do incidente, a empresa usou táticas de intimidação, o argumento de que realizava operações científicas e sua reputação positiva para escapar da fiscalização. Ao criar e explorar de forma estratégica uma confusão acerca das regras e supervisões, a empresa conseguiu operar o Titan totalmente fora dos protocolos estabelecidos para mergulhos em grandes profundidades", afirmou a Guarda Costeira americana.
O documento também apontou falhas nos processos de certificação, manutenção e inspeção do submarino, além de "uma cultura de trabalho tóxica na Oceangate". Veja abaixo as causas da implosão listadas pela Guarda Costeira americana:
- O design do Titan e testes conduzidos pela Oceangate não seguiram princípios básicos de engenharia para construir um casco resistente o suficiente para operar com segurança em ambientes de alta pressão;
- O casco submarino, feito de fibra de carbono, apresentava falhas que enfraqueceram a estrutura como um todo, e cita elementos como enrolamento, cura, colagem, espessura do casco e padrões de fabricação;
- A Oceangate não investigou a fundo incidentes anteriores à expedição ao Titanic que comprometeram a integridade do casco e de outros componentes críticos do Titan, e continuou o utilizando sem realizar inspeções adequadas.
- A Oceangate não fez um estudo para determinar a vida útil do casco do Titan, e não fez manutenções preventivas durante período em que ficou fora de operação antes da expedição ao Titanic em 2023;
- A Oceangate confiou excessivamente em um sistema de monitoramento em tempo real para avaliar a condição do casco, mas não analisou adequadamente os dados fornecidos por esse sistema;
- A empresa mantinha um ambiente de trabalho tóxico, em que usava demissões de funcionários experientes e a constante ameaça de desligamento para desencorajar empregados e prestadores de serviço a levantarem preocupações sobre segurança.
O relatório divulgado nesta terça corrobora relatos de fragilidades do submarino Titan e negligência dos donos da Oceangate durante testemunhos de ex-funcionários da empresa em audiência pública em 2024. (Leia mais abaixo)
Veja momento em que equipe de buscas encontra destroços do submarino Titan
teste arte titan — Foto: arte g1
Falhas no Titan e incidentes anteriores à implosão
Uma audiência pública do Conselho de Investigação Marítima da Guarda Costeira dos EUA feita em setembro de 2024 revelou falhas no Titan, detalhes da implosão do submarino e incidentes anteriores ignorados pal Oceangate.
O ex-diretor de operações da Oceangate, David Lochridge, disse ter avisado sobre falhas do submarino Titan em grandes profundidades em 2018, cinco anos antes da implosão. Após relatar problemas com a fibra de carbono e pedir mais testes no submarino, inclusive na profundidade dos destroços do Titanic, ele foi demitido.
A constituição do casco do Titan, feito de fibra de carbono, é um tema visado por especialistas. O engenheiro principal da American Bureau of Shipping, Roy Thomas, disse em testemunho que apesar de ser um material forte e leve, a fibra de carbono é “suscetível a falhas por fadiga” sob pressurização repetida e a água salgada pode enfraquecer o material de várias maneiras.
Segundo autoridades da Guarda Costeira, o submarino não havia sido revisado de forma independente, como é prática comum. O cofundador da Oceangate, Guillermo Sohnlein, afirma que o Titan tinha certificações e vínculos com a Nasa e a Boeing, porém funcionários das empresas relataram participação limitada no processo de criação do Titan, por ser um submarino experimental e pela Oceangate não ter acatado recomendações.
Testemunhas relataram na audiência que ouviram sons altos de estalos em expedições anteriores à da implosão. O engenheiro do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, na sigla em inglês) Don Kramer afirmou que o casco do Titan apresentava imperfeições que remontam ao processo de fabricação e se comportou de maneira diferente após um "forte estrondo" ser ouvido durante mergulho um ano antes da tragédia.
Novas imagens divulgadas de destroços do submarino Titan encontrados
pelas equipes de buscas em 22 de setembro de 2023. — Foto: Guarda
Costeira dos EUA
O Titan também apresentou falhas apenas dias antes da expedição que resultou na implosão, segundo o ex-diretor científico da OceanGate, Steven Ross. Durante um mergulho, o submarino ficou instável e fez com que os passageiros a bordo fossem "lançados de um lado para o outro" —o incidente levou uma hora para retirar a embarcação da água.
O capitão Jamie Frederick, comandante da unidade de Boston da Guarda Costeira, pareceu chocado ao saber que o capitão do navio de apoio ao Titan disse ter sentido, em retrospectiva, uma leve trepidação no momento em que o submersível implodiu durante o mergulho no ano passado.
Frederick disse que era “inconcebível que eles não compartilharam isso” no momento que as buscas estavam sendo realizadas, entre 18 e 22 de junho de 2022. Segundo ele, isso "certamente teria mudado a equação" na resposta de resgate empregada pela Guarda Costeira.
Matthew McCoy, um ex-funcionário da OceanGate, relatou ter se demitido após uma conversa "tensa" em que Stockton Rush disse a ele que o submarino seria registrado nas Bahamas e lançada do Canadá para evitar a fiscalização dos EUA. Segundo McCoy, Rush lhe falou a ele que "se a Guarda Costeira se tornasse um problema, então ele compraria um congressista para resolver a questão."
Em outro depoimento, um passageiro que pagou para uma expedição ao Titanic em 2021 disse que a jornada foi abortada quando a embarcação começou a apresentar problemas mecânicos. “Percebemos que tudo o que ele conseguia fazer era girar em círculos, fazendo curvas à direita”, disse Fred Hagen. “Nesse ponto, obviamente não seríamos capazes de navegar até o Titanic.” Ele afirmou que o Titan voltou à superfície e a missão foi cancelada.
Hagen disse que estava ciente dos riscos envolvidos no mergulho. “Qualquer pessoa que quisesse ir era ou delirante se não pensasse que era perigoso, ou estava aceitando o risco”, ele disse.
Buracos na camada de fibra de carbono de protótipo do submarino Titan
após testes de pressão da água. — Foto: Reprodução/Guarda Costeira dos
EUA
Novas imagens e última mensagem
Durante a rodada de audiências, novas imagens dos destroços do Titan foram reveladas. Entre elas, um vídeo do momento em que o submarino foi encontrado pelas equipes de busca.
Também foi revelada a última mensagem enviada de dentro do submarino para o barco de apoio na superfície.
"Está tudo bem", dizia a mensagem, escrita momentos antes da implosão.Negligência e ganância da Oceangate
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Stockton Rush em imagem sem data publicada no site da OceanGate — Foto: Reprodução/OceanGate
"Não vou entrar nele", disse Nissen à época.
Questionado sobre decisões de segurança e testes, Nissen também revelou que foi apressado para começar as operações que a pressão para colocar o Titan na água era "100%".
David Lochridge, o ex-diretor de operações, afirmou também que se sentiu usado pela OceanGate, que teria o contratado para dar lastro científico às operações da empresa.
"O objetivo principal da empresa era ganhar dinheiro. (...) Havia muito pouco em termos de ciência", afirmou Lochridge.
Outros relatos também dão conta de uma necessidade da empresa de colocar o projeto em ação o mais rápido possível, muitas vezes ignorando orientações de especialistas. Um ex-funcionário disse que a empresa estava sem dinheiro, e as expedições eram a forma de renda para manter a Oceangate funcionando.
A diretora de administração da OceanGate, Amber Bay, contestou uma pergunta sobre um senso de “desespero” da empresa para completar os mergulhos devido ao alto preço cobrado --cada cliente pagava US$ 250 mil (cerca de R$ 1,36 milhões) pela experiência.
Amber insistiu que a empresa não “realizaria mergulhos que fossem arriscados apenas para atender a uma demanda.” No entanto, disse ao painel da Guarda Costeira: “Definitivamente, havia uma urgência em cumprir o que havíamos prometido e uma dedicação e perseverança em direção a esse objetivo.”
O presidente do Conselho de Investigação Marítima, Jason Neubauer, disse que o painel completaria seu trabalho de produzir o relatório e pressionaria por mudanças na forma de recomendações à liderança da Guarda Costeira "para ajudar a garantir que ninguém tenha que enfrentar uma ocorrência semelhante no futuro".
Neubauer afirmou que suas recomendações ao comandante incluirão propostas de segurança, juntamente com qualquer conduta criminosa. Se o painel acreditar que houve conduta criminosa, essa recomendação será tratada em um processo separado.
“Minha prioridade é resolver essa questão de maneira rápida, porque sinto que há questões globais em jogo”, disse Neubauer.
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