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sábado, 14 de maio de 2022

Preço médio de veículos usados tem 1ª queda após 21 meses seguidos de alta

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Dados do IBGE mostram quem, na média nacional, houve deflação para automóveis usados. Já entre os veículos novos foi registrada a 20ª alta seguida de preços.
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Por Daniel Silveira, g1 — Rio de Janeiro

Postado em 14 de maio de 2022 às 09h00m

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Concessionária de veículos seminovos na região de Ribeirão Preto, SP, em registro feito em abril de 2022 — Foto: Reprodução/EPTV
Concessionária de veículos seminovos na região de Ribeirão Preto, SP, em registro feito em abril de 2022 — Foto: Reprodução/EPTV

O preço médio de veículos usados no Brasil sofreu, em abril, a primeira queda após 21 meses consecutivos de alta. Já entre os veículos novos foi registrada a 20ª alta seguida. É o que apontam os dados divulgados esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme o levantamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, os preços médios de automóveis usados caíram 0,47% na passagem de março para abril. O resultado interrompeu uma sequência de alta iniciada em julho de 2020.

Já os preços médios dos automóveis novos subiram 0,44% na mesma comparação, mantendo a trajetória de alta de preços iniciada em setembro de 2020.

No ano, os carros novos ficaram 4,86% mais caros, enquanto os preços dos usados subiram 3,36%. Em 12 meses, a alta também foi maior entre os novos: 17,58%, ante 15,48% entre os usados.

Crise no setor

De acordo com o pesquisador André Almeida, analista da pesquisa realizada pelo IBGE, este movimento nos preços é reflexo da crise enfrentada pelo setor automobilístico diante da pandemia do coronavírus.

"Com a pandemia, ocorreu um desarranjo das cadeias globais de produção e, por conta disso, houve falta de peças para a produção de automóveis. Aos poucos, a indústria busca se ajustar ao novo cenário de mercado.

A indústria automotiva sofre há meses com falta de peças e componentes eletrônicos, que tem obrigado empresas como Volkswagen a conceder férias coletivas em fábricas para ajuste na produção, apontou a Reuters.

Movimento esporádico

Para o pesquisador André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, a queda de preços dos automóveis usados observada em abril pode ter sido pontual.

Acho que essa queda de preços apurada em abril é um movimento esporádico. Não dá pra concluir só por um mês que essa queda dos preços seja efeito de juros sobre a demanda, por exemplo, disse.

Com a fila para entrega de veículos novos cada vez maior diante da crise enfrentada pelas montadoras, a demanda pelos veículos usados aumenta cada vez mais. Diante disso, lembrou Braz, o movimento natural dos preços deveria ser de alta, não de queda.

O preço é sensível à demanda. Então, se a demanda está subindo, os preços também deveriam aumentar, apontou.

Um dos fatores que poderiam explicar essa queda de preços registrada em abril, segundo Braz, é do chamado efeito-calendário – abril teve menor número de dias úteis que março.

Pode ser que as concessionárias tenham feito algumas promoções para não deixar o consumo cair durante os dois feriados e, na média, os preços tenham caído um pouco. Um só mês de queda não aponta para uma tendência de queda, enfatizou o economista.

Braz ponderou, no entanto, que a sequência de alta de juros mantida pelo Banco Central para tentar frear a inflação no país tende, nos próximos meses, a pressionar a queda de preços dos veículos.

Se os juros estão mais altos, está ficando mais caro financiar um carro. Isso faria com que a demanda esfriasse e, com isso, os preços recuariam, apontou o economista do Ibre/FGV.

O efeito dos juros sobre a demanda ainda não foi observado no IPCA. Segundo Braz, isso é evidenciado pelo índice de difusão do IPCA, que passou de 76,13% em março para 78,25% em abril. Tal indicador reflete o espalhamento da alta de preços entre os 377 produtos e serviços pesquisados pelo IBGE.

Se mais produtos estão ficando mais caros e essa alta é maior que a do mês anterior, então ainda não podemos falar em pressão de juros sobre a demanda, concluiu.

Alta na venda de veículos novos, queda na de usados

A despeito da crise enfrentada na produção, a venda de veículos novos registrou, em abril, o melhor resultado do ano, segundo dados divulgados pela associação de montadoras, a Anfavea.

De acordo com o balanço da entidade, a média diária de vendas foi de 7.750 unidades no mês, uma alta de 0,3% sobre março, e o melhor resultado desde dezembro. Frente a abril de 2021, no entanto, as vendas tiveram queda de 15,9%. E, na comparação entre quadrimestres, o recuo chegou a 21,4%.

Já a venda de automóveis usados registrou queda em diversas bases de comparação. De acordo com os dados divulgados pela Fenabrave, que reúne as associações de concessionárias, foram vendidas, em abril, 675,3 mil unidades, o que representa uma queda de 13,7% na comparação com março.

Essa queda, no entanto, seria por efeito-calendário, já que a média diária de vendas se manteve estável em 35,5 mil veículos e março teve mais dias úteis que abril.

No acumulado do ano foram negociados 2,68 milhões de carros, o que indica queda de 23% na comparação com iguais meses do ano passado.

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