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terça-feira, 19 de maio de 2020

Mistério cerca contágio pelo vírus

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Alívio às restrições depende de conhecer a dinâmica da transmissão – uma questão em aberto 
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 Por Helio Gurovitz  
 Diretor de redação da revista Época por 9 anos, tem um olhar único sobre o noticiário. Vai ajudar você a entender melhor o Brasil e o mundo. Sem provincianismo  
 19/05/2020 07h44  Atualizado há 5 horas  
 Postado em 19 de maio de 2020 às 12h50m  
      Post.N.\9.288  
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Imagem mostra como gotículas de saliva se espalham atrás de uma pessoa correndo e podem infectar quem vem logo atrás — Foto: Universidade de Tecnologia de Eindhoven
Imagem mostra como gotículas de saliva se espalham atrás de uma pessoa correndo e podem infectar quem vem logo atrás — Foto: Universidade de Tecnologia de Eindhoven

As dúvidas que cercam a transmissão do novo coronavírus Sars-CoV2 serão uma das maiores dificuldades na retomada das atividades depois das quarentenas. Os cientistas ainda investigam que tipo de contato resulta em maior risco de contágio. Dependendo da resposta, as estratégias de controle da Covid-19 poderão resultar em restrições maiores ou menores aos movimentos e atividades.

A compreensão do contágio depende da física das gotículas em que o novo coronavírus é transmitido, uma das questões mais intrigantes das doenças respiratórias. A principal dúvida repousa no tamanho das gotículas em que o Sars-CoV2 é capaz de manter a capacidade de contágio. O vírus pode ser transmitido basicamente de três formas:
  1. De modo balístico, quando projetado por tosse ou espirros, viajando ao alvo em gotas de tamanho maior, conhecidas como gotículas de Flügge. Nesse caso, a capacidade de contágio dura segundos;
  2. Resistindo por mais tempo em gotículas menores, chamadas aerossóis, que transitam como nuvens de gás e podem infectar sistemas de ar condicionado, recintos fechados, viajando por até 8 metros. Em aerossóis, a capacidade de contágio pode durar horas;
  3. Em superfícies, como maçanetas, mesas, botões de elevador ou pacotes. A capacidade de contágio pode durar dias sem limpeza.
Vírus mais contagiosos, como o do sarampo, resistem horas em aerossóis. Outros, como o da gripe, duram menos tempo. E o Sars-CoV2? Não sabemos. Os cientistas já sequenciaram seu genoma, conhecem em detalhes microscópicos suas proteínas, o mecanismo de infecção e até já começam a obter sucesso no teste de vacinas. Mas não há certeza sobre o caminho mais comum de transmissão.

Um artigo sobre a biofísica do contágio, publicado em março na revista da Associação Médica Americana (Jama), afirma que várias propriedades das nuvens de gás exalado e transmissão respiratória podem ser aplicadas ao patógeno. Um estudo no New England Journal of Medicine constata que a capacidade infecciosa do Sars-CoV2 resiste até três horas em aerossóis artificiais.

As notícias de contaminação em corais e outros eventos públicos sugerem que cantar ou falar alto aumentam o risco de transmissão (suspeita corroborada por um estudo de 2019 publicado na Nature). A Emerging Infectious Disease publicou uma análise da dinâmica da transmissão num restaurante na China, em que atribui o contágio à corrente de ar gerada pelo sistema de ar condicionado.

Todos esses relatos são suficientes para recomendar o uso de máscaras como precaução, já que elas reduzem em até 99% a emissão de gotículas, de acordo com uma revisão de estudos atualizada na semana passada no repositório Preprints.

Máscaras protegem nem tanto quem as usa, mas sobretudo os outros, por reduzir o risco de pegarem o vírus de infectados que não apresentam sintomas. Num estudo preliminar, cientistas concluíram que, para manter o contágio num nível em que a epidemia declinaria naturalmente, bastaria que 80% das pessoas usassem máscaras caseiras, capazes de deter apenas 60% das partículas virais.

Mas só isso pode não resolver. Outra questão crucial para deter o contágio é a dinâmica social em que a transmissão é mais provável. Num levantamento para a revista online Quilette publicado no final de abril e atualizado desde então numa planilha, o jornalista Jonathan Kay reúne nada menos que 92 situações em que um único infectado foi responsável pela contaminação de dezenas ou até milhares de outros. É o caso de cerimônias religiosas, festas ou eventos esportivos.

A virologista e infectologista Muge Cevik levantou em seu perfil no Twitter 14 estudos em que o contágio foi rastreado em diversos países para analisar sua origem. Os estudos corroboram a tese de que poucos infectados são responsáveis pela maior parte das infecções. Também constatam mais infecções em ambientes domésticos, asilos, reuniões familiares e nos meios de transporte.

Ainda que a carga necessária para a infecção seja desconhecida, esses estudos sugerem que o contato próximo e prolongado é necessário para a transmissão da Covid-19, escreveu Cevik. O risco é mais alto em ambientes fechados: em casa, asilos e transporte público. A recomendação dela é ao mesmo tempo otimista e cautelosa: Interações curtas e casuais não são o maior vetor da epidemia, mas mantenham o distanciamento social!

P.S.: Atualizado às 15h

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