Laboratório no campus da Esalq em Piracicaba desenvolveu processo que torna material até 30% mais forte que outros plásticos biodegradáveis e que ainda pode ser modificado para ficar transparente. Processo usa gás de ozônio na produção do plástico.
Por G1 Piracicaba e Região
Postado em 04 de outubro de 2019 às 12h00m

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Plástico biodegradável desenvolvido na USP em Piracicaba é até 30% mais forte que outros semelhantes — Foto: Ronaldo Oliveira/EPTV
Postado em 04 de outubro de 2019 às 12h00m
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Plástico biodegradável desenvolvido na USP em Piracicaba é até 30% mais forte que outros semelhantes — Foto: Ronaldo Oliveira/EPTV
Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), em Piracicaba (SP), desenvolveram um plástico biodegradável mais resistente a partir do amido de mandioca. O produto resolveria um problema encontrado atualmente em materiais que se degradam com mais facilidade no meio ambiente, que costumam ser mais fracos. Além de ser até 30% mais resistente, o processo, que usa gás de ozônio, permite que o plástico possa ser modificado para ficar transparente.
Muitos comerciantes já usam materiais biodegradáveis para diminuir o impacto ao meio ambiente, mas principalmente nos supermercados, a reclamação das sacolinhas costuma se repetir entre os clientes. "Ela é mais fraca que as outras. Às vezes a gente está levando e ela rasga no caminho", comenta uma cliente que fazia compras em um supermercado de Piracicaba.

No campus da USP em Piracicaba, foi descoberto um novo processo de fabricação do plástico a partir do amido de mandioca. O resultado é um material até 30% mais forte.
Segundo o pesquisador Pedro Augusto, do Grupo de Estudos de Engenharia em Processos da Esalq, o amido já é usado como componente de plásticos biodegradáveis, que pode vir da mandioca, da batata, do arroz ou do milho.
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Segundo pesquisador da Esalq, uso de gás de ozônio no processo torna plástico mais resistente — Foto: Ronaldo Oliveira/EPTV
"Quando a gente utiliza o amido em casa, a gente vê que aquecendo, ele consegue absorver a água, e ele forma um gel que, por exemplo, quando se está fazendo um mingau, ele vai espessar o mingau, ou um pudim. Na verdade, essa 'gelificação' do amido é que vai, depois, ser possível formar o filme ou o plástico."
O grande diferencial do novo estudo está na forma de produzir o plástico, que é feito no Laboratório de Engenharia de Processos da Esalq. O pó diluído em água fica numa máquina que acrescenta o gás de ozônio ao líquido.
O processo chamado de ozonizaçāo modifica as moléculas do amido e dá a ele mais qualidades.
"O ozônio reage com essas moléculas e muda características dela, e como elas interagem com outros componentes e elas mesmas. Assim é possível deixar o plástico mais resistente ou mais transparente", completa.
Quando a mistura seca, forma pequenos cubos de gel. Esse pó modificado se torna a matéria-prima para produzir o plástico.
O teste comprova que a resistência é maior em comparação ao composto de amido comum e se aproxima bem mais das características do plástico à base de petróleo. O produto tem ainda outra vantagem, que é a transparência.
"É um resultado muito interessante, dependendo da aplicação do plástico. Para embalagem de alimentos, por exemplo, porque a gente gosta de ver o produto que está sendo embalado", comenta a pesquisadora Carla La Fuente, que também participou do projeto.
O projeto envolve dois grupos de estudo, e da Esalq, as amostras vão para a USP em São Paulo (SP), no Laboratório de Engenharia de Alimentos da Escola Politécnica, onde o amido modificado se transforma em plástico.
De acordo com os pesquisadores, já existe um pedido de patente em andamento para poder transferir essa tecnologia para ser usada na indústria.
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