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Expectativa da instituição é de que IPCA fique entre 6,9% e 7% em 2016.
Se confirmado, será 2º ano seguido que meta de inflação será descumprida.
O Banco Central estimou, nesta terça-feira (28), que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - a inflação oficial do país - deve ficar próximo de 7% neste ano.
Com isso, deverá ficar, pelo segundo ano seguido, acima do teto de 6,5% determinado pelo sistema de metas de inflação brasileiro. Em 2015, a inflação somou 10,67%, a maior taxa desde 2002.
Por meio do relatório de inflação, a autoridade monetária projetou também que, em 2017, a inflação ficará entre 4,7% e 5,5% - ficando, deste modo, abaixo do teto de 6% do sistema de metas fixado para aquele ano, mas não atingindo, ainda, o objetivo central de 4,5%.
Já os economistas do mercado financeiro preveem uma inflação de 7,29% para 2016 e de 5,5% para o ano que vem.
Em março deste ano, na última previsão feita pelo BC, a estimativa era de que o IPCA ficasse entre 6,6% e 6,9% neste ano, e de 4,9% a 5,4% em 2017.
Produto Interno Bruto
No relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano, divulgado nesta quinta-feira (31), o BC prevê ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) deve "encolher" 3,3% em 2016. Em março, a estimativa era de uma queda maior, de 3,5%.
Se confirmado este cenário, será a segunda retração seguida da economia brasileira, que já despencou 3,8% no ano passado - a maior queda em 25 anos. Dois anos seguidos de recuo do PIB não acontecem desde o início da série histórica do IBGE - em 1948.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país, e serve para medir o comportamento da atividade econômica. De acordo com dados oficiais, a economia brasileira já está em recessão técnica.
Para este ano, o mercado financeiro estima uma contração de 3,44% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Recentemente, o IBGE informou que o PIB brasileiro teve queda de 0,3% em comparação com os três meses anteriores. Foi a quinta queda trimestral seguida do PIB brasileiro. Apesar da contração, o resultado veio melhor do que a expectativa dos economistas.
"O ciclo contracionista repercute incertezas econômicas com impacto sobre as expectativas dos agentes econômicos e suas decisões de consumo e investimento. Esse ambiente foi intensificado pelo cenário de incertezas também derivadas de eventos não econômicos", avaliou o BC.
Acrescentou, porém, que devem ser consideradas "expectativas preliminares" de retomada gradual da atividade, em ambiente de recuperação dos indicadores de confiança e de estabilização de indicadores de produção, no setor industrial, e "redução do impacto negativo de eventos não econômicos" (como a Lava Jato) sobre a atividade.
BC com novo comando
Esse foi o primeiro documento divulgado com a assinatura do novo presidente do BC. Alexandre Tombini cedeu o comando do BC para Ilan Goldfajn, nomeado pelo presidente em exercício Michel Temer, na esteira do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Goldfajn chegou falando grosso sobre a inflação. Em sua sabatina no Senado Federal, no começo do mês, disse querer "cumprir plenamente a meta de inflação estabelecida pelo CMN, mirando o seu ponto central" - algo que não acontece desde 2009.
O principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias é a taxa básica de juros da economia brasileira, que serve de referência para o mercado financeiro. Em 14,25% ao ano, a taxa Selic está no maior patamar em 10 anos e, também, em um dos níveis mais elevados do planeta em termos reais (após o abatimento da inflação prevista para os próximos doze meses).
Probabilidade de estouro da meta de inflação
Segundo informou o Banco Central no relatório de inflação divulgado nesta terça-feira (28), a probabilidade de a inflação ficar acima do teto de 6,5% neste ano é de 69% a 72%. Ou seja, a possibilidade maior é de que a meta de inflação seja mesmo descumprida neste ano. Para 2017, a probabilidade de estouro da meta de inflação é de 18% a 35%.
Quando a inflação fica mais alta do que o teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro, os dirigentes do BC não são demitidos. O presidente do Banco Central apenas precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o "estouro" da meta formal - como aconteceu no início deste ano.
Componentes do PIB
Sobre os componentes do PIB, o BC informou que sua estimativa do BC é de uma retração de 1,1% para a produção agropecuária neste ano, contra a estimativa anterior, feita em março, de um aumento de 0,2%. No ano passado, houve uma expansão de 1,8%.
Já a indústria deverá ter uma queda de 4,6% em 2016, contra uma contração de estimada, anteriormente, em 5,8%. Em 2015, foi registrada um "encolhimento" de 6,2% na indústria. "A melhora reflete o desempenho acima do esperado para o setor no primeiro trimestre e a evolução de indicadores coincidentes no segundo trimestre", informou.
Para a indústria de transformação, a previsão da autoridade monetária é de um "encolhimento" de 6,1% em 2016, contra a previsão anterior de uma retração de 8% - e após o tombo de 9,7% no ano passado. Já a construção civil deverá registrar, segundo a autoridade monetária, uma retração de 5,5% neste ano, contra a expectativa anterior de uma queda de 5%. No ano passado, o tombo foi de 7,6%.
Ao mesmo tempo, o setor de serviços deverá registrar contração de 2,4% neste ano - mesma previsão de março - contra um recuo de 2,7% em 2015. O comércio, por sua vez, tem queda estimada pelo BC em 6,5% em 2016 (contra previsão de uma queda de 7% em março). No ano passado, o setor teve retração de 8,9%.
Ainda de acordo com o Banco Central, pelo lado da demanda, o consumo das famílias deverá recuar 4% em 2016, contra a estimativa anterior de uma queda de 3,3%. Em 2015, a demanda teve retração de 4%. Já a chamada "formação bruta de capital fixo" - a taxa de investimentos - deverá ter retração de 11,6% em 2016 (previsão anterior era de uma queda de 13%), contra um recuo de 14,1% em 2015.
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Com isso, deverá ficar, pelo segundo ano seguido, acima do teto de 6,5% determinado pelo sistema de metas de inflação brasileiro. Em 2015, a inflação somou 10,67%, a maior taxa desde 2002.
Por meio do relatório de inflação, a autoridade monetária projetou também que, em 2017, a inflação ficará entre 4,7% e 5,5% - ficando, deste modo, abaixo do teto de 6% do sistema de metas fixado para aquele ano, mas não atingindo, ainda, o objetivo central de 4,5%.
Já os economistas do mercado financeiro preveem uma inflação de 7,29% para 2016 e de 5,5% para o ano que vem.
Em março deste ano, na última previsão feita pelo BC, a estimativa era de que o IPCA ficasse entre 6,6% e 6,9% neste ano, e de 4,9% a 5,4% em 2017.
Produto Interno Bruto
No relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano, divulgado nesta quinta-feira (31), o BC prevê ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) deve "encolher" 3,3% em 2016. Em março, a estimativa era de uma queda maior, de 3,5%.
Se confirmado este cenário, será a segunda retração seguida da economia brasileira, que já despencou 3,8% no ano passado - a maior queda em 25 anos. Dois anos seguidos de recuo do PIB não acontecem desde o início da série histórica do IBGE - em 1948.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país, e serve para medir o comportamento da atividade econômica. De acordo com dados oficiais, a economia brasileira já está em recessão técnica.
Para este ano, o mercado financeiro estima uma contração de 3,44% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Recentemente, o IBGE informou que o PIB brasileiro teve queda de 0,3% em comparação com os três meses anteriores. Foi a quinta queda trimestral seguida do PIB brasileiro. Apesar da contração, o resultado veio melhor do que a expectativa dos economistas.
"O ciclo contracionista repercute incertezas econômicas com impacto sobre as expectativas dos agentes econômicos e suas decisões de consumo e investimento. Esse ambiente foi intensificado pelo cenário de incertezas também derivadas de eventos não econômicos", avaliou o BC.
Acrescentou, porém, que devem ser consideradas "expectativas preliminares" de retomada gradual da atividade, em ambiente de recuperação dos indicadores de confiança e de estabilização de indicadores de produção, no setor industrial, e "redução do impacto negativo de eventos não econômicos" (como a Lava Jato) sobre a atividade.
BC com novo comando
Esse foi o primeiro documento divulgado com a assinatura do novo presidente do BC. Alexandre Tombini cedeu o comando do BC para Ilan Goldfajn, nomeado pelo presidente em exercício Michel Temer, na esteira do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Goldfajn chegou falando grosso sobre a inflação. Em sua sabatina no Senado Federal, no começo do mês, disse querer "cumprir plenamente a meta de inflação estabelecida pelo CMN, mirando o seu ponto central" - algo que não acontece desde 2009.
O principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias é a taxa básica de juros da economia brasileira, que serve de referência para o mercado financeiro. Em 14,25% ao ano, a taxa Selic está no maior patamar em 10 anos e, também, em um dos níveis mais elevados do planeta em termos reais (após o abatimento da inflação prevista para os próximos doze meses).
Probabilidade de estouro da meta de inflação
Segundo informou o Banco Central no relatório de inflação divulgado nesta terça-feira (28), a probabilidade de a inflação ficar acima do teto de 6,5% neste ano é de 69% a 72%. Ou seja, a possibilidade maior é de que a meta de inflação seja mesmo descumprida neste ano. Para 2017, a probabilidade de estouro da meta de inflação é de 18% a 35%.
Quando a inflação fica mais alta do que o teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro, os dirigentes do BC não são demitidos. O presidente do Banco Central apenas precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o "estouro" da meta formal - como aconteceu no início deste ano.
Componentes do PIB
Sobre os componentes do PIB, o BC informou que sua estimativa do BC é de uma retração de 1,1% para a produção agropecuária neste ano, contra a estimativa anterior, feita em março, de um aumento de 0,2%. No ano passado, houve uma expansão de 1,8%.
Já a indústria deverá ter uma queda de 4,6% em 2016, contra uma contração de estimada, anteriormente, em 5,8%. Em 2015, foi registrada um "encolhimento" de 6,2% na indústria. "A melhora reflete o desempenho acima do esperado para o setor no primeiro trimestre e a evolução de indicadores coincidentes no segundo trimestre", informou.
Para a indústria de transformação, a previsão da autoridade monetária é de um "encolhimento" de 6,1% em 2016, contra a previsão anterior de uma retração de 8% - e após o tombo de 9,7% no ano passado. Já a construção civil deverá registrar, segundo a autoridade monetária, uma retração de 5,5% neste ano, contra a expectativa anterior de uma queda de 5%. No ano passado, o tombo foi de 7,6%.
Ao mesmo tempo, o setor de serviços deverá registrar contração de 2,4% neste ano - mesma previsão de março - contra um recuo de 2,7% em 2015. O comércio, por sua vez, tem queda estimada pelo BC em 6,5% em 2016 (contra previsão de uma queda de 7% em março). No ano passado, o setor teve retração de 8,9%.
Ainda de acordo com o Banco Central, pelo lado da demanda, o consumo das famílias deverá recuar 4% em 2016, contra a estimativa anterior de uma queda de 3,3%. Em 2015, a demanda teve retração de 4%. Já a chamada "formação bruta de capital fixo" - a taxa de investimentos - deverá ter retração de 11,6% em 2016 (previsão anterior era de uma queda de 13%), contra um recuo de 14,1% em 2015.
Goldfajn diz que trabalha para reduzir juros e quer inflação de 4,5% em 2017
'Meta de 4,5% para 2017 é o nosso objetivo', disse Ilan Goldfajn.
Ele sinalizou que queda de juros depende de ajustes na economia.
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O novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, informou nesta terça-feira (28), ao comentar o relatório de inflação do segundo trimestre deste ano, que a instituição não irá recomendar ao Conselho Monetário Nacional (CMN) elevar a meta central de inflação para 2017, que está fixada em 4,5%.
Goldfajn disse ainda que o BC e o governo estão adotando medidas para permitir a queda na taxa de juros no Brasil "de forma responsável."
“Estamos criando condições para a queda da taxa de juros. Todos esperamos que as condições se apresentem para a flexibilização da política monetária [redução dos juros básicos da ecomomia]", disse Goldfajn em sua primeira entrevista a jornalistas.
"Tem de ter as condições necessárias para que seja feita [a redução dos juros] de forma responsável”, completou ele.
Sistema de metas
O Brasil possui um sistema que fixa metas para a taxa de inflação de cada ano. Ele prevê uma meta central, que deve ser buscada pelo BC. Para 2016 e 2017, essa meta central é de 4,5% no ano.
Entretanto, esse sistema possui intervalos de tolerância, hoje em 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Assim, se a inflação deste ano não chegar aos 4,5%, mas ficar, por exemplo, em 6,5% (dois pontos percentuais acima), o Banco Central não terá descumprido a meta formalmente.
Para frear a inflação, o principal mecanismo usado pelo BC é a alta da taxa de juros (Selic). O BC mantém há meses a Selic em 14,25% ao ano, o maior patamar em 10 anos.
A Selic influencia na taxa de juros cobrada pelos bancos e instituições financeiras.
Com o crédito mais caro, as pessoas consomem menos e, com isso, o preço dos produtos tende a cair. Entretanto, os juros altos também dificultam a retomada do crescimento da economia e a criação de empregos.
Goldfajn observou que alguns analistas projetam que a inflação pode ficar um pouco acima da meta central no ano que vem.
"Mesmo nesse caso, com magnitude do desvio [pequena], não tem necessidade de adotar meta ajustada para 2017. A meta [central] de 4,5% para 2017 é o nosso objetivo", acrescentou.
Estimativa para 2017
De acordo com estimativas feitas pelo Banco Central, a inflação oficial do país atingiria 4,7% em 2017 somente se a taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano (o maior patamar em dez anos), não for reduzida até o fim do ano que vem.
A projeção considera, ainda, a taxa de câmbio estável em R$ 3,45 por dólar.
Quando considera as estimativas dos economistas dos bancos para juros e câmbio nos próximos meses, contemplando redução da taxa Selic neste ano e no próximo, o BC prevê que o IPCA (a inflação oficial, medida pelo IBGE) ficaria em 5,5% no ano que vem – bem acima do objetivo de 4,5%.
Goldfajn sinalizou, porém, que os ajustes na economia, com controle de gastos públicos e outras medidas que podem ser adotadas pela equipe econômica, podem abrir espaço para redução da taxa básica de juros no futuro.
"Eu acredito que podem ser criadas condições para a queda dessa projeção [de 5,5%, com base no cenário de mercado] no futuro. Estamos no início das condições de ajuste na economia, que tem todo potencial, se aprovadas, de aumentar a confiança e de queda do risco Brasil”, declarou ele.
Dívida pública
Goldfajn acrescentou que há medidas de médio e longo prazos visando a melhoria das contas do governo e que, se aprovadas, têm condições de melhorar a dinâmica da dívida pública. A dívida vem crescendo nos últimos anos, o que leva à piora das avaliações e das perspectivas sobre a economia brasileira.
Recentemente, o governo propôs a instituição de um teto para gastos públicos nos próximos anos. Enviado ao Congresso, o projeto prevê que as despesas de um ano não poderiam crescer mais do que a inflação do ano anterior, abrangendo inclusive os setores de Saúde e Educação.
A proposta visa tentar conter a forte deterioração das contas públicas, que pode ter um rombo de até R$ 170,5 bilhões neste ano.
“Outras medidas para a economia estão sendo aprovadas e outras negociadas com a sociedade. Na medida em que a confiança volte, tenho convicção que as projeções de inflação tendem a cair. Com melhores condições, projeções caem mais rápido e ao menor custo [para o crescimento da economia]”, declarou Goldfajn.
Além do teto para a dívida pública, a equipe econômica também negocia uma reforma da Previdência Social, sinalizando que pretende adotar uma idade mínima de aposentadoria. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já informou que essa reforma pretende englobar os servidores na ativa, com regras diferentes para quem está próximo de se aposentar.
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Goldfajn disse ainda que o BC e o governo estão adotando medidas para permitir a queda na taxa de juros no Brasil "de forma responsável."
“Estamos criando condições para a queda da taxa de juros. Todos esperamos que as condições se apresentem para a flexibilização da política monetária [redução dos juros básicos da ecomomia]", disse Goldfajn em sua primeira entrevista a jornalistas.
"Tem de ter as condições necessárias para que seja feita [a redução dos juros] de forma responsável”, completou ele.
Sistema de metas
O Brasil possui um sistema que fixa metas para a taxa de inflação de cada ano. Ele prevê uma meta central, que deve ser buscada pelo BC. Para 2016 e 2017, essa meta central é de 4,5% no ano.
Entretanto, esse sistema possui intervalos de tolerância, hoje em 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Assim, se a inflação deste ano não chegar aos 4,5%, mas ficar, por exemplo, em 6,5% (dois pontos percentuais acima), o Banco Central não terá descumprido a meta formalmente.
A Selic influencia na taxa de juros cobrada pelos bancos e instituições financeiras.
Com o crédito mais caro, as pessoas consomem menos e, com isso, o preço dos produtos tende a cair. Entretanto, os juros altos também dificultam a retomada do crescimento da economia e a criação de empregos.
Goldfajn observou que alguns analistas projetam que a inflação pode ficar um pouco acima da meta central no ano que vem.
"Mesmo nesse caso, com magnitude do desvio [pequena], não tem necessidade de adotar meta ajustada para 2017. A meta [central] de 4,5% para 2017 é o nosso objetivo", acrescentou.
Estimativa para 2017
De acordo com estimativas feitas pelo Banco Central, a inflação oficial do país atingiria 4,7% em 2017 somente se a taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano (o maior patamar em dez anos), não for reduzida até o fim do ano que vem.
A projeção considera, ainda, a taxa de câmbio estável em R$ 3,45 por dólar.
Quando considera as estimativas dos economistas dos bancos para juros e câmbio nos próximos meses, contemplando redução da taxa Selic neste ano e no próximo, o BC prevê que o IPCA (a inflação oficial, medida pelo IBGE) ficaria em 5,5% no ano que vem – bem acima do objetivo de 4,5%.
Goldfajn sinalizou, porém, que os ajustes na economia, com controle de gastos públicos e outras medidas que podem ser adotadas pela equipe econômica, podem abrir espaço para redução da taxa básica de juros no futuro.
"Eu acredito que podem ser criadas condições para a queda dessa projeção [de 5,5%, com base no cenário de mercado] no futuro. Estamos no início das condições de ajuste na economia, que tem todo potencial, se aprovadas, de aumentar a confiança e de queda do risco Brasil”, declarou ele.
Dívida pública
Goldfajn acrescentou que há medidas de médio e longo prazos visando a melhoria das contas do governo e que, se aprovadas, têm condições de melhorar a dinâmica da dívida pública. A dívida vem crescendo nos últimos anos, o que leva à piora das avaliações e das perspectivas sobre a economia brasileira.
Recentemente, o governo propôs a instituição de um teto para gastos públicos nos próximos anos. Enviado ao Congresso, o projeto prevê que as despesas de um ano não poderiam crescer mais do que a inflação do ano anterior, abrangendo inclusive os setores de Saúde e Educação.
A proposta visa tentar conter a forte deterioração das contas públicas, que pode ter um rombo de até R$ 170,5 bilhões neste ano.
“Outras medidas para a economia estão sendo aprovadas e outras negociadas com a sociedade. Na medida em que a confiança volte, tenho convicção que as projeções de inflação tendem a cair. Com melhores condições, projeções caem mais rápido e ao menor custo [para o crescimento da economia]”, declarou Goldfajn.
Além do teto para a dívida pública, a equipe econômica também negocia uma reforma da Previdência Social, sinalizando que pretende adotar uma idade mínima de aposentadoria. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já informou que essa reforma pretende englobar os servidores na ativa, com regras diferentes para quem está próximo de se aposentar.
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