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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Setor de serviços cresce 1,7% em abril, diz IBGE

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É a segunda menor taxa da série, iniciada em 2012.
Maior avanço foi em serviços profissionais e administrativos.

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Cristiane Caoli Do G1, no Rio
18/06/2015 09h00 - Atualizado em 18/06/2015 10h17
Postado às 16h30m
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O setor de serviços do país registrou crescimento de 1,7% em abril, em relação ao mesmo mês de 2014, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (18). 

É a segunda menor taxa da série, iniciada em 2012 - a menor taxa foi registrada em fevereiro deste ano (0,9%). No acumulado do ano, o setor cresceu 2,6%. Em 12 meses, a alta foi de 4,3%.

Evolução de serviços
Em %
Created with @product.name@ @product.version@6,26,65,84,64,56,45,23,741,80,96,11,7em %Abr/14Mai/14Jun/14Jul/14Ago/14Set/14Out/14Nov/14Dez/14Jan/15Fev/15Mar/15Abr/1501234567
Fonte: IBGE
O resultado de abril foi inferior às taxas de março (6,1%) e janeiro (1,8%), mas superior a fevereiro (0,9% revisado).
“Os setores que mais impactaram são os que têm maiores receitas, transportes, informação e serviços prestados às famílias. 

A movimentação desses setores que vai comandar o resultado geral. Como a economia está fraco o desempenho é normal voltar ao patamar dos anos anteriores”, diz Juliana Vasconcellos, gerente de Serviços e Comércio do IBGE.

Por tipos de serviços
Cresceram os serviços profissionais, administrativos e complementares (6,7%), serviços prestados às famílias (1,2%) e transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (1%). Apresentaram variações nominais negativas serviços de informação e comunicação (-0,1%) e outros serviços (-2,2%).


Dentro do setor que mais cresceu entre os pesquisados, o de serviços administrativos e complementares teve expansão de 9,9%, e o de serviços técnico-profissionais apresentou queda de 2,3%.

“É uma mão de obra mais qualificada [serviços técnicos-profissionais], são os advogados, as consultorias. E é a primeira que vai sentir o corte das empresas, então, tem uma queda de 2,3%. 


Já os serviços complementares são os serviços básicos que a empresa não corta, como recepção, ascensorista, porteiro. É uma atividade que não está sofrendo muito com a crise, então cresceu 9,9%. No período de crise, os salários mais altos são os primeiros a sofrer corte das empresas”, comenta Juliana.

Nos serviços prestados às famílias, tanto serviços de alojamento e alimentação como outros serviços prestados às famílias tiveram expansão de 1,1% e 1,6%, respectivamente.

“O que está muito abaixo do patamar normal são os serviços prestados às famílias, influenciado pela renda, que está 3,8% menor em comparação com 2014, além dos preços de alimentação fora do domicílio, que ficou acima da inflação, 10,5% contra 8,2% no acumulado de 12 meses. 


Em períodos de incertezas e redução orçamentária a gente tende a cortar idas aos restaurantes, hotéis, salão de beleza”, explicou Juliana. “Esse 1,6% [outros serviços prestados às famílias, como salão de beleza] é bem abaixo do comportamento”.
Segundo a gerente, o resultado de 1,1% dos serviços de alojamento e alimentação é o pior resultado da série para abril.

Dentro do setor de serviços de informação e comunicação, o resultado negativo de 6,8% dos serviços audiovisuais, de edição e agêcia de notícias se deu em parte pelo corte do governo da verba destinada à publicidade e propaganda, principalmente a atividades em televisão aberta. 


O resultado é o pior da série para esse segmento. Segundo o IBGE, serviços de informação e comunicação têm mais de 30% do peso da receita total da pesquisa. “Então, qualquer movimentação influencia a pesquisa”, diz Juliana.

Dentro do setor de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, que cresceu 1%, o de transporte terrestre avançou 1,5%. A gerente explicou que o setor é diretamente influenciado pela agricultura e indústria. 

“Demora o processo a chegar na outra ponta, agora a gente está vendo que está sofrendo o transporte terrestre, tanto para aquisição de insumo quanto para escoamento da produção. Setor de carga sofre com a baixa demanda industrial”, diz.

O transporte aquaviário teve crescimento expressivo: 14,6%. “Transporte aquaviário está crescendo porque está sendo influenciado pelo superávit primário, as exportações de soja, café e carne. Balança comercial está positiva em 5,9 bilhões de dólares. Desde de novembro de 2014, a gente está com resultado positivo no transporte aquaviário”.

O transporte aéreo, na outra ponta, caiu 1,1%. “No setor aéreo, o maior demandante é o corporativo. E as empresas estão cortando as viagens dos funcionários devido à economia, a conjuntura”.


Outros serviços, que caiu 2,2%, engloba todos os serviços que não foram agregados às demais atividades, explicou Juliana Vasconcellos. Desde atividade imobiliária, auxiliares financeiros, manutenção e reparação de objetos individuais e domésticos a serviços de esgoto e coleta, entre outros. 

“Por ser miscelânea de atividades, ele sobe e desce muito a cada mês. Ele meio que seguiu os outros setores, queda em fevereiro, recuperação em março e agora queda. Mas é um serviço que tem peso muito pequeno no resultado geral”.

Em termos de composição da taxa, as contribuições foram serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4 ponto percentual), transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (0,3 p.p.); serviços prestados às famílias (0,1 p.p.). Os serviços de informação e comunicação não apresentaram contribuição significativa (0,0 p.p.) e outros serviços tiveram contribuição negativa de 0,1 ponto percentual.

Regiões
No que se refere aos resultados regionais, das 27 unidades da Federação, 13 apresentaram variações nominais positivas na comparação com abril de 2014, com destaque para Rondônia (7,9%), Ceará (4,5%) e Mato Grosso do Sul (3,9%). 


As menores variações positivas foram no Rio de Janeiro (0,7%), Pernambuco (1,6%), Pará (2%) e Minas Gerais (2%). Os estados com maiores taxas negativas foram Roraima (-9,9%), Amapá (-9,8%), Maranhão (-6,8%), Espírito Santo (-4,8%) e Mato Grosso, (-4,3%).

“O destaque é o Distrito Federal, cresceu 2,3% porque está concentrado lá empresas governamentais, acaba contratando mais os serviços”, explica Juliana.

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