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Menor SUV da marca quer ser o mais vendido da casa no mundo.
Modelo oferece desempenho de 911 e conforto de Panamera.
Fato é que o modelo vendeu tanto que ajudou a salvar a marca da falência, e de quebra, ajudou a financiar o desenvolvimento das gerações seguintes do 911 e o superesportivo híbrido 918 Spyder, calando os críticos mais vorazes.
No Brasil, ele já atingiu sua meta, com 4 meses cheios de venda. Em setembro, ultrapassou o Cayenne, e, em outubro, de acordo com o relatório da Fenabrave, a federação dos concessionários, havia aberto vantagem, com 204 unidades emplacadas, contra 152 do SUV maior.
Lançado mundialmente há um ano, o utilitário esportivo estreou no Brasil em maio passado, nas versões S e Turbo. As duas são equipadas com motor V6. No Macan S, ele tem 3 litros e 340 cavalos e sai por R$ 399 mil, enquanto o Macan Turbo o motor é de 3.6 litros, 400 cv e custa R$ 499 mil.
O G1 avaliou a mais cara e potente, em um teste de aproximadamente 120 km na Grande São Paulo, por trechos urbanos e rodoviários.
Apesar do porte nada modesto, com 4,70 m de comprimento e 1,92 m de largura, o Macan roda com desenvoltura, mesmo em vias onde as faixas são mais estreitas.
Como comparação, o Chevrolet Camaro tem medidas semelhantes na largura, e parece muito maior do que o Porsche, mesmo sendo consideravelmente mais baixo. Ajudam a fazer manobras em locais mais apertados os sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.
Porsche Macan Turbo (Foto: Flavio Moraes/G1)
Outro desafio para o motorista é perceber a real velocidade em que o carro está. O ponteiro do velocímetro se descola com tanta vontade, que superar os 120 km/h é tarefa das mais fáceis. Basta um descuido para ultrapassar a velocidade permitida em qualquer tipo de via – um convite para alcançar os 20 pontos na carteira em pouquíssimo tempo.
De acordo com dados de fábrica, o Macan Turbo acelera de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos. É a mesma marca do Camaro citado acima com seu gigantesco V8 6.2. A máxima é 266 km/h. Além da considerável cavalaria sob o motor (dianteiro), há 56,1 kgfm de torque para ajudar em arrancadas.
Eles estão disponíveis integralmente entre 1.350 e 4.500 rpm, faixa ideal para aproveitar o fôlego do motor. O câmbio, assim como nos demais Porsche, é o prestigiado PDK, automatizado de dupla embreagem e 7 marchas.
Durante o teste, boa parte dos 120 km foram em estrada, cuja máxima era de 120 km/h. Nessas condições, o consumo de gasolina ficou em 6,7 km/l, índice razoável, considerando o tamanho do motor.
SUV pronto para as pistas
Além da competência do propulsor, o Macan conta com outros assistentes eletrônicos que o aproximam de um esportivo nato. A suspensão é a ar, pode ser ajustada em até 15 milímetros mais baixa e conta com sistema que regula a força de amortecimento de acordo com o estilo de pilotagem, entre Komfort (conforto), Sport e Sport Plus.
Nas curvas, entra em ação o Porsche Torque Vectoring Plus, ou PTV Plus. Quando necessário, em curvas, ele controla o torque da roda interna, para ela não patinar em falso, e envia mais força para a roda externa, melhorando o desempenho do veículo.
Porsche Macan Turbo (Foto: Flavio Moraes/G1)
Falar da lista de equipamentos do Macan é ter assunto para um longo tempo. Ar-condicionado de duas zonas, oito airbags, controles de tração e estabilidade, controle de cruzeiro adaptativo, alerta de veículos em ponto cego, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, partida sem chave, bancos dianteiros com ajustes elétricos e aquecimento e teto solar panorâmico são apenas os principais itens da extensa lista da versão Turbo.
A central multimídia, chamada de Porsche Communication Management, ou PCM, para os íntimos, é recheada de funcionalidades. Há um disco rígido com capacidade de 40 GB, 42 posições de memória para estações de rádio, reprodutor de CD e DVD, com disqueteira para até seis discos, navegação GPS com possibilidade de exibir os mapas, tanto na tela da central como no quadro de instrumentos e conexão Bluetooth.
Além da série de recursos, a qualidade do som no Macan é invejável. O sistema é da prestigiada marca Bose, e possui 14 alto-falantes espalhados pela cabine.
Lanternas do Macan lembram às do 918
(Foto: Flavio Moraes/G1)
(Foto: Flavio Moraes/G1)
Legítimo Porsche, o Macan mescla o estilo de outros modelos. A dianteira lembra muito o próprio Cayenne, com a grande entrada de ar e faróis auxiliares abaixo. Na traseira, a inspiração é o superesportivo 918 Spyder, com as lanternas afiladas.
Visto por qualquer ângulo, o Macan transborda esportividade, com um ar mais "parrudo". A impressão é reforçada por alguns detalhes, como as gigantescas rodas de 21 polegadas e as duas saídas duplas no escapamento.
Porsche Macan Turbo (Foto: Flavio Moraes/G1)
A cabine do Macan é um local onde o motorista poderá passar horas e horas dirigindo sem se cansar. Os bancos de couro possuem formato esportivo e oferecem ótimo apoio lateral, com regulagens (elétricas) precisas.
Se por um lado preza pela racionalidade nas linhas, por outro lado a cabine tem altíssimo padrão de acabamento, desde as soleiras das portas até o teto, que é forrado com Alcantara, um material (caro) que normalmente é restrito aos bancos e volante dos veículos mais refinados.
Haja botões
Em todo o interior do Macan, há muito mais botões do que os controles da televisão e do home theater do futuro dono.
Tudo que é configurável no modelo pode ser ajustado pelas teclas espalhadas pelo alto console central: temperatura, intensidade e fluxo do ar-condicionado, aquecimento dos bancos, modo off-road, altura da suspensão, modos Sport e Sport Plus, controle de tração, assistente de rampas e ligar ou desligar o star-stop (sistema que desliga o motor do carro temporariamente, como no semáforo, por exemplo).
Porsche Macan Turbo (Foto: Flavio Moraes/G1)
Mesmo com tantas teclas, o Macan é fácil de "usar", já que todos os botões são intuitivos, e não será necessário passar um tempo considerável para ler o manual de instruções.
Espaço menor
Talvez o único problema de toda a cabine seja o espaço interior. Apesar do entre-eixos de 2,80 metros, o espaço para as pernas fica comprometido quando há ocupantes de 1,80 metro nos bancos dianteiro e traseiro.
A falha fica mais perceptível ao comparar o porte do Macan com o do Cayenne. O primeiro SUV da casa de Stuttgart tem 4,86 m de comprimento, 2,90 m de entre-eixos, 1,94 m de largura e 1,70 m de altura.
Conclusão
O Macan tem importância vital para a Porsche, de aumentar as vendas e se estabelecer no segmento dos utilitários esportivos de luxo. Em julho e outubro, ele emplacou 182 unidades, de acordo com o ranking da Fenabrave (a associação das concessionárias), desbancando “figurões” do segmento, como Volkswagen Touareg (103 unidades) e Audi Q5 (152 veículos).
Por isso, não deve demorar muito para tomar a frente entre os Porsche mais vendidos no país. Para isso, aposta na tradicional esportividade da marca. É a medida certa entre poder levar mais de dois passageiros como o Cayenne, ter parte do desempenho do 911 e custar bem menos do que o sedã-cupê Panamera.
A concorrência, nesse caso, não é tão específica. Há modelos maiores, mais potentes, mas com preço semelhante. Outros menores, mas que compartilham plataforma e são mais baratos.
Nesse “balaio”, entram Range Rover Sport, em sua versão mais potente, HSE V8, Audi SQ5, irmão de plataforma e Mercedes ML 63 AMG, que apesar de ostentar um grande V8 biturbo sob o capô, possui números de desempenho semelhantes aos do Porsche.
Porsche Macan Turbo (Foto: Flavio Moraes/G1)
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