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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Brasil tem menor entrada de dólares em um 1º semestre em quatro anos


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Nos seis primeiros meses de 2014, US$ 4,14 bilhões ingressaram no país.
Expectativa dos economistas é de alta do dólar no segundo semestre.

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09/07/2014 12h30 - Atualizado em 09/07/2014 14h30
Postado às 16h15m
Alexandro Martello Do G1, em Brasília

FLUXO DE DÓLARES EM PRIMEIROS SEMESTRES
Em bilhões de R$
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A entrada de dólares da economia brasileira superou a retirada de recursos do país em US$ 4,14 bilhões no primeiro semestre deste ano, segundo números divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Banco Central.

É o menor ingresso líquido de recursos na economia brasileira, no primeiro semestre de um ano, desde 2010 (+US$ 3,36 bilhões), ou seja, em quatro anos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi contabilizada a entrada de US$ 9,53 bilhões no país, houve uma queda de 56%.

Mesmo pequena, a entrada de recursos registrada no primeiro semestre deste ano favoreceu, em tese, a queda do dólar. Isso porque, com mais moeda norte-americana no mercado, seu preço tende a ficar menor. Nos seis primeiros meses deste ano, de fato, o dólar registrou queda. No final de 2013, estava cotado em R$ 2,35, passando para R$ 2,21 no fechamento de junho. O recuo foi de 6,26% no período.

Outros fatores que influenciaram o dólar
De acordo com análise de Sidnei Nehme, economista da NGO Corretora, com a sinalização do Federal Reserve (BC norte-americano) de que demoraria um pouco mais a retirada dos estímulos à atividade nos Estados Unidos no começo deste ano, ocorreu a possibilidade dos investidores especuladores estruturarem operações de “carry trade” (trazerem recursos para o Brasil por conta dos juros altos) e aproveitarem o "momento de oportunidade que havia na Bolsa brasileira com preços debilitados e na rentabilidade do juro que voltara a ser elevado".


Outro fator, segundo ele, que também influenciou a cotação do dólar foi a continuidade das intervenções no câmbio por parte do BC no primeiro semestre. A instituição manteve os leilões de contratos de "swap cambial" – contratos que permitem a compra de dólares no mercado futuro e são feitos para conter a alta da cotação –, também têm impacto no preço do dólar no mercado à vista. 
Recentemente, o BC anunciou que manterá as intervenções diárias no mercado futuro de câmbio até o fim deste ano.

Perspectivas para o segundo semestre
Os analistas do mercado financeiro acreditam que o dólar terá alta no segundo semestre deste ano. Pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, revela que a previsão dos economistas para o dólar, no fim deste ano, é de R$ 2,40, o que representaria uma alta de 8,6% no segundo semestre de 2014.


Nehme, da NGO Corretora, avalia que, com fraco desempenho da atividade econômica e com as agências de classificação de risco (rating) já observando o Brasil mais de perto, tende a ocorrer um "movimento reversivo de recursos, em especial especulativos, que adentraram o país no 1º semestre". 

No futuro, a saída de moedas tende a pressionar mais o dólar no mercado à vista. Para ele, a previsão de analistas para a moeda norte-americana de R$ 2,40 no fim deste ano é "conservadora".

Resultado de junho e início de julho
Os números do BC mostram que, em junho, a entrada de dólares na economia brasileira superou a retirada de recursos em US$ 118 milhões. No início de julho, entretanto, saiu US$ 1,6 bilhão. Este movimento ocorreu até a última sexta-feira (4), ou seja, em apenas quatro dias úteis.


Já no acumulado deste ano, até 4 de julho, entraram US$ 2,53 bilhões no país. Em igual período do ano passado, US$ 8,46 bilhões haviam ingressado da economia brasileira. Houve, portanto, uma queda de US$ 5,92 bilhões na entrada de recursos neste ano.

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