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“Projetando o futuro e o desenvolvimento autossustentável da sua empresa, preparando-a para uma competitividade e lucratividade dinâmica em logística e visão de mercado, visando sempre e em primeiro lugar, a satisfação e o bem estar do consumidor-cliente."
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quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Turbulência se espalha pelos países emergentes
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Para analistas, mercados vivem efeito da bolha do fim da ‘era Bernanke’
NOVA YORK E LONDRES - A previsão de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vai reduzir o estímulo monetário à economia, inclusive o volume de compra mensal de US$ 85 bilhões em bônus, continuou nesta terça-feira estimulando a fuga de capital estrangeiro dos mercados emergentes, causando estragos nas bolsas de valores e nas cotações de diferentes divisas. A rúpia indiana fechou com leve desvalorização após dois dias de fortes declínios. Após intervenção no mercado do banco central indiano, a moeda caiu 0,16%, para 63,23 rúpias por dólar, nível historicamente baixo. O baht tailandês perdeu 0,03%, e a rúpia da Indonésia, 1,8%. No mercado de ações, a Bolsa da Índia perdeu 0,3%, depois de ter recuado 5,6% na duas sessões anteriores. O índice referência da Indonésia, que já havia caído 5% na segunda-feira, perdeu 3,2% na terça. Na Tailândia, o recuo foi de 1,89%; na Coreia do Sul, 1,55%; em Hong Kong, 2,20%; e em de Xangai, 0,81%.
Emergentes perderam o brilho
Desde 12 de maio, quando o presidente do Fed, Ben Bernanke, sugeriu que o banco central americano iria reduzir os estímulos, fundos estrangeiros tiraram da Índia cerca de US$ 12 bilhões em títulos e ações. Na China, dados oficiais mostraram que o país registrou pelo segundo mês seguido em julho fuga de capital. O jornal “Wall Street Journal” lembrou nesta terça-feira que, desde o início da era de juros baixos nos EUA, iniciada há cinco anos para combater os efeitos da crise de 2008, mercados emergentes como Índia, Indonésia, Tailândia, Brasil, China e México, entre outros, se beneficiaram enormemente das flexibilizações monetárias do Fed. Essas nações passaram a atrair capital, o que estimulou o crescimento de suas economias. As importações cresceram e os consumidores se endividaram. O “Journal” lembra que à proporção que suas exportações começaram a minguar, devido ao desaquecimento na China e à demanda fraca nos EUA e na União Europeia (UE), essas economias emergentes viram suas contas externas com crescentes déficits. Isso levou investidores a exigirem um prêmio maior para assumir o risco, o que afetou os países em piores condições econômicas. — Essas economias, de repente, deixaram de parecer tão impressionantes — afirmou ao “Journal” Frederic Neumann, economista do HSBC, em Hong Kong.
Fuga de capital se espalhou
A situação na Índia é particularmente vulnerável à mudança de humor de investidores porque o país precisa de capital estrangeiro para financiar seu alto déficit de conta corrente. Além disso, a Índia, ao contrário dos rivais regionais, como a Indonésia, também tem um endividamento público consideravelmente alto. Economistas ouvidos pelo “Journal” reduziram sua previsão de crescimento para a Índia de 6,5% a 5% para o ano fiscal que se encerrará em 31 de março de 2014. Mas a venda de papéis de emergentes se espalhou para outros países, como Tailândia, também vulneráveis ao aumento global das taxas de juros. Esses países, com déficits na conta corrente, têm que recorrer a empréstimos para financiar as despesas. Analistas ouvidos pelo “New York Times” veem a turbulência como uma reação à percepção do fim do boom da era Bernanke. — Estamos testemunhando uma imensa bolha, a “bolha Bernanke” — disse Tima Lee, da Pi Economics, consultoria independente com sede em Greenwich, Connecticut.
SÃO PAULO - O endividamento em moeda estrangeira de uma amostra de 104 empresas brasileiras cresceu R$ 8,17 bilhões entre o fim de junho e o dia 19 deste mês. Este valor corresponde a 43,8% do lucro operacional (Ebit) que registraram ao longo do segundo trimestre (que somou R$ 18,6 bilhões). Os dados são de levantamento feito pela consultoria Economatica, com base nos balanços das empresas que informam suas dívidas (de curto e de médio prazos) em moeda estrangeira. O impacto do câmbio aferido pela pesquisa, contudo, não leva em conta o fato de que muitas dessas empresas são grandes exportadores, o que lhes dá uma proteção (hedge) natural contra as oscilações do dólar. É o caso das fabricantes de celulose Fibria e Suzano, e das gigantes JBS e BRF, que embora encabecem a lista das mais endividadas, estão entre os maiores exportadores mundiais dos seus mercados. — Essas empresas exportam muito e estão cobertas dessas oscilações — diz William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos e Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Empresas mais preparadas
Quanto às empresas sem receitas em dólar, caso da Oi e da Eletrobras, que apresentam elevado nível de endividamento, Eid Júnior diz que muito provavelmente essas empresas dispõem de instrumentos financeiros que lhes permitam absorver os efeitos dessas oscilações. — Acho que as companhias brasileiras aprenderam com a crise de 2009, quando muitas foram pegas com hedge de alto risco e perderam muito dinheiro. E se planejam não pela probabilidade de o câmbio subir, mas para fazer frente a essa ocorrência. E a perspectiva de alta do dólar era conhecida — diz Eid Junior, acrescentando: — As empresas aprenderam a mexer com esses créditos e têm como se proteger. Não constam do levantamento da Economatica companhias como Vale, CSN e Gerdau, que divulgam as informações sobre dívidas em notas técnicas. A Petrobras, cujo endividamento em moeda estrangeira somava R$ 174,4 bilhões em junho, também não foi incluída em razão da magnitude dos seus números. As despesas financeiras da Petrobras com a alta do dólar — que passou de R$ 2,21, em 30 de junho, para R$ 2,39 no último dia 19 — cresceram R$ 14, 36 bilhões no período, valor equivalente a 124,9% do seu lucro operacional no trimestre passado. O levantamento da Economatica não levou em conta ainda eventuais dívidas que as empresas analisadas tenham em outras moedas. Contudo, embora algumas delas possam ter feito captações de dívida em euros e ienes no mercado internacional, a moeda americana é a divisa usada na grande maioria dos financiamentos contratados lá fora.
BRASÍLIA - A alta do dólar e seus efeitos sobre a economia brasileira estão no centro das preocupações do governo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, conversam nesta terça-feira várias vezes por telefone para combinar as ações para conter a escalada do dólar. A estratégia de atuar em conjunto no mercado, bem sucedida nesta terça, deve ser mantida, mas a avaliação da equipe econômica é que ainda é cedo para novas medidas, embora não estejam descartadas.
A missão de interlocutores da equipe era acalmar os ânimos. E também avisar que grandes apostas na alta do dólar pode gerar prejuízo no setor privado. Para o governo, a preocupação principal é com o impacto do câmbio na inflação. No entanto, na visão de técnicos da equipe econômica, isso só deve acontecer em seis meses e a economia morna pode brecar parte do repasse aos preços.
No esforço para enfrentar um dos momentos mais turbulentos desde a grande crise de 2009, o Ministério da Fazenda e o Banco Central não apenas têm atuado juntos, como afinaram o discurso. Mas dentro da equipe econômica, há técnicos que defendem que apenas o BC fale de câmbio no Brasil, já que é órgão que opera no mercado e que tem a credibilidade menos arranhada no governo. Na terça-feira, até o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, externou a preocupação do governo com a valorização da moeda americana. — Quando a gente olha o Brasil, a gente costuma olhar como é que está o PIB, como é que está o dólar, que agora está preocupando porque está subindo, a bolsa. A gente costuma olhar esses fatores como aqueles que dão mais otimismo ou mais pessimismo — disse, durante cerimônia sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Palácio do Planalto. Na equipe econômica, há um esforço para que propagar a mensagem de que a questão cambial não sairá do controle e o país passa apenas um movimento especulativo. Segundo interlocutores, Mantega argumenta que o Brasil não tem problema de fluxo de moeda americana, mesmo com os registros no vermelho desde junho, por causa das saídas líquida de dólares. A equipe econômica tem medidas na manga, mas o cardápio de opções não é grande. O BC pode usar dinheiro das reservas internacionais para irrigar o mercado à vista de câmbio. Há ainda a possibilidade de reduzir alíquotas de importação para insumos. Outras duas medidas são polêmicas: aumentar compulsório sobre posição comprada dos bancos, ou seja, penalizar a instituição que aposta na alta da moeda americana e a retirada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre capital de curto prazo para atrair recursos especulativos. Segundo fontes, essa seria a última opção do governo para abrandar o dólar. Há ainda o receio com a possibilidade de o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) anunciar a elevação dos juros americanos, com a esperada substituição de Ben Bernanke no próximo mês. Técnicos acreditam que um aumento na taxa básica de juro no Brasil é uma questão de tempo. Informalmente, uma fonte calculou o seguinte: se o Federal Reserve (Fed), elevar os juros para um patamar entre 0,5 ponto percentual e 1,5 ponto percentual, o Banco Central terá de promover um acréscimo na Selic de 2,5 ponto percentual a 3,5 ponto percentual. Acredita-se que, se nada for feito, o dólar pode atingir R$ 3,00 na virada do ano. Outro temor do governo é com o represamento das tarifas de preços públicos. Segundo uma fonte, existe a sensação de que os ajustes deveriam ter sido feitos no primeiro trimestre deste ano. No comércio exterior, a expectativa é positiva. A aposta é que a elevação da moeda americana será sentida com mais intensidade já no início de 2014. Além do câmbio atual deixar as exportações de produtos industrializados mais competitivas, há otimismo entre os técnicos da equipe. Nos bastidores, uma avaliação é que a Petrobras, por exemplo, poderá expandir suas vendas no exterior e ter maior rentabilidade em reais.
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