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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Cepal reduz projeção de crescimento para América Latina em 2013


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  • Expectativa para o crescimento da região passa de 3,5% para 3% neste ano
  • Para o Brasil, a projeção do ano foi revista de 3% para 2,5%
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BRASÍLIA - A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) reduziu sua projeção para o crescimento da região de 3,5% para 3% em 2013. Segundo o Estudo Econômico da América Latina e do Caribe, divulgado nesta quarta-feira, o fraco desempenho das economias do Brasil e do México está entre os responsáveis pela revisão dos números.

Para o Brasil, a projeção de crescimento do ano foi revista de 3% para 2,5%. No caso do México, a estimativa caiu de 3,5% para 2,8%. De acordo com o estudo, a região também sofreu o impacto da desaceleração de economias que estavam crescendo a taxas elevadas, como Chile, Panamá e Peru.

A secretária-executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, demonstrou otimismo ao comentar as perspectivas para a economia brasileira. 

Embora a Cepal tenha reduzido sua projeção para o crescimento do país em 2013 - de 3% para 2,5% - Alicia afirmou que o governo tem feito esforços para reduzir a desigualdade, aumentar os investimentos em educação e saúde e para atrair investimentos.

— As perspectivas são positivas. O país pode ter um melhor desempenho (em 2014). Acho que a percepção dentro do país é pior do que realmente é. O Brasil está fazendo mudanças em sua estrutura que caminham na direção do crescimento — afirmou Alicia.

O documento destaca que os países latino-americanos estão sendo afetados pelas turbulências no cenário externo, o que pode ter impactos negativos no curto e longo prazos, especialmente por causa da dependência das exportações da região para a Europa e a China. 

Outro problema, segundo a Cepal, está no fato de que o crescimento dos países continua sendo muito dependente do consumo, que está desacelerando, enquanto a taxa de investimento continua baixa.

— O atual cenário revela problemas de sustentabilidade do crescimento na maior parte das economias da região e justifica estabelecer a necessidade de ampliar e diversificar suas fontes de expansão. 

Necessitamos de um pacto social para aumentar o investimento e produtividade, e mudar os padrões de produção para crescer com igualdade — afirmou Alicia Bárcena, durante a divulgação do estudo.

A alta dependência das exportações para a Europa e a China num momento em que essas economias estão desacelerando vai piorar as contas externas da América Latina e do Caribe em 2013. A Cepal também elevou sua projeção para o déficit em conta corrente da região de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2% do PIB. Essa será a maior taxa desde 2001.

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Taxa de desemprego sobe para 6% em junho, a maior desde abril de 2012

  • Renda do trabalhador teve queda de 0,2% em relação a maio
Foto: Arte O Globo
Arte O Globo
RIO - A taxa de desemprego das seis maiores regiões metropolitanas do país subiu para 6% em junho, informou nesta quarta-feira o IBGE. 

Em maio, o tinha sido de 5,8%. É a maior taxa desde abril de 2012, quando o indicador também ficou em 6%. Em junho do ano passado, o percentual foi de 5,9%. É a primeira vez que o índice tem alta em relação ao mesmo mês do ano anterior desde agosto de 2009.
A renda do trabalhador caiu pelo quarto mês consecutivo, registrando queda de 0,2% na passagem de maio para junho, para R$ 1869,20. No ano, o rendimento sobe apenas 0,2%. Já na comparação com junho do ano passado, houve alta de 0,8%. A massa de rendimento real habitual somou R$ 43,4 bilhões, estável em relação à leitura anterior.

Nos seis primeiros meses do ano, a renda média somou R$ 1.875,2, uma alta de 1,5% sobre o mesmo período do ano passado. A única região que teve queda na renda foi Salvador, onde recuou 8,3% frente ao mesmo período do ano passado.

Já a taxa de desemprego no semestre está em 5,7%. No mesmo período de 2012, tinha sido de 5,9%.
— Estamos ainda com um ano mais favorável que no ano passado — disse Cimar Azeredo, gerente de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Cenário econômico inseguro enfraquece mercado de trabalho
Azeredo afirma que o mercado de trabalho não está avançando em relação a 2012 em razão da falta de força para gerar postos de trabalho.

— Tudo que acontece no mercado de trabalho ocorre pelo cenário econômico. Se não há um cenário econômico de segurança, que inspire confiança no empresario para geração de emprego, isso ficará refletido na taxa de desocupação — afirma.

Segundo Azeredo, existe um sentimento de frustração já que tradicionalmente, a cada ano, os meses de maio e junho já começam a apresentar uma queda na taxa de desocupação.

— É uma frustração porque já fechamos a metade do ano com a taxa empatada com o ano passado e porque não começou a inflexão para baixo da desocupação — afirma. Ele cita o caso específico da indústria, que já deveria estar contratando trabalhadores para o segundo semestre e que teve um recuo de 3,3% e a construção está próxima de reduzir.

No ano, o emprego com carteira no setor privado subiu 3,2% enquanto os sem carteira caiu 9,9%.

— Quando se tem redução dos sem carteira, quando o mercado esta favorável pode haver formalização, mas quando não está, pode ser um prenúncio de redução de vagas — afirmou.

Dados divulgados ontem pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontaram que o mercado formal de trabalho abriu em junho 123.836 vagas, já descontando as demissões. Esse número ficou ligeiramente acima do que foi registrado no mesmo mês do ano passado, quando 120.440 vagas foram geradas.

No acumulado no primeiro semestre do ano, o resultado divulgado é o mais baixo desde junho de 2009, quando a criação de vagas atingiu 397.936 postos de trabalho.
  

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Dólar sobe mais de 1% e BC intervém; Bolsa amplia desvalorização

  • Na Europa, Bolsas subiram com lehora da atividade industrial na zona do euro
  • Na Europa, principais Bolsas estão em alta com dado positivo da indústria
SÃO PAULO - Dados mais fracos da indústria chinesa, divulgados nesta quarta-feira, afetam o humor dos investidores. O dólar comercial está em alta de mais de 1%, enquanto o Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), se desvaloriza. Por volta de 14h27m, o dólar comercial subia 1,48% sendo negociado a R$ 2,253 na compra e R$ 2,255 na venda, mesmo após o Banco Central ter feito uma intervenção no mercado de câmbio. 

Na máxima do dia, a divisa americana chegou a R$ 2,258, enquanto na mínima bateu em R$ 2,215. 

No mesmo horário, o Ibovespa recuava 1,25% aos 48.211 pontos e volume negociado de R$ 2,7 bilhões.ece-auto-gen 1a8780b1-765d-43c5-9ca6-2099024715a0
O Banco Central rolou 20 mil contratos de swap cambial tradicional, uma operação que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. 

Foram vendidos o equivalente a US$ 992,8 milhões. O BC agiu quando o dólar chegou a R$ 2,244, mas a tendência da divisa americana continua sendo de alta. Este foi o quarto leilão de swap cambial feito desde a semana passada, mas o dólar se mantém em alta frente ao real.

O BC anunciou também que o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,378 bilhão na semana passada, o que também pressiona o dólar. O número é resultado de um déficit de US$ 1,309 bilhão na conta comercial e de uma saída líquida de US$ 70 milhões na conta financeira.  

Em julho, até o dia 19, o fluxo cambial está negativo em US$ 2,484 bilhões, resultado de um déficit de US$ 893 milhões na conta comercial e de uma saída líquida de US$ 1,590 bilhão na conta financeira. No ano, o fluxo cambial está positivo em US$ 7,051 bilhões, frente aos US$ 20,996 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

Para Maurício Cardoso, sócio da Queluz Asset Management, as notícias sobre a China - positivas ou negativas - têm tido impacto expressivo no pregão brasileiro.

- Na terça, o mercado comemorou a expectativa de que o piso de crescimento da economia chinesa será de 7,5% este ano, segundo o primeiro-ministro. Hoje, um dado concreto mostrando desaceleração da atividade industrial, mudou o humor dos investidores. 

Estamos um pouco à mercê das notícias da China. No cenário interno, o IBGE mostrou um pequeno avanço do desemprego, o que acende a luz amarela - afirma Maurício Cardoso, sócio da Queluz Asset Management.

Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA recua 0,79% a R$ 28,69, diretamente impactada pela desaceleração da indústria chinesa; Petrobras PN perde 1,46% a R$ 16,17; OGX Petróleo ON está estável a R$ 0,55; Itaú Unibanco PN recua 1,26% a R$ 28,95 e Bradesco PN perde 2,60% a R$ 28,44.

As maiores altas são apresentadas pelos papéis da Oi, que anunciou hoje o cancelamento do pagamento de dividendos para seus acionistas previsto para agosto. Seriam pagos R$ 1 bilhão. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Oi informou que não conseguiu manter seu nível de endividamento conforme a política de remuneração aos acionistas. 

Na segunda, as ações da empresa subiram quase 15% com o mercado apostando que a empresa pagaria os dividendos de pois de vender diversos ativos.

- Uma parte do mercado já esperava que o pagamento de didvidendos não fosse acontecer, com a empresa se focando em reduzir o endividamento. O não pagamento dos dividendos é um fato negativo, mas mesmo assim as ações sobem - diz Luís Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora.

Os papéis ON da Oi sobem 4,12% a R$ 4,80, maior alta do Ibovespa, enquanto as ações PN avançam 2,95¨% a R$ 4,53, a segunda maior valorização.

Já a Vivo reportou lucro líquido de R$ 914 milhões no segundo trimestre, alta de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas os analistas esperavam lucro de R$ 999 milhões. As ações PN da Vivo estão têm com perda de 2,53% a R$ 48,41.

O Grupo Pão de Açúcar divulgou queda anual de 68,6% no lucro líquido do segundo trimestre, para R$ 77 milhões, resultado abaixo do esperado por analistas. As ações PN do Pão de Açúcar-CBD têm alta de 2,02% a R$ 104,61.

China: atividade industrial mostra desaceleração
Enquanto na China o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial caiu de 48,2 pontos em junho para 47,7 pontos em julho - menor leitura desde agosto do ano passado - na zona do euro o indicador subiu a 50,4, a maior expansão em 18 meses. Na Alemanha, a maior economia da zona do euro, o PMI industrial subiu a 50,3, maior nível em cinco meses. 

Os dados são do Instituto Markit Economics. Números acima de 50 pontos indicam expansão da atividade, enquanto valores abaixo desse patamar mostram contração.

"A atividade econômica global começou o segundo semestre com direções opostas. A sinalização é mais favorável para a região europeia e na China a indicação é de continuidade da desaceleração. Na China, o resultado do PMI frustrou as estimativas, que apontavam para estabilidade. 

Ao mesmo tempo, acreditamos que o governo chinês poderá aliviar em alguma medida as políticas fiscais, para que o setor de infraestrutura garanta a estabilização da economia no segundo semestre", afirma relatório feito pelo departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, assinado pelo economista-chefe Octávio de Barros.

Segundo o economista Hongbin Qu, do banco HSBC, que também participa do levantamento, os dados mostram que a indústria chinesa continua se contraindo em razão da queda de novas encomendas.

Na Europa, as principais Bolsas estão em alta com o número positivo da indústria da zona do euro divulgado nesta quarta. O índice Dax, do pregão de Frankfurt, tem alta de 0,64%. Já os principais índices americanos abriram sem direção definida. O S&P 500 cai 0,11%; o Dow Jones se desvaloriza 0,06% e o Nasdaq tem alta de 0,46%.

O setor imobiliário americano mostrou força em junho. O Departamento do Comércio informou que as vendas subiram 8,3%, para 497 mil unidades. Embora as vendas estejam abaixo do nível de 700 mil unidades, considerado um nível consistente pelo mercado, elas subiram 38% nos últimos 12 meses, o maior avanço anual desde janeiro de 1992.

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