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domingo, 17 de abril de 2011

Sites de financiamento coletivo viabilizam projetos culturais


 
##= RIO - Em 2009, o diretor Micael Langer, junto com Cláudio Manoel e Calvito Leral, lançava o documentário "Simonal, ninguém sabe o duro que dei", sobre o cantor Wilson Simonal. Para a obra ser concluída, foi preciso, literalmente, dar duro. De R$ 700 mil a R$ 1 milhão saíram das mãos dos idealizadores do projeto e, apesar do sucesso entre a crítica, até o momento o valor ainda não foi recuperado, conforme mostra reportagem de Felipe Sil no O Globo deste domingo. Incomodado com a burocracia estatal que atrapalha a conclusão de obras artísticas, Langer lançou, mês passado, o site Incentivador.com, em que, por meio da cooperação coletiva, projetos podem ser financiados por entusiastas das ideias.

O modelo de crowdfunding, financiamento coletivo de projetos, ganhou fama com o movimento Queremos, em que fãs de determinada banda ou artista se unem para ajudar financeiramente a trazê-la ao Rio de Janeiro. Não é só no sentido de proporcionar espetáculos de grandes músicos, porém, que o democrático esquema tem ganho espaço na rede virtual brasileira. Baseados no portal Kickstarter - lançado em abril de 2009 e pioneiro no assunto -, sites como Incentivador.com começam a surgir no Brasil para ajudar a financiar os projetos mais variados de quem busca uma oportunidade no mercado, desde Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) a gravações de álbum musical.

- Entrar num supermercado e ouvir o Simonal cantar depois de tanto tempo esquecido é uma vitória. Só que, em termos práticos, tivemos prejuízo. Acho que o portal e outros sites parecidos que surgem são uma grande maneira de driblarmos a burocracia - acredita Langer.

Um projeto que está no ar do site de financiamento coletivo Movere.me é o Kapta, um fanzine só para iPad. É uma ideia que cinco jovens de São Paulo tiveram: criar uma espécie de revista para o aparelho da Apple em que cada um irá postar artigos e reportagens sobre suas preferências. Para a primeira edição, já estão prometidas matérias sobre pistas de patins femininos que existem pelo mundo e a diferença de preços entre as baladas de São Paulo. No portal, busca-se R$ 14 mil para os custos de implementação.

- Ainda faltam 13 dias para o fim do prazo. Nós conseguimos parte da verba que desejávamos e ainda esperamos concretizar o total até o último dia. Acho que, com esse tipo de site, tudo passa a ser possível - diz Bruno Pugens, estudante de design gráfico e autor do projeto.

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