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terça-feira, 2 de janeiro de 2024

VÍDEO: Avião com 379 a bordo bate em outra aeronave e pega fogo no aeroporto de Tóquio; cinco morrem

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Aeronave da Japan Airlines bateu na pista de pouso em avião da Guarda Costeira, que levaria ajuda a região atingida por terremoto. Cinco tripulantes da aeronave da Guarda Costeira morreram, e piloto está em estado grave.
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Por g1

Postado em 02 de janeiro de 2024 às 07h35m

#.*Post. - N.\ 11.061*.#

Veja o momento em que avião colide em outra aeronave no aeroporto do Japão



Fogo destrói avião no aeroporto de Tóquio. Equipes trabalham para combater as chamas.

Um avião da Japan Airlines com 367 passageiros e 12 tripulantes pegou fogo após bater em uma aeronave da Guarda Costeira do Japão na pista do aeroporto internacional de Haneda, em Tóquio, nesta terça-feira (2).

O choque gerou explosões instantâneas em ambas as aeronaves, que puderam ser vistas pelas câmeras do aeroporto. Imagens da TV pública japonesa NHK mostram o momento da colisão, que ocorreu quando a aeronave da Japan Airlines trafegava na pista de pouso (veja vídeo acima), onde o avião da Guarda Costeira estava parado.

Segundo a rede estatal japonesa NHK e a agência estatal Kyodo, cinco dos seis tripulantes do avião da Guarda Costeira morreram no choque. A Guarda Costeira japonesa disse que o piloto da aeronave conseguiu escapar e está internado em estado grave.

Apesar da forte explosão, a Japan Airlines afirmou que todas as 379 pessoas a bordo da aeronave foram retiradas a tempo - o avião foi depois consumido pelas chamas. A polícia local disse à imprensa japonesa que 17 passageiros feridos, mas ainda não havia informação sobre o estado de saúde delas até a última atualização desta reportagem.

A colisão ocorre apenas um dia depois de um terremoto de 7,6 atingir a costa oeste do Japão, matando 48 pessoas e gerando alertas de "grandes tsunamis". O episódio reacendeu no país o trauma pela tragédia do acidente nuclear de Fukushima em 2011, causado após um terremoto e tsunami atingirem o país (leia mais abaixo).

Segundo a Guarda Costeira, sua aeronave que colidiu com a da Japan Airlines estava na pista para decolar em direção à base militar de Niigata, na costa oeste do país, para levar ajuda às cidades atingidas pelo terremoto.

O tremor gerou cerca de 50 réplicas ao longo da região de Ishikawa, no oeste do Japão, e alertas por tsunamis com ondas de até 5 metros. Os alertas duraram quase 24 horas e foram retirados na manhã desta terça, mas equipes ainda fazem buscas nas cidades atingidas.

Já a aeronave da Japan Airlines era um voo comercial que chegava de Hokkaido, no norte, segundo a companhia.

Autoridades ainda não haviam informado, até a última atualização desta notícia, por que os dois aviões estivessem na mesma pista ao mesmo tempo. O gabinete do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o premiê estava reunindo informações sobre o que falhou para provocar o choque entre as aero

naves.

O aeroporto de Haneda, um dos dois aeroportos internacionais de Tóquio e um dos mais movimentados do Japão, informou que todos os pousos e decolagem foram cancelados após a colisão.

Aeronave da Japan Airlines pega fogo em aeroporto de Tóquio no dia 2 de janeiro de 2024 — Foto: Issei Kato/Kato
Aeronave da Japan Airlines pega fogo em aeroporto de Tóquio no dia 2 de janeiro de 2024 — Foto: Issei Kato/Kato

Aeronave da Japan Airlines pega fogo em aeroporto de Tóquio no dia 2 de janeiro de 2024 — Foto: GloboNews/Reprodução
Aeronave da Japan Airlines pega fogo em aeroporto de Tóquio no dia 2 de janeiro de 2024 — Foto: GloboNews/Reprodução

Fogo destrói avião no aeroporto de Tóquio

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segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Da comida à poluição: entenda como fatores ambientais podem causar alterações genéticas mesmo após o nascimento

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Dieta, estresse e até sedentarismo podem mudar comportamento dos genes e características podem ser herdadas por filhos e netos, diz professor. Série do g1 aborda relação da má alimentação com desenvolvimento de gerações futuras.
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Por Gabriella Ramos, g1 Campinas e Região

Postado em 01 de janeiro de 2024 às 10h10m

#.*Post. - N.\ 11.060*.#

Poluição gerada pelos escapamentos de carros que circulam em uma estrada — Foto: AP Photo/Michael Probst
Poluição gerada pelos escapamentos de carros que circulam em uma estrada — Foto: AP Photo/Michael Probst

Na escola, as aulas de biologia ensinam que a composição genética de uma pessoa é determinada ainda na concepção, a partir da junção do material dos genitores, permanecendo até o fim da vida. Mas o que acontece quando fatores externos, como alimentação e poluição, entram em ação?

🧬 Antes de tudo, é preciso entender que o que a ciência tem observado com curiosidade não são mutações genéticas, mas sim mudanças na forma como os genes – minúsculas estruturas que fazem parte do DNA – trabalham que podem afetar o funcionamento do organismo.

🍎 Dennys Cintra, coordenador do Laboratório de Genômica Nutricional da Unicamp, explica que essas mudanças podem ser motivadas por diversos fatores, incluindo comida, exercício físico, consumo de agrotóxicos e estresse. E elas também podem ser passadas para filhos e netos.

👉 O impacto da alimentação nas gerações futuras é um dos temas abordados pela pesquisadora e nutricionista Maria Julia de Oliveira Miele, vencedora do Prêmio Capes de 2023. O trabalho é ponto de partida para uma série publicada pelo g1 nesta semana.

Em cinco matérias, você entenderá qual o peso da alimentação a partir da formação da vida, dos impactos na gestação até aspectos sociais, e por que uma nutrição adequada pode ser aliada no combate à desigualdade.

Nesta reportagem, a quarta da série, você vai ver:

  • O que são os genes
  • Como eles podem ser alterados
  • Herança genética
  • Tem reversão?
O que são os genes?

Para entender como as alterações no funcionamento dos genes acontecem, é preciso primeiramente entender o que é um gene e por que essas estruturas são tão importantes no funcionamento do corpo humano.

😅 Calma, a aula de biologia não vai ser tão complicada assim! Conforme explica, resumidamente, o professor Dennys Cintra:

  • O DNA, que armazena os dados genéticos de todas as pessoas, é uma grande fita fragmentada em cromossomos;
  • Os seres humanos têm, ao todo, 46 cromossomos, sendo que metade é herdada da mãe e a outra metade, do pai;
  • Cada cromossomo é composto por centenas ou milhares de genes.
Alterações

Os genes, por sua vez, são responsáveis pela produção contínua de proteínas como insulina, amônio, estrogênio e testosterona – e é esse processo que pode ser alterado por fatores externos, de acordo com o professor.

A pessoa tem o gene, o gene não tem mutação, então presume-se que ele vai produzir corretamente a proteína. Só que, quando a gente mede a quantidade de proteína, pode ser que tenha um indivíduo que tem menos unidades, e outro indivíduo tem mais unidades, afirma Cintra.

🤔 Na prática, o que isso significa? Imagine uma pessoa que, todos os dias, caminha por uma avenida movimentada e inala um pouco de fumaça. A fumaça possui um componente que é absorvido pelo pulmão, cai na corrente sanguínea e é entregue no pâncreas, que produz insulina.

Chega lá no gene que produz insulina, ele trava a produção. Então, veja, você tem tudo certinho. Só que na hora que o meu sistema precisou acessar o gene que produz insulina, não conseguiu porque estava travado. Vai produzir insulina? Vai, mas menos do que se esperava. Isso causou espanto quando a gente descobriu, explica o professor.

Para descobrir o que está acontecendo com esse paciente, os médicos podem investigar quadros de diabetes ou até falência pancreática, mas não haverá alterações. As mudanças só serão percebidas ao analisar a função do gene, que estará produzindo menos cópias do que o necessário.

Até agora há pouco, a gente ficava atribuindo isso à comida, ao sedentarismo. Principalmente excesso de gordura, excesso de açúcar, excesso de qualquer coisa e sedentarismo. E a gente está vendo que não, porque isso pode acontecer com pessoas que comem bem e pessoas que são fisicamente ativas, mas estão expostas a poluentes, drogas ilícitas ou agrotóxicos.

DNA — Foto: Getty Images via BBC
DNA — Foto: Getty Images via BBC

Herança genética

Portanto, como os genes estão inseridos dentro dos cromossomos e esses, por sua vez, são herdados por filhos e netos, as alterações provocadas por fatores externos também podem ser transmitidas para filhos e netos. Em outras palavras, os efeitos da poluição, por exemplo, podem perdurar por gerações.

A hora que passa, eu posso sofrer as consequências disso. Agora, veja, precisa ter cuidado com a palavra 'consequência', porque quando a gente fala consequência parece que já tem um lado pejorativo nisso, mas pode ser um benefício também, destaca Cintra.

👶 O professor reforça que nem toda alteração no funcionamento dos genes é negativa, já que as características genéticas passadas do pai ou da mãe para os filhos têm como objetivo biológico dar uma prévia às próximas gerações sobre o que está acontecendo no mundo naquele momento.

O objetivo biológico dessas modificações é informar àquele que vai nascer como é que está o ambiente do antecessor. […] Apesar de algumas coisas a gente entender como prejuízo, isso pode ser uma vantagem evolutiva", pontua. 
Tem reversão?

Por enquanto, apenas na teoria. A gente sabe que, do mesmo jeito que acontece a compactação, acontece a descompactação [do gene]. Isso é uma característica modificada, sim, com certeza, só que a gente ainda não sabe como, diz Cintra.

👉 Uma das saídas está, mais uma vez, na alimentação, como vai reforçar a última reportagem da série.

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Japão tem alerta de tsunami após terremoto de magnitude 7,6

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Governo japonês chegou a emitir alertas de 'grande tsunami' com ondas de até 5 metros na costa oeste do país, mas diminuiu o risco para ondas de 3 metros quatro horas depois. Rússia, Coreia do Norte e Coreia do Sul também estão em alerta. Episódio reacendeu temor por tragédia nuclear como a de Fukushima, mas autoridades descartaram risco.
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Por g1

Postado em 01 de janeiro de 2024 às 06h25m

#.*Post. - N.\ 11.059*.#

Japão emite alerta para tsunami após forte terremoto

O Japão emitiu nesta segunda-feira (1º) um alerta para risco de tsunami na costa oeste do país após uma série de terremotos atingir a região. O mais forte deles teve magnitude 7,6, segundo o serviço meteorológico japonês.

Por conta dos tremores, Rússia, Coreia do Norte e Coreia do Sul também emitiram alertas por tsunami em seus países. No Japão, autoridades alertavam para o risco de tsunami em toda a costa oeste do país até a última atualização desta reportagem.

O terremoto mais forte, de magnitude 7,6, ocorreu na cidade de Anamizu, na região de Ishikawa, na costa oeste do Japão, por volta das 16h10 do horário local (4h10 no horário Brasília).

Na cidade de Wajima, também na costa oeste, o Corpo de Bombeiros disse que ao menos 30 prédios colapsaram, e há relatos de pessoas presas sob escombros. Segundo o porta-voz do governo japonês Hayashi Yoshimsa, casas em Ishikawa foram destruídas, e militares já foram enviados para ajudar em operações de resgate, mas não havia informação sobre vítimas até a última atualização desta notícia.

Durante quatro horas, autoridades emitiram alertas de um "grande tsunami" com ondas de até 5 metros para a região Ishikawa - as ondas que atingiram a usina de Fukushima, em 2011, causando um dos piores acidentes nucleares da história, chegaram a 15 metros de altura.

No início da noite no horário local (por volta das 08h30 no horário de Brasília), autoridades locais diminuíram o risco para ondas de 3 metros na mesma região, mas afirmou que ainda havia registro de tsunamis.

Mapa da Agência Meteorológica do Japão mostra áreas de risco por tsunami, em 1º de janeiro de 2024.  — Foto: Agência Meteorológica do Japão
Mapa da Agência Meteorológica do Japão mostra áreas de risco por tsunami, em 1º de janeiro de 2024. — Foto: Agência Meteorológica do Japão

Por isso, autoridades pediram à toda a população da região de Ishikawa que deixem suas casas e busquem abrigos.

A TV pública japonesa NHK afirmou que ondas de 1,20 metro atingiram a cidade de Wajima, a poucos quilômetros do epicentro do tremor, mas sem causar estragos. Outras cidades também registraram ondas menores.

Esta é a primeira vez que um grande aviso de tsunami é emitido desde a tragédia na usina de Fukushima, que ficou inundada em 11 de março de 2011 após um terremoto e tsunami atingirem a região, na costa leste do Japão. Vinte mil pessoas morreram na ocasião. 
Brasileiros

Japão emite alerta de tsunami para toda costa oeste do país, após terremoto de 7.5 de magnitude

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse também não ter registro de brasileiros afetados pelos tremores, mas que consulados e a Embaixada do Brasil no Japão ainda estavam em contato com municípios afetados.

À GloboNews, a brasileira Suellen Hayashi, que mora em Fukui, ao sul de Ishikawa, relatou ter sentido os tremores dentro de casa. Suellen contou que recebeu o treinamento de segurança em casos de terremoto e, por isso, se abrigou com os filhos embaixo da mesa.

Os alertas reacenderam os temores por uma nova tragédia nuclear no país, ainda sob o trauma de Fukushima, mas a autoridade de regulação nuclear do Japão afirmou que não há risco de vazamento de radioatividade das usinas e que nenhuma irregularidade foi registrada nas usinas nucleares ao longo do Mar do Japão, na costa oeste.

Segundo a imprensa local, a central nuclear mais próxima do epicentro do sismo, a central Shika de Hokuriku, em Ishikawa, já havia parado os seus dois reactores antes do sismo para inspecções regulares e não viu qualquer impacto.

A TV pública japonesa NHK interrompeu a programação e colocou um alerta para que as pessoas deixem as áreas de risco.

A Agência Meteorológica do Japão pediu para que os moradores permaneçam em abrigos seguros até que o alerta seja suspenso.

Ruas de Wajima ficaram rachadas após terremoto atingir o Japão, em 1º de janeiro de 2024 — Foto: Kyodo News via AP
Ruas de Wajima ficaram rachadas após terremoto atingir o Japão, em 1º de janeiro de 2024 — Foto: Kyodo News via AP

Uma testemunha na cidade de Nagano, no centro do Japão, registrou prateleiras e itens dentro de uma loja de conveniência tremendo quando o terremoto ocorreu (veja o vídeo no início da reportagem).

O incidente também cortou a energia de milhares de casas e interrompeu voos e serviços ferroviários na região afetada. Além disso, provocou incêndios pelo país.

No Santuário Onohiyoshi em Kanazawa, província de Ishikawa, um torii, portão tradicional japonês, desabou — Foto: Kyodo/Reuters
No Santuário Onohiyoshi em Kanazawa, província de Ishikawa, um torii, portão tradicional japonês, desabou — Foto: Kyodo/Reuters

Outros países

Incêndio é registrado, e casas ficam danificadas por terremoto na costa oeste do Japão

O Serviço Nacional de Alerta de Tsunami dos Estados Unidos emitiu um alerta de tsunami para regiões costeiras da Coreia do Norte e da Rússia, com chance de ondas de até 1 metro.

Autoridades da cidade portuária de Vladivostok, na região russa de Primorsk, pediram a pessoas que estejam navegando ou no mar retornem urgentemente à costa.

Além disso, a Coreia do Sul também afirmou que a costa leste do país pode enfrentar um aumento do nível do mar após o terremoto do Japão.

A província de Gangwon pediu para que os moradores perto da costa se desloquem para terrenos mais altos. No local, foi registrada uma onda de tsunami de 45 centímetros, informou a agência do país.

Terremoto provocou incêndios no Japão, em 1º de janeiro de 2024 — Foto: NTV/AP
Terremoto provocou incêndios no Japão, em 1º de janeiro de 2024 — Foto: NTV/AP

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domingo, 31 de dezembro de 2023

Por que o ano não acaba à meia-noite de 31 de dezembro, nem dura sempre o mesmo tempo

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A data em que um ano começa e termina não é baseada na Ciência — é, em última análise, um sistema 'inventado'.
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TOPO
Por BBC

Postado em 31 de dezembro de  2023 às 12h05m

#.*Post. - N.\ 11.058*.#

Por que o ano não acaba à meia-noite de 31 de dezembro, nem dura sempre o mesmo tempo — Foto: GETTY IMAGES
Por que o ano não acaba à meia-noite de 31 de dezembro, nem dura sempre o mesmo tempo — Foto: GETTY IMAGES

Brindes, ondas, uvas, resoluções, simpatias... A meia-noite do dia 31 de dezembro costuma ser um momento de esperança e balanço para milhões de pessoas em todo o planeta.

Um ano "acaba" e outro "começa" e, com ele, as aspirações de dias melhores e de inúmeros propósitos e novas metas.

É o último dia do calendário gregoriano, o convencional de 365 dias (mais um nos anos bissextos, como foi 2020 e será 2024) que rege o Ocidente desde que o calendário juliano deixou de ser usado, em 1582.

A virada celebra o fim de um ciclo que marca o tempo de várias culturas há milênios: uma volta completa da Terra em torno de sua estrela.

"O que tradicionalmente entendemos por ano, tanto em astronomia quanto em muitas culturas, é o tempo que nosso planeta leva para girar em torno do Sol", explica à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) o astrônomo e acadêmico Eduard Larrañaga, do Observatório Astronômico Nacional da Universidade Nacional da Colômbia.

Porém, como o físico teórico também relata, a data em que um ano começa e termina não é baseada na Ciência — é, na verdade, uma convenção, ou seja, um sistema, em última análise, "inventado".

"Partir do pressuposto de que o ano termina à meia-noite do dia 31 de dezembro e começa no dia 1º de janeiro é uma construção social, uma definição que foi feita em um momento da história", afirma.

Segundo Larrañaga, dado que a base para medir um ano é o tempo que a Terra leva para dar a volta no Sol, contar quando esse ciclo começa e termina pode ocorrer, na prática, a qualquer momento.

"Do ponto de vista astronômico, nada de especial acontece no dia 31 de dezembro para dizer que é aqui que termina o ano, tampouco nada de especial acontece no dia 1º de janeiro para dizer que é quando começa", explica.

"Na realidade, em toda a órbita da Terra não há nada de especial ou fora do comum que aconteça para marcar a mudança de um ano."

Mas não para por aí.

A duração exata de 365 dias do ano (ou 366, no caso dos bissextos) é outra convenção social.

"Na verdade, há muitas formas de medir a duração de um ano", diz Larrañaga.

E, dependendo da forma utilizada, a duração não é a mesma.

Mas como isso é possível?

A duração do ano

Desde que foi introduzido pelo imperador Júlio César, em 46 a.C., o calendário juliano serviu para contar a passagem dos anos e da história da Europa até o fim do século 16.

Porém, desde a Idade Média, vários astrônomos perceberam que essa forma de medir o tempo produzia um erro acumulado de aproximadamente 11 minutos e 14 segundos a cada ano.

Foi então que, em 1582, o Papa Gregório 13 promoveu a reforma do calendário que usamos até hoje, fazendo ajustes para aperfeiçoar o modelo introduzido por Júlio César, que já previa os anos bissextos. Uma das alterações instituídas pelo pontífice para lidar com o excedente acumulado foi deixar de tornar um ano bissexto aquele divisível por 100, mas não por 400. Por exemplo, 2000 e 1600 foram anos bissextos, mas 1700 e 1900 não.

Há pelo menos quatro maneiras de contar o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno do Sol — Foto: GETTY IMAGES
Há pelo menos quatro maneiras de contar o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno do Sol — Foto: GETTY IMAGES

Larrañaga explica que, do ponto de vista da astronomia, a base para a definição do que é um ano, não existe uma unidade de medida única, mas pelo menos quatro para contar o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno do Sol:

  • Ano ou calendário juliano: "É uma convenção e é usada na astronomia como uma unidade de medida em que se considera que a Terra dá a volta no Sol em 365,25 dias."
  • Ano sideral: "É o tempo que a Terra leva para dar uma volta no Sol em relação a um sistema de referência fixo. Neste caso, um grupo de estrelas é usado como referência, e esse ano tem uma duração de 365,25636 dias."
  • Ano trópico: "Leva em consideração a longitude eclíptica do Sol, ou seja, o ângulo do Sol no céu em relação à Terra ao longo do ano, principalmente nos equinócios. E dura um pouco menos que o ano sideral, 365,242189 dias."
  • Ano anomalístico: "A Terra, assim como os outros planetas, se move em elipse. Essa elipse faz com que, em algumas ocasiões, o Sol esteja mais perto e mais distante da Terra. Mas há um ponto em que ambos estão o mais perto possível, chamado periélio. E o ano anomalístico é o tempo decorrido entre duas passagens consecutivas da Terra por seu periélio. Dura 365,2596 dias."

Embora Larrañaga indique que todos são da ordem de 365 dias, presumir que este é o período exato da duração de um ano se torna uma simplificação.

Mas também não leva em consideração outro fator.

"Há uma outra questão. É que, embora tenhamos esses cálculos, nem todos os anos duram o mesmo, não têm a mesma duração todas as vezes", diz.

Influências externas

A influência gravitacional dos planetas e o movimento da Terra fazem com que a duração do ano nem sempre seja a mesma — Foto: GETTY IMAGES
A influência gravitacional dos planetas e o movimento da Terra fazem com que a duração do ano nem sempre seja a mesma — Foto: GETTY IMAGES

De acordo com o especialista, embora os astrônomos tenham tentado calcular com precisão ao longo dos séculos o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno do Sol, há um problema básico que os impede de obter um número definitivo.

"É preciso levar em conta que a duração dos anos nunca é a mesma porque tudo muda no Sistema Solar. Veja o caso do ano anomalístico: enquanto a Terra gira em torno do Sol, o periélio muda como resultado da ação gravitacional de outros planetas, como Júpiter", explica.

O físico teórico lembra que algo semelhante ocorre com o chamado ano trópico, que mede o intervalo de tempo entre duas passagens consecutivas do Sol pelo Ponto Áries ou o equinócio de primavera.

"O ano trópico também muda, uma vez que depende do eixo da Terra, que é torcido. É como um pião que vai balançando. Então a data e a hora do equinócio também são diferentes", afirma.

"E se compararmos quanto tempo durou o ano sideral em 2020 com quanto tempo durou em 1300, certamente notaremos uma diferença. Seria sempre em torno de 365 dias, mas não seria exatamente a mesma duração, porque o movimento da Terra nem sempre é o mesmo."

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