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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Por causa nobre, homem planeja voar 43 mil km em um girocóptero


INTERNACIONAL


Norman Surplus pretende arrecadar dinheiro para pesquisas contra o câncer.
Voando desde março, ele já passou a ser chamado de 'Homem Girocóptero'.



Do G1, com AFP

O norte-irlandês Norman Surplus, de 47 anos, também conhecido como 'Homem Girocóptero', planeja sobrevoar 26 países, totalizando 43 mil quilômetros cruzados, em um esforço para arrecadar dinheiro para pesquisas sobre tratamentos contra o câncer. Em 2003, Surplus teve um câncer diagnosticado em seu intestino. (Foto: Noel Celis/AFP)
O executivo norte-irlandês Norman Surplus, de 47 anos, que também conhecido como 'Homem Girocóptero', planeja sobrevoar 26 países, totalizando 43 mil quilômetros cruzados, em um tipo de helicóptero conhecido como girocóptero ('gyrocopter', em inglês). Segundo ele, o esforço é para arrecadar dinheiro de doações para pesquisas sobre tratamentos contra o câncer. Em 2003, Surplus teve um câncer diagnosticado em seu intestino. (Foto: Noel Celis/AFP)


Ele começou suas viagens partindo da Iranda do Norte em março deste ano. Nas imagens ele é visto em Pampanga, ao norte de Manila, nas Filipinas, de onde pretende sair em direção ao Japão na quarta-feira (20), quando espera receber autorização para a viagem. (Foto: Noel Celis/AFP)
Ele começou suas viagens partindo da Iranda do Norte em março deste ano. Nas imagens ele é visto em Pampanga, ao norte de Manila, nas Filipinas, de onde pretende sair em direção ao Japão na quarta-feira (20), quando espera receber autorização para a nova viagem. (Foto: Noel Celis/AFP


Jornalista que denunciou escândalo das escutas está morto, diz jornal

 

INTERNACIONAL - - NOTÍCIAS

 


Ex-repórter do 'News of the World' foi encontrado morto, diz 'The Guardian'.
Demitido do tabloide, ele foi o primeiro a denunciar uso de escutas ilegais.

 

 

Do G1, em São Paulo


#*-+-*# O jornalista Sean Hoare, ex-repórter de celebridades do tabloide "News of the World" e o primeiro a afirmar que o editor Andy Coulson sabia das escutas telefônicas praticadas pelo jornal, foi encontrado morto, afirma o jornal inglês “The Guardian”.

Segundo o “Guardian”, Hoare foi encontrado morto na casa dele, em Watford. Ele trabalhou nos tabloides "Sun" e "News of the World" com Coulson antes de ser demitido por problemas com álcool e drogas.

A polícia de Hertfordshire ainda não confirmou a identidade do homem, diz o jornal, mas em um comunicado, confirmou a morte de um homem no endereço dele às 10h40 desta segunda-feira (18), por razões ainda desconhecidas. “Uma investigação policial no local do incidente está em andamento”, diz o texto.


Envolvido no caso de escutas ilegais, jornal britânico interrompe as atividades após 168 anos (Foto: Sang Tan / AP)Envolvido no caso de escutas ilegais, jornal britânico interrompe as atividades após 168 anos (Foto: Sang Tan / AP)


Hoare denunciou o uso de escutas ilegais usadas pelo "News of the World" com suas fontes inicialmente no jornal “The New York Times”. Na época, ele afirmou que não apenas Coulson sabia das escutas ilegais, como encorajava a equipe a interceptar ligações telefônicas de celebridades em busca de notícias exclusivas.
Numa entrevista posterior à BBC, Hoare também afirmou ter recebido uma orientação pessoal de Coulson, então editor do "NoW", para fazer as escutas.

Ex-assessor do primeiro-ministro James Cameron à época, Coulson sempre negou o uso de escutas telefônicas pelo tabloide que editou.
Jornal dominical mais vendido do Reino Unido, o "News of the World", do magnata Rupert Murdoch, encerrou as atividades no início do mês após 168 anos sob a acusação de ter realizado ao menos 4 mil escutas ilegais desde 2000.

Infográfico News of the world (Foto: Arte G1)

Cerca de 70% dos casos de desvio de dinheiro ocorrem nas áreas de Educação e Saúde, diz diretor da AGU


||*|*|| Língua afiada


  BRASIL  --  --  -- NOTÍCIAS 


** André de Souza


#||/*=*\||# BRASÍLIA - Educação e Saúde, áreas de grande orçamento e muitos repasses de pequeno valor, são as grandes responsáveis pelos desvios de dinheiro público no Brasil. É o que informa o diretor do Departamento de Patrimônio e Probidade da Advocacia Geral da União (AGU), André Luiz de Almeida Mendonça. Ele informa não ter "dúvida em dizer que cerca 60 a 70% (dos desvios) se refere a esse tipo de área". 

No departamento que dirige, são 110 pessoas trabalhando. Desde 2009, quando a AGU passou a ter um trabalho mais sistemático de recuperação do dinheiro público desviado, 8% dos valores questionados foram devolvidos aos cofres da União. Na semana passada, retornaram aos cofres públicos R$ 54,9 milhões do Grupo OK , do ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF). O valor é parte do dinheiro desviado da construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, no escândalo que ficou conhecido como Caso Lalau. 

O próprio Mendonça reconhece que falta muito para ser recuperado, mas acredita que houve avanços nesses últimos dois anos. Ele também defende uma justiça mais rápida, além de outras ações para reduzir o prazo de devolução do dinheiro. Ele lembra que, somadas todas as etapas de apuração desde a detecção de irregularidades pelos órgãos de controle, o processo pode levar cerca de 17 anos. 
 ______________________________________________________

O GLOBO: Hoje quais são as áreas que têm mais desvios?
Mendonça: Sem sombra de dúvida a área da Educação e da Saúde pública. Eu agrego a essas duas áreas o saneamento básico, que de certa forma é também uma área de saúde pública. 

O GLOBO: Essas são as áreas mais afetadas porque têm o orçamento maior?
Mendonça: A questão do orçamento maior logicamente que influi, mas são áreas em que você pulveriza dinheiro. Quando você trata por exemplo de uma grande obra, naturalmente várias pessoas vão estar em torno dela. Quando você pulveriza o dinheiro público, você dificulta a fiscalização e até mesmo a percepção de que você tem que fiscalizar. Então nas pequenas obras, nos pequenos repasses, é que nós encontramos o maior fluxo de casos. Isso não significa que um grande caso às vezes não possa representar, em quantidade monetária, várias pequenas irregularidades. Mas cerca de 60% dos réus nos nossos processos são prefeitos e ex-prefeitos. Aí você vai vendo essa pulverização a que me refiro, nos pequenos casos, nos pequenos repasses.
Cerca de 60% dos réus nos nossos processos são prefeitos e ex-prefeitos
O GLOBO: Há uma estimativa de quanto os desvios nessas áreas representam no total de desvios?
Mendonça: Hoje, ainda não tenho como te dar esses números. Nós estamos trabalhando para que nos próximos dois anos nós possamos identificar por ministério. Nós fizemos uma série de alterações no sistema de recolhimento para que nós tenhamos dados mais concretos. Agora, não tenho dúvida em dizer que cerca 60 a 70% se refere a esse tipo de área. 

O GLOBO: Quanto já foi devolvido aos cofres da União dos recursos públicos que haviam sido desviados por corrupção? 

Mendonça: De 2004 para cá, são dados que nós temos, dá R$ 1,44 bilhão. 

O GLOBO: Isso corresponde a quanto do total desviado?
Mendonça: Nós não temos essa estimativa. Ainda não temos o sistema que permite fazer esse tipo de trabalho se não a partir de 2009, que foi quando começamos com o trabalho deste grupo específico (o Departamento de Patrimônio e Probidade da AGU). E aí sim começamos a ter um controle das ações que estávamos propondo. O controle que temos de 2004 é porque aí já era feito através das guias de recolhimento da União. Isso nos permitia um controle ainda não preciso, mas um controle próximo da realidade. 

O GLOBO: Desse tempo em que há um controle melhor, de 2009 para cá, é possível dizer quanto foi recuperado?
Mendonça: Em torno de 8%. A nossa meta até 2016 é chegar a algo em torno de 25%. Estamos adotando algumas medidas estruturais e na questão do tráfego da informação, para que nós consigamos uma melhora nos índices de recuperação. 

O GLOBO: É possível ter essa melhora sem mudanças na Justiça e na tramitação dos recursos?
Mendonça: Para que tenhamos melhora, elas precisam ser estruturais. Não dependem de uma área ou de uma instituição. Dependem de reduzirmos o tempo entre a prática da irregularidade e a efetiva recuperação. Hoje, em média, entre a prática da irregularidade e a apuração, podemos falar aí a grosso modo em torno de cinco anos. Então, a pessoa desviou dinheiro hoje, descobri e consegui apurar que ela realmente desviou: em torno de cinco anos. A partir disso, os processos normalmente são encaminhados ao Tribunal de Contas da União (TCU), que leva em torno de cinco anos. E depois, nós temos o ajuizamento da ação judicial, que leva mais de cinco anos até você ter uma conclusão. Você pode pôr aí 17 anos. 

O GLOBO: O que precisa fazer para melhorar esse cenário?
Mendonça: É reduzir esses três estágios. Como se reduz? É você aperfeiçoando o sistema de controle. Além disso, o TCU está tendo um trabalho para reduzir o tempo que leva para julgar os processos. E precisamos ter uma Justiça também mais rápida. A par disso, o que nós estamos fazendo? A Controladoria Geral da União (CGU), nos processos onde a fraude é gritante, além de encaminhar as informações ao TCU, ela está nos encaminhado, para que nós já possamos ajuizar medidas judiciais preventivas, pedindo bloqueio de bens, ajuizando ações de improbidade quando é o caso. E o terceiro caminho, esse mais focado na AGU, é termos uma atuação mais proativa, uma série de medidas para que num período de cinco anos consigamos recuperar mais valores. 

O GLOBO: Um índice de 8% de recuperação significa que 92% ainda não foi recuperado...
Mendonça: O que é muita coisa.
É lógico que temos ainda muito por alcançar para que possamos dizer que no Brasil não há impunidade
O GLOBO: Isso dá uma sensação de frustração, de que há muita impunidade?
Mendonça: É lógico que nós temos muito por fazer, é lógico que temos ainda muito por alcançar para que possamos dizer que no Brasil não há impunidade. Se você pegar casos pontuais, você vai ver que não há impunidade. Mas se você for colocar isso numa análise mais abrangente, ainda há impunidade no Brasil. Não há como negar isso. O que depende de nós, instituições e sociedade? É trabalhar dia a dia para que esse índice diminua a cada ano. Agora, para isso, não bastam as instituições. É preciso ter o fortalecimento da imprensa, que exerce um papel fundamental nesse processo de trabalho investigativo que a imprensa faz de denúncia, de acompanhamento dos gestores públicos. E mais que isso, nós precisamos a cada dia aprimorar no exercício da cidadania. Não só na escolha dos nossos representantes. Onde os índices de corrupção são menores? Nos países onde o cidadão tem incorporado dentro de si o sentimento de corresponsabilidade no acompanhamento dos gestores públicos. 

O GLOBO: Pode-se dizer então que hoje a população brasileira é conivente com a corrupção?
Mendonça: Não podemos dizer que ela é conivente. Nós podemos dizer que ela é corresponsável pelo acompanhamento dos gestores públicos. O primeiro fiscal da coisa pública é o cidadão. Se cada cidadão tiver essa consciência, o gestor público vai ter outra consciência reflexo dessa, que é a de que ele está sendo vigiado a todo local e em todo momento. Esse é um processo de amadurecimento da democracia brasileira. É uma democracia ainda jovem. A nossa esperança é que nos próximos dez, vinte anos, o Brasil tenha de fato uma democracia participativa. 

O GLOBO: Quanto ao escândalo envolvendo o Ministério dos Transportes, a AGU já tem medidas para reaver possíveis desvios?
Mendonça: Esse caso recente do Ministério dos Transportes é um caso que ainda está sob apuração dos órgãos de controle, mais precisamente CGU e Polícia Federal. Após as apurações é que eles nos encaminham as suas conclusões. A AGU não é um órgão que sai fiscalizando. Ela não tem esse poder. Ela vai ser o braço jurídico dos órgãos fiscais. Uma vez detectada a irregularidade, eles, concluindo pela irregularidade, nos encaminham os casos para a gente poder propor as ações.

Declaração de prefeito sobre igreja e homossexuais causa rebu em Irecê


CIDADES  
  Segunda-feira, 18/07/2011 - 09:25
 
 
!!*+::+*!! As declarações feitas pelo prefeito de Irecê, Zé das Virgens, de que “a igreja católica é uma instituição simpática aos homossexuais”, estão causando o maior rebu na cidade. O primeiro a bater em Das virgens foi o vereador Joceval Rodrigues, que se diz católico praticante e político consciente dos papéis de cada instituição, seja ela representada pelo clero ou pelo prefeito.

“A obrigação do prefeito é cuidar de sua cidade e não dar parecer sobre dogmas. A igreja tem bispos, cardeais e leigos que a seguem por opção e sabem bem o que é correto ou não”, rebateu o edil.

Ainda sobre a interferência nos dogmas da igreja católica manifestada pelo prefeito, o vereador, membro do Núcleo de Fé e Política, que é um serviço de evangelização da política dentro da Renovação Carismática Católica e que tem o objetivo de conscientizar os cristãos a utilizarem o voto de modo justo, Rodrigues declarou:

“Irecê deveria ter um prefeito que ao invés de interferir na igreja, poderia cuidar melhor de sua cidade. Estive em Irecê há algum tempo e hoje posso constatar através de depoimentos da população, o quanto a cidade ficou aquém do que poderia estar”, declarou o vereador.

E completou mandando um recado ao prefeito: “Se ele quer ser da igreja, que ele passe a viver os ensinamentos de Cristo e leia um pouco mais, pra falar sobre! Porque quando interfere em assuntos da igreja deixa o campo aberto para que a igreja revele a administração caótica que o prefeito vem demonstrando em Irecê”.

No tapetão


MÍDIA



!*\\*! O alvo principal é o Google, na mira de Apple e Microsoft. A empresa que criou o Android acusa a guerra das patentes de travar a inovação...




Por Filipe Tavares Serrano


@!#$-$#!@ Desde que o Google resolveu se aventurar em mais uma área que não era até então a dele, as empresas que hoje disputam as lucrativas vendas de smartphones travam uma Guerra Fria entre si, com acirradas disputas judiciais ou acordos bilionários.


A disputa se resume aos três grandes da tecnologia – Google, Apple e Microsoft – direta ou indiretamente e, há pouco menos de um ano, passou a acontecer em tribunais e agências de regulação nos EUA.


De um lado, o Google busca um mercado novo, aliado a parceiros como Samsung e Motorola. De outro, Apple, Microsoft e outras empresas contra-atacam processando as empresas parceiras do Google de violação de patentes ou buscam acordos de licenciamento de suas tecnologias. Alguns casos chegam ao bizarro desfecho em que as empresas processadas entram na Justiça pedindo indenização por outras patentes suas (veja o infográfico abaixo).


A briga chegou a tal ponto que hoje, quando você compra um celular Android, parte do dinheiro pode ir para os concorrentes.
A taiwanesa HTC fez um acordo de licenças com a Microsoft no ano passado e paga à empresa de Bill Gates US$ 5 (R$ 7,88) para cada celular Android vendido. De acordo com a agência Reuters, a Microsoft negocia acordo ainda maior com a Samsung, entre US$ 10 e US$ 15 por celular Android vendido.


A ação da Apple é ainda mais agressiva. A empresa, que desde a década de 1970 registra suas tecnologias, decidiu enfrentar as mesmas fabricantes na Justiça, acusando-as de violação de patentes, e pressiona para causar o maior desgaste possível nos aliados do Google.


O Google perdeu a chance de se proteger contra processos diretos ou indiretos. Um leilão, há duas semanas, de mais de 6 mil patentes da falida empresa de telecomunicações Nortel era a esperança contra novas ameaças.


Não deu certo. Apesar de ser favorito, o Google não cobriu o último lance de um grupo de empresas liderado justamente pela Apple, como a Sony, a fabricante do BlackBerry (RIM), a empresa de telecomunicação Ericsson, a fornecedora de serviços de tecnologia EMC, além da Microsoft. O grupo, batizado de Rockstar, pagou US$ 4,5 bilhões (R$ 7,09 bilhões) pelas patentes.


Em um blog do Google, quando anunciou a participação no leilão, o vice-presidente sênior Kent Walker desabafou: “O mundo da tecnologia tem visto uma explosão de processos de violação de patentes. Algumas dessas ações têm sido criadas por pessoas ou empresas que nunca criaram nada; outras são motivadas pelo desejo de bloquear produtos competitivos ou para lucrar com o sucesso de um rival.”


Em três anos, o Android virou a maior plataforma de smartphones do mundo. Quando apresentou os resultados financeiros mais recentes, o CEO e fundador do Google, Larry Page, afirmou na quinta-feira que mais de 550 mil celulares Android são ativados por dia.

Enquanto brasileiros perdem, jogador bate pênalti de calcanhar e marca. Veja

Esportes



Jornal do Brasil
 
 
 

\\}}=:={{// Enquanto os jogadores da seleção brasileira apanhavam da bola na disputa por pênaltis contra o Paraguai, válida pelas quartas-de-final da Copa América, o meia Awana Diab, dos Emirados Árabes Unidos, mostrou como se faz.

Em amistoso realizado também neste domingo, o time de seu país vencia com tranquilidade o Líbano, quando, aos 33 do segundo tempo, o defensor adversário cometeu uma falta dentro da área.

O cabeludo partiu confiante para a bola, bateu de calcanhar e marcou, sem chances para o goleiro. O lance inusitado provocou gargalhadas em seus companheiros de equipe e causou a revolta dos libaneses, que se sentiram provocados com a cobrança. Veja o vídeo abaixo.

 
 

Brasileiro cria bengala eletrônica de baixo custo para deficientes visuais

 

TECNOLOGIA & Games


Estudante inventou protótipo para trabalho de conclusão de curso.
Dois sensores vibram quando há obstáculos acima ou abaixo da cintura.



Laura Brentano Do G1, em São Paulo
 

Carlos Solon Guimarães criou o protótipo da bengala eletrônica para seu trabalho de conclusão de curso (Foto: Divulgação)
Guimarães criou o protótipo da bengala para seu
trabalho de conclusão de curso
(Foto: Divulgação)
 
«»<<->>«» O estudante universitário Carlos Solon Guimarães criou um protótipo de bengala eletrônica de baixo custo com dois sensores que avisa o deficiente visual quando há algum obstáculo a um metro de distância. Cada um dos sensores – o mesmo usado em celulares – é programado para vibrar quando há um objeto acima ou abaixo da cintura.

“Quando ambos balançam quer dizer que o obstáculo é grande”, explica Guimarães, que criou o protótipo para o seu trabalho de conclusão no curso de Ciência da Computação da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), no Rio Grande do Sul.

Nos Estados Unidos, já existe uma versão de bengala eletrônica vendida por US$ 1,4 mil. No Brasil, outro estudante criou um aparelho parecido, mas que conta apenas com um sensor e sai por R$ 500. “Só a parte eletrônica do meu protótipo, com componentes comprados no Brasil, custa R$ 225, sem contar a bengala”, diz Guimarães, que uso apenas softwares e hardwares de código aberto, ou seja, que qualquer pessoa pode usar e alterar sem pagar nada.


Infográfico da bengala eletrônica (Foto: Arte/G1)

“A bengala foi feita com equipamentos de baixo custo. Isso não quer dizer que ele usou lixo eletrônico. Ele apenas aproveitou tecnologias abertas para fazer a bengala”, explica o professor Carlos Oberdan Rolim, corientador do aluno.

A ideia de Guimarães surgiu por meio de projetos da universidade que buscam alternativas para deficientes visuais. “Ele viu a possibilidade de desenvolver um projeto para que os deficientes não precisem mais ficar cutucando o solo para saber onde estão”, completa o professor.

Como a formatura de Guimarães está marcada para dezembro, ele ainda pretende melhorar o protótipo e estuda como a bengala será colocada no mercado. “Ainda não sei se será uma bengala fixa ao sensor ou adaptada. Espero conseguir investidores e vendê-la por, no máximo, R$ 300”, diz o estudante.

“O trabalho ainda não foi concluído, mas está bem adiantado. A ideia é ter uma bengala realmente formada. O protótipo é feito com canos PVC, por exemplo. Também pensamos em, no futuro, criar um kit para que o deficiente conecte os sensores a sua bengala”, explica o professor Rolim.


Protótipo conta com dois sensores e um microcontrolador que envia as vibrações (Foto: Divulgação)
 
Protótipo conta com dois sensores e um microcontrolador que envia as vibrações
(Foto: Divulgação)
 
 

Mozilla propõe novo modelo de 'senha universal' com dois cliques

18/07/2011 07h00 - Atualizado em 18/07/2011 09h18

TECNOLOGIA & GAMES

 



BrowserID procura ser alternativa ao OpenID e Facebook Connect.
Modelo promete privacidade e acesso rápido, mas tem limitações.



Altieres Rohr Especial para o G1*
 

Header Coluna Altieres - Segurança Digital (novo nome - ATENÇÃO) - VALE ESSE - ULTIMO - FINAL (Foto: Editoria de Arte/G1)


#>>*<<# A Mozilla está testando o BrowserID, um novo modelo de “senha universal” – ou seja, uma senha que você pode usar em vários sites sem precisar se cadastrar em cada página separadamente. Nesse modelo, o usuário cede apenas um e-mail e uma senha. Sites que usam esse modelo podem fazer o login do usuário com apenas dois cliques – uma na página e um de confirmação do login. O modelo é uma alternativa ao OpenID – outro login universal. O detalhe é que você provavelmente já tem um OpenID, o que torna a universalidade da Mozilla “menos universal”.

Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados, etc), vá até o fim da reportagem e utilize a seção de comentários. A coluna responde perguntas deixadas por leitores todas as quartas-feiras.
Uma das vantagens do BrowserID, da Mozilla, está na facilidade de uso, tanto pelos usuários como desenvolvedores de sites (Foto: Reprodução)
Uma das vantagens do BrowserID, da Mozilla, está
na facilidade de uso, tanto pelos usuários como
desenvolvedores de sites
(Foto: Reprodução)
 
Os dois maiores provedores de senhas universais atualmente são o OpenID e o Facebook Connect, que permite logins com seu usuário do Facebook. Se você nunca ouviu falar no OpenID, talvez conheça o Google, o Yahoo, o MySpace, a AOL e o WordPress.com. Contas em qualquer um desses provedores de serviços podem ser usadas como logins do OpenID, desde que da forma correta. Por exemplo, o WordPress.com usa como login o endereço do blog cadastrado, o Google usa o endereço do Google Profile, e o Yahoo pode ser usado em interface separada ou com o endereço da galeria do Flickr.

Já o BrowserID da Mozilla sempre utiliza um endereço de e-mail como nome de usuário. Isso significa que os sites acessados terão acesso a essa informação. Para a Mozilla, o endereço de e-mail validado é importante para que sempre exista uma possibilidade de comunicação. Além disso, as pessoas estão acostumadas a utilizarem “identidades” no endereço de e-mail – um e-mail, pessoal, um para trabalho e assim por diante.

É claro que também existem limitações. Embora ainda seja apenas um experimento, o BrowserID não traz nenhuma informação sobre o usuário como endereço físico e a idade. Isso significa que sites que precisam dessas informações não terão muita utilidade para o BrowserID – o usuário terá de cadastrar essas informações separadamente em cada site que for usar. A única informação que será dispensada é a senha.

Mesmo com o apoio de grandes provedores de internet, a reutilização de logins do OpenID ainda não faz parte da rotina da maioria dos internautas (Foto: Reprodução)Mesmo com o apoio de grandes provedores de
internet, a reutilização de logins do OpenID ainda
não faz parte da rotina da maioria dos internautas

(Foto: Reprodução)
 
 
Outro problema é que o endereço de e-mail até pode ser válido – porque o BrowserID valida o e-mail antes de completar o cadastro –, mas isso não impede o endereço de ser genérico ou falso, criando uma falsa impressão para o site que aceitar essa plataforma. Será necessário criar mecanismos para rejeitar provedores de e-mail de modo a evitar contas fantasmas.

O OpenID hoje sofre do mesmo problema – e pior ainda, porque alguns OpenIDs não podem sequer fornecer o e-mail, como o BrowserID o faz, e apenas um nome de usuário que, em muitos casos, não diz nada sobre o internauta.

O BrowserID ganha em conveniência: basta dar um clique para fazer o login e outro para confirmar – você estará imediatamente logado. A Mozilla criou o site My Favorite Beer para demonstrar o BrowserID gravando o nome da cerveja favorita do internauta.

Um cadastro é mais do que um usuário e uma senha – é todo o conjunto de informações que o site precisa para prestar serviços ao internauta (Foto: Reprodução)
Um cadastro é mais do que um usuário e uma
senha – é todo o conjunto de informações que o
site precisa para prestar serviços ao internauta

(Foto: Reprodução)
 
 
Plano dos EUA

Tanto o BrowserID como o OpenID são muito menos ambiciosos que o plano de identidade dos EUA, que prevê um protocolo que deve permitir o acesso sem senha e, ainda assim, garantindo que mais informações estejam acessíveis para os sites, reduzindo a necessidade do preenchimento de qualquer informação de cadastro. Ou seja, uma loja on-line não terá de pedir seu endereço, você apenas precisa autorizá-la a ter acesso a essa informação.

O plano dos EUA pretende atingir esse objetivo sem sacrificar a privacidade do internauta, semelhante ao BrowserID, e quer permitir a existência de diversos provedores de identidade, cada um deles fornecendo informações diferentes – como é o caso do OpenID. Tudo isso sem um ponto central de falha ou controle do governo.

Por outro lado, o BrowserID e o OpenID são reais, enquanto plano norte-americano ainda é apenas um conjunto de ideias que ainda nem se sabe ao certo como serão realizadas na prática. Isso não significa que o BrowserID e o OpenID sejam úteis – muitos usuários ainda não usam essas plataformas e os sites que mais dependem de cadastros de usuários, como lojas on-line, provavelmente não vão querer adotá-los, já que terão de criar um cadastro próprio para o consumidor com as informações que necessitam.

É por esse motivo que muitos usuários estão usando mais o Facebook Connect do que o OpenID, apesar deste último ter sido criado em 2005. O Facebook consegue fornecer uma série básica de informações sobre seus usuários e os sites que o utilizarem sabem que podem contar com isso. No OpenID, não fica claro quais informações estarão disponíveis para o site.

O único modelo que realmente resolve esses problemas é o americano, mas ele ainda está muito longe de se transformar em realidade. Por enquanto é bom continuar tomando cuidado com suas várias senhas e até
anotando-as em lugar seguro para não esquecer. É bem provável que elas ainda ficarão conosco por algum tempo e que a rotina de preencher formulários de cadastro não vai desaparecer.

*Altieres Rohr é especialista em segurança de computadores e, nesta coluna, vai responder dúvidas, explicar conceitos e dar dicas e esclarecimentos sobre antivírus, firewalls, crimes virtuais, proteção de dados e outros. Ele criou e edita o Linha Defensiva, site e fórum de segurança que oferece um serviço gratuito de remoção de pragas digitais, entre outras atividades. Na coluna “Segurança digital”, o especialista também vai tirar dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários. Acompanhe também o Twitter da coluna, na página


http://twitter.com/g1seguranca.

Dívida com crédito consignado ‘aperta’ orçamento de aposentado


ECONOMIA - - DINHEIRO


Além dos consignados, aposentado ainda pegou empréstimo pessoal.
Especialista dá dicas para colocar o orçamento em dia.

 

 

Bernardo Tabak e Ligia Guimarães Do G1, no Rio e em São Paulo

Endividados - Valdemar Bianco (Foto: Editoria de Arte/G1)

*$%-%$* Dos cerca de R$ 3 mil que recebe por mês de duas aposentadorias, Valdemar Bianco tem R$ 1.253 comprometidos com o pagamento de dívidas. São três empréstimos consignados, um crédito pessoal e mais uma série de cheques pré-datados. Somados à pensão de R$ 345 que Bianco paga à ex-mulher, sobra cerca de R$ 1,4 mil para as despesas mensais.

Na série Endividados, o G1 vai contar histórias de brasileiros que fizeram grandes dívidas em diferentes modalidades de crédito. Especialistas vão apontar os erros e dar dicas para sair do vermelho. 

“Eu estou sempre precisando de dinheiro”, diz ele. O problema de Bianco, como ele mesmo diz, é que já não consegue mais “pagar as dívidas e cuidar do orçamento doméstico” como antes. “A minha esposa está me ajudando, só que ela ganha apenas um salário-mínimo”, conta ele. “Estou apertado”, admite.

O aposentado Valdemar Bianco, que é vice-presidente de Relações Públicas da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj), fez seu primeiro empréstimo consignado em 2003, quando uma lei federal permitiu o desconto na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“Logo que começou, peguei um empréstimo. Antes desses de agora, já tinha pegado uns cinco consignados”, recorda. “E quando estou quase terminando de pagar um, já pego outro”, acrescenta.

“Há uns seis anos, peguei uns R$ 3 mil para ajudar a pagar a casa da minha filha”, conta. Em 2009, o aposentado precisou de dinheiro para pagar as multas do carro e as diárias do depósito da prefeitura para onde o veículo foi rebocado. “Ao todo, foram uns R$ 700”, recorda. “Já o empréstimo pessoal foi para ajudar a pagar uma reforma na minha casa, que ainda não consegui terminar”, diz. Ele conta que também tem gastos com um irmão, que tem problemas físicos. “Às vezes, preciso ajudá-lo. Ele foi aposentado por invalidez e também ganha apenas um salário-mínimo”, conta.

Bianco tem hoje três empréstimos consignados e um crédito pessoal que paga, atualmente, a três diferentes bancos. Na modalidade de empréstimo consignado, as parcelas descontadas em folha não podem passar de 30% do valor da aposentadoria, e o teto dos juros mensais é de 2,5%. Atualmente, todos os meses, Bianco tem descontados R$ 572 do holerite, mais os R$ 404 do empréstimo pessoal.

Além disso, no fim do ano passado, o aposentado gastou quase R$ 2,8 mil para colocar um implante dentário. “Passei dez cheques pré-datados de R$ 277 para pagar minha dentadura definitiva. É a minha saúde, e não posso brincar como isso. Se não tiver dinheiro, vou recorrer ao empréstimo”, enfatiza.

Dívida total e mais empréstimos
 
No empréstimo pessoal, o aposentado ainda deve R$ 5.619 ao banco, que vai pagar em 25 parcelas de R$ 404, o que dá pouco mais R$ 10 mil. “O problema do empréstimo pessoal é que os juros são de 4%, que é quase o dobro do consignado”, lamenta Bianco. Nos três empréstimos consignados, que está pagando em 60 vezes, ele diz dever cerca de R$ 15 mil. “Já não faço ideia de quando vou quitar. Joguei a dívida pra frente”, diz, resignado.

Mesmo assim, Bianco pensa em conseguir mais crédito rapidamente. “Se eu pudesse pegar mais um (empréstimo consignado), ia fazer agora. Estou querendo botar um piso na cozinha”, conta. “Recentemente, eu fiz outra reforma em casa, coisas de rotina. E meu carro deu defeito. Sabe como é: a gente gasta muito com carro, que é como se fosse a segunda família”, acrescenta ele. “Mas não posso pegar mais, porque já estou estourado.”

Bianco reconhece que, no início, os empréstimos consignados ajudaram a equilibrar o orçamento. Entretanto, nos últimos anos, a coisa fugiu ao controle. “Mas como vou me controlar, se eu preciso do dinheiro?”, questiona ele. “Esse negócio de empréstimo consignado me deu um alívio, mas, agora, estou me apertando novamente. Este mês, estou com a corda no pescoço. Tenho que ver como vou sair dessa”, comenta. “Ainda bem que, pelo menos, aposentado não paga ônibus”, brinca ele.

Erros
 
Na avaliação do professor de finanças do Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), Marcos Crivelaro, o principal erro de Bianco foi usar o empréstimo consignado como complemento habitual da renda, quando deveria ser usado apenas para emergências.

“Ele está complementando a renda pequena com empréstimos”, diz Crivelaro.


De acordo com ele, o empréstimo deve ser usado apenas para emergências; pegar dinheiro emprestado para fazer reformas em casa, por exemplo, não é recomendado. “É para uma situação de saúde, acidente, fatalidade. Se caiu o telhado, daí tudo bem; mas para reformar a cozinha, não”.

Para o especialista, há algumas regras que precisam ser consideradas na hora de se contratar um empréstimo consignado. A mais importante, diz ele, é nunca fazer um empréstimo em seu nome para outra pessoa. “É uma prática muito comum entre aposentados a de pegar empréstimos para filhos, para netos. Depois se eles não pagam, é o nome do idoso que fica sujo”, diz.

E agora?
 
Na opinião do especialista, daqui para frente a prioridade de Bianco deve ser quitar as dívidas já existentes.

Para disso, o aposentado pode tentar cortar despesas de consumo e abrir alguma folga no orçamento mensal. “Diminuir gastos de consumo, energia elétrica, água, telefone, viagens, presentes para netos, filhos. Não pode cortar coisas que são prioridades, como plano de saúde particular”, diz.

Vender o carro ou trocar por um modelo mais barato também podem ser alternativas para ajudar a quitar as dívidas e liberar algum dinheiro para o caixa da família, sugere Crivelaro.
E, já que já alcançou o limite de endividamento permitido nos consignados, a recomendação é para que Bianco fuja de qualquer empréstimo pessoal.

“Agora esquece, ele vai ter que esperar quitar esse. O que ele não pode é ser seduzido agora por um banco privado, uma conversa de gerente, e pegar outro empréstimo pessoal mais caro que o consignado. Não faça isso”, diz Crivelaro.

Caderno de bordo mostra problemas em outro avião da Noar no Recife

 

BRASIL - - - NOTÍCIAS


Anotações de pilotos foram obtidas com exclusividade pelo Fantástico.
Acidente causou 16 mortes na quarta; Anac suspendeu voos da empresa.


Do G1, com informações do Fantástico

 

!=*\\*//*=! Um caderno de anotações, obtido com exclusividade pelo Fantástico, traz relatos de pilotos sobre problemas de manutenção em um dos aviões da empresa aérea Noar, responsável pela aeronave que caiu nesta quarta-feira (13) no Recife, causando 16 mortes. Segundo a reportagem, o caderno foi recebido de uma fonte anônima e contém informações sobre o outro avião da companhia, que continua a operar.





Levado junto com o diário de bordo, o caderno traz diversos registros escritos por pilotos e copilotos, relatos feitos pela tripulação sobre situações consideradas anormais e que aconteceram a bordo. Com base nas informações, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) suspendeu cautelarmente as operações da empresa neste domingo, para apurar se a companhia está adotando práticas que podem ferir o Código Brasileiro Aeronáutico. "Essas anotações deveriam constar no livro de registro de voo, jornada e ocorrências da aeronave e de seus tripulantes (diário de bordo)", informou a agência.

Veja o site do Fantástico
A reportagem contou 75 anotações no intervalo entre 3 de novembro do ano passado até 9 de julho, sábado da semana passada. Alguns dos registros foram feitos pelo piloto Rivaldo Cardoso, que morreu no acidente. Ele enumera cinco tópicos, no dia 18 de dezembro, escrevendo que a potência do motor teve que ser mantida em 60% para a temperatura não atingisse o limite na decolagem.
O piloto relata a ainda existência de luzes queimadas, diz que o fone do comandante não funciona, que durante uma decolagem de Aracaju teve que reduzir a potência para 50% para manter a temperatura no limite e conclui sugerindo que não se disponibilize a aeronave antes da verificação do problema de elevação da temperatura do motor 1. “A decolagem com 16 passageiros de Maceió para o Recife com torque, ou potência, de 50% não é aconselhável”, diz no texto.

Na coluna preenchida pela equipe de manutenção, está registrado que foi trocado o instrumento de temperatura e que foi agendado voo para checagem.

Duas peças trocadas

A Noar é a única empresa aérea nordestina. Em junho do ano passado começou a fazer voos comerciais para quatro cidades da região. Tinha dois aviões do modelo Let 410, fabricado na República Tcheca. Depois do acidente, a empresa cancelou todos os voos que estavam programados, mas voltou a operar neste sábado.
A empresa informou que o avião acidentado na quarta-feira tinha passado por um serviço de manutenção no fim de semana anterior.

Uma equipe de técnicos da empresa fabricante esteve no Recife e trocou duas peças do motor esquerdo.

A direção da Noar apresentou documentos que comprovariam que o serviço foi feito e o bimotor estaria pronto para voar. Depois do serviço, que se estendeu da sexta ao domingo, o avião voou dezessete horas e quatro minutos até cair.

Ainda no local do acidente, Jairo Gonçalves falou da conversa que teve com o irmão, o copiloto Roberto Gonçalves. “Ele falou pra mim, extra-oficialmente, que a aeronave teve uns problemas de potência. Inclusive, salvo engano, foram trocadas duas turbinas e as aeronaves ficaram paradas. Agora, o que ele falou é que a aeronave estava apta a voar”, afirmou.

Depois de reprogramar suas operações, a Noar colocou o único avião que restou à frota para voar outra vez neste sábado. Ele decolou do Recife pouco depois da 9h com dois tripulantes e mais três pessoas a bordo. Retornou ao Recife com dois passageiros.

Opinião de especialistas

O Fantástico destacou algumas ocorrências anotadas por várias tripulações, com a ajuda de especialistas. Um deles comenta as anotações, o piloto Jackson Porciúncula, com 42 anos de aviação e 26 mil horas de voo.


Um dos primeiros registros do caderno, de 10 de novembro, diz que a potência do motor direito não atingiu 60%. Ficou em mais ou menos em 55%, vindo a normalizar após cruzar os 400 pés de altitude. O piloto afirma que decolagem ocorreu em situação de risco e que aeronave demorou a sair do solo. “Eu diria que essa aeronave, no caso dele, durante a decolagem, ter um problema com o motor da direita, ele, com esse motor, teria dificuldade em retornar para a pista”, diz o comandante.

Corpo de piloto de avião que caiu no Recife é sepultado em Jaboatão dos Guararapes (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem/AE)
Corpo de piloto de avião que caiu no Recife foi cremado com
honras militares Jaboatão dos Guararapes
(Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem/AE)

Em outro registro, o piloto diz que uma luz e um aviso sonoro de indicação do painel não aparecem. A aeronave estaria “estolando”, ou seja, perdendo sustentação e sem os sinais de alerta. A equipe de manutenção informa ao lado da anotação que foi feita uma verificação em solo e que estava tudo ok.

“Isso aí é um fato que, durante uma operação em que o piloto necessite desse aviso de estol da aeronave, ele não vai ter o aviso adequado, podendo comprometer sua análise, seu procedimento, a sua rampa de descida. Em virtude disso, está ali para avisar o piloto que deverá naturalmente baixar o nariz, porque ele está atingindo uma velocidade de estol que ele deve evitar. Isso compromete sim a operação”, destacou Jackson.

Pane

No dia 14 de dezembro, um dos comandantes da Noar relata que placas de indicação das luzes de aviso dos motores direito e esquerdo estão trocadas. Alertam que isso pode gerar erro grave em caso de pane, sobretudo, fogo. Na coluna da manutenção, a informação é de que foi feita a correção provisória enquanto não se invertem as placas.

“Isso naturalmente, no momento de o piloto identificar uma pane no motor, ele vai identificar a pane, mas, se ele ler em cima, no motor, ele vai pensar que a pane é no outro motor. Na minha concepção, dentro do que eu entendo, eu não voaria nessas condições. Eu recusaria essa aeronave”, aponta o especialista.
Em 3 de julho último, o registro é: indicação de razão de subida no display do comandante com variações que a tripulação considera absurdas, de 100 a 1300 pé por minuto, enquanto o display da direita apresenta mais ou menos 100 pés.

“Isso é fundamental em descida por instrumento. Em condições ruins de tempo, é fundamental. Ele usa a palavra "absurda". De 100 a 1000 e 1300, é absurdo. Eu nunca usei em minha aviação inteira a palavra absurda, porque eu diria que para mim essa variação quando chegou a 100 pés ela já seria o suficiente para que eu trocasse de instrumento”, diz o comandante Jackson Porciúncula.

Na última anotação, de 9 de julho, o piloto diz: “Urgente, atenção: um copiloto que voava como passageiro observou que a porta do trem de pouso esquerdo, que já se encontrava amassada, parecia que ia se soltar em voo, inclusive dobrando para cima pela ação do vento”.

“Ele está reportando que uma das comportas do trem de pouso que está aparentemente solta e que estava com uma inclinação para cima. Isso pode causar algum problema aerodinâmico à aeronave. Então ele reporta aqui: ‘urgente atenção’. Eu interpreto que esse piloto aqui estava pedindo que realmente fosse tomada uma providência, que ele estava no limite dele aqui de aceitação de uma situação dessas”, declara Jackson.

Outro lado

A reportagem procurou os diretores da Noar Linhas Aéreas, que disseram que não gravariam entrevista, mas que se pronunciariam por meio de nota. O diretor de assuntos corporativos e comerciais da Noar, Giovanne Farias, também foi procurado. A ele, foi entregue uma cópia do material.

Sobre o pedido de acesso e a existência no avião do caderno onde a tripulação relatava ocorrências de vôos, ele se manifestou em nota: “A Noar Linhas Aéreas criou um registro auxiliar com a finalidade de apresentar impressões e percepções das tripulações acerca do funcionamento das aeronaves. Essas impressões e percepções podem se transformar em ordens de serviço, se for necessário, após análise dos especialistas em manutenção da empresa”.

A nota diz também considerar “grave seria a omissão dessas informações”. A companhia ainda informa que todas as ocorrências foram solucionadas e que as informações estabelecidas no regulamento brasileiro da aviação civil estão, sim, registradas nos livros de bordo. Questionada se a outra aeronave também tinha esse tipo de registro, a Noar respondeu que sim.