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domingo, 6 de março de 2016

Montadoras produzem menos da metade da capacidade, diz Anfavea

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Ociosidade na indústria no 1º bimestre foi de 64%, segundo associação.
Capacidade é de 5 milhões de veículos/ano; 2016 deverá ter 2,44 milhões.

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Rafael Miotto e Luciana de OliveiraDo G1, em São Paulo
05/03/2016 07h00 - Atualizado em 05/03/2016 07h00
Postado em 06 de março de 2016 às 10h15m

Fábrica da Fiat, em Betim, MG (Foto: Divulgação)Fábrica da Fiat, em Betim, MG; produção de veículos no 1º bimestre, no Brasil, foi 31% menos que no mesmo período do ano passado (Foto: Divulgação)

Em meio à crise, a indústria automotiva brasileira produziu menos da metade de sua capacidade neste 1º bimestre, segundo a associação das montadoras, a Anfavea. 

"Em janeiro e fevereiro, operamos em ociosidade de 64%", disse o presidente da entidade, Luiz Moan, na última sexta-feira (4), ao apresentar o balanço mensal. "A sustentabilidade do setor está bastante prejudicada", completou.
Indústria automotiva brasileira tem capacidade para produzir 5 milhões de veículos ao ano (Foto: G1)
Segundo ele, o país tem capacidade para produzir 5 milhões de carros, caminhões e ônibus ao ano, mas deve fechar 2016 com 2,44 milhões fabricados, ou seja, metade da capacidade.

A Anfavea diz não ter como comparar este nível de ociosidade com o de outros anos por fazer esse levantamento apenas pontualmente e não ter uma série histórica.

No ano, de acordo com a previsão, as fábricas de carros usarão 50% da capacidade; as de veículos pesados, apenas 26%.
Em 2016, indústria automotiva deve produzir apenas metade da sua capacidade total, estima Anfavea (Foto: G1)
Queda no ranking mundial

Em 2015, pela primeira vez, desde 2007, a produção de veículos no Brasil ficou abaixo de 3 milhões de unidades.

Assim, o país perdeu mais uma posição no ranking mundial: terminou em 9º lugar, atrás de China, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Coreia do Sul, Índia, México e Espanha, de acordo com dados da associação mundial dos produtores, a Oica.

O país também caiu no ranking mundial de vendas: foi da 4ª posição, em 2014, para a 7ª, sendo ultrapassado por Alemanha, Índia e Grã-Bretanha, conforme levantamento da consultoria Jato Dynamics. O ano de 2015 foi o terceiro seguido de queda nos emplacamentos no Brasil, com um tombo de 26,5%.

Neste 1º bimestre, as vendas de veículos caíram 31% em relação ao mesmo período do ano passado. Com vendas em baixa, as montadoras reduzem a produção, a fim de manejar os estoques. 

Em janeiro e fevereiro saíram das fábricas 31,6% menos carros, caminhões e ônibus do que no 1º bimestre de 2015. Mesmo assim, fevereiro teve estoque para 46 dias nos pátios e concessionárias, um número considerando alto.
Indústria automotiva fechou fevereiro de 2016 com 130.262 empregados (Foto: G1)
7,3 mil em 'layoff'
Com o freio na produção, as empresas lançam mão de recursos como a suspensão temporária de contratos, o chamado "layoff", para lidar com a ociosidade nas fábricas.
Diversas aderiram ainda ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz o número de horas trabalhadas e o salário.

Segundo Moan, atualmente, as montadoras têm 36,4 mil empregados com algum tipo de restrição na jornada, sendo 29.100 no PPE e 7.300 em "layoff", incluindo os 1.500 da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) e 800 que estão em férias coletivas na Volkswagen, na mesma cidade, e que, segundo o sindicato local, deverão entrar em "layoff" posteriormente.
Em fevereiro, 36,4 mil empregados das montadoras estavam em lay-off ou no Plano de Proteção ao Emprego (Foto: G1)
A Anfavea prevê que mais 1,8 mil empregados entrarão em "layoff", o que corresponde ao grupo da fábrica da Ford, em Camaçari (BA), onde é feito o Ka, um dos carros mais vendidos no país.

A indústria automotiva fechou fevereiro com 130.262 empregados, montante 0,7% maior do que em janeiro, mas 8,5% inferior ao de 1 ano atrás, considerando também as fábricas de máquinas agrícolas.

Somente nas fábricas de autoveículos (carros, caminhões e ônibus), havia 114.887 empregados em fevereiro, volume também 0,8% maior do que em janeiro e 7,4% menor do que em no mesmo período do ano passado.

Ranking de produção de veículos
Em 2015, em milhões de unidades
Created with @product.name@ @product.version@24,512,19,264,54,13,52,72,42,2ChinaEUAJapãoAlemanhaCoreia do SulÍndiaMéxicoEspanhaBrasilCanadá0102030
Fonte: Oica
Em 2015, a indústria de autoveículos encerrou o ano passado com 114.336 empregados, o menor número desde 2009.

108 mil vagas fechadas
Segundo levantamento do G1, feito com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o setor automotivo fechou 108 mil vagas em 2015.

Os dados consideram, além das montadoras, os empregos em fabricantes de cabines, carrocerias e reboques; de peças e acessórios; empresas de recondicionamento e recuperação de motores; de manutenção e reparação de veículos; concessionárias e lojas de veículos usados; comércio de peças de reposição e acessórios; e postos de combustíveis.

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Produção de veículos cai 36,4% em fevereiro sobre 2015, diz Anfavea


É o pior resultado para o mês desde 2002, segundo a associação.
No bimestre, queda é de 31,6%; montante foi o menor desde 2003.


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Rafael MiottoDo G1, em São Paulo
04/03/2016 11h33 - Atualizado em 04/03/2016 15h40
Postado em  06 de março de 2016 às 10h15m
A produção de carros, caminhões e ônibus caiu 36,4% em fevereiro frente ao mesmo mês de 2015, informou a associação das montadoras, a Anfavea, nesta sexta-feira (4). 

No mês passado, saíram das fábricas 131.313 veículos contra 206.400 produzidos 1 ano antes. Foi o pior resultado para o mês de 2002, que somou 116 mil unidades fabricadas.
No 1º bimestre, foram produzidas 281.419 unidades, um montante 31,6% menor que em janeiro e fevereiro de 2015 (que teve 411.705 veículos fabricados) e o pior 1º bimestre desde 2003, quando a soma de janeiro e fevereiro foi de 273 mil unidades.
Com relação a janeiro, quando 150.106 unidades foram fabricadas, houve recuo de 12,5%.

Por segmento
A produção de carros recuou 12,5% em fevereiro e 31,6% no bimestre. A de caminhões caiu 30,8% no mês e 40,7% no acumulado do ano. A de ônibus tem situação pior: queda de 41,9% em fevereiro e de 45,2% considerando também janeiro. Todos os resultados são na comparação com 2015.

Vendas caem 21%
Em fevereiro, as vendas caíram 21%, conforme já havia adiantado a federação dos concessionários, a Fenabrave, na última terça (1º). Foram licenciados 125.072 carros, caminhões e ônibus no mês passado contra 154.925 no mesmo período de 2015.
No bimestre, a queda nos emplacamentos é de 31,3%. É o pior resultado para o período desde 2007, ainda segundo a associação.

Exportações sobem; Irã pode ser cliente
Por outro lado, as exportações, que fecharam 2015 em alta no volume, continuam crescendo. Foram vendidos 36.484 veículos para o exterior em fevereiro, um número 16,7% maior do que no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o montante é 26,8% superior ao do 1º bimestre de 2015.
Em valores, houve aumento de 1% em relação a 1 ano atrás, totalizando US$ 848,7 milhões. Porém, no acumulado do ano, o montante de US$ 1,39 bilhão resultante das exportações é 7,5% menor que o obtido em janeiro e fevereiro de 2015.

Moan disse que o Irã poderá começar a comprar carros do Brasil. "Tivemos uma missão no Irã no ano passado, que pode gerar novos negócios", afirmou. Segundo ele, a previsão é de exportar ao país 140 mil carros, 75 mil caminhões e 17 mil ônibus.

Empregos
A indústria automotiva fechou fevereiro com 130.262, montante 0,7% maior do que em janeiro, mas 8,5% inferior ao de 1 ano atrás, considerando também as fábricas de máquinas agrícolas.

Segundo Moan, atualmente, as montadoras têm 36,4 mil empregados com algum tipo de restrição na jornada, sendo 7.300 em "layoff" e 29.100 no PPE. Neste mês, mais 1.8 mil empregados deverão entrar em "layoff".

Estoques
Apesar do "freio" na produção, o nível de estoque nos pátios e lojas continua alto, em 241,4 mil veículos, o equivalente a 46 dias.

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