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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Encontrado na Austrália o esperma mais antigo do mundo

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Sêmen de 17 milhões de anos estava dentro de camarão fossilizado



Montagem mostra detalhes do esperma mais antigo do mundo, encontrado em um parque da Austrália
Foto: Universidade da Nova Gales do Sul / AFP

Montagem mostra detalhes do esperma mais antigo do mundo, encontrado em um parque da Austrália Universidade da Nova Gales do Sul / AFP
QUEENSLAND — O esperma mais antigo do mundo, e também o mais bem preservado, foi encontrado na Austrália. Ele tem nada menos do que 17 milhões de anos e estava dentro de um minúsculo camarão fossilizado achado no Riversleigh, um parque arqueológico de Queensland, na Austrália, considerado Patrimônio Mundial da Unesco.

No parque, que fica ao Norte de Queensland, muitos animais pré-históricos já foram encontrados, como diversas espécies de morcegos e antepassados do lobo e do tigre da Tasmânia.

Mike Archer, pesquisador da Faculdade de Biologia, Geologia e Ciências Ambientais da Universidade da Nova Gales do Sul que escava o local há 35 anos, classificou o achado como emocionante.

— Este é o mais antigo esperma fossilizado já encontrado no registro geológico — disse à agência de notícias “AFP”.

Os espermatozoides estavam bem enrolados dentro dos órgãos sexuais dos crustáceos de água doce fossilizados, conhecidos como ostracodes — pequenos artrópodes crustáceos. 

Por isso, disseram os cientistas, estavam tão bem conservados.
— Nós nos acostumamos a surpresas deliciosamente inesperados que aparecem por lá (Riversleigh) — acrescentou Archer. — Mas a descoberta de fósseis de esperma, com núcleos espermáticos, foi totalmente inesperado. Isso nos faz pensar que outros tipos de preservação extraordinária nos esperam para serem descobertos nestes depósitos.

Os fósseis foram recolhidos em 1998 e enviados para John Neil, um pesquisador especializado em ostracodes da Universidade La Trobe, em Melbourne, também na Austrália. Foi Neil quem percebeu que haviam tecidos moles fossilizados dentro dos animais.

Um estudo microscópico revelou que os fósseis continham os órgãos internos preservados dos ostracodes, incluindo os seus órgãos sexuais. Dentro deles, estavam os espermatozoides perfeitamente preservados com núcleos, que no passado continha cromossomos e o DNA dos animais.

O tamanho dos espermatozoides também surpreendeu os cientistas. Eles possuem cerca de 1,3 milímetros de comprimento, um pouco mais do que o corpo do próprio camarão.
O estudo foi publicado na revista “Proceedings of the Royal Society B”. 

 Segundo Archer, os camarões foram encontrados em um local onde, há 17 milhões de anos, existia uma caverna no meio de uma vasta floresta tropical, com grande diversidade biológica.
— Esses ostracodes minúsculos prosperaram em uma poça de água na caverna que era continuamente enriquecida pelos excrementos de milhares de morcegos — contou Archer.

A pesquisadora Suzanne Hand, especialista em morcegos também da Universidade da Nova Gales do Sul, explicou que o despejo constante de fezes desses animais teria aumentado o nível de fósforo na água. Por isso, sustenta, os tecidos moles ficaram mineralizados.

— Esta descoberta surpreendente em Riversleigh é ecoada em alguns exemplos de preservação de tecidos moles em depósitos ricos em fósseis de morcegos na França — disse Suzanne. — Portanto, a chave para a preservação eterna dos tecidos moles pode ser de fato algum ingrediente mágico em fezes de morcego.

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