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domingo, 9 de fevereiro de 2025

Companhia aérea asiática ganha o prêmio de melhor do mundo em 2025; veja ranking

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A Korean Air foi eleita a Companhia Aérea do Ano de 2025, superando a vencedora do ano passado, a Qatar Airways. Conforto do passageiro foi citado como uma das principais razões para o prêmio.
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Por Redação g1

Postado em 09 de Fevereiro de 2.025 às 12h45m

#.* Post. - Nº.\  11.502*.#

Companhia aérea asiática é eleita a melhor do mundo em 2025 — Foto: Reprodução/Airline Ratings
Companhia aérea asiática é eleita a melhor do mundo em 2025 — Foto: Reprodução/Airline Ratings

A Korean Air foi eleita a Companhia Aérea do Ano de 2025, superando a vencedora do ano passado, a Qatar Airways. O prêmio é do AirlineRatings.com, site de segurança da aviação e classificação de produtos que análise companhias aéreas do mundo.

Um dos principais motivos para empresa de bandeira sul-coreana levar o prêmio para casa foi o "foco excepcional no conforto do passageiro, particularmente na Classe Econômica".

Ao contrário de muitos concorrentes, a Korean Air resistiu à redução do espaço dos assentos, garantindo uma experiência de viagem mais confortável, segundo a premiação.

Outro ponto importante é que a companhia aérea distribuí alguns "mimos" para os passageiros, como chinelos e porções generosas de refeição em voos de longa distância.

A recente fusão da companhia aérea com a Asiana Airlines — a maior consolidação da história da aviação asiática — também é um dos principais fatores que contribuíram para o primeiro lugar no topo.

"Os investimentos significativos em aeronaves modernas e com baixo consumo de combustível demonstraram seu comprometimento com a inovação e a prontidão para o futuro, solidificando sua vitória", afirma o site.

Além de reconhecer as melhores companhias aéreas de serviço completo e de baixo custo, este ano o site adicionou uma nova categoria: Melhores Companhias Aéreas Híbridas.

Segundo a CEO da AirlineRatings, Sharon Petersen, o objetivo é "celebra as companhias aéreas híbridas e seu impacto positivo significativo na indústria de viagens".

Veja as 25 principais companhias aéreas de serviço completo em 2025:

  1. Korean Air
  2. Qatar
  3. Air New Zealand
  4. Cathay Pacific
  5. Singapore Airlines
  6. Emirates
  7. Japan Airlines
  8. Qantas
  9. Etihad
  10. Turkish Airlines
  11. EVA Air
  12. Fiji Airways
  13. Virgin Atlantic
  14. ANA
  15. Aero Mexico
  16. Air Caraibes
  17. Thai Airways
  18. STARLUX Airlines
  19. Vietnam Airlines
  20. Sri Lankan Airlines
  21. Air France
  22. KLM (companhia aérea está testando um modelo híbrido em algumas rotas)
  23. Air Calin
  24. Air Mauritius
  25. Garuda Indonesia

Veja as 20 melhores companhias aéreas de baixo custo para 2025:

  1. Jetblue
  2. Westjet
  3. Virgin Australia
  4. Delta Airlines
  5. United
  6. American Airlines
  7. Lufthansa
  8. Air Canada
  9. LOT Polish Airlines (está sob mudança e em breve poderá ser serviço completo)
  10. TAP Portugal
  11. Alaska Airlines
  12. SWISS
  13. Avianca
  14. Iberia
  15. British Airways
  16. Finnair
  17. Austrian Airlines
  18. Hawaiian
  19. ITA
  20. SAS

Veja as 20 principais companhias aéreas híbridas para 2025:

  1. AirAsia
  2. Jetstar
  3. AirBaltic
  4. HK Express
  5. Easyjet
  6. FlyDubai
  7. Ryanair
  8. Scoot
  9. Breeze
  10. Southwest
  11. SKY Airline
  12. FlyNas
  13. TUI
  14. Norwegian
  15. Indi GO
  16. Air Arabia
  17. Volaris
  18. Jet2
  19. Wizz
  20. Vueling
Veja mais:

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Manuscrito queimado pelo Vesúvio é decifrado com ajuda de IA

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Inteligência artificial, raios X e tomografias computadorizadas ajudaram no processo de compreensão do papiro carbonizado
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Por www.msm.com 
História de Eduardo Lima  

o6 de fevereiro de 2.025 - Atualizadop há o2 dias
Postado em 09 de Fevereiro de 2.025 às 07h00m

#.* Post. - Nº.\  11.501*.#


'Pergaminhos de Herculano': Cientistas 'desenrolam' digitalmente documentos queimados pelo Monte Vesúvio



"Nojo". Essa foi uma das primeiras palavras que pesquisadores leram em um pergaminho antigo que foi carbonizado na erupção do monte Vesúvio – a mesma que destruiu a cidade de Pompeia, há quase 2.000 anos.

O pergaminho é só um de centenas que foram encontrados na biblioteca de uma mansão romana em Herculano, cidade vizinha a Pompeia que também foi enterrada sob as cinzas vulcânicas do Vesúvio no ano 79 d.C. Essa cidade foi descoberta um pouco antes de sua colega mais famosa, em 1709. Diferente de Pompeia, as cinzas que cobriram Herculano preservaram madeira e alguns materiais orgânicos, como alimentos e papiro.

Vários papiros foram encontrados na mansão, que pode ter sido do sogro de Júlio César. O problema é que a maioria deles estava tão carbonizada que a tinta preta tinha se tornado ilegível, e os pergaminhos viravam pó assim que os pesquisadores tentavam abri-los.

Um desses papiros, chamado de PHerc. 172 pelos arqueólogos, foi desvendado com a ajuda de imagens 3D de raio-x. O exame de imagem possibilitou que os pesquisadores desenrolassem o pergaminho digitalmente, sem abrir – e destruir – essa relíquia histórica. Em seu estado atual, ele mais parece um pedaço de pedra do que um papiro enrolado:

O artefato está armazenado na biblioteca Bodleian, na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Esse já é o quinto pergaminho desvendado virtualmente pelos pesquisadores do Vesuvius Challenge, uma competição que incentiva as pessoas a usarem inteligência artificial de aprendizado de máquina para conseguir ler os papiros.

Ajude a decifrar o pergaminho

O pergaminho PHerc. 172 é, por enquanto, o papiro com mais texto recuperável dos destroços de Herculano, mas ainda não foi lido completamente. A equipe está usando inteligência artificial e outros modelos computacionais para reconstruir o texto e realçar a tinta, que é tão preta quanto o carvão que o papiro virou. As primeiras informações sobre o pergaminho foram divulgadas pela equipe da biblioteca Bodleian.

Eles já conseguiram identificar algumas colunas de texto, com 26 linhas cada uma. Pesquisadores da Universidade de Oxford já estão trabalhando no assunto, mas a equipe do Vesuvius Challenge está chamando mais cientistas – profissionais ou cidadãos – que queiram ajudar.

A palavra "nojo", que já foi identificada duas vezes no espaço de algumas colunas de texto, é uma tradução do original em grego antigo διατροπή. 

Os pesquisadores conseguem enxergar a tinta desse pergaminho mais facilmente pelas imagens de raio-x. Ele é muito mais legível que os outros pergaminhos que já foram desvendados pelo Vesuvius Challenge. A hipótese é que essa tinta provavelmente tinha algum ingrediente mais denso, como chumbo, que ajuda o texto a aparecer mais nas imagens de raio-x.

Atualmente, os pesquisadores estão trabalhando em refinar as imagens do manuscrito PHerc. 172, para deixar as linhas de texto mais visíveis. A meta dos cientistas é chegar ao centro do pergaminho, onde o título da obra provavelmente está preservado.

O raio-x da relíquia e de vários outros pergaminhos foi feito num síncrotron – um acelerador de partículas circular – no Reino Unido. Os dados foram disponibilizados pelo Vesuvius Challenge, que já ofereceu prêmio de US$ 700 mil (R$ 4 milhões) para pessoas que decifraram 2000 letras gregas de outro pergaminho.

Esse outro papiro, que já foi desvendado, pode ter sido escrito pelo filósofo epicureu Filodemo. No texto, ele fala de fontes de prazer, como música e comida, e pergunta a si mesmo se as experiências prazerosas vêm da abundância ou da escassez, da pintura completa ou dos pequenos detalhes. Tópicos mais positivos que nojo, sem dúvida.

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sábado, 8 de fevereiro de 2025

Ártico pode ficar irreconhecível até 2100 e efeitos serão devastadores, aponta estudo; veja IMPACTOS

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Previsão vem de um estudo recém-publicado na revista científica "Science", que afirma que, mesmo se os compromissos atuais de redução de emissões de todos os países do mundo forem mantidos, transformações drásticas aconteceriam na região.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 08 de Fevereiro de 2.025 às 07h00m

#.* Post. - Nº.\  11.500*.#

O aquecimento global está levando a Terra a um ponto crítico, principalmente no Ártico, onde os impactos das mudanças climáticas são ainda mais intensos. — Foto: Kathryn Hansen/NASA
O aquecimento global está levando a Terra a um ponto crítico, principalmente no Ártico, onde os impactos das mudanças climáticas são ainda mais intensos. — Foto: Kathryn Hansen/NASA

Cientistas divulgaram nesta semana uma pesquisa que traça um cenário preocupante para o futuro do planeta e, mais especificamente, para a região polar do Ártico, um dos ecossistemas mais sensíveis às mudanças climáticas. Segundo o estudo, é possível que até 2100 essa paisagem gelada fique irreconhecível.

A previsão consta em estudo recém-publicado na revista científica "Science". No artigo, os pesquisadores concluem que, mesmo se todos os países cumprirem suas promessas já divulgadas para redução de emissões de gases de efeito estufa, a temperatura global poderá subir 2,7°C até o fim do século.

E isso aceleraria transformações drásticas no Ártico, uma das regiões que mais sofre com o aquecimento do planeta, causando não só o derretimento do gelo e danos à infraestrutura, mas também o colapso de ecossistemas e impactos graves nas comunidades locais (entenda mais sobre os impactos abaixo).

"O aquecimento do Ártico contribui para o aquecimento global acelerado e todos os fenômenos climáticos associados a isso", alerta ao g1 Julienne Stroeve, autora do estudo e cientista de pesquisa sênior no Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA (NSIDC), na sigla em inglês.

📝 CONTEXTO: Ainda não chegamos aos 2,7°C de aquecimento projetados para o final do século, mas em 2024, pela primeira vez, as temperaturas globais superaram 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. E esse 1,5°C é o chamado "limite seguro" do aquecimento global, o aumento máximo que devemos impedir para evitar os piores efeitos da crise climática.

A projeção dos pesquisadores considera as chamadas Contribuição Nacional Determinada (NDC, na sigla em inglês) assumidas pelos países. As NDCs são as metas climáticas das nações signatárias do Acordo do Clima de Paris. Ambientalistas e pesquisadores cobram NDCs com metas mais ousadas.

Impactos alarmantes

Se o aumento de temperatura atingir esse nível alarmante de 2,7°C, praticamente todos os dias do ano no Ártico terão temperaturas mais altas do que as extremas observadas antes da industrialização para a região, ainda segundo o estudo.

Isso poderá impactar o Oceano Ártico como um todo, por exemplo, que poderá perder completamente sua camada de gelo, algo que NUNCA aconteceu na história. Durante o verão, ele também poderá ficar sem gelo por vários meses, o que não ocorre desde o último interglacial, um intervalo geológico há cerca de 130 mil anos.

Além disso, a Groenlândia poderá vivenciar um aumento tão intenso nas suas temperaturas que a área do gelo que derrete será até quatro vezes maior do que antes da industrialização. E esse derretimento poderá acelerar o aumento do nível do mar, com grandes volumes de água fluindo para os oceanos e impactando cidades costeiras.

📝 Em resumo, as principais conclusões dos estudos são as seguintes:

  • A região enfrentará temperaturas mais altas do que as observadas antes da industrialização, afetando diretamente o clima e os ecossistemas locais.
  • O Oceano Ártico ficará sem gelo durante vários meses a cada verão, o que alterará profundamente os habitats e a vida marinha que dependem do gelo.
  • O derretimento acelerado da Groelândia contribuirá para o aumento do nível do mar, afetando não só as populações costeiras, mas também os ecossistemas marinhos que dependem da estabilidade do gelo.
  • Espécies como ursos polares, focas e baleias Beluga enfrentarão mudanças em seus habitats e alimentação, com algumas populações possivelmente desaparecendo devido à perda de gelo.
  • O derretimento do permafrost afetará a infraestrutura e as comunidades locais, danificando estradas, edifícios e gerando riscos à segurança das populações.
Duas pessoas caminham sobre placas de gelo, com algumas áreas derretidas em uma região do Ártico. — Foto: NASA/Kathryn Hansen
Duas pessoas caminham sobre placas de gelo, com algumas áreas derretidas em uma região do Ártico. — Foto: NASA/Kathryn Hansen

Mais ondas de calor, secas e inundações

Hansen conta que o estudo foi realizado a partir de uma análise detalhada das mudanças climáticas no Ártico. A pesquisa partiu inclusive de modelos climáticos para entender como essas mudanças, em particular o derretimento do gelo marinho e a diminuição da camada de permafrost, um solo permanentemente congelado, impactariam não apenas o Ártico, mas o clima global.

Para isso, ela e outros pesquisadores compararam o impacto do aquecimento global em cenários de 1,5°C, 2°C e 2,7°C de aumento de temperatura, baseando-se em estudos existentes e nas projeções mais recentes, como as do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

Com isso, descobriram que o aquecimento do Ártico mais rápido do que outras regiões pode alterar profundamente o gradiente de temperatura entre os polos e o equador. Na prática, isso resulta no enfraquecimento dos ventos e pode levar a extremos climáticos que ficam presos por mais tempo em determinadas regiões.

➡️ E esses fenômenos podem gerar ondas de calor, secas ou inundações, dependendo do clima que está "preso" na região.

Às vezes, outros fatores podem equilibrar isso, mas uma coisa é certa: tudo no planeta está interconectado, então mudar uma parte do sistema faz com que o resto precise se ajustar. O aquecimento do Ártico também contribui para o aquecimento global acelerado e os fenômenos climáticos relacionados.

— Julienne Stroeve, autora do estudo e cientista de pesquisa sênior no Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA (NSIDC), na sigla em inglês.

Fora todo esse cenário, o estudo também abordou a questão do degelo na Groenlândia, que tem uma contribuição significativa para o aumento do nível do mar.

E embora seja complexo calcular essa perda de massa de gelo com precisão, já que nem toda água derretida chega diretamente aos oceanos — parte pode se infiltrar no gelo ou se congelar novamente dentro dele — o impacto desse derretimento é claro e crescente.

🌊 Pelas estimativas da Nasa, por exemplo, entre 1992 e 2018, a Groenlândia perdeu 3,8 trilhões de toneladas de gelo, o que pode levar a um aumento de 7 a 13 cm no nível do mar até 2100, caso as taxas de derretimento se mantenham.

O Ártico hoje e amanhã. — Foto: Arte/g1
O Ártico hoje e amanhã. — Foto: Arte/g1

No entanto, Stroeve acredita que essa sequela pode ser ainda maior. Ela aponta que, embora o derretimento superficial seja a principal fonte de contribuição da Groenlândia para o aumento do nível do mar no futuro, há outros processos envolvidos que também podem acelerar essa perda de massa de gelo, como o calvário de icebergs — o desprendimento das grandes camadas de gelo que flutuam para o oceano.

"Eu suspeito que a Groenlândia contribuirá com mais de 20 cm para o aumento global do nível do mar, mas o quanto mais é incerto", diz.

Nesta semana, um outro estudo mostrou que as temperaturas no Ártico subiram mais de 20°C acima da média no último domingo, ultrapassando o limite para o derretimento do gelo.

Esse aumento extremo foi observado principalmente ao norte de Svalbard, na Noruega, onde a temperatura já havia subido 18°C acima da média no sábado, e se aproximava do ponto de fusão do gelo, de 0°C. No domingo, a anomalia chegou a mais de 20°C.

Segundo os cientistas, essas mudanças estão fortemente ligadas a um sistema de baixa pressão sobre a Islândia, que direcionou um forte fluxo de ar quente para o Ártico. Mas embora eventos como esse já tenham ocorrido antes, a intensidade tem sido cada vez maior justamente devido ao aquecimento global.

"Eventos extremos como esse têm um impacto adicional a curto prazo na cobertura de gelo", explica Mika Rantanen, cientista do Instituto Meteorológico Finlandês, em entrevista ao g1.

"O gelo do mar pode se recuperar rapidamente, caso, por exemplo, as semanas seguintes sejam mais frias. Mas a previsão de um Ártico sem gelo durante o verão nos próximos 20 anos não é afetada pelo calor atual", acrescenta.

Rantanen conta ainda que para cada tonelada de CO2 emitida, o Ártico perde cerca de 3 metros quadrados de sua cobertura de gelo marinho no verão, o que tem sido o principal motor do derretimento do gelo nas últimas décadas.

Além disso, a mudança nas temperaturas de inverno tem alterado o processo natural de crescimento do gelo. Por isso, com o aumento das temperaturas nesse período, o crescimento do gelo tem sido cada vez menor, o que resulta em uma camada mais fina e vulnerável ao derretimento durante o verão.

"Com isso, estamos caminhando para um futuro onde, provavelmente, veremos o Ártico sem gelo no verão dentro de 20 anos", diz.

E a previsão de um Ártico sem gelo no verão, em um futuro próximo, é justamente o que confirma o estudo de Stroeva.

Caso o aquecimento global atinja 2,7°C até o final do século, praticamente todos os dias do ano terão temperaturas árticas superiores às médias pré-industriais, com o inverno chegando a registrar um aumento de mais de 10°C. Assim, pelas estimativas dos cientistas, isso levaria a uma perda completa da cobertura de gelo do Oceano Ártico, que se tornaria livre de gelo no verão todos os anos, por meses a fio.

Além disso, o gelo que ainda existe durante o inverno poderá se tornar muito mais fino e, em muitos casos, não se estenderá até as costas, devido à diminuição da temporada de crescimento do gelo, cada vez mais afetada pelo aquecimento da região.

Com isso, a perda de gelo marinho poderá ter efeitos devastadores para os animais que dependem desse ambiente, como os ursos polares e focas, que enfrentariam riscos de extinção em várias regiões.

Porém, o impacto disso deverá ir além da fauna. As condições climáticas mais extremas devem afetar também as comunidades humanas, principalmente aquelas que vivem nas regiões mais ao norte.

O derretimento do permafrost, por exemplo, poderá causar danos significativos às infraestruturas locais, com a degradação do solo prejudicando construções e aumentando os riscos de desastres naturais, como desabamentos e erosão costeira.

E fora tudo isso a navegação no Ártico poderá se tornar mais difícil e perigosa, embora o derretimento do gelo favoreça rotas comerciais mais rápidas, o que trará novos desafios geopolíticos e ambientais.

Como o aquecimento global afeta a vida no Ártico — Foto: Arte/g1
Como o aquecimento global afeta a vida no Ártico — Foto: Arte/g1

Tempo de sobra?

O estudo de Stroeve destaca que o aquecimento no Ártico não é apenas uma crise regional, mas sim global, com repercussões em economias, ecossistemas e culturas. Por isso, ela acredita que, para evitar ou mitigar os impactos desse aquecimento, é essencial reduzir drasticamente a quantidade de CO2 que estamos liberando na atmosfera.

E isso exige ação em várias frentes, como nos setores de transporte, produção de alimentos e manufatura.

"Já vemos nos Estados Unidos que as seguradoras não estão mais cobrindo nossas casas, pois o custo dos desastres climáticos continua aumentando. Com a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris e o compromisso com o desenvolvimento de mais combustíveis fósseis, estaremos retrocedendo por um tempo, em vez de avançarmos", alerta a cientista.

Em relação às estratégias de mitigação, ela menciona que ainda há tempo para limitar o aquecimento a níveis abaixo de 2,7°C, mas isso depende de ações rápidas e audaciosas.

Dirk Notz, cientista climático da Universidade de Hamburgo, reforça a gravidade da situação. Ele alerta que a perda de gelo marinho no Ártico é impulsionada principalmente pela quantidade de CO2 emitido pela atividade humana.

Um iceberg derrete nas redondezas da cidade de Narsarsuaq, no sul da Groelândia. — Foto: REUTERS/Bob Strong
Um iceberg derrete nas redondezas da cidade de Narsarsuaq, no sul da Groelândia. — Foto: REUTERS/Bob Strong

Isso porque a cada tonelada de CO2 liberada na atmosfera, o Ártico perde cerca de 3 metros quadrados de sua cobertura de gelo no verão. Embora extremos temporários possam afetar a quantidade de gelo, Notz garante que a tendência de um Ártico sem gelo no verão será inevitável nas próximas décadas se as emissões de gases de efeito estufa continuarem.

O crescimento do gelo no inverno, que antes ajudava a manter a cobertura gelada durante o ano, está diminuindo devido ao aumento das temperaturas. Como resultado, o Ártico está cada vez mais vulnerável ao derretimento no verão, o que levará, muito provavelmente, a um oceano Ártico sem gelo no futuro próximo.
— Dirk Notz, cientista climático da Universidade de Hamburgo.

Segund Notz, o que precisamos entender é que o aquecimento no Ártico serve como um alerta precoce dos impactos catastróficos do aquecimento global em outras partes do planeta.

"O Ártico é, na verdade, um sistema de alerta vital, que sinaliza as mudanças drásticas que estão ocorrendo em nosso clima devido à ação humana", diz.

Primeiro dia sem gelo no Ártico pode acontecer em 2027, alerta estudo

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