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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Compras internacionais recuam em 2024, mas arrecadação sobe 40% com novo imposto e bate recorde

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Em agosto, governo aumentou para 20% o imposto sobre encomendas internacionais de até US$ 50 – a tal 'taxa da blusinha'. ICMS, cobrado pelos estados, vai subir de 17% para 20% em abril.
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Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Postado em  29 de Janeiro de 2.025 às 09h15m

#.* Post. - Nº.\  11.488*.#

Encomendas caem em 2024 com taxação das 'blusinhas', mas arrecadação do governo tem aumento — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Encomendas caem em 2024 com taxação das 'blusinhas', mas arrecadação do governo tem aumento — Foto: GETTY IMAGES via BBC

A Secretaria da Receita Federal informou nesta quarta-feira (29) que o número de encomendas internacionais feitas pelos brasileiros caiu 11% em 2024 na comparação com 2023.

Foram 187,12 milhões de mercadorias compradas no exterior em 2024, contra 209,58 milhões no ano anterior.

"A importação por meio do Programa Remessa Conforme representou 91,5% do total de importações de 2024, representando 171.323.467 declarações de importações registradas", acrescentou a Receita Federal.

Apesar da queda no número das remessas internacionais, a arrecadação do imposto de importação cresceu 40,7% em relação a 2023.

O governo recolheu R$ 2,8 bilhões, um recorde histórico. Em 2023, a arrecadação havia somado R$ 1,98 bilhão.

Quando anunciou a taxação de 20% das remessas internacionais, em agosto do último ano, o Fisco projetou um incremento de R$ 700 milhões em arrecadação em 2024.

"O aumento da arrecadação vai ao encontro da criação do Programa Remessa Conforme e o estabelecimento, pelo Congresso Nacional, da tributação sobre todas as remessas, independentemente do valor da importação", informou a Receita Federal.

Com a disparada de 27% do dólar no ano passado, também subiu o valor das importações por meio das remessas internacionais, atingindo R$ 16,6 bilhões. Em 2023, haviam somado R$ 6,4 bilhões.

Receita anuncia cobrança de imposto sobre encomendas internacionais acima de 50 dólares

US$ 670 milhões em cinco meses

Dados da Receita Federal apontam que, somente com a taxação das encomendas abaixo de US$ 50, foram arrecadados US$ 670 milhões entre agosto e dezembro do ano passado.

O valor ficou próximo do estimado pelo órgão, que havia projetado um incremento de US$ 700 milhões com essas encomendas.

O Fisco observou, ainda, que também subiu a arrecadação de remessas internacionais para encomendas acima de US$ 50 em 2024. Para essas, a alíquota de importação é maior, de 60%.

De acordo com a Receita, isso também ajuda a explicar a alta na receita total com o imposto.

Remessa Conforme

O Remessa Conforme é o programa criado pelo governo em 2023 para regularizar a importação de mercadorias. O imposto que incide sobre essas compras ficou conhecido popularmente como a "taxa da blusinha".

No fim do ano passado, a Shein calculou que os consumidores já pagam atualmente no Brasil uma carga tributária combinada de 44,5% em compras internacionais de até US$ 50, tributação que subirá para 50% em abril de 2025 com a alta do ICMS estadual.

Estados e DF vão aumentar ICMS das compras internacionais

E citou um exemplo:

Um vestido que hoje custa R$ 100 e possui carga tributária total de R$ 44,50, com valor total final de compra de R$ 144,50 poderá passar a custar R$ 150 caso a alíquota máxima seja aplicada.

"Essa decisão impacta desproporcionalmente as populações mais vulneráveis do Brasil, que dependem de produtos internacionais acessíveis para suprir suas necessidades", acrescentou a Shein, em dezembro de 2024.

A empresa avaliou, na ocasião, que essa medida ocorre em um "cenário em que os consumidores brasileiros já enfrentam a maior carga tributária do mundo para compras feitas em plataformas estrangeiras, dificultando ainda mais o acesso a produtos acessíveis".

A Shein disse ainda compreender a importância do controle das contas públicas para governos estaduais, mas acredita que essa decisão transfere de forma injusta o ônus tributário para os consumidores, especialmente para as classes de renda mais baixa (C, D e E), que representam aproximadamente 88% dos 50 milhões de consumidores da companhia no Brasil.

A AliExpress, por sua vez, também demonstrou, no fim do ano passado, preocupação com a decisão de aumento do ICMS sobre produtos importados.

"O aumento da alíquota do ICMS para 20% eleva a carga tributária efetiva para produtos acima de US$ 50 para 50% e dobraria o imposto sobre itens acima desse valor, chegando a 100%. Essa medida, somada ao aumento de agosto que já havia dobrado os impostos sobre produtos abaixo de US$ 50, impactará diretamente os consumidores brasileiros, já sobrecarregados pelas maiores tarifas de importação do mundo", informou a AliExpress, por meio de nota, em dezembro de 2024.
Posição dos varejistas nacionais

O presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, afirmou, também no fim do ano passado, que a carga tributária a que são submetidos os produtos nacionais é muito maior, chegando a 90%.

Ele argumentou que o aumento do ICMS a partir de abril deste ano, "não deverá ter impacto significativo nas importações cross-border". "Porém é importante salientar que é mais uma passo em direção à isonomia tributária, concluiu Gonçalves Filho.

"Se tomarmos o ICMS de 17%, mais o Imposto de Importação de 20%, gera, atualmente, uma carga tributária no produto importado, via cross-border, de 44,5%. Com a majoração do ICMS para 20%, mais o mesmo IPI de 20%, a carga tributária no produto importado terá pequena variação para 50%, e no preço final desses produtos significará apenas 3,7%", declarou o presidente do IDV, em 2024.

Entre os associados do IDV, estão: Americanas, Assaí, C&A, Carrefour, Centauro, Dafiti, Grupo Pão de Açúcar, Casas Bahia, Leroy Merlin, Lojas Renner, Magalu, Marisa, Pernambucanas, Petlove, Polishop, Riachuelo, Tok&Stok, Veste, Via Veneto – Brooksfield, Vivara e Zara.

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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Relógio do Juízo Final é ajustado e fim do mundo fica ainda mais próximo

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Conflitos mundiais, mudança climática e possível uso de inteligência artificial em combates são alguns dos pontos de preocupação
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Will Dunhamda Reuters
28/01/2025 às 15:13 | Atualizado 28/01/2025 às 15:13
Postado em 28 de Janeiro de 2.025 às 16h00m

#.* Post. - Nº.\  11.487*.#

Quatro foguetes do sistema de mísseis antiaéreos são direcionados para cima no contexto do pôr do sol
Quatro foguetes do sistema de mísseis antiaéreos são direcionados para cima no contexto do pôr do sol • Anton Petrus/Getty Images

Cientistas atômicos ajustaram nesta terça-feira (28) o Relógio do Juízo Final para mais próximo da meia-noite do que em qualquer outro momento. O Bulletin of the Atomic Scientists ajustou o relógio para 89 segundos antes da meia-noite — o ponto teórico da aniquilação.

Isso é um segundo mais próximo do que foi definido no ano passado. A organização sem fins lucrativos sediada em Chicago criou o relógio em 1947, durante as tensões da Guerra Fria após a Segunda Guerra Mundial, para alertar as pessoas sobre a proximidade da destruição do mundo pela humanidade.

Eles justificaram a alteração deste ano devido a ameaças sobre armas nucleares da Rússia em meio à invasão da Ucrânia, as tensões em outros pontos críticos do mundo, as aplicações militares da inteligência artificial e as mudanças climáticas, fatores que aumentariam os riscos de catástrofe global.

Leia Mais:

Os fatores que moldam a decisão deste ano — risco nuclear, mudança climática, o possível uso indevido de avanços na ciência biológica e uma variedade de outras tecnologias emergentes, como a inteligência artificial — não eram novos em 2024, ponderou Daniel Holz, presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Bulletin.

Mas temos visto um progresso insuficiente na abordagem dos principais desafios e, em muitos casos, isso está levando a efeitos cada vez mais negativos e preocupantes, advertiu.

A definição do Relógio do Juízo Final em 89 segundos para a meia-noite é um aviso para todos os líderes mundiais, acrescentou Holz.

Guerra da Ucrânia e ameaça nuclear

Citada pelo especialista, a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 deu início ao conflito mais sangrento da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, por exemplo.

A guerra na Ucrânia continua a se apresentar como uma grande fonte de risco nuclear. Esse conflito pode se intensificar e incluir armas nucleares a qualquer momento devido a uma decisão precipitada ou por acidente e erro de cálculo, disse Holz.

Em novembro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, alterou as diretrizes para um ataque nuclear em resposta a um número maior de ataques convencionais.

A medida foi classificada pelo Kremlin como um sinal para o Ocidente em meio a uma guerra na qual a Ucrânia recebeu armas fornecidas pelos Estados Unidos e seus aliados.

A doutrina atualizada da Rússia estabeleceu condições sob as quais Putin poderia ordenar um ataque usando o maior arsenal nuclear do mundo.

Militares ucranianos prendem mina antitanque a drone de combate Vampire antes de voar sobre posições de tropas russas na cidade de Chasiv Yar, na linha de frente
Militares ucranianos prendem mina antitanque a drone de combate Vampire antes de voar sobre posições de tropas russas na cidade de Chasiv Yar, na linha de frente • 26/06/2024 REUTERS/Inna Varenytsia

A Rússia afirmou em outubro que não discutirá a assinatura de outro acordo com os Estados Unidos para substituir o Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, porque Moscou acredita que ele precisa ser ampliado e expandido para abranger outros países.

O entendimento limita as armas nucleares estratégicas que cada país possui, mas expira em 2026.

A agressão russa na Ucrânia, incluindo o uso repetido de ameaças nucleares desde o início da guerra, tem sido preocupante. Além disso, o recente retrocesso da Rússia em relação a importantes tratados de controle de armas é um sinal alarmante do aumento do risco nuclear, pontuou Holz.

Conflitos no Oriente Médio e Taiwan preocupam cientistas

O Oriente Médio e as instabilidades na região com a guerra de Israel na Faixa de Gaza e outras hostilidades regionais também são pontos críticos atualmente.

Estamos observando atentamente e esperamos que o cessar-fogo em Gaza seja mantido. As tensões no Oriente Médio, inclusive com o Irã, ainda são perigosamente instáveis, advertiu Holz.

Há outros possíveis pontos quentes em todo o mundo, incluindo Taiwan e Coreia do Norte, e qualquer um deles pode se transformar em uma conflagração envolvendo potências nucleares, com resultados imprevisíveis e potencialmente devastadores, adicionou.


Tanque de guerra do exército israelense próximo à linha de fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza em 09 de julho de 2024 • Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images

A China, país que possui armas nucleares, intensificou a pressão militar perto de Taiwan, enviando navios de guerra e aviões para as águas e o espaço aéreo ao redor da ilha que Pequim considera seu próprio território.

A Coreia do Norte, que também tem armas nucleares, continua testando vários mísseis balísticos.

Inteligência artificial e seus riscos

A inteligência artificial ganhou capacidade e popularidade rapidamente em 2024, o que gerou uma preocupação crescente entre alguns especialistas sobre suas aplicações militares e seus riscos para a segurança global. E alguns governos também têm abordado o assunto.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o então presidente Joe Biden assinou em outubro um decreto com o objetivo de reduzir os riscos que a inteligência artificial representa para a segurança nacional, a economia e a saúde ou segurança pública. Seu sucessor, Donald Trump, o revogou na semana passada.

Os avanços na IA estão começando a aparecer no campo de batalha de forma provisória, mas preocupante, e uma preocupação especial é a possibilidade futura de aplicações de IA em armas nucleares, avaliou Holz.

Além disso, a inteligência artificial está perturbando cada vez mais o ecossistema de informações do mundo. A desinformação e a informação equivocada alimentadas pela IA só aumentarão essa disfunção, acrescentou.

Mudança climática é outra ameaça para humanidade

O ano de 2024 foi o mais quente registrado na história, de acordo com cientistas da Organização Meteorológica Mundial da ONU. Os últimos 10 anos foram os 10 mais quentes já registrados, ainda segundo a organização.

Embora tenha havido um crescimento impressionante na energia eólica e solar, o mundo ainda está aquém do que é necessário para evitar os piores aspectos da mudança climática, comentou o especialista.

O Bulletin foi fundado em 1945 por cientistas como Albert Einstein e J. Robert Oppenheimer.

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Musk, Huang, Ellison: veja quanto os bilionários da tecnologia perderam com a onda

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DeepSeek Novo modelo de inteligência artificial da startup chinesa motivou a queda de ações de empresas do setor. A gigante norte-americana Nvidia, por exemplo, acumulou perdas de quase US$ 600 bilhões.
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Por André Catto — São Paulo

Postado em 28 de Janeiro de 2.025 às 06h45m

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Larry Ellison, Jensen Huang e Elon Musk estão entre os bilionários que perderam dinheiro com onda da IA chinesa. — Foto: Reprodução
Larry Ellison, Jensen Huang e Elon Musk estão entre os bilionários que perderam dinheiro com onda da IA chinesa. — Foto: Reprodução

O novo modelo de inteligência artificial (IA) produzido pela startup chinesa DeepSeek mexeu com os mercados nesta segunda-feira (27) e fez as fortunas de magnatas da tecnologia caírem bilhões de dólares.

Empresas do setor nos Estados Unidos e na Europa chegaram a atingir perdas de US$ 1 trilhão em valor de mercado, conforme cálculo da agência Bloomberg. Os principais reflexos foram sentidos no bolso de nomes como Jensen Huang, CEO da Nvidia, e Larry Ellison, fundador da Oracle.

Veja abaixo as principais perdas desta segunda, segundo o ranking de bilionários da revista Forbes:

  • Larry Ellison - Oracle: US$ 27,6 bilhões (R$ 163 bilhões)
  • Jensen Huang - Nvidia: US$ 20,8 bilhões (R$ 123 bilhões)
  • Michael Dell - Dell: US$ 12,5 bilhões (R$ 74 bilhões)
  • Larry Page - Alphabet (Google): US$ 6,4 bilhões (R$ 37,9 bilhões)
  • Sergey Brin - Alphabet (Google): US$ 6 bilhões (R$ 35,5 bilhões)
  • Elon Musk - Tesla, xAI: US$ 5,3 bilhões (R$ 31 bilhões)
Entenda o 'efeito DeepSeek'

O novo modelo de inteligência artificial da DeepSeek fez empresas de tecnologia perderem cerca de US$ 1 trilhão em valor de mercado em um único dia.

As perdas aconteceram diante da disparada de downloads do assistente de IA da DeepSeek, que superou seu rival norte-americano ChatGPT na App Store. O aplicativo gratuito se tornou também o mais bem avaliado disponível na loja da Apple nos EUA.

O modelo de IA apresentado pela startup chinesa se destaca por ser uma alternativa viável e mais barata de inteligência artificial. (leia mais abaixo)

Isso fez investidores questionarem sobre a sustentabilidade de gastos e investimentos no setor por empresas dos Estados Unidos— incluindo a Microsoft, a Meta e a Alphabet. Também colocou em dúvida o domínio ocidental no setor.

Em outras palavras: o mercado se animou com o fato de a DeepSeek possivelmente igualar as capacidades dos modelos de IA dos EUA, mas com um orçamento muito menor.

Diante do cenário, o maior prejuízo do dia ficou com a companhia norte-americana Nvidia. A fabricante de chips e semicondutores para IA chegou a perder US$ 620 bilhões em valor de mercado nesta segunda-feira — um recuo de quase 18% —, informou o jornal britânico Financial Times.

No final do pregão, encerrou em queda de 16,9%, ou US$ 589 bilhões, perda recorde para um único dia. Até então, o pior resultado da Nvidia havia sido registrado em 3 setembro de 2024, quando caiu US$ 279 bilhões.

Os principais índices de ações dos Estados Unidos foram impactados pela novidade DeepSeek. O índice tecnológico Nasdaq fechou a sessão desta segunda em baixa de 3,07%. Já o S&P 500 recuou 1,45%, enquanto o Dow Jones avançou 0,65%.

"Os investidores estão desconcertados com esta nova reviravolta dos acontecimentos e pelo [temor] de que as empresas norte-americanas especializadas em IA percam influência", disse Sam Stovall, da consultoria financeira CFRA, à agência AFP.

Outras gigantes que fizeram grandes investimentos no setor da IA também sofreram os reflexos. A Oracle despencou 13,79%, enquanto a Alphabet (Google) recuou 4,03% e a Microsoft, 2,14%.

Enquanto isso, a Amazon contornou as perdas e finalizou a sessão com avanço de 0,24%. Já a Meta, que chegou a operar em baixa de mais de 2%, fechou em alta, de 1,91%.

Casa Branca anuncia acordo bilionário das big techs para desenvolver a Inteligência Artificial

Por que a DeepSeek causou alvoroço?

A empresa atraiu a atenção nos círculos globais de IA após escrever, em um artigo no mês passado, que o treinamento do DeepSeek-V3 exigiu em poder de computação dos chips Nvidia H800 um valor abaixo de US$ 6 milhões.

A popularidade do DeepSeek repercutiu no Vale do Silício, derrubando teorias sobre o protagonismo dos EUA em IA e a eficácia dos controles de exportação de Washington visando os recursos avançados de chip e inteligência artificial da China.

Os modelos de IA (do ChatGPT ao DeepSeek), exigem chips avançados para alimentar seu treinamento. A partir de 2021, o então presidente dos EUA, Joe Biden, ampliou o escopo das proibições para impedir que esses chips fossem exportados para a China e usados ​​para treinar os modelos de IA das empresas chinesas.

A startup chinesa alega que a qualidade e o custo eficiente dos modelos DeepSeek-V3 e DeepSeek-R1 renderam elogios de executivos do Vale do Silício e engenheiros de empresas de tecnologia dos EUA, colocando as tecnologias no mesmo nível dos modelos mais avançados da OpenAI e da Meta.

Mas alguns estão céticos sobre os custos totais de desenvolvimento da tecnologia. Analistas da gestora Bernstein, por exemplo, questionaram nesta segunda-feira a afirmação da empresa de que gastou US$ 5,58 milhões para os testes do modelo V3, dizendo que os custos teriam sido bem maiores.

É provável que os investidores questionem se os desenvolvimentos da DeepSeek têm o potencial de realmente desestabilizar o setor, diz Adam Sarhan, presidente-executivo da 50 Park Investments. Segundo ele, se isso acontecer, "todas essas ações de IA e o mercado como um todo serão reavaliados".

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Momento Sputnik? Por que a IA chinesa DeepSeek é apontada como ameaça ao protagonismo dos EUA no setor

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Robô conversador superou rival ChatGPT em downloads nos EUA e fez gigantes de tecnologia perderem US$ 1 trilhão em valor de mercado por se apresentar como uma alternativa mais barata que os modelos de inteligência artificial mais famosos do mundo.
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Por Luciana de Oliveira, Lara Castelo, Victor Hugo Silva, g1

Postado em 28 de Janeiro de 2.025 às 04h50m

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Logo do Deepseek — Foto: Dado Ruvic/Reuters
Logo do Deepseek — Foto: Dado Ruvic/Reuters

"Momento Sputnik": esta foi uma das expressões usadas pelo mercado para resumir a reviravolta causada em poucos dias pelo DeepSeek, o rival chinês do ChatGPT.

A nova versão do robô conversador (chatbot) foi lançada ao público no dia da posse de Trump, 20 janeiro. Em uma semana, fez empresas gigantescas de tecnologia perderem US$ 1 trilhão na bolsa de Nova York, ao ultrapassar o ChatGPT em número de downloads nos EUA, na loja de aplicativos da Apple.

O que faz analistas e investidores compararem a novidade chinesa ao lançamento do satélite soviético Sputnik, em 1957, que pegou os americanos de surpresa e deu origem à corrida espacial durante a Guerra Fria

➡️ Parte do que preocupa observadores da indústria de tecnologia dos EUA é a ideia de que a startup chinesa está emparelhando com empresas americanas na corrida pelo domínio da inteligência artificial, só que com gastos bem menores.




Casa Branca anuncia acordo bilionário das big techs para desenvolver a Inteligência Artificial

Entenda mais abaixo.

O DeepSeek tem sido descrito como um ChatGPT de baixo custo. Pesquisadores da startup disseram que o investimento para treinar o chatbot chinês foi de US$ 6 milhões (cerca de R$ 35 milhões), uma quantia que parece irrisória frente aos bilhões de dólares gastos por empresas americanas.

Gigantes do setor treinam seus robôs de IA com supercomputadores que usam cerca de 16 mil chips, enquanto os engenheiros da DeepSeek disseram ter precisado de apenas 2 mil chips para realizar a mesma tarefa, informou o jornal The New York Times.

O custo muito inferior fez investidores questionarem a sustentabilidade de gastos no setor, daí as perdas na bolsa, que se concentraram sobre as "big techs".

A Meta, por exemplo, que recentemente incluiu sua IA em aplicativos como o WhatsApp, anunciou na última sexta (24) que prevê investir até US$ 65 bilhões (R$ 383 bilhões) neste ano no segmento, 50% a mais que em 2024.

"Este ano será definidor para a IA", afirmou o presidente da empresa, Mark Zuckerberg.

DeepSeek — Foto: Reuters/Dado Ruvic
DeepSeek — Foto: Reuters/Dado Ruvic

Os chineses, por sua vez, tiveram que buscar alternativas por não terem à disposição os chips mais avançados para IA, ao contrário de empresas como a Meta e da OpenAI, criadora do ChatGPT.

Isso porque, em 2022, sob o governo de Joe Biden, os EUA restringiram as exportações desses equipamentos para o país asiático. As limitações deveriam ser seguidas pela Nvidia e pela AMD, líderes globais em produção de chips para IA.

"Isso fará os chineses retrocederem anos", disse, na época, Jim Lewis, especialista em tecnologia e segurança cibernética do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), em Washington. Ele afirmou que as políticas remontavam aos rígidos regulamentos do auge da Guerra Fria.

Mas a fama repentina do DeepSeek está levando ao questionamento da eficácia dessas medidas. E colocou em dúvida o domínio ocidental no setor.

O projeto chamado de Stargate foi definido pelo presidente dos EUA como "o maior de infraestrutura de IA da história".

Donald Trump anunciou o plano de infraestrutura para inteligência artificial nos EUA. Ao lado dele estão Masayoshi Son, CEO do SoftBank, Larry Ellison, cofundador da Oracle, e Sam Altman, da OpenAI — Foto: AP/Julia Nikhinson
Donald Trump anunciou o plano de infraestrutura para inteligência artificial nos EUA. Ao lado dele estão Masayoshi Son, CEO do SoftBank, Larry Ellison, cofundador da Oracle, e Sam Altman, da OpenAI — Foto: AP/Julia Nikhinson

Mas foi um dos conselheiros de Trump, o investidor de risco do Vale do Silício Marc Andreessen, que classificou a chegada do DeepSeek como "o momento Sputnik da inteligência artificial".

"O DeepSeek é um dos avanços mais impressionantes que eu vi em toda minha vida", postou Andreessen.

"O que nós descobrimos é que o DeepSeek tem melhor desempenho, ou pelo menos igual, aos melhores modelos americanos", postou Alexandr Wang, da Scale AI, fornecedora de treinamento de inteligência artificial para gigantes como OpenAI, Google e Meta.

Wang disse no X que o DeepSeek representa um "alerta" para os EUA, que fez todos os grandes avanços em IA até então, mas não deve alterar o controle sobre a exportação de chips.

Domínio em risco

O crescimento da DeepSeek é um momento importante porque coloca em xeque a ideia de que os EUA vão manter sua liderança global por meio da infraestrutura de inteligência artificial, afirma o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Álvaro Machado Dias.

Mas a disputa com a China não deve seguir os mesmos moldes da Guerra Fria, em que o mundo se dividiu entre aliados dos EUA e da União Soviética. Isso porque os outros países não devem apoiar esse modelo, avalia Machado Dias.

"Está muito mais no interesse americano criar essa dicotomia do que no interesse chinês. Os chineses não querem Guerra Fria nenhuma. Pelo contrário: eles querem ter os Estados Unidos como parceiro comercial, estratégico, tecnológico", afirma.

Donald Trump, presidente dos EUA, e Xi Jinping, presidente da China, em foto de 29 de junho de 2019 — Foto: Reuters/Kevin Lamarque

A possibilidade dos EUA perderem a liderança no domínio da IA para a China pode ter consequências geopolíticas relevantes, segundo Anderson Soares, coordenador Centro de Excelência em IA da Universidade Federal de Goiás (CEIA-UFG).

"Estamos falando de uma tecnologia generalista que tem se apresentado como o grande combustível da nova Revolução Industrial. Ela está presente em todos os eletrônicos usados hoje e dominá-la significa ter produtos melhores e mais baratos e, consequentemente, ter mais poder e influência", descreve.

 Mudança no mercado

O feito da China em produzir modelos de inteligência generativa avançados com menos recursos pode contribuir, inclusive, com a expansão desse mercado para além das duas potências, destaca Evandro Barros, fundador da Data-H, empresa de tecnologia com base no Canadá.

"Caso algum laboratório na Europa ou na América Latina atinja o mesmo resultado, isso vai mudar completamente a visão do mercado de IA e teremos uma desvalorização ainda mais agressiva das ações empresas que hoje dominam o setor", diz.

Alguns analistas acharam a reação do mercado exagerada. "Os modelos que eles (DeepSeek) constroem são fantásticos, mas não são milagrosos", observou Stacy Rasgon, da consultoria Bernstein, que acompanha a indústria dos chips.

O analista também questionou se a DeepSeek realmente gastou o montante informado. "A DeepSeek realmente montou uma OpenAI com US$ 5 milhões? Claro que não", disse à Reuters.

"Parece algo forçado, para dizer que as inovações lançadas pela DeepSeek são completamente desconhecidas pelos maiores pesquisadores de outros inúmeros laboratórios do setor em todo o mundo."

Além disso, o DeepSeek têm limitações em relação aos seus semelhantes americanos, aponta Carlos Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-RIO).

"Ele não conseguir extrair informações de imagens e raciocina em cima delas, que é um atributo que o como o ChatGPT e o Grok [IA do X], conseguem fazer", diz Souza.

"De qualquer forma, com o DeepSeek, a China começa a mostrar o que um modelo chinês é capaz de fazer", pontua. "Até 2030, o país tem o plano de conseguir supremacia tecnológica global e o reloginho da segunda metade da década já começou a correr".

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