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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Ibovespa avança com expectativas de mais estímulos na China; dólar recua

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Mercados globais operam com apetite ao risco após promessas de mais impulsos nas atividades do gigante asiático
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Da CNN*da CNN , São Paulo
26/09/2024 às 14:38
Postado em 26 de setembro de 2024 às 15h00m

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Dólar recua ante o real com maior apetite ao risco dos mercados globais
Dólar recua ante o real com maior apetite ao risco dos mercados globais • 14/11/2014 REUTERS/Gary Cameron

O Ibovespa opera em alta e o dólar recua ante o real nesta quinta-feira (26), com maior apetite ao risco nos mercados globais após promessas de mais estímulos econômicos na China.

Em mercados emergentes, o impulso era particularmente profundo devido ao crescimento dos preços de commodities importantes, como minério de ferro e cobre, uma vez que o gigante asiático é o maior importador de matérias-primas do planeta.

Por volta das 14h40, o principal índice do mercado doméstico avançava 1%, ao redor de 132,9 mil pontos, em linha com clima positivo em Wall Street e nas principais praças da Europa.

A Vale (VALE3) – companhia com maior peso no mercado – subia mais de 5,5% e figurava entre as maiores altas do dia, com demais empresas expostas ao minério de ferro.

O clima positivo dá fôlego ao câmbio doméstico, com o dólar recuando 0,6% ante o par brasileiro, negociado próximo de R$ 5,445 na venda.

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Nesta manhã, investidores globais buscavam ativos de maior risco, tanto nos mercados de câmbio quanto de ações, à medida que a promessa de novas medidas de estímulo na segunda maior economia do mundo elevava a confiança com as perspectivas de diversos países ao redor do globo.

Líderes chineses prometeram nesta quinta-feira implementar gastos fiscais necessáriospara atingir a meta de crescimento econômico deste ano de aproximadamente 5%, uma vez que o país enfrenta uma forte queda no mercado imobiliário e à fragilidade da demanda interna.

O banco central da China já havia divulgado na terça-feira seu mais agressivo afrouxamento monetário desde a pandemia, sinalizando cortes em uma ampla gama de taxas de juros e uma injeção de liquidez de 1 trilhão de iuanes (US$ 140 bilhões) no sistema financeiro, entre outras medidas.

Em efeito semelhante ao observado na terça, agentes financeiros reagiram com otimismo ao novo anúncio, gerando ganhos para ações na Europa e na Ásia, além de impulsionar ativos de mercados emergentes.

BC eleva previsão do PIB

No cenário doméstico, o Banco Central (BC) elevou as expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 para 3,2%, ante previsão de 2,3%, conforme dados do Relatório Trimestral da Inflação, publicado nesta manhã.

Segundo o BC, a mudança veio após alta acima do esperado no segundo trimestre. Apesar do avanço, a autoridade monetária vê a economia desacelerando no terceiro trimestre. Para 2025, a expectativa é para avanço de 2%.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, também afirmou nesta manhã que a alta de 0,5 ponto nos juros não esteve nos debates na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O encontro encerrado no dia 18 de setembro determinou o aumento de 0,25 ponto na Selic, elevando a taxa básica para 10,75% ao ano.

Não teve debate para alta de 0,5 ponto. Se não está na ata, não houve esse debate, disse.

O presidente do BC ainda indicou que a divulgação do IPCA-15, conhecida como prévia da inflação, trouxe um dado bom, mas destacou que as preocupações da autoridade monetária sobre preços está no longo prazo.

Este IPCA-15 de fato, quando a gente olha especialmente a parte de núcleos, está um pouco melhor, disse. É um número bom, mas nossa decisão não nossa decisão não está baseada em um dado de curto prazo, sim em um conjunto de dados, completou mais tarde.

A prévia da inflação ficou em 0,13% em setembro, segundo divulgação do IBGE na quarta-feira (25). O dado ficou bem abaixo das expectativas do mercado, de 0,29%.

Com Reuters

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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Marcas de azeite proibidas pela Anvisa: saiba como não cair em golpe na hora de comprar o produto

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Órgão de vigilância proibiu a venda de duas marcas sem CNPJ no Brasil: a Serrano e Cordilheira.
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Por Vivian Souza, g1

Postado em 25 de setembro de 2024 às 11h00m

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Da colheita ao envase: processo de produção do azeite de oliva é feito mecanicamente para conservar as características de sabor e aroma. — Foto: Shutterstock
Da colheita ao envase: processo de produção do azeite de oliva é feito mecanicamente para conservar as características de sabor e aroma. — Foto: Shutterstock

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de duas marcas azeite nesta terça-feira (24) por terem sido importadas e distribuídas por empresas desconhecidas e sem CNPJ no Brasil. São elas:

  • o azeite de Oliva da marca Serrano, extravirgem - 0,5% de acidez;
  • o azeite de Oliva da marca: Cordilheira, extravirgem - 0,5% de acidez.

O g1 não conseguiu localizar o contato das duas marcas de azeite.

A Anvisa não mencionou se encontrou alguma adulteração ou falsificação nos produtos proibidos. A reportagem solicitou ao órgão mais detalhes sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.

Por outro lado, como a origem dos produtos não foi identificada, a Anvisa diz que não há garantias sobre a segurança e qualidade dos azeites.

A escolha de um azeite de qualidade precisa ter alguns cuidados. A seguir, confira dicas de especialistas na hora de comprar.

Como não cair em golpe

Para comprar um azeite de boa qualidade, é importante optar pelos que foram envasados mais recentemente.

Isso porque a palavra azeite, em sua origem árabe, significa "suco de azeitona"; portanto, é importante ter o máximo de frescor, explica Ana Beloto, azeitóloga e considerada a sexta mulher mais poderosa do agro pelo ranking da revista Forbes.

O azeite tem três inimigos que o fazem estragar rapidamente: a luz, o oxigênio e o calor. Por causa da influência da luz, as embalagens costumam ser vidros escuros, isolando, assim, o contato com a claridade. Também existe o produto em lata.

Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade — Foto: Arte/g1
Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade — Foto: Arte/g1

Como é feita a fiscalização

A fiscalização de azeite é um trabalho bastante minucioso no Brasil. O processo é feito pelo Ministério da Agricultura e conta com testes de fraude e qualidade. Veja o passo a passo mais abaixo.

Depois de apreender garrafas nos supermercados, o governo envia amostras para um laboratório, que investiga se o azeite é verdadeiro – isto é, se está misturado a um outro óleo e se realmente se trata de azeite. Esses são os chamados testes de fraude.

Uma vez que o produto for classificado como azeite, segue para a próxima etapa, os testes de qualidade. Nessa parte do processo, os especialistas vão investigar se o produto é extravirgem, virgem tipo único ou mesmo um lampante, que não pode ser consumido.

A equipe conta com pessoas especializadas em descobrir irregularidades pelo cheiro e pelo paladar.

Passo a passo de como o azeite é fiscalizado  — Foto: Arte/g1
Passo a passo de como o azeite é fiscalizado — Foto: Arte/g1

Tipos de azeite

  • Extravirgem: é o tipo de azeite de maior qualidade, produzido a partir de azeitonas em ótimo estado, com acidez menor que 0,8%. Nas análises sensoriais, predominam atributos positivos de frutado, amargo e picante. Tem ausência de defeitos;
  • Virgem: é um azeite de qualidade intermediária, que também provém de extração de frutos de qualidade, mas com algum estágio de oxidação e com acidez menor que 2%. Nas análises sensoriais, aparecem defeitos, mas sem muita intensidade;
  • Lampante: é um azeite de péssima qualidade, com acidez maior que 2% e que não pode ser destinado ao consumo humano. É muito provável que tenha sido feito a partir de azeitonas em péssimo estado de qualidade (colhidas estragadas, do chão ou armazenadas inadequadamente). Nas análises sensoriais, predominam os defeitos;
  • Tipo Único: é um azeite geralmente derivado da mistura com refinado, ou seja, que foi alterado quimicamente para eliminar impurezas e ser destinado ao consumo humano. É misturado com o azeite de oliva virgem. Ele não chega a ser avaliado sensorialmente, mas é bastante neutro, traz aromas e defeitos diluídos, indicado para fritar por exemplo.
Prejuízos à saúde

Nas fraudes de azeite de oliva, diversos componentes podem ser usados, por isso, é difícil determinar os riscos para saúde do consumidor, explica o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura e Pecuária , Hugo Caruso.

Por exemplo, na década de 80, mais de mil pessoas morreram na Espanha depois de consumirem o produto fraudado. O caso ficou conhecido como "a síndrome do azeite tóxico".

Caruso afirma que, no Brasil, é muito comum serem adicionados corantes e aromatizantes que não possuem autorização como ingrediente em óleos e que ainda não se sabe os riscos desses produtos para a saúde do consumidor.

Outro problema seria o fato de o azeite ser recomendado pelos médicos para pacientes cardiovasculares, como um alimento que ajuda no sistema circulatório. Assim, pessoas que o adquirem com esse fim podem comprometer ainda mais a saúde em caso de adulteração, explica.

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IPCA-15: preços sobem 0,13% em setembro, puxados por aumento na tarifa de energia elétrica

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Resultado representa uma desaceleração em relação ao mês anterior e veio bem abaixo das expectativas de mercado.
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Por Bruna Miato, g1

Postado em 25 de setembro de 2024 às 09h55m

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Energia elétrica puxou a alta do IPCA-15 em agosto — Foto: Freepik
Energia elétrica puxou a alta do IPCA-15 em agosto — Foto: Freepik

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — registrou uma alta de 0,13% nos preços em setembro, informou nesta quarta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta do mês foi puxada, sobretudo, pela energia elétrica residencial, que passou de uma queda de 0,42% em agosto para um avanço de 0,84% em setembro.

Essa variação no preço da energia fez com que o grupo de Habitação tivesse a maior alta percentual, de 0,50%, e o maior impacto sobre o IPCA-15, com 0,08 ponto percentual.

Apesar de mostrar uma inflação, o resultado do índice neste mês representa uma desaceleração de 0,06 ponto percentual em relação ao registrado em agosto, quando teve uma alta de 0,19%.

O número também veio bem abaixo das expectativas de economistas do mercado financeiro, que projetavam uma alta de 0,29% para a prévia da inflação.

O IPCA-15 acumula uma alta de 3,15% até aqui em 2024. Já no acumulado em 12 meses, a alta é de 4,12%, abaixo dos 4,35% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Veja abaixo a variação dos grupos em agosto

Em setembro, sete dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta:

  • Alimentação e bebidas: 0,05%;
  • Habitação: 0,50%;
  • Artigos de residência: 0,17%;
  • Vestuário: 0,12%;
  • Transportes: -0,08%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,32%;
  • Despesas pessoais: -0,04%;
  • Educação: 0,05%;
  • Comunicação: 0,07%.

Energia elétrica e alimentação avançam, mas combustíveis recuam

O maior impacto na prévia da inflação deste mês veio da energia elétrica residencial, consequência da mudança da bandeira tarifária, que saiu de verde em agosto para vermelha patamar em setembro em meio à seca vivida pelo país.

A nova bandeira gera uma cobrança a mais de R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos pelas famílias, o que explica o aumento.

Além do preço da energia, o grupo de Habitação também registrou altas nos subitens de taxa de água e esgoto (0,38%) e gás encanado (0,19%). Esses avanços foram puxados por ajustes em tarifas regionais.

Outro impacto relevante no IPCA-15 neste mês veio de Alimentação e bebidas, segundo o IBGE. O grupo teve alta de 0,05%, puxado pelo avanço de 0,22% nos preços da alimentação fora do domicílio.

No entanto, alimentação no domicílio teve uma leve queda de 0,01% no mês, acompanhando a baixa nos preços da cebola (-21,88%), da batata-inglesa (-13,45%) e do tomate (-10,70%). Por outro lado, os alimentos com as maiores altas foram mamão (30,02%), a banana-prata (7,29%) e o café moído (3,32%).

Já no campo das baixas, o destaque fica com o grupo de Transportes, que teve queda de 0,08%. A baixa foi puxada pela queda de 0,66% na gasolina e de 1,22% no etanol. O gás veicular e o óleo diesel tiveram altas de 2,94% e 0,18%, respectivamente.

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terça-feira, 24 de setembro de 2024

A planta com 'cheiro de morte' que atrai multidões quando floresce

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Flor-cadáver leva uma década para florescer e atrai multidões para admirá-la. Cientistas ainda estão estudando seu ciclo de vida.
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TOPO
Por BBC

Postado em 24 de setembro de2024 às 05hh10m

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Flor-cadáver leva uma década para florescer e atrai multidões para admirá-la. Cientistas ainda estão estudando seu ciclo de vida — Foto: RBGE via BBC
Flor-cadáver leva uma década para florescer e atrai multidões para admirá-la. Cientistas ainda estão estudando seu ciclo de vida — Foto: RBGE via BBC

Estou em uma fila de pessoas caminhando lentamente por um caminho sinuoso, dentro de uma estufa quente e com cheiro de mofo.

Observamos coleções de plantas carnívoras e passamos por baixo de rododendros suspensos. Mas todos nós estamos aqui com um único objetivo: observar a flor-cadáver aberta.

Esta enorme planta do outro mundo, com seu cheiro característico, atrai a imaginação das pessoas, inspirando admiração há séculos. Mas foi somente nos anos 1990 que os pesquisadores começaram a examinar sua estranha anatomia com mais detalhes.

Eu nunca havia visto um exemplar antes. Quando fiz uma curva, lá estava ela, na estufa seguinte: uma longa espiga de tom amarelo-claro, que emerge do que parece ser uma enorme pétala verde grossa e enrugada com borda lilás, até atingir vários metros de altura.

A visão fez com que eu me protegesse contra o infame odor antes que ele me atingisse – a razão do seu nome "flor-cadáver".

Estou no Jardim Botânico Real de Edimburgo (RBGE, na sigla em inglês), a capital da Escócia. E, pelo menos por alguns dias, a flor-cadáver é a grande atração do local.

A planta tem 22 anos de idade e recebeu o apelido de "New Reekie" – uma referência ao antigo nome da capital escocesa, Auld Reekie.

Ela floresceu dois dias antes da minha visita, mas não dura muito tempo. Por isso, decidi fazer parte do grupo de cerca de 2 mil pessoas que visitam o jardim para tentar observar a imensa flor e sentir o cheiro proporcionado por este evento incomum.

New Reekie chegou a Edimburgo quando era um cormo dormente – uma espécie de caule subterrâneo, parecido com um tubérculo. Ela já tinha anos de idade e o tamanho de uma laranja em 2003, quando veio do Horto Botânico de Leiden, na Holanda.

Quando a equipe pesou o cormo pela última vez, em 2010, eles precisaram tomar emprestada uma balança normalmente usada para pesar bebês elefantes no zoológico da cidade. Ele atingiu 153,9 kg, o maior peso já registrado para uma flor-cadáver.

A horticultora do RBGE, Paulina Maciejewska-Daruk, cuida de New Reekie há 13 anos. Ela conta que, na verdade, seu cultivo é bastante fácil. "Tudo o que ela precisa é de alta temperatura, muita água, muito fertilizante e é só deixá-la crescer."

Já a publicidade em torno da planta é outra questão, segundo ela.

"Depois de tantos anos, normalmente penso 'oh, ela vai florescer de novo, tenho muitas coisas para preparar'", ela conta. "Por isso, em vez de ser uma mãe orgulhosa, eu me sinto como se [perguntando] 'minha filha está pronta para este mundo enorme?'"

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Batizada de New Reekie, a flor-cadáver escocesa levou mais de uma década para florescer pela primeira vez. Agora, ela é a atração do Jardim Botânico de Edimburgo a cada dois ou três anos — Foto: RBGE via BBC
Batizada de New Reekie, a flor-cadáver escocesa levou mais de uma década para florescer pela primeira vez. Agora, ela é a atração do Jardim Botânico de Edimburgo a cada dois ou três anos — Foto: RBGE via BBC 

No seu local de origem (a ilha de Sumatra, na Indonésia), algumas pessoas observam a planta-cadáver com interesse e fascinação, afirma a botânica Yuzammi, do Centro de Pesquisa de Biossistemática e Evolução da Indonésia e especialista no gênero Amorphophallus, ao qual pertence a flor-cadáver.

Mas outras pessoas observam a flor com ansiedade, medo e preocupação, segundo a botânica. Elas acreditam em uma velha lenda de que a planta pode fazer mal.

"[Existe uma] crença errônea de que esta planta pode engolir seres humanos, devido ao padrão dos pecíolos, que relembram uma cobra", explica Yuzammi.

Mas a flor-cadáver também tem uma longa história de vida fora da sua ilha nativa.

O botânico italiano Odoardo Beccari (1843-1920) apresentou a flor à ciência pela primeira vez em 1878. Ele visitou Sumatra e enviou relatórios e desenhos da planta para a Europa, cuidadosamente ignorando todo o conhecimento local sobre a flor existente na ilha. Beccari também enviaria tubérculos da flor posteriormente.

A flor-cadáver logo seria adorada pelos vitorianos – especialmente depois de 1889, quando floresceu pela primeira vez em cultivo no Kew Gardens, o Jardim Botânico de Londres.

Na sua segunda floração, em 1926, ela atraiu multidões tão numerosas que foi preciso chamar a polícia para manter a ordem. E, desde então, as flores-cadáver se espalharam por jardins botânicos em todo o mundo.

A flor passou a chegar às manchetes da imprensa periodicamente durante sua floração, que ocorreu apenas 21 vezes em todo o mundo até 1989.

O nome científico da flor-cadáver é Amorphophallus titanum. Ele é derivado do grego antigo e significa "pênis deformado gigante".

Mas as pessoas se divertem criando todo tipo de apelido para a flor-cadáver. Muitas vezes, elas fazem referência ao seu cheiro ou formato.

Na Indonésia, ela é conhecida como bunga bangkai ("flor-cadáver"). Em inglês, além de corpse plant ("planta-cadáver"), ela pode ser chamada de carrion plant ("planta-carniça"), titan's penis ("pênis do gigante") ou simplesmente giant penis plant ("planta do pênis gigante"). Em português, ela também é conhecida como jarro-titã.

Os jardins botânicos também gostam de dar seus próprios nomes aos seus espécimes. Além de New Reekie, existe a Grimace (Careta), Spike (Espiga), Sprout (Broto), Velvet Queen (Rainha de Veludo) e, ironicamente para seu tamanho, Baby (Bebê).

Mas o que há nesta planta que nos causa tanta fascinação?

Um dos motivos é que a abertura da inflorescência – o conjunto de flores – da flor-cadáver em cultivo ainda é um evento relativamente raro.

Ela costuma levar cerca de 11 a 15 anos para produzir suas primeiras flores, segundo Yuzammi, devido à enorme quantidade de energia necessária para produzir uma estrutura de floração daquele tamanho.

Desenho da flor-cadáver, natural da ilha de Sumatra, na Indonésia — Foto: Linda Hall Library via BBC
Desenho da flor-cadáver, natural da ilha de Sumatra, na Indonésia — Foto: Linda Hall Library via BBC

O imenso tamanho da flor-cadáver é uma relativa singularidade botânica.

Pesquisas descobriram que o gigantismo floral é mais comum em espécies polinizadas por besouros ou moscas necrófagas. Possivelmente, isso ocorre porque o gigantismo permite que elas imitem melhor o calor e o tamanho das grandes carcaças de animais, além de capturar temporariamente esses polinizadores.

O resultado é que a flor-cadáver precisa passar por diversos estágios de vida, até ter a esperança de reunir energia suficiente para florescer.

Nas plantas jovens, seu primeiro ciclo de vida varia entre períodos dormentes e de formação de folhas. Não há presença de flores em nenhum destes estágios.

A planta usa o estágio de formação de folhas para reunir energia. O "caule" permanece embaixo da terra, enquanto a estrutura acima do solo, às vezes confundida com uma árvore, na verdade, é uma folha gigante, da qual brotam pequenos folíolos.

Já na fase dormente, apenas o cormo permanece embaixo da terra e a planta vive das reservas de energia acumuladas durante seu "estado de repouso", explica Yuzammi.

O processo se repete até que a planta consiga reunir energia suficiente para florescer – e é aí que as aparências enganam.

"A flor que mereceu tanto reconhecimento público, na verdade, não é uma flor real", conta Yuzammi. "O componente colorido não são... pétalas, mas sim um meio de atrair insetos polinizadores e servir de estrutura protetora durante o processo de fertilização."

A enorme estrutura em forma de flor é chamada de espata. Já as flores reais são pequenas e numerosas. Elas aparecem no fundo dos longos espádices amarelos – as flores fêmeas embaixo e os machos, em cima.

Ou seja, a flor-cadáver não é, nem de longe, a maior flor do mundo. Ela é a maior estrutura de floração sem galhos do planeta.

Um corte na espata da flor-cadáver mostra as flores, fêmeas (embaixo) e machos (em cima) no seu interior — Foto: Alamy via BBC
Um corte na espata da flor-cadáver mostra as flores, fêmeas (embaixo) e machos (em cima) no seu interior — Foto: Alamy via BBC

Depois de alguns alarmes falsos, New Reekie floresceu pela primeira vez em 2015, quando tinha 13 anos de idade. Desde então, ela floresce a cada dois ou três anos e minha visita ocorreu na sua quinta floração.

Ao longo do tempo, os horticultores que cuidam da planta também passaram a conhecê-la melhor.

"Desta vez, eu e meu colega conseguimos prever especificamente o dia em que ela irá abrir", conta Maciejewska-Daruk. "É claro que nunca temos 100% de certeza, mas, desta vez, nossa previsão foi precisa."

E existe o famoso cheiro. Durante a floração, o longo espádice amarelo da flor-cadáver emite um odor forte e penetrante.

Infelizmente, fiz minha visita a New Reekie muito tarde para sentir seu cheiro. Mas o que não falta são descrições bastante detalhadas. Para Maciejewska-Daruk, por exemplo, "é horrível".

"Diferentes pessoas têm percepções diferentes do cheiro, como peixe podre ou meias com cheiro muito forte. Para mim, o odor é de um cesto de lixo abarrotado de comida."

Outros descrevem um cheiro fétido, como urina, queijo azedo ou esterco.

A professora de engenharia química e biológica Jane Hill, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, não acha que o odor seja muito parecido com a maioria dos cadáveres de animais. "Para mim, é um cheiro pungente, mais parecido com um rato morto e dissecado", ela conta.

Em um estudo de 2023, Hill e seus colegas se puseram a analisar as moléculas voláteis por trás do odor das flores, machos e fêmeas. Eles usaram equipamentos altamente sensíveis, normalmente empregados para procurar biomarcadores de doenças no hálito humano.

Durante a amostragem, Hill observou que a planta emitia as moléculas em pulsos que duravam apenas alguns segundos.

"Nosso estudo descobriu 32 novas moléculas e demonstrou que as flores, machos e fêmeas, emitem tipos diferentes de compostos e, às vezes, os mesmos compostos", explica Hill.

Diferentes odores produzidos ao longo do tempo podem atrair insetos diferentes, segundo ela. "Como uma planta descobriu que deveria cheirar como um animal morto e nojento para se reproduzir?"

Aquele forte odor está ali para fazer os polinizadores pousarem no que eles pensam que é carne apodrecida, movimentando o pólen entre as flores machos e fêmeas de diferentes plantas.

No caso da flor-cadáver, todas elas têm flores dos dois sexos. Os machos ficam posicionados acima das fêmeas sem pétalas, sobre o espádice amarelo.

O cheiro também é muito mais forte à noite, segundo Yuzammi, quando as flores também amadurecem. Afinal, é neste período que os polinizadores são mais ativos.

Existem relatos de que o odor atrai outros insetos que se alimentam de carniça, como besouros, baratas e moscas. E já foram observadas abelhas sem ferrão visitando a planta no seu ambiente natural.

Também já foram encontrados insetos que usam a planta como local de acasalamento. Mas ainda não se sabe exatamente quais são as espécies responsáveis pela polinização da flor-cadáver.

A outra flor-cadáver

Uma forte concorrente à fama da flor-cadáver é a Rafflesia arnoldii, outra planta de floração imensa. Natural de Sumatra, ela também produz cheiro de carne apodrecida.

Em outros idiomas, ela também costuma ser chamada de flor-cadáver ou de lírio-cadáver-malcheiroso. Mas, em português, ela é simplesmente raflésia.

Embora ela costume ser confundida com a flor-cadáver, não existe nenhuma relação entre as duas plantas.

Ao contrário da flor-cadáver, a raflésia é parasitária. Ela gera uma única flor de um metro de diâmetro – esta, sim, a maior flor do mundo.

Aquecedor

A flor-cadáver tem ainda outro truque estranho na manga para ajudar a atrair os insetos: ela irradia calor.

"Ele ajuda a expelir o odor, o calor ajuda a atrair os polinizadores", segundo o botânico e taxonomista do RBGE Peter Wilkie. Ele trabalhou em Sumatra por mais de 30 anos e eu o visitei no seu escritório, atrás do enorme herbário no jardim.

"E precisa também ser muito quente, se você lembrar que ela fica nos trópicos [onde] a temperatura ambiente é muito alta e é muito úmido", destaca Wilkie.

A flor-cadáver emite o calor em pulsos sincronizados com a liberação do seu odor especial. Pesquisas demonstraram que este calor pode atingir até 36 °C, o que é próximo da temperatura do corpo humano.

E alguns cientistas afirmam que a cor lilás da sua espata também ajuda a aumentar a semelhança com carne apodrecida.

Mas é preciso observar que a flor-cadáver não é uma planta carnívora. Ela atrai os insetos para polinização, não para devorá-los.

"Sempre que ela floresce, fico surpresa ao ver quantas pessoas têm certeza de que ela está comendo, matando os insetos", conta Maciejewska-Daruk.

Risco de extinção

A biologia única e o tamanho gigantesco da flor-cadáver deram a ela uma reputação que poucas outras plantas possuem. Mas, apesar de todo o alvoroço em torno da inflorescência em dezenas de jardins botânicos de todo o mundo, nem tudo vai bem para a flor-cadáver no seu ambiente nativo.

Em 2015, depois que cerca de 20 mil escoceses formaram fila no lado de fora das estufas apenas para observar a flor-cadáver, Wilkie ficou surpreso ao perceber que a planta nunca foi avaliada para inclusão na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

"A lista vermelha da UICN é uma espécie de padrão-ouro da determinação de ameaças às espécies", explica ele. "E esta espécie emblemática nunca havia sido avaliada."

Ele trabalhou com Yuzammi e com a horticultora do RBGE Sadie Barber para realizar a avaliação. Seu estudo foi publicado em 2018 e define a planta como ameaçada.

Descobriu-se que, em Sumatra, a população da espécie sofreu redução estimada de 50% nos últimos 90 a 150 anos. Agora, existem menos de 1 mil plantas maduras em ambiente natural.

O declínio se deve ao desmatamento ilegal, à transformação de florestas em terras agrícolas e aos desastres naturais, segundo Yuzammi. Ela acrescenta que outra ameaça é o mito local de que ela engole seres humanos, além da coleta ilegal para medicina alternativa.

A tábua de salvação da planta, segundo Wilkie, é que ela ainda é relativamente comum em Sumatra. E ela gosta de crescer em áreas abertas, como faixas de desmatamento, não em florestas primárias intocadas.

Yuzammi destaca que a planta agora é protegida pela legislação da Indonésia.

Atualmente, pesquisadores indonésios estudam a diversidade genética na natureza, segundo Wilkie. Mas a determinação também aumentou a pressão sobre as plantas cultivadas nos jardins botânicos, que formam uma importante reserva genética.

Os cientistas publicaram pela primeira vez a sequência genética completa da flor-cadáver em 2022. Mas existe a preocupação de que muitas ou, talvez, todas as plantas mantidas em jardins botânicos possam ser parentes entre si.

"Existe grande possibilidade de que todas elas sejam descendentes da mesma planta", afirma Maciejewska-Daruk.

Os cientistas agora usam métodos de criação de animais para conservar a planta-cadáver. Eles empregam um sistema similar aos "livros genealógicos" dos animais.

A planta de Edimburgo foi fertilizada durante sua floração de 2019 utilizando pólen fresco, rapidamente transportado de uma planta da mesma espécie que estava florescendo na região inglesa da Cornualha.

Os frutos ovais vermelhos da flor-cadáver, do tamanho de seixos, surgem nove meses depois da fertilização. Cada um deles contém duas sementes.

Na natureza, pássaros como o calau-rinoceronte comem os frutos e espalham as sementes. Mas a produção de frutos é muito cansativa para o cormo, segundo Maciejewska-Daruk.

"Por isso, sempre existe o risco de morte do cormo depois de produzir frutos", ressalta ela.

A estufa do RBGE mantém descendentes de New Reekie com diferentes tamanhos. Eles foram produzidos sexualmente após a fertilização e também de forma assexuada, por meio da produção de clones.

Mas, desta vez, ela não foi fertilizada e, quando a visitei de novo, a aparência da planta era muito menos imponente do que antes.

Ela havia pendido para um lado alguns dias depois da minha primeira visita. Tudo o que resta, três semanas depois, é um amarrotado conjunto de material vegetal marrom-amarelado em decomposição.

Maciejewska-Daruk cava a terra do vaso e ela sai totalmente do cormo. A planta está entrando mais uma vez no seu estágio dormente. A próxima oportunidade de ver o espetáculo pode surgir apenas daqui a vários anos.

"A cada vez que assistimos e a observamos, fazemos coletas e aprendemos um pouco mais sobre como ela funciona", afirma Wilkie. "E tudo isso nos faz entender como podemos ajudá-la a florescer na natureza."

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Innovation.

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