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sábado, 8 de junho de 2024

Praias sob risco de erosão: entenda fatores que levaram o Brasil a perder 15% da faixa de areia em 30 anos

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Encolhimento é causado pela erosão, resultado da ocupação das áreas que deveriam servir para "estocar" areia. Com ocupação da orla, ciclo natural do "balanço sedimentar" fica comprometido.
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Por Poliana Casemiro, g1

Postado em 08 de junho de 2024 às 07h05m

#.*Post. - N.\ 11.228*.#

Imagem aérea do Pontal de Maracaípe, em Ipojuca-PE, que mostra o muro de coqueiros instalado no local — Foto: Reprodução/Relatório Ibama
Imagem aérea do Pontal de Maracaípe, em Ipojuca-PE, que mostra o muro de coqueiros instalado no local — Foto: Reprodução/Relatório Ibama

O Brasil tem uma faixa litorânea de mais de sete mil quilômetros, com praias de Norte ao Sul do país. O litoral é o que fez o país ser mundialmente conhecido pelas suas belezas naturais, águas cristalinas, calor e água de coco. No entanto, a erosão causada por ocupação e por fatores ambientais ameaçam esse patrimônio.

Segundo o MapBiomas, uma rede de pesquisadores e entidades, 15% de toda a faixa de areia do país foi completamente engolida nos últimos 30 anos. Isso é uma área de mais de três mil estádios do Maracanã, por exemplo.

Os dados mostram que os maiores responsáveis por isso foram a especulação imobiliária e a construção da infraestrutura urbana para atender quem mora beira-mar.

Dos 70 mil hectares, 68 mil desapareceram por construções e obras para o avanço urbano.

E como isso aconteceu? Com a erosão, que é o processo de encolhimento das faixas de areia.

  • A areia que existe na praia depende de um ciclo natural que se chama balanço sedimentar.
  • As marés levam, mas também trazem areia. Esse sedimento fica "estocado" na praia.
  • No entanto, as construções estão atingindo essas áreas de "estoque", aumentando a erosão.

No infográfico abaixo, o g1 explica o quanto desapareceu, como isso aconteceu e quais os impactos.


Justiça proíbe governo de PE de derrubar muro que dificulta acesso à praia no Pontal de Maracaípe












PEC das Praias

O impacto do aumento da urbanização na faixa costeira é uma das principais discussões sobre a PEC das Praias. A proposta que mudar a regra e transferir da União para a iniciativa privada e municípios as áreas de marinha, que são os terrenos beira-mar. Recentemente, Luana Piovani e Neymar protagonizaram uma treta online por causa da PEC e construções na orla. (Entenda aqui)

Com a regulamentação como é, a especulação imobiliária no litoral já afeta as praias pelo país, e o que os especialistas pontuam é que isso pode piorar o cenário.

Quem tem propriedade beira-mar vai poder murar e isso vai aumentar a erosão. Se a erosão aumenta, a pessoa vai construir um muro ainda maior para evitar que a área dela seja atingida e isso só vai agravar. Com isso, não vamos mais ter que discutir privatização de praia porque a praia vai desaparecer.
— Alexander Turra, professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo e coordenador da Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano

O projeto entra na esteira de outras propostas e projetos que tramitam no Congresso e que afetam o Meio Ambiente, chamado pelos especialistas de "pacote da destruição". A lista inclui projetos como o que permite obras de irrigação em áreas de preservação e mudanças na lei do licenciamento ambiental.

Desde o início do ano, o Ministério do Meio Ambiente tem enfrentado uma sangria com o legislativo e a aprovação da PEC, para especialistas, significa mais uma perda na queda de braço.

"A aprovação representaria uma perda imensa, uma derrota. Temos a questão ambiental, mas também econômica do país. O turismo é um pilar da nossa economia e que acontece pelo atrativo do litoral", explica Alexander Turra.

O g1 conversou com a diretora da área de oceanos do Ministério do Meio Ambiente, Ana Paula Prates, que disse que a pasta é contra a proposta e que está articulando com o governo para impedir que o projeto passe.

Somos contra a PEC e estamos com o governo articulando para impedir que ela passe. Essa proposta vai na contramão porque coloca as pessoas em risco. Essas são áreas que deveriam estar sendo resguardadas por causa do aumento do nível do mar e dos extremos. Os terrenos beira-mar já são áreas de risco.
— Ana Paula Prates, diretora da área de oceanos no Ministério do Meio Ambiente

Luana Piovani e Neymar trocam farpas sobre PEC das praias

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Pesquisadores encontram vírus gigantes na camada de gelo da Groenlândia pela 1ª vez

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A descoberta foi anunciada por cientistas da Universidade de Aarhus, da Dinamarca, num artigo publicado na revista "Microbiome", e pode ter implicações para o estudo do derretimento de gelo no Ártico.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 08 de junho de 2024 às 05h00m

#.*Post. - N.\ 11.227*.#

Uma parte da camada de gelo da Groenlândia escurecida devido a presença de algas. — Foto: Shunan Feng
Uma parte da camada de gelo da Groenlândia escurecida devido a presença de algas. — Foto: Shunan Feng

Pela primeira vez, pesquisadores encontraram vírus gigantes na camada de gelo da Groenlândia que infectam algas, potencialmente regulando seu crescimento.

A descoberta foi anunciada por cientistas da Universidade de Aarhus, da Dinamarca, em um artigo publicado na revista "Microbiome", e pode ter implicações para o estudo do derretimento de gelo no Ártico (entenda mais abaixo).

Segundo o estudo, esses vírus medem aproximadamente 2,5 micrômetros. Para comparação, vírus comuns têm entre 20 e 200 nanômetros (1 nanômetro = 0,001 micrômetro), enquanto as bactérias geralmente medem entre 2 e 3 micrômetros.

Micro-organismos com tamanhos do tipo foram primeiramente descobertos em 1981, quando pesquisadores os encontraram no oceano.

Esses vírus especializaram-se em infectar algas verdes marinhas. Mais tarde, foram encontrados em solo terrestre e até mesmo em seres humanos. No entanto, esta é a primeira vez que vírus gigantes são encontrados habitando a superfície de gelo e a neve dominada por microalgas na Groelândia.

Uma das amostras onde os pesquisadores encontraram os vírus gigantes. À primeira vista, parece só água suja, mas o saco está cheio de microorganismos, sendo um deles as algas do gelo que escurecem. — Foto: Laura Perini
Uma das amostras onde os pesquisadores encontraram os vírus gigantes. À primeira vista, parece só água suja, mas o saco está cheio de microorganismos, sendo um deles as algas do gelo que escurecem. — Foto: Laura Perini

Os pesquisadores encontraram esses vírus incomuns durante campanhas de amostragem na Groenlândia, incluindo locais como o lado sul da camada de gelo e três glaciares no lado leste.

As amostras foram coletadas de sedimentos de criocônitos (poeira encontrada na superfície de uma geleira), tarolos de gelo e em camadas de neve verde e vermelha (um tipo de neve colorida por um crescimento de algas).

A principal hipótese deles é de que esses vírus se alimentem das algas presentes nessas neves e possam funcionar como um mecanismo de controle natural de suas florações.

☀️ 🧊 Um achado bastante importante, visto que o escurecimento da superfície do gelo devido às algas reduz a capacidade da calota polar de refletir a luz solar, e controlar o crescimento dessas algas pode ajudar a manter a quantidade de radiação refletida e retardar esse processo.

"Ainda sabemos pouco sobre esses vírus, mas acredito que eles possam ser úteis para reduzir o derretimento do gelo causado pelas florações de algas. Não sabemos quão específicos e eficientes eles são, mas ao estudá-los mais a fundo, esperamos responder a essas perguntas", diz a pós-doutora Laura Perini, do Departamento de Ciência Ambiental da Universidade de Aarhus.

Apesar de serem gigantes, esses vírus não podem ser vistos a olho nu, e os cientistas ainda não conseguiram visualizá-los nem mesmo com um microscópio óptico.

🧬🦠 A descoberta foi realizada somente por causa da análise do DNA nas amostras coletadas. Ao examinar esse extenso conjunto de dados em busca de genes específicos, os pesquisadores encontraram sequências semelhantes a de vírus gigantes já conhecidos.

E para garantir que o DNA viral não fosse de microrganismos mortos há muito tempo, eles também extraíram todo o mRNA das amostras, moléculas que funcionam como instruções para construir as proteínas que o vírus requer. Se elas estiverem presentes, o vírus está ativo.

No total do mRNA sequenciado das amostras, encontramos os mesmos marcadores presentes no total do DNA, então sabemos que eles foram transcritos. Isso significa que os vírus estão vivos e ativos.
— Laura Perini, pós-doutora do Departamento de Ciência Ambiental da Universidade de Aarhus.
As algas escurecem o gelo, o que faz com que ele reflita menos luz solar e derreta mais rapidamente. — Foto: Laura Perini
As algas escurecem o gelo, o que faz com que ele reflita menos luz solar e derreta mais rapidamente. — Foto: Laura Perini

Agora os cientistas esperam que, com mais estudos, possam entender melhor os vírus gigantes e seu papel no ecossistema do Ártico.

Uma questão superimportante visto que as altas temperaturas que vem sendo registradas globalmente contribuem para uma das menores extensões de gelo marinho já observadas na região.

"Ainda este ano, lançaremos outro estudo científico com mais informações sobre os vírus gigantes infectando microalgas cultivadas na superfície do gelo da Groenlândia", destacou Perini.

VÍDEO: Por que não existem pinguins no Polo Norte?

Por que não existem pinguins no Polo Norte?

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quinta-feira, 6 de junho de 2024

Cientistas usam equipamento inovador para medir derretimento de geleiras nos Andes

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Dispositivo poderá aferir em tempo real a massa dos glaciares da Bolívia
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Monica Machiacoda Reuters
06/06/2024 às 18:57
Postado em 06 de junho de 2024 às 19h45m

#.*Post. - N.\ 11.226*.#

Cientistas bolivianos monitoram derretimento de geleiras com nova tecnologia
Cientistas bolivianos monitoram derretimento de geleiras com nova tecnologia Gerd Dercon / Agência Internacional de Energia Atômica

Cientistas na Bolívia vão utilizar um novo equipamento para rastrear mudanças em geleiras de forma ultraveloz.

Um dispositivo instalado no pico Huayna Potosí vai medir em tempo real a massa dos glaciares, sendo uma alternativa a métodos mais antigos, que entregam resultados muito mais lentos.

Edson Ramírez, especialista em geleiras na Universidade Mayor de San Andrés, na Bolívia, afirmou que o equipamento pode fazer medições de hora em hora da massa glaciar, em comparação com métodos clássicos que só podem realizar leituras mensais ou anuais.

O tempo que levaremos para fazer [a análise] é muito pequeno ou em tempo real, disse.

Ele acrescentou que as medições podem ajudar a calcular as taxas de derretimento ou quanto de vida uma geleira ainda tem.

As geleiras têm um papel fundamental no abastecimento de água nos Andes, e estudos mostraram que elas fornecem cerca de 27% da água na região de Cordillera Real, na Bolívia, durante a temporada de seca.

Ondas de calor e secas têm pressionado os sistemas de abastecimento de água na América do Sul, tornando a medição mais precisa das geleiras uma ferramenta crucial.

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Nvidia ultrapassa Apple e é a segunda empresa mais valiosa do mundo

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Ações da fabricante de chips eram negociadas em alta de 5%, dando à Nvidia um valor de mercado de US$ 3 trilhões
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Reuters
05/06/2024 às 17:07 | Atualizado 05/06/2024 às 22:12
Postado em 06 de junho de 2024 às 06h00m

#.*Post. - N.\ 11.225*.#

Logo da Nvidia em sua sede em Santa Clara, CalifórniaLogo da Nvidia em sua sede em Santa Clara, Califórnia Maio de 2022. NVIDIA/Divulgação via REUTERS

A Nvidia está se preparando para desdobrar suas ações na proporção de dez para um, a partir de 7 de junho, uma medida que pode aumentar sua atratividade para investidores individuais.

A alta no valor de mercado da Nvidia, acima da capitalização de mercado da Apple, representa uma mudança no Vale do Silício, no qual a empresa cofundada por Steve Jobs tem dominado desde o lançamento do iPhone em 2007.

As ações da Nvidia fecharam em alta de 5,2%, a US$ 1.224,40, dando à companhia um valor de mercado de 3,012 trilhões de dólares. O valor de mercado da Apple estava em US$ 3,003 trilhões, após seus papéis subirem 1,9%.

A Microsoft, sediada em Redmond, Washington, permaneceu como a empresa mais valiosa do mundo, com um valor de mercado de US$ 3,15 trilhões. Suas ações avançaram 1,9%.

A Nvidia está ganhando dinheiro com IA agora, enquanto empresas como Apple e Meta estão gastando em IA, disse Jake Dollarhide, CEO da Longbow Asset Management.

O papel da Nvidia já acumula alta de 147% este ano, com a demanda por seus processadores de última geração superando em muito a oferta, enquanto Microsoft, Meta e Alphabet correm para desenvolver suas capacidades de computação de IA e dominar a tecnologia.

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quarta-feira, 5 de junho de 2024

Mundo tem o 12º mês consecutivo de recorde de calor, e temperatura global anual deve ultrapassar 1,5°C

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"Estamos jogando roleta russa com nosso planeta", definiu o secretário-geral da ONU, António Guterres.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 05 de junho de 2024 às 11h50m

#.*Post. - N.\ 11.224*.#

— Foto: Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas
— Foto: Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas

Maio de 2024 marcou o décimo segundo mês consecutivo de recordes de calor na Terra, anunciaram cientistas do observatório europeu Copernicus nesta quarta-feira (5). O dado considera a temperatura média do ar no planeta.

Desde junho de 2023, temos registrado um mês mais quente a cada novo período, dado que cientistas e autoridades destacam para apontar que vivemos uma emergência climática.

Em um comunicado, Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), explicou que, mesmo se essa sequência de recordes for interrompida, a assinatura geral das mudanças climáticas permanece e não há sinal de uma mudança nesta tendência.

É chocante, mas não surpreendente que tenhamos alcançado essa sequência de 12 meses. Estamos vivendo em tempos sem precedentes, mas também temos habilidades sem precedentes para monitorar o clima e isso pode ajudar a informar nossas ações.
— Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).

Ainda de acordo com o observatório europeu, maio de 2024 foi o maio mais quente já registrado globalmente porque teve uma temperatura média do ar de superfície 0,65°C acima da média de abril de 1991-2020.

📝 Os cientistas chamam isso de anomalia de temperatura. Em outras palavras, é um indicador que mostra quanto a temperatura se desvia de uma determinada média histórica.

Essas datas são usadas como referência porque esse período representa umponto médio do aumento da temperatura global, ou seja, o intervalo logo antes das mudanças climáticas se tornarem mais intensas e evidentes.

Além disso, a temperatura média global nos últimos doze meses (junho de 2023 - maio de 2024) é a mais alta já registrada, 0,75°C acima da média de 1991-2020 e 1,63°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.

Temperatura global acima de 1,5ºC

Nesta quarta, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) também anunciou que existe uma chance de 80% de que, em pelo menos um dos próximos cinco anos, a temperatura média global anual ultrapasse temporariamente 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

📝 CONTEXTO: 1,5°C é o chamado “limite seguro” das mudanças climáticas, ou seja, o limiar de aumento da taxa média de temperatura global que temos que atingir até o final do século para evitar as consequências da crise climática provocada pelo homem por causa da crescente emissão de gases de efeito estufa na nossa atmosfera.

Essa é uma taxa que é medida em referência aos níveis pré-industriais, a partir de quando as emissões de poluentes passar a afetar significativamente o clima global.

"Este é um aviso claro de que estamos cada vez mais próximos dos limiares estabelecidas no Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, que se referem a aumentos de temperatura a longo prazo ao longo de décadas, não de um a cinco anos", disse a OMM, em nota.

De acordo com o relatório da OMM:

  • a temperatura média global próxima à superfície de cada ano entre 2024 e 2028 deve ficar entre 1,1°C e 1,9°C acima da média de 1850-1900.
  • o relatório também indica uma probabilidade de 86% de que pelo menos um desses anos estabeleça um novo recorde de temperatura, superando 2023, atualmente o ano mais quente já registrado.

Ainda de acordo com a agência da ONU, existe uma probabilidade de 47% de que a temperatura média global durante o período de 2024-2028 seja mais de 1,5°C acima dos níveis da era pré-industrial. Este valor representa um aumento em relação aos 32% previstos no relatório do ano passado para o período de 2023-2027.

Com isso, a probabilidade de pelo menos um dos próximos cinco anos exceder 1,5°C tem aumentado consistentemente desde 2015, quando era praticamente zero. Durante os anos de 2017 a 2021, essa probabilidade era de 20%, mas aumentou para 66% entre 2023 e 2027.

"Estamos jogando roleta russa com nosso planeta", definiu o secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Precisamos de uma saída da rodovia para o inferno climático. E a boa notícia é que temos o controle do volante. A batalha para limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus será vencida ou perdida nos anos 2020 – sob a vigilância dos líderes de hoje", acrescentou.

O secretário-Geral da ONU, António Guterres. — Foto: REUTERS/David 'Dee' Delgado
O secretário-Geral da ONU, António Guterres. — Foto: REUTERS/David 'Dee' Delgado

Guterres pediu ainda um "imposto extraordinário" sobre os lucros das empresas de combustíveis fósseis para financiar a luta contra o aquecimento global, rotulando-as como os emprendimentos "padrinhos do caos climático".

Ele enfatizou ainda a necessidade de uma redução drástica nas emissões globais de carbono em 9% anualmente até 2030 para manter a meta de 1,5ºC.

Lista de recordes

A marca de temperatura de maio se soma à lista de recordes globais de calor neste e no último ano:

  • Primeiro, o planeta registrou o mês de junho mais quente da história.
  • Depois, a marca foi sendo quebrada a cada novo mês: julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março, abril e agora maio.
  • Além disso, o número de dias que ultrapassou o limiar de aquecimento politicamente significativo de 1,5ºC já atingiu um novo máximo;
  • E, para piorar, pela 1ª vez, o mundo registrou um dia com a temperatura média global 2°C acima da era pré-industrial.
  • Fora tudo isso, julho de 2023 foi tão quente que pode ter sido o mês mais quente em 120 mil anos, enquanto as temperaturas médias de setembro quebraram o recorde anterior em 0,5°C.
Caos climático em gráficos

Como mostrou o g1, 2024 ainda está longe de terminar, mas um conjunto de gráficos atualizados com os dados mais recentes disponíveis gritam que o ano será marcante na trajetória da emergência climática. Veja abaixo:

Temperatura da superfície do mar: maio é o décimo terceiro mês consecutivo em que a temperatura da superfície do mar tem sido a mais quente nos registros de dados do observatório europeu Copernicus para o respectivo mês do ano.

Degelo na Antártida: em 2024, a extensão do gelo marinho antártico atingiu um dos níveis mais baixos já registrados pelo terceiro ano consecutivo. Em 20 de fevereiro, a redução de 200 mil km² superou o recorde do ano anterior.

Degelo no Ártico: as altas temperaturas contribuem para uma das menores extensões de gelo marinho já observadas na região: cobertura está abaixo do registrado em maio de 2012, sugerindo a possibilidade de um novo recorde mínimo este ano.

Listras do aquecimento global: Esse gráfico foi criado pelo cientista climático Ed Hawkins, da Universidade de Reading, no Reino Unido. Ele foi apresentado publicamente pela primeira vez em 2018 e mostra o aumento da temperatura global desde a Revolução Industrial. E em 2023, as temperaturas foram tão altas que ultrapassaram a escala de representação das listras do aquecimento.

Consumo de combustíveis fósseis: quando queimamos combustíveis fósseis liberamos na nossa atmosfera quantidades significativas de dióxido de carbono (CO2), o principal gás do efeito estufa, que absorve e irradia calor.

Desde a Revolução Industrial no século XVIII, quando passamos a queimar grandes quantidades de combustíveis fósseis, esta instabilidade está em um curso cada vez mais perigoso.

Década de recordes: todos os 10 anos mais quentes que temos registro ocorreram na última década (2014-2023). Além disso, antes de 2015, nenhum dia do ano registrava taxas de temperatura acima de 1.5°C. Agora, na última década, cada vez mais dias estão superando essa marca. O ano de 2023 foi especialmente preocupante, marcando um recorde com 173 dias registrando temperaturas acima de 1.5°C.

No vídeo a seguir, o g1 explica a crise do clima em gráficos:

Entenda em 10 gráficos o que está acontecendo com o planeta

Caos climático: gráficos mostram que efeitos do aquecimento global estão mais intensos em 2024; entenda

Caos climático: gráficos mostram que efeitos do aquecimento global estão mais intensos em 2024; entendaInpe

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