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sábado, 25 de maio de 2024

O mistério sobre por que cérebros humanos estão encolhendo

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Quando comparados com outros animais de tamanho semelhante, nossos cérebros são gigantescos. Mas estão menores em comparação com o Homo Sapiens de 100 mil anos atrás.
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TOPO
Por BBC

Postado em 25 de maio de 2023 às 16h30m

#.*Post. - N.\ 11.210*.#

Ilustração sobre o cérebro humano — Foto: Getty Images
Ilustração sobre o cérebro humano — Foto: Getty Images

Os cérebros dos humanos modernos são cerca de 13% menores do que os do Homo sapiens que viveu há 100 mil anos. Por que exatamente isso ainda intriga os pesquisadores?

Tradicionalmente, acredita-se que o nosso grande cérebroseja o que diferencia nossa espécie de outros animais. A capacidade de pensamento e inovação dos seres humanos foi o que nos permitiu criar a primeira arte, inventar a roda e até pousar na Lua.

Certamente, quando comparados com outros animais de tamanho semelhante, nossos cérebros são gigantescos. O cérebro humano quase quadruplicou de tamanho nos seis milhões de anos desde que a nossa espécie partilhou pela última vez um ancestral comum com os chimpanzés. No entanto, estudos mostram que esta tendência para cérebros maiores se inverteu no Homo sapiens. Na nossa espécie, o tamanho médio do cérebro diminuiu ao longo dos últimos 100 mil anos.

Por exemplo, num estudo recente de 2023, Ian Tattersall, paleoantropólogo e curador emérito do Museu Americano de História Natural na cidade de Nova York, acompanhou os volumes de caixas cranianas de antigos hominídeos ao longo do tempo. Ele começou com as espécies mais antigas conhecidas e terminou com os humanos modernos.

O pesquisador descobriu que a rápida expansão cerebral ocorreu de forma independente em diferentes espécies de hominídeos e em épocas diferentes na Ásia, Europa e África. As espécies cujos cérebros cresceram ao longo do tempo incluem Australopithecus afarensis, Homo erectus, Homo heidelbergensis e Homo neanderthalensis.

O tamanho do cérebro mudou à medida que novas espécies de humanos, como o 'Homo neanderthalensis', surgiram — Foto: Getty Images
O tamanho do cérebro mudou à medida que novas espécies de humanos, como o 'Homo neanderthalensis', surgiram — Foto: Getty Images

No entanto, a tendência de aumento do cérebro ao longo do tempo virou de cabeça para baixo com a chegada dos humanos modernos. Os crânios de homens e mulheres hoje são em média 12,7% menores do que os do Homo sapiens que viveu durante a última era glacial.

Temos crânios com formatos muito peculiares, por isso os primeiros humanos são muito fáceis de reconhecer – e os primeiros têm cérebros extremamente grandes, diz Tattersall.

A descoberta de Tattersall replica a de outros. Por exemplo, em 1934, Gerhardt Von Bonin, um cientista alemão afiliado à Universidade de Chicago em Illinois, escreveu que "há uma indicação definitiva de uma diminuição [no cérebro humano], pelo menos na Europa, nos últimos 10 ou 20 mil anos".

Então, como podemos explicar esta redução impressionante? Tattersall sugere que a diminuição do tamanho do cérebro começou há cerca de 100 mil anos, o que corresponde a um período de tempo em que os humanos mudaram de um estilo de pensamento mais intuitivo para o que ele chama de processamento de informação simbólica – ou pensar de uma forma mais abstrata para entender melhor o seu entorno.

Essa foi a época em que os humanos começaram a produzir artefatos simbólicos e gravuras com imagens geométricas significativas, diz Tattersall.

O pesquisador acredita que o catalisador que causou a mudança no estilo de pensamento foi a invenção espontânea da linguagem. Isso fez com que as vias neurais do cérebro fossem reorganizadas de uma forma mais metabolicamente eficiente, permitindo que os humanos obtivessem maior retorno do seu investimento.

Em outras palavras, à medida em que cérebros menores e mais bem organizados foram capazes de realizar cálculos mais complexos, cérebros maiores e metabolicamente caros tornaram-se simplesmente desnecessários.

Ao que parece, provavelmente os nossos antepassados processaram a informação por uma espécie de força bruta, e a inteligência, neste contexto, foi dimensionada de acordo com o tamanho do cérebro. Portanto, quanto maior for o seu cérebro, mais você aproveitou dele, diz Tattersall.

Mas a nossa maneira de pensar é diferente. Desconstruímos o mundo que nos rodeia em um vocabulário de símbolos abstratos, e remontamos esses símbolos para fazer perguntas como 'E se?'

"Esse tipo de pensamento simbólico deve ter exigido um conjunto muito mais complexo de conexões dentro do cérebro do que estava presente anteriormente. Minha sugestão é que ter essas conexões extras permitiu que o cérebro funcionasse de uma forma muito mais eficiente em termos energéticos."

No entanto, outros paleontólogos argumentam que o registo fóssil mostra que os cérebros começaram a encolher mais recentemente do que Tattersall sugere, o que significa que a mudança não poderia estar ligada à linguagem. A data em que Tattersall estima a aquisição da linguagem (100 mil anos atrás) também é contestada.

Adoro essa teoria, acho realmente brilhante, diz o cientista cognitivo Jeff Morgan Stibel, do Museu de História Natural da Califórnia.

"Mas não vimos dados que mostrem que houve um declínio já há 100 mil anos que não tenha resultado, em algum momento, em uma reversão, onde o tamanho do cérebro começou a aumentar novamente. Houve declínios naquela época. Mas e seguida, o cérebro voltou a crescer. Ou seja, os dados ainda não correspondem a essa hipótese."

Stibel acredita que as mudanças climáticas, e não a linguagem, poderiam explicar nossos cérebros menores. Em um estudo de 2023, ele analisou os crânios de 298 Homo sapiens nos últimos 50 mil anos. Ele descobriu que os cérebros humanos têm diminuído há cerca de 17 mil anos – desde o fim da última era glacial. Quando examinou cuidadosamente o registo climático, o pesquisador descobriu que a diminuição do tamanho do cérebro estava correlacionada a períodos de aquecimento da Terra.

O que vimos foi que, quanto mais quente o clima, menor é o tamanho do cérebro dos humanos. E quanto mais frio, maior é o cérebro, diz Stibel.

Cérebros menores poderiam ter permitido que os humanos esfriassem rapidamente. É sabido que os humanos em climas quentes desenvolveram corpos mais magros e mais altos para maximizar a perda de calor. É possível que nossos cérebros tenham evoluído de maneira semelhante.

Hoje em dia, se fizer calor, podemos vestir uma camiseta, pular na piscina ou ligar o ar condicionado, mas há 15 mil anos essas opções não estavam disponíveis para nós, diz Stibel.

O cérebro é o maior consumidor de energia de todos os órgãos, pois pesa cerca de 2% da nossa massa corporal, mas consome mais de 20% da nossa energia metabólica em repouso. Provavelmente também deveria se adaptar ao clima. Nossa teoria é que cérebros menores dissipam melhor o calor e também têm uma produção de calor reduzida."

A descoberta sugere que o rápido aquecimento do planeta atual pode fazer com que o nosso cérebro encolha ainda mais.

A ascensão de civilizações complexas

Talvez a teoria mais proeminente apresentada para explicar o encolhimento do nosso cérebro seja que tudo começou quando os nossos antepassados deixaram de ser caçadores-coletores, criaram raízes e começaram a construir sociedades complexas.

Em 2021, Jeremy DeSilva, antropólogo do Dartmouth College, nos EUA, analisou fósseis cranianos que vão desde o hominídeo Rudapithecus do Mioceno (quase 10 milhões de anos atrás) até os humanos modernos (300 mil a 100 anos atrás). Ele calculou que os nossos cérebros começaram a encolher há apenas 3.000 anos, mais ou menos no mesmo momento em que civilizações complexas começaram a surgir (embora desde então tenha revisto a sua estimativa, argumentando que o declínio no tamanho do cérebro ocorreu entre 20 e 5 mil anos atrás).

DeSilva sugere que o nascimento de sociedades e impérios complexos significou que o conhecimento e as tarefas poderiam ser espalhados. As pessoas já não tinham de saber tudo e, como os indivíduos já não tinham de pensar tanto para sobreviver, os seus cérebros diminuíram de tamanho.

No entanto, essa teoria também é contestada.

Nem todas as sociedades de caçadores-coletores se tornaram complexas da mesma forma que, digamos, os egípcios há 3 mil anos, mas o tamanho do cérebro também diminuiu nessas sociedades, diz Eva Jablonka, professora emérita do Instituto Cohn de História, Filosofia, Ciência e Ideias na Universidade de Tel Aviv, em Israel.

Jablonka argumenta que, mesmo que os cérebros tenham diminuído à medida em que surgiam sociedades mais complexas, isso não significa necessariamente que cérebros menores fossem, necessariamente, uma resposta adaptativa.

"Se há 3 mil anos surgissem sociedades muito maiores e mais complexas, isso poderia estar correlacionado a diferenças muito maiores nas classes sociais. Se, como consequência, a maioria das pessoas fosse pobre, então sabemos que a pobreza e a desnutrição comprometeriam o desenvolvimento cérebro."

Marta Lahr, do Centro Leverhulme de Estudos Evolutivos Humanos da Universidade de Cambridge, também sugeriu que a deficiência de nutrientes poderia explicar a redução dos nossos crânios. Em 2013, ela analisou ossos e cabeças de toda a Europa, África e Ásia. Ela descobriu que o Homo sapiens com o maior cérebro viveu entre 20 e 30 mil anos atrás, e que os cérebros humanos começaram a encolher há 10 mil anos.

Isto está dentro do prazo em que se pensa que os nossos antepassados deixaram de ser caçadores-recolectores e passaram a dedicar-se à agricultura. Ela argumenta que a dependência da agricultura pode ter criado deficiências de vitaminas e minerais, resultando em um crescimento atrofiado.

Entretanto, alguns cientistas argumentam que os crânios humanos ficaram menores como consequência da vida doméstica, com base no fato de que espécies domesticadas, como cães e gatos (que são criados por serem amigáveis) têm cérebros de 10 a 15% menores do que os dos seus antepassados selvagens. Se humanos mais amigáveis e mais sociais tivessem mais sucesso do ponto de vista evolutivo, então os cérebros poderiam ter encolhido com o tempo. Mas nem todos estão convencidos.

Não acredito nessa teoria da autodomesticação, diz Jablonka. "Se isso ocorreu, deve ter acontecido há cerca de 800 mil anos, e não há qualquer evidência de que o cérebro humano tenha encolhido naquela época."

Então, onde isso nos leva? Infelizmente, para entender por que os cérebros encolheram, seria necessário identificar exatamente quando o encolhimento começou. Mas o registo fóssil torna esta tarefa quase impossível. Fósseis mais antigos são mais difíceis de encontrar, por isso o registro é fortemente distorcido para espécies mais novas. Para algumas espécies mal preservadas, dependemos atualmente de alguns ou mesmo de um único crânio.

O que sabemos é que no Pleistoceno, os cérebros humanos tinham aproximadamente o mesmo tamanho dos cérebros dos Neandertais, que é um pouco maior do que o tamanho médio dos cérebros humanos atuais, diz Tattersall.

"A média de todos os cérebros do Homo sapiens com mais de 20 mil anos também é alta. Mas quando exatamente começou a diminuir é uma questão que não está totalmente clara, porque o registro não é tão bom. Tudo o que sabemos é que naquela época, os cérebros eram grandes e hoje são cerca de 13% menores."

Estamos nos tornando menos inteligentes?

Se os cérebros estão encolhendo, o que isso significa para a inteligência humana? Dependendo da teoria em que você acredita, cérebros menores podem nos tornar mais inteligentes, mais burros ou não ter qualquer efeito sobre a inteligência.

É verdade que o tamanho do cérebro não é tudo. Os cérebros dos homens são cerca de 11% maiores que os das mulheres devido ao tamanho do corpo, também maior. No entanto, a investigação demonstrou que mulheres e homens têm capacidades cognitivas semelhantes. Há algumas evidências contestadas de que espécies de hominídeos com cérebros menores, como o Homo floresiensis e o Homo naledi, eram capazes de comportamentos complexos, sugerindo que a forma como o cérebro está conectado é o que determina a inteligência. No entanto, em geral, ter um cérebro maior em relação ao tamanho do corpo está correlacionado com inteligência.

O fato de o nosso cérebro estar diminuindo significativamente neste momento leva à conclusão lógica de que a nossa capacidade de ficarmos mais inteligentes está diminuindo também, ou ao menos não está crescendo, diz Stibel.

"No entanto, o que fizemos nos últimos 10 mil anos foi criar ferramentas e tecnologias que nos permitam descarregar a cognição em artefatos. Somos capazes de armazenar informações em computadores e usar máquinas para calcular coisas para nós. Portanto, nossos cérebros podem até estar apresentando uma menor capacidade de inteligência e de poder intelectual, mas isso não significa que nós, como espécie, estejamos ficando menos inteligentes coletivamente."

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sexta-feira, 24 de maio de 2024

Cientistas encontram molécula que pode ajudar a entender a origem do câncer

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Estudo sugere que a inibição da proteína VRK1, que protege o DNA e participa da proliferação celular, pode representar uma nova terapia contra diversos tipos de tumores
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Agência Fapesp
24/05/2024 às 14:44
Postado em 24 de maio de 2023 às 15h20m

#.*Post. - N.\ 11.209*.#

Embora os resultados sejam promissores, ainda são necessários vários testes antes de afirmar que se trata de um novo fármaco para o tratamento de câncer
Embora os resultados sejam promissores, ainda são necessários vários testes antes de afirmar que se trata de um novo fármaco para o tratamento de câncer TEK IMAGE/SCIENCE PHOTO LIBRARY/GettyImages

Um estudo publicado nesta quinta-feira (23) no Journal of Medicinal Chemistry descreve o desenvolvimento de uma molécula inédita capaz de inibir a proteína VRK1, envolvida na manutenção da integridade do DNA e na proliferação celular de certos cânceres, entre eles mama, próstata, ovário, intestinos e gliomas (no cérebro).

Essa nova molécula serve como uma ferramenta para investigar efeitos celulares e sistêmicos da inibição da VRK1 tanto em células saudáveis quanto tumorais. Além disso, o estudo consolida a VRK1 como um potencial alvo terapêutico para diversos tipos de câncer e abre o horizonte para o desenvolvimento de novos tratamentos.

O trabalho foi liderado por pesquisadores do Centro de Química Medicinal (CQMED) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Aché Laboratórios Farmacêuticos e envolveu colaboradores do Brasil, Reino Unido, da Suécia, Alemanha e dos Estados Unidos. Trata-se do resultado de cinco anos de pesquisas focadas nessa proteína-alvo, que tem protagonismo na proliferação de certos tipos de câncer.

Células tumorais têm mutações que fazem com que elas se multipliquem rapidamente e acabem acumulando erros no genoma. A VRK1 é uma proteína quinase (tipo de enzima que modifica outras proteínas adicionando moléculas de fosfato, em um processo conhecido como fosforilação). Ela participa da resposta celular que detecta e repara esses danos ao DNA, viabilizando, portanto, a proliferação das células mutadas. A ausência da VRK1 faz com que células acumulem erros em seus genomas, levando à morte celular. Em células tumorais, essa quinase é produzida em quantidades maiores.

Neste trabalho, mostramos que diante da inibição da VRK1 em células não ocorre a reparação dos erros e elas acabam morrendo, pois o acúmulo de danos é muito grande, explica Rafael Couñago, pesquisador do CQMED e autor do artigo.

A molécula inibidora, derivada de diidropteridinona, foi inicialmente identificada pela equipe do CQMED e, posteriormente, desenvolvida pelos cientistas do Aché. Os pesquisadores conduziram ensaios desenvolvidos especificamente para demonstrar a ação da molécula na proteína dentro do ambiente celular.

É a primeira vez que descrevemos uma molécula que inibe VRK1 de maneira potente, seletiva e altamente caracterizada no contexto celular, complementa Hatylas Azevedo, diretor de P&D do Aché Laboratórios Farmacêuticos e autor do estudo.

Ciência aberta

Ao longo dos cinco anos, o projeto seguiu as premissas da ciência aberta preconizadas pelo Structural Genomics Consortium (SGC), um consórcio internacional de centros de pesquisa que é parceiro da FAPESP no apoio ao CQMED e estuda proteínas humanas pouco exploradas (leia mais em: agencia.fapesp.br/20790).

O grupo recebeu financiamento por meio do programa Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Centro de Química Medicinal de Acesso Aberto. Atualmente, a parceria integra o portfólio de projetos da Unidade CQMED Embrapii.

O trabalho foi altamente colaborativo, com parcerias internacionais, universidades e a indústria farmacêutica brasileira, pontua Couñago. Até agora, teve um caráter de pesquisa básica, mas os resultados podem ser utilizados na ciência aplicada. Esse trabalho pode servir como base para que empresas, universidades e cientistas do mundo inteiro investiguem o papel da VRK1 no contexto tumoral, bem como utilizem essa molécula como ponto de partida para modificações que a tornem um fármaco, comenta Azevedo.

Embora os resultados sejam promissores, ainda são necessários vários testes antes de afirmar que se trata de um novo fármaco para o tratamento de câncer.

No genoma humano existem cerca de 530 quinases descritas, das quais a ciência conhece bem apenas 80. Para o conhecimento funcional dessas enzimas é importante o desenvolvimento de inibidores que atuem seletivamente para cada uma delas. Esses inibidores podem servir como sondas para avançar no entendimento dessas enzimas, permitindo caracterizá-las funcionalmente.

O artigo Novel dihydropteridinone derivatives as potent inhibitors of the understudied human kinases Vaccinia-Related Kinase 1 and Casein Kinase 1δ/ε pode ser acessado em: https://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/acs.jmedchem.3c02250

Com informações do CQMED.

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quinta-feira, 23 de maio de 2024

Após grande procura, BC vai liberar mais 4 mil unidades da moeda comemorativa aos 200 anos da Constituição de 1824

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Primeiro lote, com três mil unidades da moeda, esgotou-se em abril. Nova remessa será liberada nesta sexta-feira (24).
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Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Postado em 23 de maio de 2024 às 2024 às 13h10m

#.*Post. - N.\ 11.208*.#

Moeda comemorativa aos 200 anos da Constituição de 1824 lançada pelo Banco Central nesta quinta — Foto: Divulgação/Banco Central
Moeda comemorativa aos 200 anos da Constituição de 1824 lançada pelo Banco Central nesta quinta — Foto: Divulgação/Banco Central

O Banco Central informou que vai liberar nesta sexta-feira (24) a segunda tiragem da moeda comemorativa em homenagem aos 200 anos da primeira Constituição do Brasil, outorgada em 1824 pelo Imperador D. Pedro I. O segundo lote terá quatro mil unidades.

O Banco Central decidiu pela nova tiragem depois da grande procura pelas três mil unidades da primeira remessa, que se esgotou em abril. A aquisição poderá ser feita por meio do site Clube da Medalha.

Destinada a colecionadores, a moeda foi produzida em prata e cravada em sua face com o valor de R$ 5. Cada unidade do primeiro lote custou R$ 440.

Em uma de suas faces, a peça tem gravada a ilustração do livro manuscrito da primeira Constituição do país, outorgada pelo imperador D. Pedro I. Também estão cravadas as seguintes legendas: Primeira Constituição”, “Poder Legislativo”, “200 Anos” e “1824-2024.

Na outra face, a moeda tem a representação do Palácio do Congresso Nacional, em Brasília. Ao fundo, ilustrações de dois círculos fazem referência aos plenários da Câmara e do Senado. Estão gravadas, ainda, as seguintes legendas: BRASIL”, “2024” e “5 REAIS.

Constituição imposta por Dom Pedro I

Face da moeda é estampada com a imagem do Congresso Nacional — Foto: Reprodução/TV Globo
Face da moeda é estampada com a imagem do Congresso Nacional — Foto: Reprodução/TV Globo

O diretor de Administração do Banco Central, Rodrigo Alves Teixeira, afirmou que o lançamento da peça é uma contribuição da autoridade monetária para que a lembrança da primeira Constituição se "torne perene na memória da nação brasileira".

"O Banco Central está lançando hoje uma moeda comemorativa, homenageando, ao mesmo tempo, as duas câmaras do Poder Legislativo e o texto legal que os deu origem. Presente e passado se encontram nessa moeda, que, de um lado, mostra o Palácio do Congresso Nacional, símbolo do Poder Legislativo; e, de outro, o livro aberto da primeira Constituição, com a pena, como foi escrito 200 anos atrás", declarou.

Homenageada pelo BC, a primeira Constituição brasileira foi outorgada — isto é, imposta — por D. Pedro I, em 25 de março de 1824, menos de dois anos após a proclamação da Independência do Brasil. Ficou em vigor por 65 anos, sendo a mais longeva do Brasil até hoje.

O primeiro texto constitucional brasileiro estabeleceu no Brasil uma monarquia constitucional hereditária. Também instituiu, pela primeira vez, o Poder Legislativo bicameral, prevendo a existência da Câmara dos Deputados e do Senado, e mais três Poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo).

A Constituição de 1824 ainda criou o Supremo Tribunal de Justiça que, atualmente, é o Supremo Tribunal Federal (STF).

Além da homenagem aos 200 anos da primeira Constituição, o Banco Central já lançou diversas moedas comemorativas ao longo da história. Em 2022, disponibilizou, por exemplo, duas peças para comemorar o Bicentenário da Independência do Brasil.


BC lança moeda em comemoração aos 200 anos da 1ª Constituição

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    terça-feira, 21 de maio de 2024

    Água do oceano avança abaixo da “geleira do Juízo Final”

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    Glaciar Thwaites, apelidado de “geleira do Juízo Final” porque o seu colapso pode causar um aumento catastrófico do nível do mar, foi analisado por dados de radar do espaço que fez um raio-X do que acontece sob o manto de gelo
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    Laura Paddisonda CNN
    21/05/2024 às 12:17 | Atualizado 21/05/2024 às 12:19
    Postado em 21 de maio de 2024 às 06h45m

    #.*Post. - N.\ 11.207*.#

    Plataforma de gelo Thwaites
    Plataforma de gelo Thwaites Alexandra Mazur/University of Gothenburg

    A água do oceano está avançando quilômetros embaixo da geleira do Juízo Final da Antártida, tornando-a mais vulnerável ao degelo do que se pensava anteriormente, de acordo com uma nova pesquisa que utilizou dados de radar do espaço para realizar um raio-X da geleira gigante.

    À medida que a água salgada e relativamente quente do oceano encontra o gelo, está causando um derretimento vigoroso por baixo do glaciar e pode significar que as projeções globais de aumento do nível do mar estão sendo subestimadas, de acordo com o estudo publicado segunda-feira (20) no Proceedings of the National Academy of Sciences.

    O glaciar Thwaites, na Antártida ocidental – apelidado de geleira do Juízo Final porque o seu colapso pode causar um aumento catastrófico do nível do mar – é o glaciar mais largo do mundo e tem aproximadamente o tamanho da Flórida. É também o glaciar mais vulnerável e instável da Antártica, em grande parte porque a terra onde se situa se inclina para baixo, permitindo que as águas oceânicas corroam o seu gelo.

    O glaciar, que já contribui com 4% do aumento global do nível do mar, contém gelo suficiente para elevar o nível do mar em mais de 60 centímetros. Mas como ele também funciona como uma barragem natural para o gelo circundante na Antártida ocidental, os cientistas estimam que o seu colapso total poderá levar a um aumento do nível do mar de cerca de 3 metros – uma catástrofe para as comunidades costeiras do mundo.

    Muitos estudos apontaram para as imensas vulnerabilidades do glaciar Thwaites. O aquecimento global, impulsionado pela queima de combustíveis fósseis pelos seres humanos, deixou-o pendurado pelas unhas, de acordo com um estudo de 2022.

    Esta última pesquisa acrescenta um fator novo e alarmante às projeções do seu destino.

    Uma equipe de glaciologistas – liderada por cientistas da Universidade da Califórnia, Irvine – usou dados de radar de satélite de alta resolução, coletados entre março e junho do ano passado, para criar um raio-X da geleira.

    Isso permitiu aos cientistas construir uma imagem das mudanças na linha de aterramento do Thwaites, o ponto em que o glaciar sobe do fundo do mar e se torna uma plataforma de gelo flutuante. As linhas de aterramento são vitais para a estabilidade dos mantos de gelo e um ponto-chave de vulnerabilidade para o Thwaites, mas têm sido difíceis de estudar.

    No passado, tínhamos apenas dados esporádicos para analisar isso, disse Eric Rignot, professor de ciência do sistema terrestre na Universidade da Califórnia em Irvine e coautor do estudo. Nesse novo conjunto de dados, diário e ao longo de vários meses, temos observações sólidas do que está acontecendo.

    Eles observaram a água do mar correndo sob a geleira ao longo de muitos quilômetros e depois saindo novamente, seguindo o ritmo diário das marés. Quando a água entra, é o suficiente para elevar a superfície da geleira em centímetros, disse Rignot à CNN.


    Uma imagem do movimento das marés no Glaciar Thwaites, na Antártica ocidental, registado pela missão de satélite comercial ICEYE da Finlândia, com base em imagens adquiridas em 11, 12 e 13 de maio de 2023 / Eric Rignot/UC Irvine

    Ele sugeriu que o termo zona de aterramento pode ser mais adequado do que linha de aterramento, já que pode se mover quase 6,4 quilômetros em um ciclo de maré de 12 horas, de acordo com a pesquisa.

    A velocidade da água do mar, que percorre distâncias consideráveis em um curto período de tempo, aumenta o derretimento das geleiras porque, assim que o gelo derrete, a água doce é eliminada e substituída por água do mar mais quente, disse Rignot.

    Este processo de intrusão generalizada e enorme de água do mar aumentará as projeções de elevação do nível do mar na Antártida, acrescentou.

    Ted Scambos, glaciologista da Universidade do Colorado em Boulder, que não esteve envolvido no estudo, chamou a pesquisa de fascinante e importante.

    Essa descoberta fornece um processo que, ainda, não foi levado em consideração nos modelos, disse ele à CNN. E embora esses resultados se apliquem apenas a certas áreas do glaciar, disse ele, isso poderia acelerar o ritmo da perda de gelo nas nossas previsões.

    Uma incerteza a ser desvendada é se o fluxo da água do mar sob o Thwaites é um fenômeno novo ou se é significativo, mas desconhecido há muito tempo, disse James Smith, geólogo marinho do British Antarctic Survey, que não esteve envolvido no estudo.

    ** Imagem deve ser usada apenas nesta matéria específica **
    Geleira Thwaites / Alexandra Mazur/University of Gothenburg

    De qualquer forma, é claramente um processo importante que precisa ser incorporado aos modelos de mantos de gelo, disse ele à CNN.

    Noel Gourmelen, professor de observação da Terra na Universidade de Edimburgo, disse que o uso de dados de radar para esse estudo foi interessante. Ironicamente, é indo para o espaço, utilizando as nossas crescentes capacidades de satélite, que aprendemos muito mais sobre esse ambiente, disse ele à CNN.

    Ainda há muitas incógnitas sobre o que as descobertas do estudo significam para o futuro do Thwaites, disse Gourmelen, que não esteve envolvido na pesquisa. Também não está claro até que ponto esse processo é generalizado em toda a Antártida, disse ele à CNN, embora seja altamente provável que isso também esteja acontecendo em outros lugares.

    Uma mudança de regime

    A Antártida, um continente isolado e complexo, parece estar cada vez mais vulnerável à crise climática.

    Em um estudo separado, também publicado na segunda-feira, pesquisadores do British Antarctic Survey (BAS) analisaram as razões para os baixos níveis recorde de gelo marinho em torno da Antártida no ano passado.

    Analisando dados de satélite e utilizando modelos climáticos, descobriram que este valor recorde teria sido extremamente improvável de acontecer sem a influência das mudanças climáticas.


    Gelo marinho ao redor de Rothera Point, na Ilha Adelaide, a oeste da Península Antártica / Steve Gibbs/BAS

    O derretimento do gelo marinho não afeta diretamente o aumento do nível do mar porque já está flutuando, mas deixa as camadas de gelo costeiras e as geleiras expostas às ondas e às águas quentes do oceano, tornando-as muito mais vulneráveis ao derretimento e à ruptura.

    Os pesquisadores também utilizaram modelos climáticos para prever a velocidade potencial de recuperação de uma perda tão extrema de gelo marinho e descobriram que, mesmo depois de duas décadas, nem todo o gelo retornará.

    Os impactos da permanência baixa do gelo marinho da Antártica durante mais de 20 anos seriam profundos, inclusive no clima local e global, disse Louise Sime, coautora do estudo do BAS, em nota.

    As descobertas acrescentam provas ao longo dos últimos anos de que a região enfrenta uma mudança duradoura de regime, escreveram os autores.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.