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terça-feira, 23 de abril de 2024

A planta usada como alternativa ao papel higiênico na África e nos EUA

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Na África e nos EUA, por questões de custos ou sustentabilidade, a folha de boldo é vista por alguns como alternativa ao papel higiênico.
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TOPO
Por BBC

Postado em 23 de abril de 2024 às 10h55m

#.*Post. - N.\ 11.179*.#

BBC - A planta usada como alternativa ao papel higiênico na África e nos EUA — Foto: BBC
BBC - A planta usada como alternativa ao papel higiênico na África e nos EUA — Foto: BBC

Será que o Plectranthus barbatus, popularmente conhecido como boldo, é uma alternativa sustentável aos caros papéis higiênicos no continente africano?

Martin Odhiambo, fitoterapeuta do Museu Nacional do Quênia, diz que sim. "Pode ser o futuro papel higiênico."

Assim como ocorreu com muitos outros produtos, o preço do papel higiênico aumentou em toda a África. Embora ele seja fabricado no continente, a pasta de papel utilizada na sua produção é, muitas vezes, importada.

Martin, especializado em plantas tradicionais, acredita que a resposta ao aumento dos custos já pode existir no continente.

"A Plectranthus barbatus é o papel higiênico africano. Muitos jovens hoje em dia desconhecem essa planta, mas ela tem potencial para ser uma alternativa, amiga do ambiente, ao papel higiênico", diz ele.

As folhas dela são macias, diz Martin, e têm cheiro de menta.

Benjamin, que utiliza o boldo há mais de 25 anos, cultiva a planta no quintal dele — Foto: BBC
Benjamin, que utiliza o boldo há mais de 25 anos, cultiva a planta no quintal dele — Foto: BBC

A planta é cultivada amplamente em toda a África e ainda é usada em áreas rurais, o que a torna facilmente acessível.

As folhas têm tamanho semelhante a um quadrado de papel higiênico industrial, e podem ser usadas em vasos sanitários modernos com descarga.

Benjamin, que utiliza Plectranthus barbatus há mais de 25 anos, cultiva a planta no quintal dele, perto de sua casa em Meru, no Quênia.

Ele diz: "Aprendi sobre a planta com meu avô, em 1985, e a uso desde então. É macia e tem um cheiro agradável."

Mas ela poderia ser usada por mais pessoas?

A produção em larga escala ainda é algo distante. No entanto, o seu potencial está sendo explorado em outros países.

Robin Greenfield, um ativista ambiental nos Estados Unidos, diz que usa folhas de boldo há cinco anos.

Robin cultiva mais de cem pés de boldo em seu viveiro na Flórida. Ele compartilha mudas por meio de uma iniciativa que incentiva as pessoas a cultivarem seu próprio papel higiênico.

Robin cultiva mais de cem pés de boldo em seu viveiro na Flórida para usar como papel higiênico — Foto: BBC
Robin cultiva mais de cem pés de boldo em seu viveiro na Flórida para usar como papel higiênico — Foto: BBC

"Há muitas pessoas que associam o uso da planta como papel higiênico à pobreza, mas devo lembrá-los que, quando usam papel higiênico industrial, continuam usando plantas. A diferença é que elas apenas têm uma indústria com elas", diz ele.

Robin diz que recebeu comentários positivos de pessoas que usaram a planta. Ele diz que são pessoas que valorizam a sustentabilidade do cultivo do seu próprio papel higiênico.

"Para quem hesita em experimentar o boldo como papel higiênico, eu diria para abandonar as preocupações sobre o que as pessoas pensam de você. E simplesmente dizer: vou ser eu mesmo. E isso pode significar me limpar com algumas folhas bem macias que eu mesmo planto."

Este conteúdo foi criado com financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates.

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segunda-feira, 22 de abril de 2024

Cientistas sugerem que planeta já vive uma nova extinção em massa

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O mundo prestes a um novo apocalípse!...
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www.msn.com
História de Zeleb.es • 6 h
Postado em 22 de abril de 2024 às 07h45m

#.*Post. - N.\ 11.178*.#


©Fornecido por The Daily Digest

Vida ameaçada
A vida no planeta Terra está ameaçada pela crise climática e isso é um fato que os cientistas vêm alertando há anos. Já vivemos uma extinção em massa há 65 milhões de anos e, agora, podemos estar em outra.

©Fornecido por The Daily Digest

Estágios iniciais
Uma equipe liderada pelo professor Robert Cowie, da Universidade do Havaí, argumenta em um estudo publicado pela Biological Reviews que parece cada vez mais provável que estejamos nos estágios iniciais de uma nova extinção em massa.

©Fornecido por The Daily Digest

Não há espaço para ceticismo
Há uma montanha de dados se acumulando rapidamente, e não há mais espaço para ceticismo ou pergunta-se se isso realmente está acontecendo, argumenta o estudo, citado pelo site de notícias Vice.

©Fornecido por The Daily Digest

O que é uma extinção em massa?

Uma extinção em massa ocorre quando cerca de 70% da vida animal e vegetal deixa de existir. Em outras palavras, é uma catástrofe mundial envolvendo a biodiversidade e o ecossistema.

©Fornecido por The Daily Digest

Moluscos
O estudo se concentra em animais invertebrados, especificamente moluscos. Considera que a União Internacional para a Conservação da Natureza dá atenção desproporcional aos vertebrados, como aves e mamíferos.


©Fornecido por The Daily Digest

Diversidade animal
A União Internacional para a Conservação da Natureza não avaliou nada além de uma minúscula fração de invertebrados, como insetos, caracóis, aranhas e crustáceos, que constituem 95% da diversidade animal, disse Cowie à Vice.
Imagem: Ed van Duijin / Unsplash

©Fornecido por The Daily Digest

Desde 1500
O estudo indica que entre 7,5% a 13% das espécies desapareceram desde 1500, o que sugere que estamos caminhando para a extinção em massa.
Na foto: Uma réplica de um tigre da Tasmânia (Thylacine), que foi declarado extinto em 1936, é exibido no Museu Australiano em Sydney.


©Fornecido por The Daily Digest

A culpa é nossa
Se realmente caminhamos para a sexta extinção em massa, seria a primeira (que conhecemos) causada pela intervenção de uma espécie. Neste caso, humanos.


©Fornecido por The Daily Digest

O Antropoceno
De fato, o efeito humano no meio ambiente é tão intenso que muitos cientistas acreditam que vivemos em uma nova época geológica: o Antropoceno.


©Fornecido por The Daily Digest

Agricultura
Embora, até agora, permaneça hipotético, o Antropoceno teria começado com os primeiros impactos do ser humano na geologia e nos ecossistemas da Terra. E isto data de quando desenvolvemos a agricultura, 12.000-15.000 anos atrás.


©Fornecido por The Daily Digest

A grande aceleração
Outros especialistas relacionam o Antropoceno com a Grande Aceleração, ao espantoso aumento da taxa de crescimento humano e de consumo de recursos, após a Segunda Guerra Mundial.


©Fornecido por The Daily Digest

Admirável mundo novo
Em outras palavras, o mundo em que nossos avós nasceram é completamente diferente do mundo em que vivemos agora.


©Fornecido por The Daily Digest

Abelhas e borboletas
Um bom exemplo de que a sexta extinção em massa se aproxima é o desaparecimento de abelhas e borboletas em todo o mundo.
Imagem: Dmitry Grigoriev / Unsplash

©Fornecido por The Daily Digest

Dentro de uma única geração
De acordo com o The Guardian, a população de abelhas na Europa e na América do Norte diminuiu mais de 30% no período de uma única geração.
Imagem: Annie Spratt / Unsplash

©Fornecido por The Daily Digest

Mais que mel
O colapso da população de abelhas também afeta os seres humanos. Elas não são apenas responsáveis pelo mel, também polinizam plantações. Sem estes animais, menos alimentos são produzidos.


©Fornecido por The Daily Digest

O efeito borboleta
Ao mesmo tempo, a National Geographic relata que mais de 450 espécies de borboletas no sudoeste dos Estados Unidos também estão desaparecendo.
Imagem: Ed van Dujin / Unsplash

©Fornecido por The Daily Digest

O papel das borboletas
As borboletas também são cruciais para polinizar muitas plantas e flores, afetando a cadeia alimentar e todo o ecossistema.


©Fornecido por The Daily Digest

Um habitat inóspito
O principal culpado pelo declínio das abelhas e borboletas são os ambientes mais quentes, causados pelas mudanças climáticas. As temperaturas crescentes transformam o antigo lar dessas espécies em algo inóspito.


©Fornecido por The Daily Digest

Terra e matérias-primas
Isso sem levar em conta o uso desordenado da terra e das matérias-primas, que afetam ou destruem ecossistemas inteiros.
Na foto, o desmatamento na selva amazônica.


©Fornecido por The Daily Digest

Danos irreversíveis
Os danos que os humanos causaram ao planeta provaram ser irreversíveis. O mais preocupante é que, apesar das inúmeras iniciativas e melhores intenções, continua até hoje.


©Fornecido por The Daily Digest

Providências urgentes
Seremos capazes de devolver o equilíbrio que nos permitiu viver todo este tempo? O tempo se esgota e as providências para isso têm que ser tomadas já!

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domingo, 21 de abril de 2024

Israel aumentou em 5% a compra de armas desde 2019; Irã fez maior compra de caças em 20 anos

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A tensão entre os dois países cresceu após um ataque israelense na Síria matar o comandante da Guarda Revolucionária Iraniana.
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Por Matheus Moreira, g1 — São Paulo

Postado em 21 de abril de 2024 às 08h40m

#.*Post. - N.\ 11.177*.#

Fumaça perto de edifícios diplomáticos do Irã em Damasco, na Síria, em 1º de abril de 2024 — Foto: Firas Makdesi/Reuters
Fumaça perto de edifícios diplomáticos do Irã em Damasco, na Síria, em 1º de abril de 2024 — Foto: Firas Makdesi/Reuters

Israel e o Irã têm se armado nos últimos cinco anos. Israel aumentou sua importação de armas em 5% no quadriênio de 2019 a 2023 em relação ao quadriênio anterior, 2014 a 2018. O Irã, em 2023, fez sua maior compra dos últimos 20 anos: importou 24 jatos de combate da Rússia.

Os dados são do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês) e foram divulgados em março de 2024.

Israel

O levantamento indica que, na lista de países que mais importaram armas no mundo entre 2019 e 2023, Israel aparece em 15º lugar. Os EUA são responsáveis pela venda de quase 70% das armas importadas pelo governo israelense.

Israel e os EUA tem uma parceria que data da própria fundação do país, em maio de 1948. Contudo, o alto número de mortes na Faixa de Gaza causado pela guerra em curso de Israel contra o Hamas tensionou a relação, levando os EUA a cobrar publicamente seu aliado.

Para se ter uma ideia, em 2023, Israel comprou mais de mil bombas inteligentes, que são munições de alto grau de precisão, 300 misseis Tamir, que são usados pelo Domo de Ferro para defender o território, e 2 mil mísseis antitanque.

A Alemanha é o segundo maior fornecedor de armas para Israel, sendo responsável por 30% de todo o armamento importado pelos israelenses no último quadriênio.

A Alemanha é o 5º país que mais exportou armas no mundo entre 2019 e 2023. Entre os três principais compradores estão países em guerra: Ucrânia, em segundo lugar, e Israel, em terceiro. O maior comprador dos alemães é o Egito.

Nesta sexta (12), advogados entraram com mais uma ação contra o governo alemão após o país aprovar a exportação de 3 mil armas para Israel. É o segundo caso judicial desse tipo aberto neste mês no país.

Entre 2003 e 2023, o Irã fez 18 encomendas que, juntas, somam 1.796 tipos de armas.

Dentre essas encomendas, 13 foram da Rússia e 3 da China. Além disso, houve uma encomenda, em 2010, de Belarus, além de uma outra de um vendedor que o instituto não conseguiu identificar, em 2020.

Apenas da Rússia, o Irã importou 24 caças e cerca de 900 mísseis capazes de derrubar aeronaves.

O Irã também é um país com uma indústria bélica relevante no cenário global. Os principais compradores do Irã — que é o 25º maior exportador do mundo — são Rússia, com 75% do todo, Venezuela, com 16%, e o grupo armado Houthi, com 7,4%.

O levantamento do IISS considera como forças da Cisjordânia aquelas sob comando da Autoridade Palestina, enquanto na Faixa de Gaza é contabilizado o efeitivo sob comando do Hamas. O g1 adotou a lista de países do Oriente Médio usada pela Agência de Inteligência dos EUA (CIA), incluindo o Egito por causa da influência na guerra entre Israel e o Hamas. — Foto: Kayan Albertin/g1
O levantamento do IISS considera como forças da Cisjordânia aquelas sob comando da Autoridade Palestina, enquanto na Faixa de Gaza é contabilizado o efeitivo sob comando do Hamas. O g1 adotou a lista de países do Oriente Médio usada pela Agência de Inteligência dos EUA (CIA), incluindo o Egito por causa da influência na guerra entre Israel e o Hamas. — Foto: Kayan Albertin/g1

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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Alagamentos em Dubai: 'semeadura de nuvens' pode ser causa da pior chuva na história da cidade, diz agência

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Em menos de 48 horas, a cidade teve 142 milímetros de chuva; o volume esperado para um ano inteiro é de 94,7 milímetros.
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Por g1

Postado em 17 de abril de 2024 às 10h05m

#.*Post. - N.\ 11.176*.#


Veja avião em pista alagada do aeroporto de Dubai

Em pleno deserto, a cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, parou na última terça (16) devido a um problema incomum: a chuva.

Em menos de 48 horas, a cidade registrou 142 milímetros de chuva – volume muito maior do que o esperado para um ano inteiro, de 94,7 milímetros.

Nesta quarta (17), ainda era possível ver dezenas de carros abandonados em largas avenidas de Dubai, ainda cobertos quase por completo pelas águas.

Veículos abandonados permanecem alagados em Dubai um dia depois de chuva histórica na cidade — Foto: Jon Gambrell/AP Photo
Veículos abandonados permanecem alagados em Dubai um dia depois de chuva histórica na cidade — Foto: Jon Gambrell/AP Photo

Segundo a agência de notícias estatal WAM, Dubai viveu um evento climático histórico que ultrapassou qualquer registro documentado desde o início da série histórica, em 1949.

As chuvas também atingiram países vizinhos, como o Bahrein, Omã, Catar e Arábia Saudita. No entanto, os Emirados Árabes Unidos foram os mais afetados.

Fator humano

As causas do fenômeno ainda são desconhecidas, mas, de acordo com a agência de notícias Associated Press, uma das razões pode ser uma semeadura de nuvens mal calculada.

Asemeadura, ou cloud seeding, em inglês, é uma intervenção humana que consiste em bombardear nuvens com produtos químicos específicos, como iodeto de prata ou gelo seco. O governo dos Emirados realiza voos para esse propósito regularmente.

Segundo a AP, relatos de meteorologistas locais dão conta de que o Centro Nacional de Meteorologia realizou seis ou sete voos de semeadura de chuvasantes das tempestades.

A agência de notícias localizou registros de monitoramento de aviões de pelo menos um desses voos.

Um jornal ligado ao governo da capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi, reportou autoridades dizendo que não houve nenhum voo do tipo na terça-feira, sem mencionar a ocorrência nos dias anteriores.

A Associated Press questionou o Centro Nacional de Meteorologia, mas não recebeu resposta.

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terça-feira, 16 de abril de 2024

Com armas desenvolvidas com o apoio da Rússia e da Coreia do Norte, Irã desafia o sistema de defesa de Israel

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O Irã lançou mais de 300 drones e mísseis contra Israel. As forças de defesa israelenses afirmam que conseguiram interceptar 99% deles.
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Por Jornal Nacional

Postado em 16 de abril de 2024 às 07h30m

#.*Post. - N.\ 11.175*.#


Com armas desenvolvidas com o apoio da Rússia e da Coreia do Norte, Irã desafia o sistema de defesa de Israel

O sistema de defesa de Israel é um dos mais sofisticados do planeta. Do outro lado desse conflito, o Irã desenvolveu armas com o apoio da Rússia e da Coreia do Norte.

Desde os primeiros alertas de que o Irã iria atacar Israel, a tensão tomou conta do mundo. Foram horas de apreensão, até que drones e mísseis começaram a ser interceptados em explosões brilhantes no céu.

Mas é nos detalhes que se entende melhor esse conflito de contornos inéditos. Os iranianos jamais haviam atacado diretamente os israelenses. O Irã lançou mais de 300 drones e mísseis contra Israel. As forças de defesa de Israel afirmam que conseguiram interceptar 99% deles.

Foram cerca de 170 drones kamikaze não tripulados, como um em formato de asa delta, 30 mísseis de cruzeiro, que navegam sozinhos e podem voar a poucos metros da superfície, e mais 120 mísseis balísticos, que fazem trajetórias em arco usando a força da gravidade - esses teriam sido os poucos que conseguiram atingir de fato Israel.

Armas lançadas pelo Irã em direção a Israel — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Armas lançadas pelo Irã em direção a Israel — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

"A variação desse uso é bastante curiosa, não é usual esse tipo de variação. Mas a gente pode analisar para entender que esse processo provavelmente foi como um elemento de demonstração de força. Então, o objetivo central do ataque iraniano a Israel não era necessariamente gerar grandes danos ao território israelense, até porque o número de ogivas, o número de incursões aéreas, foi até pequena se comparado ao arsenal iraniano", avalia Rodrigo Amaral, professor de Relações Internacionais da PUC-SP.

A distância mais curta entre Irã e Israel é de cerca de mil km. Ataques partiram também de grupos armados, apoiados pelo Irã, em outros países vizinhos: IraqueSíriaIêmenLíbano.

Para um ataque inédito, uma grande operação de defesa com apoio de aliados. Estados UnidosReino Unido e a França compartilharam com Israel informações precisas de inteligência. Houve, também, participação direta. Só os Estados Unidos derrubaram, pelo menos, 70 drones e seis mísseis.

Jordânia, um país árabe que tem um tratado de paz com Israel, também atuou para derrubar mísseis iranianos. Informou que fez isso em defesa própria para evitar que os artefatos caíssem em seu território.

"A Jordânia foi muito crítica em relação a Israel e sua atuação militar em Gaza. Então, isso também mostrou que vários países árabes que criticaram Israel devido a sua guerra contra o Hamas, não necessariamente vão criticar Israel no seu conflito com o Irã, que para vários países do Oriente Médio também é uma ameaça. O Irã tem uma relação muito ambígua, em vários sentidos, muito tensa com o mundo árabe. O Irã tem ambições de liderança regional. A Arábia Saudita também, o Egito também. Então, de certa forma, para a Arábia Saudita, o Irã é um rival. Então, quando o Irã acompanha esse risco de um conflito direto entre Israel e o Irã, a Arábia Saudita não estará do lado iraniano, apesar de também ter uma relação tensa com Israel. Vários desses países árabes são aliados dos Estados Unidos. Então, me parece que não há nenhum interesse por parte do mundo árabe em ver o Irã atacando Israel", diz Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV.

Quando um inimigo ameaça a segurança de Israel, as forças de defesa decidem como reagir e a qual ou quais os sistemas devem usar. O mais conhecido deles é o "Domo de Ferro". É usado para abater foguetes de curto alcance, como os lançados pelo grupo terrorista Hamas, da Faixa de Gaza, e pelos extremistas do Hezbollah, no sul do Líbano. Quando um ataque é identificado, o sistema estima um ponto de impacto e lança um míssil interceptador para explodir o artefato inimigo ainda no ar.

Já o sistema chamado "Estilingue de Davidé mais poderoso. Foi desenvolvido por americanos e israelenses para interceptar aviões inimigos. Drones e mísseis e curto e médio alcance. São mísseis que voam em uma altura de até 15 km e percorrem uma distância máxima de 300 km. Podem ser instalados em qualquer lugar do país.

Para derrubar os mísseis balísticos mais sofisticados e utilizados pelo Irã nos últimos anos, Israel desenvolveu o sistema chamado seta ou flecha. Ele é capaz de interceptar um míssil no espaço, do tipo que voa em altitudes de até 100 km, e percorrem quase 2,5 mil km de distância.

A maioria dos mísseis de última geração iraniana é desenvolvida a partir de modelos da Rússia e da Coreia do Norte. O Irã também exporta armas de guerra: a Rússia usa os drones iranianos para atacar a Ucrânia.

No domingo (14), um dia depois dos ataques, um outro sistema entrou em ação para interceptar um drone que teria sido lançado do Iêmen neste domingo. O "Domo C" fica instalado em um navio de guerra e funciona de maneira parecida com o "Domo de Ferro".

Israel também mobiliza a Força Aérea, que tem jatos F-15 e F-16 fabricados nos Estados Unidos e caças capazes de abater drones ou mísseis.

Um dos poucos locais atingidos foi a base aérea de Nevatim. As autoridades israelenses afirmam que esse era o principal alvo do Irã, mas não houve grandes prejuízos.

"Acabou sendo um ataque grande em termos quantitativos, mas o Irã também parece ter desenhado o ataque de uma forma para que Israel tivesse tempo de abater boa parte dos mísseis. O alvo principal parece ter sido bases militares. O que também sinaliza que o Irã não buscou atingir a população civil israelense", explica Oliver Stuenkel.
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