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quinta-feira, 18 de maio de 2023

Desemprego sobe em 15 estados e no DF no primeiro trimestre de 2023, diz IBGE

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Aumento da desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea, resultaram no crescimento da taxa de desocupação nas grandes regiões.
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Por g1

Postado em 18 de maio de 2023 às 10h35m

 #.*Post. - N.\ 10.796*.#

Carteira de trabalho — Foto: Divulgação
Carteira de trabalho — Foto: Divulgação

A taxa de desemprego no Brasil subiu em 16 das 27 Unidades da Federação no primeiro trimestre de 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos demais estados, a taxa ficou estável.

Segundo o IBGE, o aumento da desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea, resultaram no crescimento da taxa de desocupação nas grandes regiões.

Os estados com as maiores taxas de desocupação foram Bahia (14,4%), Pernambuco (14,1%) e Amapá (12,2%). Na outra ponta estão Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%). Veja a lista abaixo.

Taxa de desocupação por UF — Foto: Reprodução/IBGE
Taxa de desocupação por UF — Foto: Reprodução/IBGE

Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica, explica a analista da pesquisa Alessandra Brito.

Nos recortes sociais, a taxa de desocupação foi de 7,2% para os homens e 10,8% para as mulheres. Já a divisão por cor ou raça tem resultados abaixo da média nacional (de 8,8%) para os brancos (6,8%) e acima para os pretos (11,3%) e pardos (10,1%).

Desemprego

A taxa de desocupação no primeiro trimestre móvel do ano ficou em 8,8%, como mostrou o IBGE no mês passado. Esse é o menor resultado para o trimestre desde 2015, quando fechou em 8%.

Em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre outubro e dezembro, o período traz aumento de 0,9 ponto percentual (7,9%) na taxa de desocupação. No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 11,1%.

Com isso, o número absoluto de desocupados teve alta de 10% contra o trimestre anterior, chegando a 9,4 milhões de pessoas. São 860 mil pessoas a mais entre o contingente de desocupados, comparado o último trimestre do ano passado. Em relação ao mesmo período de 2022, o recuo é de 21,1%, ou 2,5 milhões de trabalhadores.

Já o total de pessoas ocupadas teve um recuo de 1,6% contra o trimestre anterior, passando para 97,8 milhões de brasileiros. Deixaram o grupo cerca de 1,5 milhão. Na comparação anual, houve crescimento de 2,7%.

Esse movimento de retração da ocupação e expansão da procura por trabalho é observado em todos os primeiros trimestres da pesquisa, com exceção do ano de 2022, que foi marcado pela recuperação pós-pandemia, diz Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Esse resultado do primeiro trimestre pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos.

Recuo entre os sem carteira assinada

De acordo com o IBGE, o número de empregados com carteira assinada no setor privado manteve estabilidade no trimestre. Então, boa parte da queda na ocupação pode ser atribuída à redução dos trabalhadores sem carteira no setor público (-7%) e privado (-3,2%).

Setores como outros serviços (-4,3%), administração pública (-2,4%), agricultura (-2,4%), construção (-2,9%) e comércio (-1,5%) tiveram quedas expressivas no total de seus trabalhadores sem carteira. Além disso, o total de trabalhadores por conta própria com CNPJ teve queda de 8,1% (o que representa menos 559 mil pessoas).

Com isso, a taxa de informalidade voltou aos 39% da população ocupada, o que equivale a 38,1 milhões de trabalhadores informais no país. No trimestre anterior, a taxa era de 38,8%, mas estava em 40,1% no mesmo trimestre do ano anterior.

A Pnad Trimestral revela que as maiores taxas de informalidade ficaram com Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%). As menores, com Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).

Por outro lado, 74,1% dos empregados do setor privado do país tinham carteira de trabalho assinada no 1º trimestre de 2023. As regiões Nordeste (58,9%) e Norte (57,6 %) apresentaram as menores taxas.

Já o estado com maior percentual de trabalhadores com carteira assinada é Santa Catarina, com 88,2%. Em seguida, estão Rio Grande do Sul (82,2%) e São Paulo (81,1%).

Entre os trabalhadores domésticos, apenas 26,1% tinham carteira de trabalho assinada no país, contra 25% no mesmo período do ano anterior.

Níveis de ocupação

O IBGE mostra também que o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, chamado nível de ocupação, chegou a 56,1%. Trata-se de uma queda de 1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (57,2%). Na comparação anual, ainda há alta de 1 p.p. (55,2%).

O contingente fora da força de trabalho foi estimado em 67 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2023. O incremento foi de 1,1 milhão de pessoas frente ao trimestre anterior. Na comparação anual, subiu em mais de 1,5 milhão.

Segundo Beringuy, do IBGE, o aumento de pessoas fora da força de trabalho permaneceu nas últimas divulgações de desemprego, mas não está relacionado a um aumento da população na força de trabalho potencial ou no desalento, que mostram estabilidade no trimestre e queda no ano.

Já a taxa de subutilização — percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada — foi estimada em 18,9%. É uma alta de 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (18,5%) e uma queda na comparação anual (23,2%).

Rendimento segue estável

O rendimento real habitual ficou estável frente ao trimestre anterior em R$ 2.880. No ano, o crescimento foi de 7,4%.

Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 277,2 bilhões. O resultado também ficou estável frente ao trimestre anterior, mas cresceu 10,8% na comparação anual.

Segundo o IBGE, o Nordeste (R$ 1.979) foi a única região com alta "estatisticamente significativa" do rendimento. As demais regiões permaneceram estáveis.

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quarta-feira, 17 de maio de 2023

Temperaturas globais devem subir a níveis recordes nos próximos cinco anos, diz ONU

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Novo estudo da Organização Meotorológica Mundial diz que há uma probabilidade de 66% da média anual de aquecimento ultrapassar o limite de 1.5°C entre 2023 e 2027; pelo menos um dentre os próximos cinco anos será o mais quente desde o início dos registros.
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Por g1

Postado em 17 de maio de 2023 às 07h20m

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Novo estudo da Organização Meotorológica Mundial diz que há uma probabilidade de 66% da média anual de aquecimento ultrapassar o limite de 1.5°C entre 2023 e 2027. — Foto: José Fernando Ogura/AEN
Novo estudo da Organização Meotorológica Mundial diz que há uma probabilidade de 66% da média anual de aquecimento ultrapassar o limite de 1.5°C entre 2023 e 2027. — Foto: José Fernando Ogura/AEN

A Organização Mundial Meteorológica (OMM) divulgou nesta quarta-feira (17) que as temperaturas globais devem bater taxas recordes nos próximos cinco anos por causa dos gases que causam o efeito estufa e do fenômeno El Niño.

Segundo um novo relatório divulgado pela agência ligada a ONU, há uma probabilidade de 66% da média anual de aquecimento ultrapassar 1.5°C entre 2023 e 2027.

Além disso, pelo menos um dentre os próximos cinco anos será o mais quente desde o início dos registros. O relatório da OMM é baseado em cálculos de 11 diferentes centros de ciência do clima em todo o mundo.

Provavelmente não será este ano. Talvez seja no próximo ano ou no ano seguinte que teremos um ano com uma média de 1,5 graus Celsius, disse o principal autor do relatório, Leon Hermanson, cientista climático do Met Office do Reino Unido.
1.5ºC é o chamado “limite seguro” das mudanças climáticas.

Esse é o limiar de aumento da taxa média de temperatura global que temos que atingir até o final do século para evitar as consequências da crise climática provocada pelo homem por causa da crescente emissão de gases de efeito estufa na nossa atmosfera.

A taxa é medida em referência aos níveis pré-industriais, a partir de quando as emissões de poluentes passar a afetar significativamente o clima global. Em 2022, a média de temperatura global foi de 1.15°C acima da média de 1850-1900.

Segundo o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, o relatório não significa que a humanidade estará permanentemente excedendo a marca de 1.5°C, mas serve como um alerta de que este limite será rompido com maior frequência, no futuro.

O fator El Niño

O relatório também aponta que o El Niño, que deve evoluir nos próximos meses, terá uma influência grande em todo esse processo e levará as temperaturas globais para "patamares desconhecidos".

O El Niño é causado por uma desaceleração dos ventos alísios, que sopram na direção oeste perto do Equador. Na falta de algo que transporte o calor na direção do Índico, as águas do Pacífico ficam cozinhando ao Sol, sem se moverem muito, e acabam mais quentes.

E isso ocorre depois de três anos que o planeta esteve sob influência de La Niña, que causa o efeito inverso, contribuindo para o resfriamento das temperaturas. O ano mais quente já registrado no mundo até agora foi 2016, quando coincidiu justamente com um forte El Niño.

Ainda segundo a ONU, o El Niño geralmente leva a uma alta das temperaturas globais no ano seguinte à sua formação, ou seja, 2024.

Com tudo isso em jogo, temos uma chance de 98% de quebrar o recorde anual de temperatura global de 2016 até 2027, afirma o relatório.

Aliado a isso, os padrões de precipitação previstos para maio a setembro de 2023 a 2027 se comparados a 1991-2020 sugerem um aumento de chuvas no Sahel, no norte da Europa, no Alasca e no norte da Sibéria. E uma redução da estação de chuva para a Amazônia e partes da Austrália.

El Niño e La Niña — Foto: Arte g1/Luisa Rivas
El Niño e La Niña — Foto: Arte g1/Luisa Rivas

O El Niño "se combinará com as mudanças climáticas induzidas pelo homem para empurrar as temperaturas globais para um território desconhecido", disse o secretário-geral da OMM.

Ao contrário das projeções do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas, que são baseadas em futuras emissões de gases de efeito estufa, o prognóstico da OMM fornece mais de uma previsão do tempo de longo prazo baseada em diversos dados.

No último mês de março, o painel, reconhecido mundialmente como a fonte mais confiável de informações sobre as mudanças do clima afirmou em seu relatório síntese que ações urgentes contra mudanças climáticas ainda podem garantir ‘futuro habitável’ na Terra.

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terça-feira, 16 de maio de 2023

James Webb descobre vapor d'água pela primeira vez perto de cometa do Cinturão de Asteroides

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Achado inédito sugere que o gelo dos primórdios do Sistema Solar pode estar preservado nessa região do espaço, um conjunto rochoso de milhões de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter. Descoberta é importante para o estudo das origens da água na Terra.
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Por g1

Postado em 16 de maio de 2023 às 11h50m

 #.*Post. - N.\ 10.794*.#

Representação artística mostra como o cometa 238P/Read se parece: um corpo rochoso envolto de vapor d'água. — Foto: NASA/ESA/DIVULGAÇÃO
Representação artística mostra como o cometa 238P/Read se parece: um corpo rochoso envolto de vapor d'água. — Foto: NASA/ESA/DIVULGAÇÃO

Cientistas anunciaram nesta segunda-feira (15) a descoberta de vapor d'água ao redor de um cometa no Cinturão Principal de Asteroides, um conjunto de milhões de rochas espaciais entre as órbitas de Marte e Júpiter.

O achado é inédito, fruto de observações do supertelescópio James Webb e bastante importante para o estudo das origens da água na Terra.

Isso porque a descoberta prova pela primeira vez que a água do nosso Sistema Solar pode ser preservada como gelo em cometas nessa região do espaço (entenda mais abaixo).

"Nosso mundo encharcado de água, repleto de vida e único no Universo é um mistério até onde sabemos, pois não temos certeza de como toda essa água chegou aqui", explica Stefanie Milam, coautora do estudo que relata a descoberta, publicado na revista Nature.

Entender a história da distribuição de água no Sistema Solar nos ajudará a entender outros sistemas planetários e se eles podem hospedar um planeta semelhante à Terra.

Há muito tempo, os cientistas especulam que gelo e outros componentes poderiam ser preservados nesse cinturão de asteroides, mas essa prova definitiva era muito difícil de ser confirmada - até essas recentes observações do Webb.

O motivo disso? Ao contrário de um asteroide, um cometa é composto de gelo e poeira, e no nosso Sistema Solar a maior parte deles tem origem nas regiões geladas do Cinturão de Kuiper e da Nuvem de Oort, além da órbita de Netuno (bem mais distante das de Marte e Júpiter, onde está o Cinturão de Asteroides), onde o gelo pode ser melhor preservado longe do calor do nosso Sol.

Assim, quando um cometa se aproxima do Sol, seu gelo e poeira começa a vaporizar, formando aquela cauda típica do objeto (diferentemente do que acontece com asteroides). Por isso, embora já tivessem vistos alguns por lá, os cientistas não esperavam que cometas dessa região mais próxima da Terra retesem muito gelo.

No passado, vimos objetos no cinturão principal [como também é chamada a região] com todas as características de cometas, mas apenas com esses dados espectrais precisos do Webb podemos dizer que sim, é definitivamente água gelada que está criando esse efeito [ao redor do cometa], explicou o astrônomo Michael Kelley, da Universidade de Maryland, principal autor do estudo.

O cometa 238P/Read na foto capturada pelo Webb. — Foto: NASA, ESA, CSA, Mike Kelley (UMD)
O cometa 238P/Read na foto capturada pelo Webb. — Foto: NASA, ESA, CSA, Mike Kelley (UMD)

Para se ter ideia, diversas teorias já previam que a água encontrada nos oceanos do nosso planeta veio de corpos celestes que colidiram com a Terra no início do Sistema Solar, mas a gente não sabe ao certo de onde todos esses cometas ricos em gelo vieram. Agora, por causa do Webb, temos mais um forte indício.

Mas o curioso nisso tudo é que essa descoberta está envolta de ainda mais mistérios. O cometa em que o vapor d'água foi encontrado se chama 238P/Read e os cientistas não sabem ao certo porque nenhuma molécula de dióxido de carbono (CO2) foi detectada nele.

Normalmente, o composto representa cerca de 10% do material em um cometa do tipo. Por isso, uma possibilidade apresentada pelos pesquisadores é a de que o cometa Read tinha dióxido de carbono quando se formou, mas o perdeu por causa das temperaturas quentes da região.

"Estar no cinturão de asteroides por muito tempo pode ter provocado isso - o dióxido de carbono vaporiza mais facilmente do que o gelo de água", disse Kelley.

Agora o próximo passo é esperar o que novas observações do Webb vão trazer sobre os corpos celestes na região.

Esses objetos no cinturão de asteroides são pequenos e fracos, e com o Webb podemos finalmente ver o que está acontecendo com eles e tirar algumas conclusões. Outros cometas do cinturão principal também carecem de dióxido de carbono? De qualquer forma, serão descobertas emocionantes, disse a astrônoma Heide Hammel, também coautora do estudo.

Entenda no vídeo abaixo por que o James Webb é de fato um supertelescópio.

Compare as fotos do supertelescópio James Webb com seu antecessorCompare as fotos do supertelescópio James Webb com seu antecessor

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Missão de cientistas tenta conhecer a patagônia subaquática chilena, um possível pulmão verde do planeta

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Doze cientistas, cinegrafistas e fotógrafos desceram até 30 metros de profundidade para coletar informações sobre esse ecossistema quase inexplorado.
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TOPO
Por France Presse

Postado em 16 de maio de 2023 às 17h40m

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Imagem feita pela Mission Blue na costa da Patagônia do Chile — Foto: Andy Mann/Mission Blue/AFP
Imagem feita pela Mission Blue na costa da Patagônia do Chile — Foto: Andy Mann/Mission Blue/AFP

A Patagônia chilena pode esconder no fundo do mar uma das maiores e mais bem conservadas florestas de algas do mundo, um dos ecossistemas que mais captam carbono da atmosfera.

No início de abril, a ONG americana Mission Blue viajou para a zona costeira do sul do Chile, cerca de 1.400 km ao sul de Santiago, em uma expedição de reconhecimento da "Patagônia subaquática".

Doze cientistas, cinegrafistas e fotógrafos desceram até 30 metros de profundidade para coletar informações sobre esse ecossistema quase inexplorado.

"Quando falam da Patagônia, imaginamos morros, grandes rochas, ventos, mas poucos sabem o que há debaixo d'água", diz Maximiliano Bello, especialista chileno em política oceânica e integrante da expedição.

Lá embaixo, como se fosse o vento, as ondas movimentam os grandes caules e folhas das macroalgas que chegam a medir até 20 metros. Estão rodeadas por uma infinidade de espécies marinhas de múltiplas cores: turquesa, amarelo, violeta e rosa.

Popularmente conhecidas como Huiro, essas algas (Macrocystis pyrifera) são uma das espécies com crescimento mais veloz do mundo. Elas crescem até 30 vezes mais rápido do que as plantas terrestres.

A 10 ou 15 metros da superfície também aparecem corais de água fria, algo que, em outras áreas do planeta, é encontrado apenas a 2.000 metros de profundidade.

A equipe navegou durante nove dias pelas centenas de ilhas, fiordes e canais do continente americano, com partida e chegada na cidade de Puerto Montt.

A expedição seria comandada por Sylvia Earle, renomada oceanógrafa americana que, aos 87 anos, ainda mergulha nas profundezas do mar. No entanto, Earle adoeceu pouco antes de partir para o Chile.

Imagem submarina feita pela Mission Blue na Patagônia Chilena — Foto: Andy Mann/Mission Blue/AFP
Imagem submarina feita pela Mission Blue na Patagônia Chilena — Foto: Andy Mann/Mission Blue/AFP

Divulgar para proteger

Metade das florestas de algas do mundo desapareceu, devido à atividade humana e às mudanças climáticas. O caso mais emblemático é o da Califórnia, onde 97% delas foram perdidas, diz Bello.

"Queremos mostrar o que pode ser perdido, se não as protegermos", explica. "Sabemos que a Patagônia tem as maiores florestas de algas contínuas e nas melhores condições do mundo" e que estas "poderiam ter um poder de captar carbono ainda maior do que o da Amazônia", diz o especialista.

Como as plantas terrestres, as algas gigantes fazem fotossíntese. Elas usam a energia do sol para converter dióxido de carbono em compostos orgânicos e liberar oxigênio. Também têm a particularidade de reter carbono entre seus tecidos.

Estas florestas gigantes mantêm a estrutura do litoral, regulam o pH das águas e servem de refúgio, desova e alimento para invertebrados e peixes.

"São verdadeiros jardins de infância para muitas espécies, como carapaus, sardinhas, chungungos e huillines (lontras de água salgada e de água doce), locos (abalone, tolinas, ou chanques), ouriços-do-mar e polvos", afirma Bello.

No Chile, é possível encontrar florestas de algas desde Arica, na fronteira norte, até o Cabo Horn, uma das últimas áreas habitadas do planeta.

Eles também estão presentes ao longo da costa do Pacífico na América do Norte e na América do Sul na costa do Pacífico e do Atlântico, bem como na África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e ilhas subantárticas.

Ameaça

A Patagônia subaquática tem um mínimo de proteção ambiental. O governo de Gabriel Boric prometeu multiplicar os esforços para conservar esses ecossistemas no Chile, país que abriga um terço das florestas subaquáticas de algas gigantes do mundo, segundo a ONG Ocean Wise.

Uma das principais ameaças que enfrentam é a exploração do alginato, principal componente dos cosméticos, que é extraído das algas, principalmente de forma ilegal na costa norte do país.

"Antes que chegue à Patagônia, se não nos protegermos dessa ameaça, se não detivermos o que está acontecendo no norte, vamos perder uma das poucas respostas para acabar com a mudança climática", diz Bello.

Globo Repórter registra árvores milenares na Patagônia Chilena; alerce andino, espécie prima do pinheiro vive mais de três mil anosGlobo Repórter registra árvores milenares na Patagônia Chilena; alerce andino, espécie prima do pinheiro vive mais de três mil anos

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Criticado por usar fóssil 'roubado' do Brasil, estudo na Alemanha diz que dinossauro nordestino era caçador ágil

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Comunidade internacional e pesquisadores brasileiros criticaram pesquisa com peça contrabandeada. Pesquisador alemão reconhece problema com origem do fóssil, mas diz não ter culpa. 'Não somos profissionais do direito', afirmou Marcos Schade ao g1.
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Por Julia Putini, g1

Postado em 16 de maio de 2023 às 08h05m

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Irritator challengeri
Irritator challengeri

Novos detalhes sobre um dinossauro que viveu no Nordeste do Brasil foram revelados por cientistas alemães e franceses. Eles analisaram um fóssil que está no acervo de um museu na Alemanha: uma tomografia do crânio do Irritator Challengeri permitiu que a equipe internacional afirmasse que o animal era um caçador mais rápido e mais versátil do que se imaginava anteriormente.

Mas a divulgação desta pesquisa também motivou um novo capítulo do debate sobre ética na ciência, já que a retirada de fósseis do Brasil é ilegal. O crânio deste exemplar foi contrabandeado nos anos 1990 e foi levado para o Museu Estadual de História Natural de Stuttgart.

Em 8 tópicos, entenda os principais pontos da pesquisa e da polêmica que ela levantou:

  1. Estudo foi publicado em abril na revista científica 'Palaeontologia Electronica' e trata de um dinossauro da família dos espinossaurídeos;
  2. Os cientistas concluíram que estruturas do crânio permitem dizer que esse espécime não se alimentava apenas de animais pequenos, mas também de outros maiores; e que ele tinha comportamento bastante ágil;
  3. Pesquisa também indicou que ele era capaz de transitar com facilidade entre o ambiente aquático e o terrestre;
  4. Fóssil do Irritator provavelmente foi encontrado na Bacia do Araripe, entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, conhecida por reunir fósseis de seres viveram há 110 milhões de anos;
  5. Ele foi contrabandeado para a Alemanha na década de 1990 e apresentado pelo Museu Estadual de História Natural de Stuttgart;
  6. Desde 1942 existe um decreto-lei que determina que os fósseis encontrados no Brasil são propriedade do Estado;
  7. O texto do estudo tinha uma ressalva considerada tímida sobre esse ponto: autores "reconhecem o estado possivelmente problemático" do fóssil e apresentam desculpa que não elimina o descumprimento do decreto-lei;
  8. Comunidade paleontóloga brasileira demonstrou indignação com os pesquisadores e com a revista, e cobra a repatriação do fóssil, um processo lento e que exige intermédio do Itamaraty;
Imagem digital de como seria o dinossauro anfíbio Irritator challengeri — Foto: Reprodução/Olof Moleman
Imagem digital de como seria o dinossauro anfíbio Irritator challengeri — Foto: Reprodução/Olof Moleman

Irritator: não foi o primeiro

O contrabando de fósseis estar longe de ser inédito ou mesmo coisa do passado. Mesmo hoje em dia há relatos de retirada de peças que podem valer mais de uma centena de milhares de dólares. O caso mais conhecido é o do fóssil Ubirajara Jubatus. Ele também foi levado para a Alemanha, em meados de 1995, e está no Museu Estadual de História Natural de Karlsruhe.

Só em julho do ano passado, dois anos depois de o Ministério Público Federal instaurar um inquérito para investigar a saída do fóssil do país, as autoridades alemãs consentiram em devolvê-lo para o Brasil. No entanto, isso ainda não foi feito e não há uma data oficial divulgada para a repatriação.

Juan Cisneros, paleontólogo da Universidade Federal do Piauí, explica que os fósseis são recursos, com importância histórica, cientifica e cultural.

"Ele poderia ter enriquecido a bagagem da nossa ciência, gerado turismo e movimentado a economia local", avalia Juan Cisneros.

Irritator: do contrabando à fraude e ao nome

Reprodução dos ossos do crânio do Irritator challengeri impressos por uma impressora 3d — Foto: Reprodução/Twitter/Olof Moleman
Reprodução dos ossos do crânio do Irritator challengeri impressos por uma impressora 3d — Foto: Reprodução/Twitter/Olof Moleman

Não é por acaso que seu nome científico remete a palavra 'irritante'. O relato conhecido é que, quando o fóssil foi contrabandeado, ele tinha uma aparência de estar bastante completo e bem preservado. No entanto, depois de uma análise cuidadosa, parte das estruturas do fóssil se revelaram uma fraude.

Os contrabandistas reconstruíram partes faltantes do crânio para dar a impressão de que a peça estava mais íntegra, o que aumentaria o valor a ser pago por ela. Ao descobrirem a farsa, os cientistas se irritaram e assim o nome foi cunhado.

Ao g1, o principal autor da pesquisa Marcos Schade contou que um focinho alongado e uma crista acima dos olhos foram identificados como modelagem artificial quando o museu recebeu a peça. Ela já passou por diferentes limpezas, mas ainda foi possível encontrar traços de material enxertado mesmo na pesquisa mais recente.

"De fato, a partir de nossos dados de tomografia computadorizada, ainda encontramos alguns pequenos corpos estranhos, em torno do meio do crânio que parecem não pertencer àquele lugar. Não parece improvável que, em tempos anteriores, o gesso tenha sido incluído no fóssil, mas não podemos estabelecer com certeza a identidade dos corpos estranhos que encontramos", disse.

As principais descobertas do estudo

Reconstrução do crânio do Irritator challengeri feita com peças impressas por uma impressora 3D — Foto: Reprodução/Twitter/Olof Moleman
Reconstrução do crânio do Irritator challengeri feita com peças impressas por uma impressora 3D — Foto: Reprodução/Twitter/Olof Moleman

De acordo com Marco Schade, paleontólogo líder do estudo, uma das descobertas mais surpreendentes é que o Irritator teria uma mordida comparativamente fraca em relação a outros dinossauros da época, mas excepcionalmente rápida.

"(...) muitas mudanças anatômicas induzidas pela evolução explicam a aparência comparativamente bizarra desses dinossauros, que provavelmente eram especializados em capturar presas relativamente pequenas e ágeis", explica Schade.

Além disso, a inclinação em 45° do focinho provavelmente foi um fator que facilitou um certo grau de visão tridimensional no campo de visão do animal.

A família do Irritator viveu em no período do Cretáceo, que se estendeu entre 145 e 65 milhões de anos atrás.

Da Bacia do Araripe à 'Palaeontologia Electronica'

O Irritator provavelmente foi encontrado na Bacia do Araripe, localizada entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, que contém fósseis de animais e plantas que viveram há 110 milhões de anos. Não há indicação precisa do ponto de onde ele foi extraído pelos contrabandistas e o museu alemão não realizou pesquisas sobre o tema.

Nas redes sociais, a comunidade paleontóloga brasileira demonstrou indignação com o fato de o novo estudo trazer apenas algumas referências genéricas sobre os conflitos envolvidos na origem da peça. As críticas envolvem não só os pesquisadores alemães e franceses, mas também a revista científica, que aceitou a publicação de um artigo com uma declaração de ética que é considerada bastante frágil.

No texto, os autores "reconhecem o estado possivelmente problemático" do fóssil, mas tentam argumentar que a compra foi feita antes das restrições de exportação do regulamento brasileiro de 1990 (entenda mais abaixo).

Questionado pelo g1 sobre a questão, o pesquisador Marcos Schade afirmou ser "incapaz de avaliar com firmeza" as críticas feitas.

"Nossa declaração de ética visava acrescentar algumas informações básicas sobre a história do espécime e todo o assunto, conforme entendemos os aspectos mencionados. Pode valer a pena mencionar que nossas considerações sobre este tópico complexo não são congruentes em todos os detalhes e as nuances de divergências são diversas; temos que refletir sobre algumas das críticas que nos são feitas, mas no momento não podemos dizer", justificou o pesquisador.

"Além disso, não somos profissionais do direito nem ocupamos posições cruciais, e outras avaliações, feitas por nós, de textos legais são irrelevantes para o assunto", afirmou Schade. 
Próximos passos

Allysson Pinheiro, diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (URCA), disse que existem várias tratativas em curso para reaver diversos fósseis brasileiros que estão espalhados em vários museus pelo mundo. No entanto, o processo é lento, burocrático e exige intermédio do Itamaraty.

Para o paleontólogo Juan, o Brasil tem que lutar pela repatriação e devolução do fóssil para o Ceará, para fortalecer os centros locais e a ciência nacional.

"Se for repatriado não tem que ir para algum museu em São Paulo ou Rio. É injusto para pessoas com tantos problemas sociais estarem em cima de uma riqueza tão grande e não usufruírem", afirma Juan.

"Quando a gente cobra que esse fóssil deva ser repatriado, a gente está pedindo que simplesmente se respeite a Lei", finaliza o paleontólogo.

Fósseis extraídos ilegalmente do Ceará são vendidos por até US$ 150 mil cada no exteriorFósseis extraídos ilegalmente do Ceará são vendidos por até US$ 150 mil cada no exterior

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