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quinta-feira, 11 de maio de 2023

Astrônomos juntam mais de 1 milhão de imagens para traçar atlas de 'berçários estelares'

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Pesquisadores do Observatório Europeu do Sul revelaram nesta quinta (11) um vasto mosaico infravermelho de cinco regiões de nascimento de estrelas, localizadas a menos de 1500 anos-luz de distância da Terra.
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Por g1

Postado em 11 de maio de 2023 às 10h45m

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Imagem em infravermelho de uma região na constelação de Ofiúco.  — Foto: ESO/DIVULGAÇÃO
Imagem em infravermelho de uma região na constelação de Ofiúco. — Foto: ESO/DIVULGAÇÃO

Cientistas revelaram nesta quinta-feira (11) um vasto atlas em infravermelho de cinco "berçários estelares", regiões do espaço cercadas de imensas nuvens de gás e poeira.

O achado inédito é fruto de observações do telescópio VISTA, montado no Observatório do Paranal e operado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile.

Na pesquisa, os cientistas observaram regiões de formação estelar nas constelações de Orion, Ofiúco, Camaleão, Coroa Austral e Lupus, que cobrem uma enorme área no céu e estão localizadas a menos de 1500 anos-luz de distância da Terra.

Para mapear estas regiões tão vastas, a equipe obteve mais de um milhão de imagens durante um período de cinco anos.

Por causa desse número hercúleo, um link foi divulgado para que astrônomos e o público possam explorar em detalhes o conjunto de dados, dando zoom nas imagens da constelação do Ofiúco, Lupus, Camaleão e Coroa Austral.

As fotos individuais foram então usadas para construir os grandes mosaicos, que trazem uma visão única do Universo, revelando manchas escuras de poeira, nuvens brilhantes e estrelas recém-nascidas até então escondidas.

"A poeira obscurece estas estrelas jovens, tornando-as virtualmente invisíveis aos nossos olhos. Só nos comprimentos de onda do infravermelho é que conseguimos observar o interior destas nuvens e estudar as estrelas em formação", explica Alena Rottensteiner, estudante de doutorado da Universidade de Viena e coautora do estudo.

Imagem em infravermelho de região na constelação de Camaleão.  — Foto: ESO/Meingast et al
Imagem em infravermelho de região na constelação de Camaleão. — Foto: ESO/Meingast et al.

Imagem em infravermelho de uma região na constelação de Camaleão.  — Foto: ESO/Meingast et al.
Imagem em infravermelho de uma região na constelação de Camaleão. — Foto: ESO/Meingast et al.

Imagem em infravermelho de uma região na constelação da Coroa Austral.  — Foto: ESO/Meingast et al.
Imagem em infravermelho de uma região na constelação da Coroa Austral. — Foto: ESO/Meingast et al.

Uma vez que as mesmas áreas foram observadas repetidamente, esses dados irão permitir agora que os pesquisadores estudem o modo como essas jovens estrelas se movem.

"Nestas imagens podemos detectar até as fontes de luz mais tênues, tais como estrelas com muito menos massa que o nosso Sol, revelando assim objetos que nunca tinham sido observados anteriormente", diz Stefan Meingast, astrônomo na Universidade de Viena, Áustria, e autor principal do novo estudo, publicado hoje na revista Astronomy & Astrophysics.

Além disso, todo esse atlas espacial ainda vai manter os astrônomos ocupados durante muitos anos, visto que o Observatório Europeu do Sul tem planos ainda mais ambiciosos para a sua próxima geração de telescópios e instrumentos, como o futuro Extremely Large Telescope (ELT), poderosa instalação que está sendo construída a cerca de 20km do VLT (Very Large Telescope, em inglês), um dos mais importantes do mundo.

Existe um enorme valor duradouro para a comunidade astronômica aqui", diz Monika Petr-Gotzens, astrônoma do ESO em Garching, na Alemanha, e coautora do estudo. E o ELT nos permitirá ampliar regiões específicas com detalhes sem precedentes, dando-nos uma visão nunca antes vista de perto de estrelas individuais que estão se formando nesses locais".

Entenda no vídeo abaixo por que o James Webb é de fato um supertelescópio.

Compare as fotos do supertelescópio James Webb com seu antecessorCompare as fotos do supertelescópio James Webb com seu antecessor

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quarta-feira, 10 de maio de 2023

Oceanos acumulam quase dois meses de recorde de temperatura; veja o que se sabe sobre o fenômeno

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Do início de março até agora, a média global da temperatura dos oceanos em 2023 vem superando valores históricos dia após dia.
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Por g1

Postado em 10 de maio de 2023 às 06h25m

 #.*Post. - N.\ 10.785*.#

Banhistas na praia de Agua Dulce, em Lima, no Peru. — Foto: AP Photo/Rodrigo Abd, File
Banhistas na praia de Agua Dulce, em Lima, no Peru. — Foto: AP Photo/Rodrigo Abd, File

Os oceanos do mundo todo estão apresentando uma temperatura recorde da água na superfície desde março. As medições recentes bateram a marca de 21ºC, um número - no mínimo - 0,2ºC acima do verificado nos períodos anteriores.

Desde o dia 13 de março a média global da temperatura dos oceanos vem superando os valores de todas as medições anuais desde a década de 1980.

As medições obtidas nos últimos 57 dias são as maiores da série histórica.

📈 Contexto: Em 24 de abril, a temperatura média global da superfície do mar passou quase dois décimos de grau Celsius (0,2ºC) quando comparada com a mesma data em 2016 (o ano mais quente até então).

Os dados são do Climate Reanalyzer da Universidade do Maine, uma plataforma de dados climáticos e meteorológicos bastante utilizada por pesquisadores da área (veja gráfico abaixo).

Isso pode parecer pouco, mas para a média dos oceanos do mundo – que ocupam 71% da área da Terra – aumentar tanto assim em tão pouco tempo é algo enorme, explica o cientista climático Kris Karnauskas, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos.

Temperaturas do Oceano — Foto: Arte/g1

Temperaturas do Oceano — Foto: Arte/g1

O que se sabe sobre as razões do aumento?

🌡 As hipóteses possíveis para o recorde: Alguns pesquisadores acham que esse salto nas temperaturas dos oceanos está relacionado aos seguintes fatores:

  • um desenvolvimento do 'El Niño' este ano que muito provavelmente levará a um novo pico do aquecimento global e aumentará as possibilidades de recordes de temperatura em todo o mundo;
  • o fato de que o La Niña também está chegando ao fim e, como consequência disso, os oceanos vêm recuperação três anos de resfriamento causado pelo fenômeno, que naturalmente diminui a temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico.
  • e, além de tudo isso, temos o impacto do constante aquecimento global provocado pelo homem, que está aquecendo as águas mais profundas dos nossos mares.
O que é o El Niño e qual o seu impacto nisso?

🌊 Antes de tudo, é preciso entendermos que o El Niño é causado por uma desaceleração dos ventos alísios, que sopram na direção oeste perto do Equador. Na falta de algo que transporte o calor na direção do Índico, as águas do Pacífico ficam cozinhando ao Sol, sem se moverem muito, e acabam mais quentes.

Com isso, as regiões Norte e Nordeste aqui no Brasil, por exemplo, tendem a ficar menos chuvosas durante a ocorrência do El Niño, enquanto as chuvas ficam mais frequentes no Sul.

Outra característica do fenômeno no país é deixar as temperaturas mais quentes no inverno no Sudeste e na segunda metade do ano no Centro-Oeste.

E a Organização Meteorológica Mundial (OMM) calcula que há 60% de possibilidades de que El Niño se desenvolva até o final de julho.

Por isso, alguns cientistas climáticos descartam as preocupações em torno desse repentino aumento e afirmam que isso é resultado de um crescente El Niño que vem acompanhado de um constante aumento do aquecimento causado pelo homem.

➡️ Um fator importante para essa tese é que esse aquecimento dos oceanos foi visto especialmente na costa do Peru e do Equador, onde antes da década de 1980 a maioria dos El Niños começou.

Por outro lado, outros pesquisadores dizem que isso não parece ser apenas uma consequência do El Niño. Isso porque estão ocorrendo várias ondas de calor marinhas ou pontos de aquecimento oceânico que não se enquadram no padrão do fenômeno, como os do norte do Pacífico, perto do Alasca e da costa da Espanha.

"Este é um padrão incomum. Este é um evento extremo em escala global em áreas que não se encaixam apenas como influenciadas pelo El Niño", disse Gabe Vecchi, cientista climático da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

"Esse é um sinal enorme. Acho que vai exigir um esforço nosso para entendê-lo de fato".

Onde mais aqueceu

Karnauskas também analisou algumas anomalias globais da temperatura da superfície do mar para tentar entender quais foram as áreas responsáveis por grande parte do pico da temperatura global.

Com isso, ele encontrou um longo trecho do equador da América do Sul à África, que incluiu os oceanos Pacífico e Índico.

Essa área aqueceu quatro décimos de grau Celsius em cerca de 10 a 14 dias, o que é altamente incomum, afirma o pesquisador.

Em março, as temperaturas da superfície do mar na costa leste da América do Norte chegaram a ser 13,8°C mais altas do que a média de 30 anos, entre 1981-2011.

Para Karnauskas, parte dessa área é claramente um El Niño em formação, uma tese que os cientistas podem confirmar nos próximos meses à medida que o fenômeno ganhar força. Mas a área no Oceano Índico é diferente e pode ser um aumento independente do fenômeno.

E o que podemos esperar agora?

Além desse aquecimento, o mundo teve um resfriamento incomum na superfície devido ao La Niña por três anos, um fenômeno que atuou como uma verdadeira tampa de uma panela. Mas agora essa tampa está desligada.

Sem o 'La Niña', o nível de aquecimento teria sido pior. "Foi como um freio temporário ao aumento da temperatura mundial", afirmou Petteri Taalas, secretário-geral da OMM

Mas o impacto do El Niño nas temperaturas normalmente é percebido no ano seguinte ao fenômeno meteorológico. Por isso, a OMM teme que os efeitos sejam observados provavelmente em 2024.

Aliado a isso, o problema é que agora o controle temporário do La Niña sobre o aumento das temperaturas globais não existe mais. Um resultado disso é que março de 2023 foi o segundo março mais alto já registrado para as temperaturas médias globais da superfície do planeta, disse o oceanógrafo da NOAA, Mike McPhaden, em um e-mail.

E se o El Nino fizer sua aparição fortemente prevista ainda este ano, o que estamos vendo agora é apenas um prelúdio para mais recordes que estão a caminho, escreveu McPhaden.

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terça-feira, 9 de maio de 2023

Como será o espetacular e brutal final da Estação Espacial Internacional

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Por Jonathan O’Callaghan, BBC

Postado em 09 de maio de 2023 às 19h05m

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Mais pesada que 200 elefantes e do tamanho de um campo de futebol. A retirada de órbita da Estação Espacial Internacional é um desafio monumental — Foto: GETTY IMAGES
Mais pesada que 200 elefantes e do tamanho de um campo de futebol. A retirada de órbita da Estação Espacial Internacional é um desafio monumental — Foto: GETTY IMAGES

Se você navegar pelo Oceano Pacífico daqui a oito anos, poderá ter uma visão surpreendente.

Talvez você consiga observar cerca de 400 toneladas de metal rasgando o céu. Será um tremendo inferno incandescente, devido à reentrada na atmosfera terrestre. E irá cair no oceano, atingindo uma área que pode ter milhares de quilômetros de extensão.

Será o fim de um dos maiores projetos da humanidade: a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

A ISS orbita a Terra desde o início da sua construção, em 1988. Ela já recebeu mais de 250 visitantes de 20 países desde a chegada da sua primeira tripulação, em novembro de 2000.

A estação espacial é um imenso sucesso, afirma Josef Aschbacher, chefe da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês). A agência é uma dentre as mais de dez parceiras do programa.

A ISS é uma conquista da colaboração global, principalmente entre os Estados Unidos e a Rússia, que firmaram sua parceria pouco depois da queda da União Soviética.

Realmente, é uma das grandes vitórias internacionais, segundo Thomas Zurbuchen, ex-chefe de ciências da Nasa (agência espacial dos EUA).

Mas grande parte dos seus equipamentos tem décadas de idade e, algum dia, a estação pode se tornar perigosa ou até incontrolável em sua órbita da Terra. Foi o que aconteceu em 1985 com a estação espacial soviética Salyut 7, que precisou de dois cosmonautas para repará-la.

Com certeza não queremos passar por aquilo de novo, afirma a historiadora espacial Cathy Lewis, do Museu Nacional do Ar e do Espaço dos Estados Unidos.

Para evitar que uma catástrofe espacial como aquela ocorra novamente, a ISS será retirada de órbita em 2031. Ela será trazida através da atmosfera até mergulhar com segurança no Oceano Pacífico. Será a maior reentrada espacial da história.

Como controlar a queda?

O sol nasce e se põe 16 vezes a cada 24 horas sobre a Estação Espacial Internacional, durante sua órbita da Terra a cerca de 27.570 km/h — Foto: GETTY IMAGES
O sol nasce e se põe 16 vezes a cada 24 horas sobre a Estação Espacial Internacional, durante sua órbita da Terra a cerca de 27.570 km/h — Foto: GETTY IMAGES

Planejar exatamente como retirar a estação de órbita é uma tarefa imensa.

Em março, a Nasa pediu ao Congresso americano recursos para iniciar o desenvolvimento de um rebocador espacial que pode ser necessário para a tarefa – uma aeronave para empurrar a estação de volta para a atmosfera. A chefe do programa de voos espaciais humanos da Nasa, Kathy Lueders, revelou que o custo estimado do rebocador seria de pouco menos de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões).

Muitos objetos grandes já se queimaram na atmosfera terrestre. Os mais notáveis foram a estação espacial russa Mir, em 2001, e a estação espacial Skylab, da Nasa, em 1979.

Depois de fazer a órbita da Terra 34.981 vezes, a Skylab teve sua energia cortada e foi enviada rumo a uma queda descontrolada sobre a atmosfera terrestre, no dia 11 de julho de 1979. Esperava-se que ela se partisse sobre o extremo sul da África e caísse sobre o Oceano Índico.

A maior parte dos destroços realmente caiu no oceano, mas houve também uma chuva de fragmentos sobre áreas pouco povoadas do sudoeste da Austrália, ao longo de uma área de mil km de comprimento por 200 km de largura.

Já a estação espacial soviética Salyut 7 fez uma reentrada descontrolada no dia 7 de fevereiro de 1991. Depois de ficar nove anos em órbita, ela caiu em uma região montanhosa da Argentina.

Esperava-se que a Salyut 7 ficasse em órbita até 1994, até que um período de alta atividade solar aumentou o arrasto atmosférico sobre a estação espacial, acelerando sua queda orbital.

Mas a ISS é um problema completamente novo. Ela é, por exemplo, três vezes maior do que a Mir.

Para o astrônomo Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsoniano, nos Estados Unidos, é um desafio significativo". "Um objeto de 400 toneladas caindo do céu é algo grande.

A estação começou a ser montada em 1998. Inicialmente, era um único módulo chamado Zarya, construído pelos russos.

Hoje, ela é enorme – são 16 módulos, vastos painéis solares montados sobre uma armação metálica e radiadores para retirar o calor. Uma tripulação itinerante de sete pessoas mora atualmente na estação.

A ISS tem 109 metros de comprimento e é do tamanho de um campo de futebol. É a maior estrutura humana já montada no espaço. É como as pirâmides de Gizé, afirma a analista espacial Laura Forczyk, da empresa de consultoria americana Astralytical.

A vida útil da ISS já foi ampliada várias vezes. Mas o consenso é que seria perigoso estendê-la além de 2030.

Outras soluções, como elevar a estação até uma órbita mais alta, são impraticáveis, segundo a Nasa. Seriam necessárias dezenas de espaçonaves para empurrar a ISS para uma altitude segura.

Por isso, o plano delineado pela Nasa no ano passado é empurrar a estação inteira de volta para a atmosfera.

O processo

A ISS reforçou a colaboração entre os governos dos EUA e da Rússia, laços que a invasão da Ucrânia afetou recentemente — Foto: GETTY IMAGES
A ISS reforçou a colaboração entre os governos dos EUA e da Rússia, laços que a invasão da Ucrânia afetou recentemente — Foto: GETTY IMAGES

Tudo começará em 2026, quando se permitirá que a órbita da ISS comece a cair naturalmente com o arrasto atmosférico. Ela irá cair de 400 para cerca de 320 km em meados dos anos 2030.

Nesse momento, uma última tripulação será enviada à estação, provavelmente para retirar equipamentos ou objetos de significado histórico remanescentes. Essa retirada também ajudará a reduzir o peso da ISS.

Isso ainda está em discussão, segundo Aschbacher.

Após a saída da última tripulação, a altitude da estação irá cair ainda mais, para 280 km. Essa altitude é considerada o ponto de não retorno – a estação não poderá ser impulsionada de volta, acima da força de arrasto causada pela atmosfera mais densa do nosso planeta.

O processo completo pode levar vários meses. O plano atual é que, ao atingir o ponto de não retorno, aeronaves russas Progress deem o impulso final para que a estação ingresse na atmosfera do planeta.

Mas recentes problemas verificados com alguns veículos Progress, aliados à deterioração das relações políticas entre EUA e Rússia, levaram a Nasa a pesquisar sua própria alternativa de rebocador espacial. Afinal, a Rússia já insinuou que pode se retirar da ISS em 2025.

A Nasa está resguardando suas apostas na participação russa, afirma Wendy Whitman Cobb, especialista em política espacial da Escola de Estudos Avançados do Ar e do Espaço da Força Aérea Americana.

Seja qual for a espaçonave utilizada, o impulso final fará com que a estação atinja a altitude de 120 km. Nesse ponto, ela irá atingir a atmosfera mais espessa da Terra a cerca de 29 mil km/h, iniciando sua reentrada propriamente dita.

Primeiramente, os painéis solares serão arrancados da estrutura. O vento contrário será muito forte, explica McDowell.

Estudos da reentrada da Mir indicam que isso pode acontecer a uma altitude de cerca de 100 quilômetros. A partir daí, será apenas questão de minutos para que todas as placas solares sejam arrancadas.

A cerca de 80 km acima da superfície da Terra, os módulos começarão a se separar antes de entrarem em chamas devido aos milhares de graus de temperatura na reentrada, que irão fazer com que eles derretam e se desintegrem.

Diversos estrondos serão ouvidos enquanto os destroços percorrerem o céu.

A saída de órbita da estação espacial Mir atraiu a audiência de todo o mundo. Mas a ISS é cerca de três vezes maior do que a Mir e suas 140 toneladas. Por isso, sua reentrada provavelmente será ainda mais espetacular.

Agora, você tem 400 toneladas de fragmentos flamejantes voando através da atmosfera superior em velocidades orbitais, segundo McDowell.

Mas, se tudo correr conforme o planejado, esses fragmentos flamejantes não representarão risco para a vida humana.

O local da queda

A construção da estação foi um marco, pois um objeto tão grande nunca havia sido montado no espaço — Foto: GETTY IMAGES
A construção da estação foi um marco, pois um objeto tão grande nunca havia sido montado no espaço — Foto: GETTY IMAGES

Os fragmentos que eventualmente sobreviverem à reentrada irão se dirigir ao Ponto Nemo – uma extensão do Oceano Pacífico entre a Nova Zelândia e a costa do Chile, frequentemente utilizada como cemitério de espaçonaves.

Essa área é considerada suficientemente distante de locais habitados para que o equipamento espacial possa ser descartado com segurança. E uma peculiaridade das correntes oceânicas faz com que ali haja relativamente poucos nutrientes e, portanto, pouca vida marinha.

Mesmo assim, o trajeto dos destroços da ISS será imenso e incomparável em relação a tudo o que já foi visto até hoje. Ele terá vários quilômetros de largura e, possivelmente, até 6 mil km de comprimento.

Por isso, será preciso restringir o acesso àquela parte do Oceano Pacífico durante a reentrada, para evitar acidentes.

Ainda não sabemos como eles irão conseguir isso com navios e aviões, afirma McDowell. Mas, para qualquer pessoa que presencie a morte da ISS, provavelmente será um espetáculo.

Se eu fosse a Nasa, colocaria câmeras e sensores voadores para realmente detalhar a desintegração, afirma McDowell. Certamente existe ciência esperando para ser feita.

O processo completo de reentrada, da separação inicial dos painéis solares até a queda no Ponto Nemo, deverá durar apenas 40 minutos.

Reaproveitar os recursos

Satélites e muitos veículos espaciais não tripulados são trazidos de volta da órbita de forma que se queimem na atmosfera, mas alguns detritos ainda atingem a Terra — Foto: GETTY IMAGES
Satélites e muitos veículos espaciais não tripulados são trazidos de volta da órbita de forma que se queimem na atmosfera, mas alguns detritos ainda atingem a Terra — Foto: GETTY IMAGES

O show de reentrada da estação espacial internacional deve ser impressionante, mas algumas pessoas receiam que a retirada da ISS de órbita seja um desperdício de materiais.

A ISS contém não só muitos equipamentos valiosos, mas também recursos que são úteis, como o metal da sua armação e seus painéis solares. E o transporte desses materiais para o espaço teve alto custo.

É um custo perdido no oceano, afirma o especialista em política espacial John Klein, da Universidade George Washington, nos Estados Unidos. Vamos reutilizar o que pudermos.

No final de 2022, um grupo de empresas, incluindo as americanas CisLunar Industries e Astroscale, apresentaram à Casa Branca uma ideia com esse propósito.

O plano poderá incluir o derretimento de parte do metal da armação para que seja reutilizado na construção de novas estruturas ou veículos espaciais. Até módulos inteiros poderiam ser separados e reutilizados em outras estações espaciais.

Realmente acreditamos que existe aqui uma oportunidade, afirma o executivo-chefe da CisLunar, Gary Calnan. Queremos construir um ferro-velho no espaço.

Um porta-voz da Nasa afirmou que a agência está aberta para propostas de ideias novas e inovadoras, mas, neste momento, a Nasa não solicitou nem recebeu propostas de reutilização de grandes partes estruturais da Estação Espacial Internacional com novos propósitos.

O presidente da Astroscale US, Ron Lopez, espera que a agência reconsidere. Espero que tenhamos uma oportunidade de estudar todas essas opções, afirma ele.

No momento, permanece o plano de descartar toda a ISS no Oceano Pacífico. Será um final dramático de décadas de engenhosidade e colaboração humana no espaço.

Se você, por acaso, estiver vagueando em uma área aparentemente desabitada do Oceano Pacífico em 2031, preste atenção. Você poderá se deparar com uma chuva de fragmentos quentes derretidos vindos do espaço.

Será um espetáculo para a imprensa, afirma McDowell. Um show de fogos de artifício irresistível.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

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Dois caças da Força Aérea são transportados pelas ruas até aeroporto em SC; VÍDEO

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Aeronaves chegaram ao Brasil pelo porto de Navegantes e foram levadas ao terminal aéreo da cidade. Na cidade catarinense, aviões F-39E Gripen vão receber assentos ejetáveis e kit de sobrevivência.
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Por Joana Caldas, g1 SC

Postado em 09 de maio de 2023 às 07h05m

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Família assiste a transporte de caça em Navegantes, Santa Catarina
Família assiste a transporte de caça em Navegantes, Santa Catarina

Dois caças da Força Aérea Brasileira (FAB) chegaram de navio a Navegantes, município do Litoral Norte de Santa Catarina. Esses aviões passaram o fim de semana no aeroporto da cidade e seguiam no local até segunda-feira (8), sem data para decolagem.

As aeronaves chegaram de navio ao porto de Navegantes na sexta-feira (5), vindas da Suécia. O modelo dos caças é o F-39E Gripen, informou a FAB.

Na madrugada de sábado (6), os aviões foram transportados do porto ao Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder, também em Navegantes, pelas ruas da cidade. A distância entre os dois locais é de menos de 3 quilômetros.

Transporte de caça da FAB em Navegantes, Santa Catarina — Foto: Tenente Letícia Faria/Cecomsaer/Divulgação
Transporte de caça da FAB em Navegantes, Santa Catarina — Foto: Tenente Letícia Faria/Cecomsaer/Divulgação

O transporte, em que o caça é rebocado por um caminhão, atraiu curiosos, mesmo ocorrendo de madrugada (assista ao vídeo acima). Participaram da operação representantes da FAB, Polícia Militar de Santa Catarina, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Polícia Civil, prefeitura e Receita Federal.

População assiste ao transporte de caças da FAB em Navegantes — Foto: Tenente Letícia Faria/Cecomsaer/Divulgação
População assiste ao transporte de caças da FAB em Navegantes — Foto: Tenente Letícia Faria/Cecomsaer/Divulgação

Operação no aeroporto

No aeroporto de Navegantes, os caças foram estacionados no hangar. No fim de semana e na segunda, os aviões passaram por procedimentos técnicos e receberam a instalação dos assentos ejetáveis e kit de sobrevivência, segundo a FAB.

Caças da FAB em hangar no aeroporto de Navegantes, Santa Catarina — Foto: Tenente Letícia Faria/Cecomsaer/Divulgação
Caças da FAB em hangar no aeroporto de Navegantes, Santa Catarina — Foto: Tenente Letícia Faria/Cecomsaer/Divulgação

Além disso, foram preparados para o abastecimento e acionamento em solo. Esse trabalho continua e não há previsão de quando os aviões devem deixar Santa Catarina.

Caças Gripen em navio no porto de Navegantes — Foto: Portonave/Divulgação
Caças Gripen em navio no porto de Navegantes — Foto: Portonave/Divulgação

F-39 Gripen E

De acordo com a FAB, os aviões foram adquiridos para ampliar a frota e a capacidade de defesa do espaço aéreo do país e das fronteiras.

Aviões da FAB dentro de navio no porto de Navegantes, Santa Catarina — Foto: Portonave/Divulgação
Aviões da FAB dentro de navio no porto de Navegantes, Santa Catarina — Foto: Portonave/Divulgação

A Força Aérea declarou que o Gripen é reconhecido pela eficiência, baixo custo de operação, elevada disponibilidade e capacidade tecnológica avançada. O novo caça será utilizado também pela Força Aérea Suécia, como o vetor responsável pela soberania e proteção dessas nações.

Veja mais notícias do estado no g1 SC

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