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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Desemprego cai para 11,1% em dezembro, mas renda do trabalho atinge mínima histórica

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Renda média do trabalho encolhe 10,7% em 1 ano, para R$ 2.447 – menor valor da série histórica, iniciada em 2012. Desemprego ainda atinge 12 milhões de brasileiros e número de trabalhadores por conta própria alcança recorde de 25,9 milhões de pessoas.
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Por Darlan Alvarenga, G1

Postado em 24 de fevereiro de 2022 às 10h00m

Post.- N.\ 10.222

Desemprego cai 11,1% no 4º trimestre; acompanhe a análise de Miriam Leitão
Desemprego cai 11,1% no 4º trimestre; acompanhe a análise de Miriam Leitão

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,1% no trimestre encerrado em dezembro, mas a falta de trabalho ainda atinge 12 milhões de brasileiros, informou nesta quinta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do menor índice desde o 4º trimestre de 2019, quando também ficou em 11,1%.

a taxa média de 2021 foi de 13,2%, o que indica uma tendência de recuperação frente à de 2020 (13,8%). Mesmo recuando, foi a segunda maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

"Embora o cenário tenha melhorado em 2021, o patamar pré-Covid ainda não foi recuperado", destacou o IBGE.

Apesar dos indícios de melhora no mercado de trabalho, o rendimento dos trabalhadores encerram 2021 no menor nível da série histórica do IBGE, situação que é agravada pelo número recorde de informais, alta da subocupação e inflação persistente, acima de dois dígitos.

Evolução da taxa de desemprego — Foto: Economia g1
Evolução da taxa de desemprego — Foto: Economia g1

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em novembro, a taxa de desemprego estava em 11,6%, atingindo 12,4 milhões de pessoas.

É um ano de recuperação para alguns indicadores, mas não é o ano de superação das perdas, até porque a pandemia não acabou, e seus impactos, ainda em curso, afetam diversas atividades econômicas e o rendimento do trabalhador. Há um processo de recuperação, mas ainda estamos distantes dos patamares de antes da pandemia, destacou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

O resultado veio um pouco melhor que o esperado. A mediana das previsões em pesquisa do Valor Data era de que a taxa ficaria em 11,2%. O intervalo das projeções era 11,1% a 11,7%.

Evolução do número de desempregados — Foto: Economia g1
Evolução do número de desempregados — Foto: Economia g1

Ocupação cresce, mas renda segue encolhendo

A população ocupada cresceu 3% frente aos três meses anteriores, para 95,7 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo trimestre de 2020, a alta foi de 9,8% (8,5 milhões a mais de pessoas). Com o crescimento, o nível de ocupação chegou a 55,6%. Na máxima histórica, em 2013, chegou a 58,5%.

Apesar da queda do desemprego, o rendimento real habitual caiu 3,6% frente ao trimestre anterior e 10,7% em relação a igual trimestre de 2020, para R$ 2.447 – o menor rendimento da série histórica do IBGE. A média anual foi de R$ 2.587, queda de 7% para 2020 (ou, menos R$ 195).

Ou seja, há mais pessoas trabalhando no país, mas com rendimentos cada vez menores e abaixo dos registrados antes mesmo da pandemia, em razão do aumento do número de brasileiros na informalidade, que atingiu o número recorde de 38,9 milhões.

Já a massa de todos os rendimentos do trabalho ficou estável no 4º trimestre, mas caiu 2,4% (menos R$ 5,6 bilhões) na média anual, na comparação com 2020. Ou seja, as famílias brasileiras ainda não recuperaram o seu poder de compra.

Muitas pessoas ao longo dos dois anos perderam suas ocupações e várias delas interromperam a busca por trabalho no início de 2020 por causa da pandemia. Depois houve uma retomada dessa busca, ainda que o panorama econômico estivesse bastante desfavorável, ou seja, não havia uma resposta elevada na geração de ocupação. Em 2021, com o avanço da vacinação e a melhora no cenário, houve crescimento do número de trabalhadores, mas ainda persiste um elevado contingente de pessoas em busca de ocupação, avaliou a coordenadora da pesquisa.

Trabalho por conta própria atinge número recorde — Foto: Economia g1
Trabalho por conta própria atinge número recorde — Foto: Economia g1

Destaques da pesquisa

  • Na média anual, o número de desempregados totalizou 13,9 milhões, contra 13,8 milhões de pessoas em 2020
  • As maiores taxas de desemprego no 4º trimestre foram as do AP (17,5%), BA (17,3%), PE (17,1%) e as menores, de SC (4,3%), MT (5,9%) e MS (6,4%)
  • A taxa de informalidade subiu para 40,7% no 4º trimestre, se aproximando da máxima histórica. Número de brasileiros na informalidade alcançou marca recorde de 38,9 milhões de pessoas.
  • Número de trabalhadores por conta própria saltou 11,1% na média anual e atingiu no 4º trimestre o recorde de 25,9 milhões de brasileiros
  • Os trabalhadores com carteira assinada cresceram 2,6% em 2021, enquanto os que não tinham carteira aumentaram bem mais, 11,1%
  • População subutilizada diminui 1,2% frente a 2020, para 31,3 milhões de pessoas.
  • População desalentada caiu de 5,5 milhões em 2020 (recorde da série) para 5,3 milhões de pessoas em 2021
  • Subocupados por insuficiência de horas trabalhadas saltou 18,1% na comparação com 2020, atingindo 7,5 milhões na média anual
  • Aumento da ocupação foi puxado pelo comércio e pela construção, que ocuparam 3 milhões de pessoas a mais em 1 ano, no comparativo com o 4º trimestre de 2020
  • Número de trabalhadores domésticos aumentou 6,6% contra 2020, alcançando 5,2 milhões de pessoas
  • A taxa de desemprego foi de 9% para os homens e 13,9% para as mulheres no 4° trimestre; na análise por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (9%) e acima para os pretos (13,6%) e pardos (12,6%).
  • Desemprego é mais alto na faixa etária de 25 a 39 anos (35,2%) e de 18 a 24 anos (30,8%)
Evolução da população ocupada por segmento de atividade — Foto: Economia g1
Evolução da população ocupada por segmento de atividade — Foto: Economia g1

Para 2022, os analistas projetam que a população ocupada continue se recuperando, porém, a um ritmo menor, principalmente devido à elevação dos juros e as incertezas políticas relacionadas à corrida presidencial.

A XP, por exemplo, estima o desemprego atingirá 11% no 2º trimestre e subirá ligeiramente ao longo da segunda metade de 2022. Para a taxa média anual de desemprego, a instituição projeta taxa de 11,6% em 2022 e 10,5% em 2023.

Desemprego faz crescer número de famílias com dificuldades para pagar a conta de luzDesemprego faz crescer número de famílias com dificuldades para pagar a conta de luz

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Veja as 10 melhores praias do mundo para viajar em 2022, segundo o Tripadvisor

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O Brasil foi o único país a aparecer no ranking com mais de um local, marcando presença com a Quarta Praia, em Morro de São Paulo (BA); Baía do Sancho, em Fernando de Noronha; e Baía dos Golfinhos, na Praia da Pipa (RN). Grace Bay Beach, nas Ilhas Turcas e Caicos, levou 1º lugar.
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Por g1

Postado em 23 de fevereiro de 2022 às 15h55m

Post.- N.\ 10.221
Baía do Sancho, em Fernando de Noronha, ficou em 7º lugar no ranking; mais duas praias brasileiras aparecem na lista de 2022. — Foto: Divulgação / Administração da Ilha
Baía do Sancho, em Fernando de Noronha, ficou em 7º lugar no ranking; mais duas praias brasileiras aparecem na lista de 2022. — Foto: Divulgação / Administração da Ilha

Águas cristalinas, areia branca e fofa...paisagens paradisíacas fazem parte da lista das 10 melhores praias do mundo eleitas por viajantes na edição de 2022 do prêmio Travelers' Choice, do Tripadvisor, divulgado nesta quarta-feira (23).

O Brasil foi o único país a aparecer no ranking com mais de um local, marcando presença com a Quarta Praia (4º lugar), em Morro de São Paulo, na Bahia; a Baía do Sancho (7º lugar), em Fernando de Noronha; e Baía dos Golfinhos (9º lugar), na Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte.

A praia número 1 dos viajantes foi a Grace Bay Beach, localizada nas Ilhas Turcas e Caicos.

Segundo o Tripadvisor, a lista foi formada com base na quantidade e na qualidade de avaliações feitas por usuários do seu site entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2021.

"Alguns adoram a areia branca e macia e banhos de sol, enquanto outros amam explorar enseadas rochosas. Essa lista tem lugar para todos os gostos, porque foi escolhida por milhares de viajantes de todo o mundo, que avaliaram suas praias favoritas no Tripadvisor, ao longo de 2021", disse Christine Maguire, vice-presidente de negócios de mídia global da companhia.

LEIA TAMBÉM:

Confira o ranking a seguir:

1. Grace Bay Beach - Ilhas Turcas e Caicos

Grace Bay Beach - Ilhas Turcas e Caicos — Foto: Jennifer Ranicki/Unplash
Grace Bay Beach - Ilhas Turcas e Caicos — Foto: Jennifer Ranicki/Unplash

2. Varadero Beach - Varadero, Cuba

Varadero Beach - Varadero, Cuba — Foto: Tripadvisor
Varadero Beach - Varadero, Cuba — Foto: Tripadvisor

3. Turquoise Bay - Exmouth, Austrália

Turquoise Bay - Exmouth, Austrália — Foto: Tripadvisor
Turquoise Bay - Exmouth, Austrália — Foto: Tripadvisor

4. Quarta Praia - Morro de São Paulo, Brasil

Quarta Praia - Morro de São Paulo, Brasil — Foto: Divulgação
Quarta Praia - Morro de São Paulo, Brasil — Foto: Divulgação

5. Eagle Beach - Palm - Eagle Beach, Aruba

Eagle Beach - Palm - Eagle Beach, Aruba — Foto: Tripadvisor
Eagle Beach - Palm - Eagle Beach, Aruba — Foto: Tripadvisor

6. Radhanagar Beach - Havelock Island, Índia

Radhanagar Beach - Havelock Island, Índia — Foto: Tripadvisor
Radhanagar Beach - Havelock Island, Índia — Foto: Tripadvisor

7. Baía do Sancho - Fernando de Noronha, Brasil

Baía do Sancho - Fernando de Noronha — Foto: Divulgação / Administração da Ilha
Baía do Sancho - Fernando de Noronha — Foto: Divulgação / Administração da Ilha

8. Trunk Bay Beach - Ilhas Virgens Americanas

Trunk Bay Beach - Ilhas Virgens Americanas — Foto: Tripadvisor
Trunk Bay Beach - Ilhas Virgens Americanas — Foto: Tripadvisor

9. Baía dos Golfinhos - Praia da Pipa, Brasil

A Baía dos Golfinhos faz parte do Paque Nacional Marinho — Foto: Ana Clara Marinho/TV  Globo
A Baía dos Golfinhos faz parte do Paque Nacional Marinho — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo

10. Spiaggia dei Conigli - Lampedusa, Itália

Spiaggia dei Conigli - Lampedusa, Itália — Foto: Tripadvisor
Spiaggia dei Conigli - Lampedusa, Itália — Foto: Tripadvisor

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Rússia x Ucrânia: quais as chances de conflito se transformar em Guerra Mundial?

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Estamos testemunhando o prelúdio da 3ª Guerra Mundial? Por pior que seja a situação neste momento, não se imagina um confronto militar direto entre a Otan e a Rússia.
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TOPO
Por BBC

Postado em 23 de fevereiro de 2022 às 14h05m

Post.- N.\ 10.220

Imagem sem data de Vladimir Putin, presidente da Rússia — Foto: EPA/Via BBC
Imagem sem data de Vladimir Putin, presidente da Rússia — Foto: EPA/Via BBC

Vamos direto ao assunto: estamos testemunhando o prelúdio da 3ª Guerra Mundial?

Convenhamos, isso é o que muitas pessoas estão perguntando e pensando diante das recentes ações do Kremlin contra a Ucrânia — e que desencadearam uma enxurrada de denúncias e sanções por parte do Ocidente.

Acompanhe

A resposta é: não. Por pior que seja a situação na fronteira entre Rússia e Ucrânia neste momento, não se imagina um confronto militar direto entre a aliança militar Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a Rússia.

Entenda os movimentos separatistas na UcrâniaEntenda os movimentos separatistas na Ucrânia

Aliás, enquanto os EUA e o Reino Unido observavam a Rússia montar uma força capaz de invadir a Ucrânia, eles rapidamente retiraram seu pequeno número de conselheiros militares.

"É uma guerra mundial quando americanos e russos começarem a atirar uns nos outros", disse o presidente dos EUA, Joe Biden, no início deste mês, prometendo que não enviaria tropas americanas para a Ucrânia sob nenhuma circunstância.

Militares russos e veículos blindados na estrada na região de Rostov, na Rússia — Foto: EPA/Via BBC
Militares russos e veículos blindados na estrada na região de Rostov, na Rússia — Foto: EPA/Via BBC

Mas líderes ocidentais ainda temem que a Rússia possa estar pronta para realizar uma invasão da Ucrânia em larga escala.

O quão preocupado se deve estar ainda depende de vários fatores — quem você é, onde você está e o que a Rússia fará em seguida.

Se você é um soldado ucraniano da linha de frente no leste da Ucrânia, claramente a situação é extremamente perigosa. E para milhões de ucranianos, o medo de como a crise afetará seus cotidianos está sempre presente.

Apenas o presidente Putin e seu círculo íntimo de confiança sabem o quão longe ele pretende levar essa crise.

Entenda os movimentos separatistas na UcrâniaEntenda os movimentos separatistas na Ucrânia

Enquanto a força da Rússia permanecer concentrada nas fronteiras, mesmo a movimentada capital ucraniana Kiev, e outras cidades, não estarão a salvo de ataques.

Mas a linha vermelha para a Otan e o Ocidente é se a Rússia ameaçar algum Estado membro da Otan.

De acordo com o Artigo 5 da Otan, a aliança militar ocidental é obrigada a defender qualquer Estado membro que seja atacado.

A Ucrânia não é membro da Otan, embora tenha dito que quer se juntar à aliança militar — algo que Putin está determinado a impedir.

Países do Leste Europeu como Estônia, Letônia, Lituânia ou Polônia — que já fizeram parte da órbita de Moscou nos tempos soviéticos — são todos membros da Otan.

Esses governos estão claramente nervosos com o fato de que as forças russas podem não parar na Ucrânia e usar algum pretexto de "ajudar" minorias étnicas russas no Báltico para continuar invadindo outros países.

Por isso, a Otan recentemente enviou reforços a seus membros do Leste Europeu.

Mas quão preocupado você deve estar? Enquanto não houver conflito direto entre a Rússia e a Otan, não há razão para que essa crise, por pior que seja, vire uma guerra mundial em grande escala.

Não vamos esquecer que a Rússia e os EUA têm, entre eles, mais de 8 mil ogivas nucleares, então os riscos são estratosféricamente altos. A velha máxima da Guerra Fria de "Destruição Mutuamente Assegurada" (MAD, em inglês) ainda se aplica.

"Putin não está prestes a atacar a Otan. Ele só quer transformar a Ucrânia em um Estado vassalo como Belarus", disse uma importante fonte militar britânica na terça-feira (22).

Mapa mostra a localização das tropas russas — Foto: BBC
Mapa mostra a localização das tropas russas — Foto: BBC

Mas o imprevisível aqui é o estado de espírito de Putin. Muitas vezes descrito como friamente calculista, como o enxadrista e lutador de judô que é, seu discurso na segunda-feira (21/2) parecia mais o de um ditador raivoso do que o de um estrategista astuto.

Chamando a Otan de "perversa", ele disse com todas as letras que a Ucrânia que não tinha o direito de existir como uma nação soberana independente da Rússia. Isso é preocupante.

O Reino Unido não é o único país a punir a Rússia com sanções — os EUA foram mais longe e a Alemanha, por exemplo, adiou a aprovação do enorme gasoduto Nord Stream 2 da Rússia. Mas o Reino Unido foi pioneiro nas sanções.

A Rússia certamente retaliará de alguma forma. As empresas ocidentais na Rússia provavelmente sofrerão. Mas tudo pode piorar bem mais, se Putin assim quiser.

A vingança pode vir na forma de ataques cibernéticos — algo sobre o qual o Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido já alertou. Muitas vezes difíceis de atribuir ao governo russo, esses ataques podem ter como alvo bancos, empresas, indivíduos e até infraestruturas nacionais fundamentais.

O problema agora é que, após anos de declínio das relações com Moscou, inclusive com o envenenamento de dissidentes russos em solo britânico, a confiança mútua entre a Rússia e o Ocidente é quase zero.

E esse é um cenário perigoso em meio à crise em curso na Ucrânia.

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Nordeste é única das cinco regiões do país em que economia ainda não alcançou nível pré-pandemia

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Informação foi divulgada nesta terça-feira (22) pelo Banco Central. Instituição avaliou que crescimento do país tende a ser beneficiado pelo desempenho da agropecuária.
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Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Postado em 22 de fevereiro de 2022 às 17h00m

Post.- N.\ 10.219

As economias das cinco regiões do país cresceram em 2021, refletindo, em especial, a recuperação do setor de serviços (mais afetado pela pandemia no ano anterior), informou o Banco Central nesta terça-feira (22) por meio do Boletim Regional.

De acordo com a instituição, entretanto, apenas no Nordeste o nível de atividade ficou aquém do observado em 2019 — quando se consideram os dados anuais.

"A despeito do avanço generalizado, resultados desiguais entre os setores e especificidades das estruturas produtivas locais levaram às distintas magnitudes de expansão regional", acrescentou o BC.

Região Nordeste

No Nordeste, avaliou o BC, o dinamismo da economia em 2021 se apoiou no setor de serviços, sobretudo aqueles prestados às famílias – destaque para alojamento e alimentação –, mas também transporte, educação e serviços financeiros e às empresas.

"Adicionalmente, mantendo trajetória observada em 2020, a evolução favorável da construção contribuiu para a atividade regional, com geração de 41 mil postos de trabalho no ano", informou.

Por outro lado, diz o BC no boletim regional, o comércio e a indústria – exceto produção e distribuição de eletricidade, gás e água – registraram "arrefecimento" (desaceleração) ao longo de 2021.

"O Nordeste também foi impactado pela interrupção (e posterior retorno) do auxílio emergencial às famílias no primeiro semestre", explicou o Banco Central.

A instituição afirmou que o Nordeste mostrou expansão, no segundo semestre, impulsionado pela volta da mobilidade e retomada das atividades de serviços, especialmente os associados ao turismo.

Ano de 2022

O BC avaliou, ainda, que o crescimento não somente do Nordeste, mas de todo o país, tende a beneficiado pelo desempenho da agropecuária e pela normalização da economia, que segue em curso, particularmente no setor de serviços e no mercado de trabalho.

"Em sentido oposto, atuam a elevação dos prêmios de risco [alta nos juros futuros], relacionada à incerteza acerca do futuro do arcabouço fiscal [dúvidas sobre gastos públicos em ano eleitoral], e o aperto mais intenso das condições financeiras [taxas bancárias em alta]", acrescentou o BC.

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Inflação, combustíveis, bolsa, exportações: entenda os impactos da crise na Ucrânia para a economia brasileira

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Especialistas ouvidos pelo g1 dizem que preços das commodities podem carregar o patamar de juros altos por mais tempo, freando ainda mais o crescimento econômico.
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Por Raphael Martins e Thais Matos, g1

Postado em 22 de fevereiro de 2022 às 16h10m

Post.- N.\ 10.218

Trabalhador caminha por campo de petróleo na cidade de Nefteyugansk, na Rússia — Foto: Reuters/Sergei Karpukhin
Trabalhador caminha por campo de petróleo na cidade de Nefteyugansk, na Rússia — Foto: Reuters/Sergei Karpukhin

Os juros altos, a inflação em dois dígitos e o fraco crescimento econômico já vinham bastante desafiadores para a economia brasileira este ano. Agora, o possível conflito na fronteira da Ucrânia pode piorar ainda mais o cenário.

Sempre que há um conflito entre nações poderosas, há risco de aumento da inflação, com pressão nos preços e redução da oferta de produtos. Pode ocorrer também um baque no crescimento por conta do aumento dos riscos, que tende a diminuir os investimentos, derrubar os ganhos das empresas e impactar as ações.

Como se não bastasse, o conflito entre Rússia e Ucrânia acontece quando a economia global ainda se recupera dos efeitos da pandemia do coronavírus, que sobrecarregou as contas e impactou os preços de energia, combustíveis e alimentação.

Para o Brasil, a situação se traduz em mais pressão sobre a inflação em momento de índices já nas alturas. Especialistas ouvidos pelo g1 lembram que a barreira de proteção do país, no momento, é a queda do dólar.

Com a valorização recente do real, itens importantes como alimentos e combustíveis estão relativamente controlados enquanto a tensão se desenrola na fronteira ucraniana.

Mas há dois problemas: a alta dos juros freia ainda mais a perspectiva de crescimento econômico e uma aversão a risco mais intensa tende a trazer impacto mais sério a economias emergentes.

O Brasil tem uma taxa de investimento historicamente muito baixa e deve piorar com esse cenário global. Evidentemente, impacta o crescimento econômico, a geração de emprego e renda, afirma Wagner Parente, CEO da BMJ Consultores Associados. 
Veja abaixo os possíveis efeitos sobre a economia brasileira em várias frentes:
Entenda os movimentos separatistas na UcrâniaEntenda os movimentos separatistas na Ucrânia

Combustíveis e inflação

A tensão na fronteira ucraniana renova preocupações com os preços das commodities, em especial o petróleo. Para o Brasil, a valorização do barril do tipo Brent desde o início da pandemia foi um responsáveis pela inflação pelo efeito nos preços da gasolina e do diesel.

Para o economista Juan Jensen, sócio da 4E Consultoria, o principal impacto para o Brasil é justamente via petróleo e preço dos combustíveis e isso, por si só, não afeta tanto a recuperação brasileira.

"É um quadro que pode piorar a questão inflacionária, mas não deveria ter uma resposta do Banco Central. O BC está prevendo a redução do ritmo de alta para a próxima reunião, e, a princípio, não mudará porque o petróleo e os combustíveis não são preços afetados pela política monetária. A economia está fraca por outras razões e vai continuar", diz.

Como o g1 mostrou ao longo do ano passado, os combustíveis sofreram seguidos choques com o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional e também com o real desvalorizado frente ao dólar.

O preço do barril de petróleo teve média de US$ 44 em 2020 e chegou a US$ 70 no ano seguinte. O agravamento do conflito na Rússia deu novo impulso aos preços do insumo, que esbarram agora nos US$ 100.

Diferente dos anos anteriores, contudo, 2022 vem sendo marcado pela entrada de dólares no país, fortalecendo o câmbio aos poucos. Até o fechamento do mercado na segunda-feira (21), a moeda americana registra queda de 8,39% no ano, negociando próximo aos R$ 5,10.

Com o petróleo subindo de um lado, mas o dólar caindo do outro, forma-se uma gangorra que mantém os preços com certa estabilidade.

Miriam: Tensão na Ucrânia bate diretamente no Brasil nos combustíveis, alimentos e energiaMiriam: Tensão na Ucrânia bate diretamente no Brasil nos combustíveis, alimentos e energia

Por isso, para Roberto Motta, chefe da mesa de derivativos da Genial Investimentos, a "defesa" do Brasil contra um impacto nos combustíveis foi a elevação agressiva da taxa Selic, que cria um diferencial de juros que volta a ser atrativo para o investidor estrangeiro.

"O conflito tem impacto inflacionário? Sim, mas não deve mudar o 'plano de voo' do Banco Central, que é atrair dólar ao elevar — e manter no alto — a taxa de juros em patamar muito restritivo", diz o analista.

A meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. Mas o boletim Focus, sondagem semanal do BC com economistas do mercado financeiro, a projeção é de 5,56%, um novo rompimento do teto e que explica o "pé no acelerador" da subida de juros.

Também de acordo com o Focus, a projeção da Selic está em 12,25% ao ano para o fim de 2022, contra os atuais 10,75%. O aperto dos juros é a forma de compensar uma política fiscal de gasto mais intensa em ano eleitoral.

"Esticar o tempo de juros elevados pode gerar recessão em 2022, mas o BC deixou claro que sua agenda é ancorar a inflação. Assim, o real continua blindado por termos o maior juro real do mundo", diz Motta. 
Bolsa e dólar

Em geral, conflitos geopolíticos provocam reação imediata dos mercados internacionais. A particularidade da tensão entre Rússia e Ucrânia é que as atividades têm sido anunciadas passo a passo desde o fim de 2021, espalhando o impacto nas bolsas.

Outra contribuição relevante é o aumento de juros dos Estados Unidos, que tem agora mais um evento inflacionário para influenciar a análise do Federal Reserve.

Mas, surpreendentemente, a bolsa brasileira reage positivamente e bolsas estrangeiras têm quedas comedidas. Em suma, a reação é que o mercado já vinha se preparando para um evento mais determinante, como o reconhecimento das províncias separatistas na Rússia.

Além disso, a bolsa brasileira tem uma participação enorme de empresas exportadoras de commodities, como Vale, Petrobras, Suzano e tantas outras. Um aumento da demanda traria bons resultados e valorizaria os preços dos papéis. Resultado foi a entrada de mais de US$ 50 bilhões na bolsa neste ano.

A discussão, então, volta a se fixar nos próximos passos. Roberto Motta, da Genial, diz que o conflito chegou a um ponto de não retorno, em que o presidente russo Vladimir Putin não poderia retroceder sem alguma conquista. Para ele, a independência das repúblicas separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, Donetsk e Luhansk, pode ser esse "troféu".

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"É um evento que, se for bem contornado pela diplomacia, com nível razoável de sanções, pode esvaziar as tensões e pode ser até bom para ativos de risco. O problema é se Putin for tomado pela euforia e avançar", diz o analista.

"Os pêndulos serão Alemanha e França. A Alemanha é mais industrializada e consome energia, vai ser dependente desses preços e vai ter que instaurar sanções que sejam razoavelmente bem aceitas para não ver novas escaladas no conflito", prossegue.

Não parece ser esse o curso das atitudes, por ora. O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou nesta terça-feira a suspensão da autorização para o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha. O gasoduto aumentaria o abastecimento de gás russo à Europa, no momento em que a produção própria registra queda.

Apesar de tirar proveito das commodities, uma intensificação do conflito pode ser negativa para o Brasil.

Quando se tem risco global maior, os países emergentes sofrem mais porque o investidor pode buscar uma situação mais confortável em juros dos EUA e União Europeia. Podemos ter uma nova saída de investidores do Brasil", lembra Wagner Parente, da BMJ. 
Exportações

A Rússia não é um dos grandes parceiros comerciais do Brasil. Não há, portanto, um impacto direto nas exportações brasileiras. É fundamental, contudo, estar atento às reações da China em meio ao aumento das tensões geopolíticas na região.

A China, sim, é o maior parceiro comercial do Brasil e tradicionalmente tem um alinhamento com o governo russo.

"Até o momento, os chineses se mantiveram alheios à situação. Mas, se formarem uma oposição com Estados Unidos e Europa, tem-se um cenário de polarização que pode impactar fortemente o Brasil, analisa Parente, da BMJ.

Na relação direta com a Rússia, o Brasil depende principalmente da produção de fertilizantes (60%) e outros itens ligados à agricultura.

No ano passado, quatro dos cinco produtos que o Brasil mais comprou dos russos serviam para preparação do solo. Um desabastecimento desses adubos e fertilizantes poderia aumentar os custos dos alimentos no país.

A Rússia é o maior exportador mundial de fertilizantes, o que pode afetar o preço de commodities como a soja, e levar a impacto na produção de proteína animal, explica Parente.
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