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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Carro voador completa teste com voo entre dois aeroportos

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O veículo funciona com combustível normal e pode viajar até mil km no ar, diz seu criador.
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TOPO
Por BBC

Postado em 01 de julho de 2021 às 12h25m


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O protótipo do carro voador completou voo teste de 35 minutos entre dois aeroportos — Foto: Klein Vision
O protótipo do carro voador completou voo teste de 35 minutos entre dois aeroportos — Foto: Klein Vision

Um protótipo de carro voador completou um voo de 35 minutos entre os aeroportos internacionais de Nitra e Bratislava, na Eslováquia.

O carro-avião híbrido, AirCar, está equipado com um motor BMW e funciona com gasolina comum.

Seu criador, o professor Stefan Klein, disse que o veículo poderia voar cerca de mil km, a uma altura de 2,5 mil metros, e já havia rodado 40 horas no ar até agora.

O carro precisa de dois minutos e 15 segundos para se transformar em uma aeronave.

Carro voador completa voo com sucesso na Eslováquia
Carro voador completa voo com sucesso na Eslováquia

'Muito agradável'

O professor Klein convidou repórteres para assistir ao voo na manhã de segunda-feira (28/06). Ele disse que a experiência foi "normal" e "muito agradável".

As asas estreitas se dobram nas laterais do carro. No ar, o veículo atingiu a velocidade de cruzeiro de 170 km/h. O carro voador é capaz de transportar duas pessoas, com um limite de peso combinado de 200 kg.

Mas, ao contrário dos protótipos de drone-táxi existentes, ele não consegue decolar e pousar verticalmente, e requer uma pista de decolagem e aterrissagem.
O híbrido AirCar visa a atender demanda criada pelos problemas de congestionamento de tráfego em ruas e estradas — Foto: Klein Vision
O híbrido AirCar visa a atender demanda criada pelos problemas de congestionamento de tráfego em ruas e estradas — Foto: Klein Vision

Há grandes expectativas sobre o novo mercado de carros voadores, que há muito tempo são anunciados na cultura popular como um marco visionário do futuro.

Em 2019, a consultora Morgan Stanley previu que o setor poderia valer US$ 1,5 trilhão em 2040.

E em um evento da indústria na terça-feira, o presidente-executivo da Hyundai Motors Europe, Michael Cole, chamou o conceito de "parte do nosso futuro".

Esse tipo de veículo é considerado uma solução potencial para os problemas atuais de infraestruturas de transporte.

'Mercado enorme'

A empresa por trás da AirCar, a Klein Vision, diz que o protótipo levou cerca de dois anos para ser desenvolvido e custou "menos de 2 milhões de euros" (R$ 11 milhões) em investimento.

Anton Rajac, consultor e investidor da Klein Vision, disse que se a empresa pudesse atrair até mesmo uma pequena porcentagem das vendas globais de companhias aéreas ou táxis, ela teria um enorme sucesso.

"Existem cerca de 40 mil pedidos de aeronaves apenas nos EUA", disse ele.

"E se convertermos 5% desses pedidos para carro voador, temos um mercado enorme."

'Realmente legal'

Stephen Wright, pesquisador sênior de aeronaves da Universidade do Oeste da Inglaterra, descreve o AirCar como "o filho de um Bugatti Veyron com um Cesna 172".

"Tenho que admitir que isso parece muito bacana, mas tenho centenas de perguntas sobre o processo de certificação", disse.

"Qualquer um pode fazer um avião, mas o truque é fazer um que voe e voe e voe por um milhão de horas, com uma pessoa a bordo, sem nenhum incidente. Mal posso esperar para ver o pedaço de papel que diz que é seguro de se voar e vender."

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quarta-feira, 30 de junho de 2021

Desemprego mantém recorde de 14,7% e atinge 14,8 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em abril

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País ainda tem 3,3 milhões de ocupados a menos em relação ao contingente pré-pandemia. Entre as categorias, somente o número de trabalhadores por conta própria cresceu, segundo o IBGE.
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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1

Postado em 30 de junho de 2021 às 10h00m


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Taxa de desemprego fica em 14,7% entre fevereiro e abril; Miriam Leitão comenta
Taxa de desemprego fica em 14,7% entre fevereiro e abril; Miriam Leitão comenta

O desemprego no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em abril e se manteve em patamar recorde, segundo divulgou nesta quarta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de desempregados totalizou 14,8, milhões de pessoas.

"Essa taxa e o contingente de desocupados mantêm o recorde registrado no trimestre encerrado em março, o maior da série desde 2012", destacou o IBGE.

No mesmo período do ano passado, a taxa de desemprego era menor, de 12,6%. Já o número de desempregados aumentou 15,2% (mais 1,9 milhão de pessoas) na comparação anual e 3,4% (mais 489 mil pessoas) na comparação com o trimestre encerrado em janeiro.

Taxa de desemprego mantém recorde em abril — Foto: Economia/G1
Taxa de desemprego mantém recorde em abril — Foto: Economia/G1

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em março, a taxa de desemprego atingiu pela primeira vez a marca recorde de 14,7% e o total de 14,8 milhões de desocupados.

O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado. O intervalo das estimativas captadas pelo Valor Data ia de 14,5% a 15,1%, com mediana de 14,7%.


Mercado de trabalho ainda pressionado

A população ocupada (85,9 milhões de pessoas) também mostrou estabilidade em relação ao trimestre móvel anterior, mas ficou 3,7% abaixo do número que o país registrava no trimestre fechado em abril do ano passado, quando foram observados os primeiros efeitos da pandemia. Ou seja, o país tem menos 3,3 milhões de pessoas trabalhando desde o início da pandemia.

O cenário foi de estabilidade da população ocupada (85,9 milhões) e crescimento da população desocupada, com mais pressão sobre o mercado de trabalho, avaliou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, observando que o nível de ocupação (48,5%) continua abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio do ano passado, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

O número de postos de trabalho perdidos, no entanto, tem diminuído. No trimestre terminado em março, o país havia perdido cerca de 6,6 milhões de ocupados na comparação com igual trimestre do ano passado.

"Os efeitos da pandemia sobre a ocupação começaram em abril do ano passado. Então, por isso, a gente começa agora a ter uma tendência de diminuição dessa diferença do número de ocupados", explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

País perdeu cerca de 3,3 milhões de postos de trabalho em um ano de pandemia — Foto: Economia/G1
País perdeu cerca de 3,3 milhões de postos de trabalho em um ano de pandemia — Foto: Economia/G1 

Veja os principais destaques da pesquisa:

  • Entre janeiro e abril, cerca de 500 mil brasileiros ficaram desempregados; na comparação com abril de 2020, são quase 2 milhões a mais de desempregados no país;
  • Em 1 ano, número de postos de trabalho ocupados foi reduzido em cerca de 3,3 milhões;
  • Trabalho por conta própria continuou crescendo: aumentou em 661 mil em 1 ano;
  • Administração pública foi a única atividade com aumento do número de ocupados;
  • Desalento permaneceu em patamar recorde, atingindo 6 milhões de trabalhadores; em um ano, aumentou em 941 mil o número de pessoas que desistiram de procurar trabalho;
  • Taxa de informalidade foi de 39,8%, o que equivale a 34,2 milhões de pessoas, contra 39,7% no ao trimestre anterior;
  • A população subutilizada atingiu o número recorde de 33,3 milhões, com aumento de cresceu 2,7% (mais 872 mil) frente ao trimestre anterior e de 16% (mais 4,6 milhões) na comparação interanual; a taxa composta de subutilização (29,7%) também foi recorde.
  • Rendimento médio dos trabalhadores foi de R$ 2.532, contra R$ 2.511 no trimestre anterior. Já a massa de rendimentos somou R$ 212,3 bilhões, o que representa um volume 5,4% menor (menos R$ 12,1 bilhões) do que o registrado no mesmo trimestre do ano passado.
Só trabalho por conta própria cresce

Entre as categorias profissionais, somente o número de trabalhadores por conta própria cresceu em 3 meses (2,3% ou mais 537 mil pessoas), totalizando 24 milhões. Na comparação interanual, a alta foi de 2,8% (mais 661 mil pessoas).

Essa forma de inserção no mercado tem um contingente mais elevado agora do que em abril de 2020 [mais 661 mil pessoas] na comparação anual. Observamos uma reação maior no trabalho por conta própria do que no emprego com carteira no setor privado, destacou Adriana Beringuy.

O total de empregados com carteira assinada no setor privado ficou estável em 29,6 milhões no trimestre. Na comparação anual, porém, houve uma redução de 8,1% ou menos 2,6 milhões de pessoas. Os trabalhadores sem carteira também ficaram estáveis (9,8 milhões). Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, no entanto, o número é 3,7% menor (menos 374 mil pessoas).

População subocupada cresce mais que a ocupada

Outro destaque da pesquisa foi a alta no total de pessoas subutilizadas, que são aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial. Esse contingente chegou a 33,3 milhões, o maior da série comparável, segundo o IBGE, com um aumento de 2,7% (mais 872 mil pessoas). A taxa de 29,7% também foi recorde.

O ritmo de crescimento dos subocupados por insuficiência de horas trabalhadas é maior que o da população ocupada, com avanço de 18,3% (mais 1,1 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2020.

Isso mostra que vem aumentando o número de trabalhadores que têm disponibilidade para trabalhar mais horas do que aquelas habitualmente trabalhadas, explica a analista.

Comércio perde postos de trabalho

Na análise por segmento, o comércio foi o que apresentou o pior desemprenho, com queda de queda de 2,3% (menos 373 mil pessoas) frente ao trimestre anterior. Os demais grupamentos de atividades ficaram estáveis, segundo o IBGE.

O comércio é uma atividade que tende a não apresentar crescimento nos trimestres encerrados em abril. Esse comportamento de retração do comércio é sazonal, ponderou Beringuy.

Na comparação interanual, houve quedas em 6 grupamentos: Indústria Geral (-4,3%, ou menos 497 mil pessoas), Comércio (-6,7%, ou menos 1,1 milhão de pessoas), Transporte, armazenagem e correio (-8,3%, ou menos 393 mil pessoas), Alojamento e alimentação (-17,7%, ou menos 871 mil pessoas), Outros serviços (-13,9%, ou menos 660 mil pessoas) e Serviços domésticos (-10,1%, ou menos 562 mil pessoas). A única alta foi em Agricultura (6,5% ou mais 532 mil pessoas).

Perspectivas

O mercado financeiro estima para 2021 um crescimento de 5,05% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e inflação de 5,97%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

Apesar da melhora nas projeções para o avanço da economia brasileira, economistas têm destacado que uma recuperação mais consistente do mercado de trabalho só deverá ser mais visível a partir o segundo semestre, e condicionada ao avanço da vacinação e à retomada do setor de serviços – o que mais emprega no país e o mais afetado pelas medidas de restrição para conter o coronavírus.

Na avaliação dos economistas Marco Caruso e Lisandra Barbero, do banco Original, a taxa de desemprego ainda deverá ser pressionada pela volta mais acelerada dos indivíduos à força de trabalho. "A melhora gradual das estatísticas de renda e a recuperação dos setores informais (concentrados especialmente no setor de serviços) - à medida em que a pandemia melhora e a campanha de vacinação avança - corroboram o entendimento de o que o mercado de trabalho brasileiro deve dar continuidade ao processo de recuperação gradual observado nos últimos meses", destacaram ao comentar o resultado.

Guedes diz que auxílio emergencial vai ser prorrogado por mais três meses
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terça-feira, 29 de junho de 2021

Bovespa opera em queda nesta terça-feira

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Nesta segunda-feira, o principal índice da bolsa avançou 0,14%, aos 127.429 pontos.
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Por G1

Postado em 29 de junho de 2021 às 11h20m


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Bovespa - Painel da bolsa de valores de São Paulo, B3, nesta quarta-feira (11). — Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo
Bovespa - Painel da bolsa de valores de São Paulo, B3, nesta quarta-feira (11). — Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo 

A bolsa de valores brasileira, a B3, opera em queda nesta terça-feira (29), abaixo dos 127 mil pontos, em meio a um cenário relativamente tranquilo no exterior, enquanto o noticiário no Brasil incluía desaceleração do IGP-M em junho e anúncio de emissão de títulos da dívida externa brasileira.

Os investidores continuam avaliando também os potenciais efeitos no desempenho das companhias na bolsa de mudanças tributárias propostas pelo governo federal.

Às 15h40, o Ibovespa caía 0,48%, a 126.817 pontos. Veja mais cotações.

Nesta segunda-feira (28), a bolsa brasileira fechou em alta de 0,14%, a 127.429 pontos. Com o resultado, a Bovespa acumula alta de 0,96% no mês e de 7,07% no ano.

Variação do Ibovespa em 2021
Pontuação de fechamento


Governo Federal entrega ao Congresso Nacional a nova etapa da reforma tributária
Governo Federal entrega ao Congresso Nacional a nova etapa da reforma tributária

Cenário

As bolsas americanas terminaram a segunda-feira com altas recordes, impulsionadas por ações do Facebook. A empresa chegou pela primeira vez ao valor de mercado de US$ 1 trilhão depois que um juiz federal nos Estados Unidos rejeitou uma acusação de monopólio ilegal movida pela Comissão Federal de Comércio (FTC) do país em dezembro de 2020. Os papéis subiram mais de 4%.

Investidores observam também os efeitos da variante Delta do coronavírus no aumento de casos da doença em países europeus.

"Mesmo com essa notícia, as bolsas na Europa estão positivas. O que está ajudando foi a divulgação do indicador de sentimento econômico do mês de junho. É um dado que mede a confiança da indústria e dos consumidores e teve o maior nível dos últimos 21 anos. Então, mais um indicador confirmando essa retomada consistente da economia europeia", diz Pietra Guerra, analista da Clear Corretora.

Na agenda doméstica, destaca-se o resultado do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que ficou em 0,60% em junho, ante avanço de 4,10% em maio. A forte desaceleração foi influenciada principalmente pela queda do dólar frente ao real e pelo recuo dos preços de commodities como minério de ferro, milho e soja, que aliviaram a inflação no atacado. 

Com este resultado, o índice acumula agora alta de 15,08% no ano e de 35,75% em 12 meses. Em maio, acumulava avanço e de 37,04% em 12 meses. Em junho de 2020, o índice havia subido 1,56% e acumulava alta de 7,31% em 12 meses.

Já o Tesouro Nacional anunciou voltará a captar recursos no mercado internacional. Será emitido um título soberano com vencimento em 10 anos, para 2031, e haverá a reabertura do atual papel de 30 anos, para 2050

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu em 52% o reajuste da bandeira vermelha na conta de luz. Com isso, a cobrança extra passará de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos. .

Analistas ponderam sobre o efeito da crise hídrica na inflação e na possibilidade de um racionamento, como aconteceu em 2001. O Ministério de Minas e Energia nega que esteja trabalhando com cenário de corte de consumo compulsório de energia.
Variação do Ibovespa em 2021 — Foto: G1
Variação do Ibovespa em 2021 — Foto: G1
 

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segunda-feira, 28 de junho de 2021

Manada de elefantes intriga cientistas com jornada de 500 km pela China

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Cientistas estão surpresos com quão longe eles foram e dizem que animais estão exibindo outros comportamentos incomuns.
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TOPO
Por Suranjana Tewari, BBC

Postado em 28 de junho de 2021 às 12h00m


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Perigrinação de elefantes pela China vira meme, intriga especialistas e serve de alerta
Perigrinação de elefantes pela China vira meme, intriga especialistas e serve de alerta

Os elefantes são, por natureza, animais extremamente inteligentes, e os especialistas que os estudam diariamente já sabem muito sobre eles.

Mesmo assim, uma manada de elefantes ameaçados de extinção na China deixou os cientistas completamente pasmos, ao mesmo tempo em que cativou uma nação inteira.

Não é incomum que os elefantes se movam em pequenas distâncias. Mas esse grupo vem abrindo caminho pesadamente pela China há mais de um ano. Os elefantes agora se afastaram quase 500 km, numa jornada gigantesca de seu habitat original.

Acredita-se que eles tenham começado sua jornada na primavera passada a partir da Reserva Natural Nacional de Xishuangbanna, no sudoeste do país, perto da fronteira com Mianmar e Laos.

Os elefantes começaram a se mover para o norte e, nos últimos meses, foram vistos em várias aldeias, vilarejos e cidades.

Também foram vistos quebrando portas, invadindo lojas, "roubando" comida, brincando na lama, tomando banho em um canal e cochilando no meio de uma floresta.

Eles também foram flagrados devastando plantações com seus rastros e entrando nas casas das pessoas. Em um determinado momento, fizeram fila em um pátio para beber água, abrindo com sucesso uma torneira com suas trombas.
Uma manada de elefantes ameaçados de extinção na China que já percorreu 500 km deixou cientistas completamente pasmos — Foto: Reuters via BBC
Uma manada de elefantes ameaçados de extinção na China que já percorreu 500 km deixou cientistas completamente pasmos — Foto: Reuters via BBC

Acredita-se que os elefantes tenham começado a se mover para o sul novamente e foram observados pela última vez em Shijie, uma cidade perto da cidade de Yuxi.

Não está claro se eles estão voltando, ou por que embarcaram nessa jornada. Ou o que está por vir.

Cientistas perplexos

"A verdade é que ninguém sabe. É quase certo que (a jornada) está relacionada à necessidade de recursos, como comida, água e abrigo. Isso faria sentido, dado o fato de que, na maioria dos locais onde os elefantes asiáticos vivem na natureza, há um aumento da ocupação humana levando à fragmentação do habitat, redução e perda de recursos", diz Joshua Plotnik, professor assistente de psicologia de elefantes no Hunter College, da City University de Nova York (Estados Unidos), à BBC.

Plotnik acrescenta que o movimento também pode ter a ver com a dinâmica social do grupo.

Os elefantes são matriarcais com a fêmea mais velha e sábia, que lidera o grupo de avós, mães e tias junto com seus filhos e filhas.

Após a puberdade, os machos se separam e viajam sozinhos ou se unem em grupos com outros machos durante um curto período. Eles só se juntam às fêmeas temporariamente para acasalar antes de partirem novamente.

No entanto, essa manada começou como um grupo de 16 ou 17 elefantes, incluindo três machos.

Dois machos se separaram um mês depois, com um deles se afastando do grupo no início deste mês.

"Não é incomum, mas estou surpreso que eles tenham ficado juntos tanto tempo. Isso provavelmente aconteceu por causa do território desconhecido. Quando os vi entrando em uma cidade ou vilarejo, eles estavam se movendo juntos, o que é um sinal de estresse", diz Ahimsa Campos-Arceiz, professor e pesquisador principal do Jardim Botânico Tropical Xishuangbanna.

Os elefantes têm um comportamento mais próximo dos humanos do que outros mamíferos, sentindo uma variedade de emoções, como alegria no nascimento, tristeza na morte e ansiedade em territórios desconhecidos.

Os pesquisadores também foram pegos de surpresa quando duas das elefoas deram à luz durante a viagem.

"Os elefantes são muito habituais e rotineiros. É incomum para eles se mudarem para novas áreas quando estão prestes a dar à luz , quando tentam encontrar o lugar mais seguro que podem", diz Lisa Olivier da Game Rangers International, uma organização de preservação da vida selvagem com sede na Zâmbia, à BBC.
Elefantes selvagens asiáticos dormem no chão no distrito de Jinning, em Kunming, na província de Yunnan. — Foto: Reuters via BBC
Elefantes selvagens asiáticos dormem no chão no distrito de Jinning, em Kunming, na província de Yunnan. — Foto: Reuters via BBC

Olivier diz que as famosas fotos de elefantes dormindo juntos também são incomuns.

"Normalmente, os bebês dormem no chão e os grandes se apoiam em uma árvore ou em um cupinzeiro. Por serem tão grandes, caso haja qualquer tipo de ameaça, eles demoram muito para se levantar e se deitar, o que causa muita pressão no coração e nos pulmões", diz ela.

"O fato de estarem deitados sugere que estavam todos exaustos, pois tudo deve ser muito novo para eles. Grande parte de sua comunicação é o som infra-sônico, a vibração dos pés deles, mas nas cidades eles estão ouvindo os sons dos veículos."

Ficando sem espaço

Os cientistas são unânimes em dizer que não se trata de migração porque os elefantes não seguem uma rota fixa.

No entanto, a China é um dos poucos lugares do mundo onde a população de elefantes está crescendo graças a extensos esforços de preservação.

O país asiático tem combatido fortemente a caça ilegal e, como resultado, a população de elefantes selvagens na província de Yunnan passou de 193 na década de 1990 para cerca de 300 atualmente.

Mas a urbanização e o desmatamento reduziram os habitats desses animais e, portanto, dizem os especialistas, eles podem estar procurando uma nova casa com melhor acesso a alimentos.

Esses gigantes da selva são máquinas comedoras, escravos de seus intestinos, e por isso passam grande parte de suas vidas procurando os 150 a 200 kg de alimentos de que precisam todos os dias.
VÍDEO: Elefantes atravessam parte da China
VÍDEO: Elefantes atravessam parte da China

Assistido do ar

Os especialistas demonstraram alívio que a viagem não tenha causado nenhum confronto perigoso com humanos, e há outros aspectos positivos.

Os drones que as autoridades usam para monitorar os elefantes deram aos pesquisadores uma enorme quantidade de informações de qualidade, sem perturbar os animais.

E proporcionaram imagens inesquecíveis ao público eufórico, que acompanha a jornada.

Olivier também destaca a cooperação entre o governo, autoridades locais e projetos de conservação para proteger a manada.

Nos últimos meses, as autoridades têm colocado iscas de comida e bloqueado estradas com caminhões para redirecionar os elefantes para locais seguros.

"Estou orgulhoso de que a abordagem não seja muito intrusiva. Um erro muito comum é tentar dizer aos elefantes o que eles deveriam estar fazendo. Os elefantes não evoluíram para ouvir o que fazer. Quando tentamos dizer a eles o que fazer novamente depois de longas distâncias, podemos criar muitos comportamentos agressivos", diz Campos-Arceiz.

A imprensa chinesa tem monitorado o grupo de elefantes diariamente. E a manada se tornou um sucesso nas redes sociais.

Toda a atenção aumentou a consciência e a sensibilidade para a situação dos elefantes ameaçados de extinção no país. E o interesse mundial provavelmente também terá efeitos de longo alcance.

"Esta atenção e exposição ajudarão a preservação em todo o mundo", de acordo com Olivier.

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