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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Arqueólogos descobrem fábrica de cerveja 'mais antiga do mundo' no Egito

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Acredita-se que a descoberta arqueológica no cemitério de Abydos tenha cerca de 5 mil anos. 
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TOPO
Por BBC  
15/02/2021 17h27 Atualizado há 3 horas
Postado em 15 de fevereiro de 2021 às 20h30m


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A descoberta pode 'ser a cervejaria de alta produção mais antiga do mundo' — Foto: EPA/BBC
A descoberta pode 'ser a cervejaria de alta produção mais antiga do mundo' — Foto: EPA/BBC

Arqueólogos no Egito desenterraram o que pode ser a mais antiga fábrica de cerveja conhecida do mundo, com cerca de 5 mil anos.

Uma equipe de pesquisadores egípcios e americanos descobriu o local em Abydos, um antigo cemitério no deserto.

Eles encontraram várias unidades contendo cerca de 40 potes usados ​​para aquecer uma mistura de grãos e água usada para fazer cerveja.

A cervejaria provavelmente remonta à era do rei Narmer, de acordo com o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.

A empresa afirma acreditar que a descoberta foi "a mais antiga cervejaria de alta produção do mundo".

Potes que seriam usados para a produção de cervejas — Foto: The Egyptian Ministry of Antiquities/Handout via Reuters
Potes que seriam usados para a produção de cervejas — Foto: The Egyptian Ministry of Antiquities/Handout via Reuters

O rei Narmer governou o Egito há mais de 5 mil anos. Ele fundou a Primeira Dinastia e é considerado como responsável pela unificação do Egito.

A cervejaria consistia em oito grandes áreas, cada uma com 20 metros de comprimento. E cada uma continha cerca de 40 potes de cerâmica dispostos em duas fileiras, de acordo com Mostafa Waziry, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.

Acredita-se que milhares de galões de cerveja tenham sido produzidos no local — Foto: EPA/BBC
Acredita-se que milhares de galões de cerveja tenham sido produzidos no local — Foto: EPA/BBC

Uma mistura de grãos e água usada para a produção de cerveja era aquecida nos potes, com cada bacia "presa por alavancas de barro colocadas verticalmente em forma de anéis", diz.

"A cervejaria pode ​​ter sido construída neste lugar especificamente para abastecer os rituais reais que aconteciam dentro das instalações funerárias dos reis do Egito", afirmou o Ministério do Turismo do Egito, citando o arqueólogo e cochefe da missão Matthew Adams, da Universidade de Nova York.

Acredita-se que a cerveja era produzida em grande escala no local, com capacidade para produzir cerca de 22.400 litros de uma vez.

"Evidências do uso de cerveja em ritos de sacrifício foram encontradas durante escavações nessas instalações", disse o comunicado.

Abydos é uma das cidades mais antigas do antigo Egito e abriga vastos cemitérios e templos.

A área fica no sul da Província de Sohag, no Alto Egito, onde também fica a cidade de Luxor, um dos pontos turísticos mais populares do país.

No início deste mês, uma missão que trabalhava perto de Alexandria descobriu várias múmias de cerca de 2 mil anos com línguas de ouro dentro da boca.

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Fenômeno descoberto por cientistas explica por que oceano Atlântico cresce enquanto Pacífico encolhe

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Uma descoberta surpreendente no fundo do oceano oferece novas pistas sobre como se movem as placas que formam a Terra. 
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TOPO
Por BBC  
15/02/2021 14h59 Atualizado há 3 horas
Postado em 15 de fevereiro de 2021 às 18h00m


|       .      Post.N.\9.679       .     |
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Mulher anda com neto na praia em Delaware, nos Estados Unidos, no dia 2 de janeiro. Estado é banhado pelo Oceano Atlântico. — Foto: Mark Makela/AFP
Mulher anda com neto na praia em Delaware, nos Estados Unidos, no dia 2 de janeiro. Estado é banhado pelo Oceano Atlântico. — Foto: Mark Makela/AFP

Quem vive nas Américas está cada dia mais longe daqueles que vivem na Europa e na África.

E não estamos nos referindo a uma distância política ou ideológica. Literalmente, nossos continentes estão cada dia mais separados.

A cada ano, as placas tectônicas em que estão localizadas a América, de um lado, e a Europa e a África, do outro, se afastam cerca de quatro centímetros.

Os cientistas sabem que as placas se movem em direções opostas, e que nas áreas de fronteira entre elas as partes mais densas afundam.

A força que causa essa separação, no entanto, é uma questão que ainda não tem resposta definitiva.

"A sabedoria convencional é de que esse processo é normalmente resultado de forças gravitacionais, à medida que partes das placas se afundam na Terra. No entanto, a força por trás da separação das placas do Atlântico continuava sendo um mistério, porque o Atlântico não é cercado de placas densas em afundamento", aponta a o Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Oxford.

Mas agora, em uma pesquisa recente publicada na Nature, um grupo de sismólogos acredita ter encontrado uma nova peça para montar esse quebra-cabeça.

Uma descoberta que também oferece novas pistas para entender melhor os movimentos sísmicos que podem causar grandes desastres.

Alguns especialistas preferem, no entanto, ser cautelosos quanto ao alcance do estudo, embora reconheçam a importância da descoberta.

Uma cordilheira no oceano

No fundo do Oceano Atlântico se ergue a Dorsal Mesoatlântica, uma extensa cordilheira localizada de maneira equidistante entre a América, de um lado, e a Eurásia e a África, do outro.

Essa cadeia de montanhas se estende por mais de 16.000 km do sul da Islândia ao sul da África.

A cordilheira chega a ter mais de 1.500 km de largura, e suas montanhas podem se erguer acima da superfície do oceano, formando ilhas como os Açores ou Tristão da Cunha.

A Dorsal Mesoatlântica é uma área chave: é a fronteira de placas mais extensa do planeta e também um lugar onde se formam novas placas.

É onde se encontram as bordas das placas da América do Norte e da América do Sul, que se movem se afastando das placas da Eurásia e da África.

Essa separação torna o Oceano Atlântico cada vez mais amplo, enquanto o Pacífico, devido ao avanço da América, está encolhendo.

Uma cunha entre as placas

Nesse novo estudo, os pesquisadores descobriram que nesta cordilheira existem áreas onde o material do interior da Terra aparece no fundo do mar.

Especificamente, são rochas provenientes de mais de 600 km de profundidade no manto, área localizada entre o núcleo e a crosta terrestre.

Esse fenômeno, segundo os autores do estudo, faz com que esse material atue como uma cunha que se interpõe entre as placas e faz com que elas se separem ainda mais.

"Este trabalho refuta suposições de longa data de que as dorsais oceânicas poderiam desempenhar um papel passivo nas placas tectônicas", afirmou em comunicado Mike Kendall, geofísico da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e coautor da pesquisa.

"(O estudo) sugere que, em lugares como o Meio-Atlântico, as forças na dorsal desempenham um papel importante na separação das placas recém-formadas."

Sinais inesperados

Os dados para esta pesquisa foram obtidos por meio de 39 sismógrafos que os pesquisadores colocaram no fundo do oceano, em uma área da cordilheira localizada entre a América do Sul e a África.

Durante quase um ano, os movimentos detectados por esses sensores permitiram aos cientistas notar variações na estrutura do manto terrestre a 600 km de profundidade.

Cada tipo de onda que um sismógrafo registra está associada a um mineral diferente, portanto, com os sinais que os pesquisadores receberam, eles foram capazes de perceber que havia materiais na superfície provenientes do manto.

"Os sinais observados foram indicativos do surgimento profundo, lento e inesperado do manto mais profundo", escreveram os autores.

"Esses resultados lançam uma nova luz sobre nossa compreensão de como o interior da Terra está conectado às placas tectônicas", acrescentou Matthew Agius, sismólogo da Università degli studi Roma Tre, na Itália, e principal autor do estudo.

Cautela

Para o geólogo Daniel Melnick, que não participou da pesquisa, "a novidade do artigo é que apresenta pela primeira vez evidências de transporte de material do manto inferior (a 600 km) em uma dorsal oceânica".

A pesquisa pode ter implicações no "entendimento dos processos químicos e das trocas de calor dentro da Terra", afirmou Melnick, pesquisador do Instituto de Ciências da Terra da Universidade Austral do Chile, à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

Ele acrescenta que o fluxo de material entre o manto e a crosta já havia sido documentado em zonas de subducção, onde uma placa afunda debaixo de outra; e também em "pontos quentes" como o Havaí e a Islândia, mas não em dorsais oceânicas.

Outros especialistas, por sua vez, também comemoram os resultados do estudo, mas são cautelosos quanto ao seu alcance.

"Essas descobertas adicionam uma peça ao quebra-cabeça para entender o fluxo no manto da Terra", afirmou ao portal Live Science Jeroen Ritsema, professor do departamento de Ciências da Terra da Universidade de Michigan, nos EUA, que não participou do estudo.

Segundo ele, os autores fizeram uma análise "excelente", mas com alcance limitado.

O professor se refere ao fato de terem observado apenas uma pequena porção do fundo do Atlântico, por isso não está claro se o fenômeno ocorre ao longo de toda a cordilheira.

"É difícil inferir o fluxo de rochas em escala global no manto da Terra a partir de um único ponto de observação", explicou Ritsema ao Live Science.

"É como olhar pelo buraco de uma fechadura e tentar descobrir quais são os móveis da sala, da cozinha e dos quartos."

Mais bem preparados

De acordo com os autores, os resultados dessa pesquisa podem ser úteis para entender melhor os movimentos das placas tectônicas e melhorar os sistemas de alerta para terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas.

As placas tectônicas também influenciam o nível do mar, portanto, estudá-las permite ainda calcular melhor os efeitos das mudanças climáticas.

Para Kate Rychert, professora de Geofísica da Universidade de Southampton, no Reino Unido, e coautora do estudo, suas descobertas "têm amplas implicações na compreensão da evolução e habitabilidade da Terra".

"Também mostra como é crucial coletar dados dos oceanos", diz Rychert. "Há muito mais para explorar."

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Nigeriana Okonjo-Iweala torna-se a primeira mulher a comandar a OMC

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Economista será a sucessora do brasileiro Roberto Azevêdo, que deixou o cargo em agosto. Desde 1995, apenas homens comandaram a instituição.  
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Por G1  
15/02/2021 11h23 Atualizado há 58 minutos
Postado em 15 de fevereiro de 2021 às 12h25m


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Ngozi Okonjo-Iweala: nigeriana é a primeira diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) — Foto: Divulgação
Ngozi Okonjo-Iweala: nigeriana é a primeira diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) — Foto: Divulgação

A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala tornou-se a primeira mulher a ser diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A nomeação foi confirmada oficialmente em reunião da entidade nesta segunda-feira (15). O mandato dela começa em 1º de março de 2021.

"Uma OMC forte é vital se quisermos nos recuperar completa e rapidamente da devastação causada pela pandemia da Covid-19. Estou ansiosa para trabalhar com os membros para moldar e implementar as respostas políticas que precisamos para fazer a economia global funcionar novamente", disse a nova diretora-geral da OMC.

Okonjo-Iweala tem 66 anos e é economista especializada em finanças globais. Foi diretora de operações do Banco Mundial, onde fez carreira por 25 anos, além de ter sido a primeira mulher a comandar o ministério das Finanças da Nigéria, cargo que ocupou por duas vezes (2003 a 2006 e 2011 a 2015).

Ela também presidiu a Aliança Global para Imunização e Vacinação (GAVI, na sigla em inglês) e liderou um dos programas da Organização Mundial da Saúde de luta contra a Covid-19.

Entre reconhecimentos pelo seu trabalho, estão, entre outros, a indicação como uma das 8 mulheres que inspiram na luta anticorrupção pela Transparência Internacional (2019), uma das 50 maiores líderes mundiais pela revista Fortune, em 2015, e esteve entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista Time, em 2014.

OMC terá 1ª mulher no comando após disputa entre nigeriana e sul-coreana
OMC terá 1ª mulher no comando após disputa entre nigeriana e sul-coreana

Desde a criação da OMC, em 1995, apenas homens comandaram a instituição: três europeus, um neozelandês, um tailandês e um brasileiro. O último deles foi o brasileiro Roberto Azevêdo, que deixou o cargo em agosto.

Okonjo-Iweala, chamada de Dra. Ngozi, foi a única candidata que restou na disputa, com amplo apoio da União Africana e da União Europeia. Seu nome só não foi confirmado mais cedo pelos 164 membros da entidade em virtude de oposição dos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump.

Os americanos trabalhavam pela indicação da ministra do Comércio da Coreia do Sul, Yoo Myung-hee. No último dia 5, Myung-hee retirou seu nome da disputa e abriu caminho para Okonjo-Iweala.

A decisão de Seul de retirar sua candidata se dá duas semanas depois que o democrata Joe Biden assumiu o poder na Casa Branca.

Roberto Azevêdo deixa o cargo de diretor-geral da OMC
Roberto Azevêdo deixa o cargo de diretor-geral da OMC

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domingo, 14 de fevereiro de 2021

Emirados Árabes divulgam primeira foto de Marte produzida por sua sonda Esperança

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Missão espacial é inédita no mundo árabe e vai gerar dados meteorológicos do planeta vizinho.  
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Por G1  
14/02/2021 09h05 Atualizado há 4 horas
Postado em 14 de fevereiro de 2021 às 13h10m


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Foto divulgada pelos Emirados Árabes como a primeira de sua missão Esperança do palenta Marte — Foto: Reprodução/Twitter/ Mohammed bin Rashid Al-Maktoum
Foto divulgada pelos Emirados Árabes como a primeira de sua missão Esperança do palenta Marte — Foto: Reprodução/Twitter/ Mohammed bin Rashid Al-Maktoum

O emir de Dubai, Mohammed bin Rashid Al-Maktoum, e o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed, postaram em suas redes sociais a primeira foto de Marte produzida pela missão interplanetária "Esperança".

A sonda entrou na órbita do planeta vermelho na semana passada, num passo inédito do mundo árabe na exploração espacial.

Essa chegada é considerada a parte mais delicada de uma viagem cujo objetivo é desvendar alguns dos segredos do planeta vermelho.

Segundo o emir, a imagem foi tirada a 25 mil km da superfície do planeta.

Dinâmica Meteorológica

A sonda "Al-Amal" ("Esperança" em português), tem o objetivo de gerar um quadro completo da dinâmica meteorológica de Marte.

A decolagem da nave não tripulada ocorreu em julho do centro espacial Tanegashima (sudoeste do Japão), depois de ter sido adiada duas vezes devido ao mau tempo.

As ambições espaciais do rico país do Golfo são vistas como uma reminiscência da era de ouro das grandes conquistas culturais e científicas do Oriente Médio.

Projetos espaciais

O Estado federado formado por sete emirados - incluindo a capital Abu Dhabi e a luxuosa Dubai - tem nove satélites em operação e planeja lançar outros oito nos próximos anos.

Em setembro de 2019, Hazza al-Mansuri foi o primeiro cidadão dos Emirados enviado ao espaço a bordo de um foguete Soyuz e o primeiro árabe a permanecer na Estação Espacial Internacional.

As ambições do país vão ainda mais longe com o projeto de criar uma colônia humana em Marte antes de 2117.

Enquanto isso, planeja construir uma "cidade científica" no deserto ao redor de Dubai, para simular as condições marcianas e calibrar a tecnologia necessária para colonizar o planeta.

Os Emirados também vislumbram projetos de mineração e de turismo espacial. Neste sentido, assinaram um protocolo de acordo com a Virgin Galactic, a empresa de turismo espacial do milionário britânico Richard Branson.

A viagem da 'Esperança'

"Al-Amal", a sonda de 1.350 kg, do tamanho de um carro 4x4, demorou sete meses para percorrer os 493 milhões de quilômetros até Marte, a tempo de comemorar o 50º aniversário da unificação dos sete emirados.

A sonda permanecerá em órbita por todo um ano marciano, ou seja, 687 dias.

O objetivo é estudar a atmosfera de Marte para "fornecer um primeiro entendimento completo" de suas variações climáticas durante um ano inteiro, indicou Sarah al-Amiri no lançamento, quando era vice-chefe do projeto. Hoje ela é ministra de Tecnologia dos Emirados e presidente da agência espacial do país.

Inspirar a juventude

A sonda dos Emirados usará três instrumentos científicos para monitorar a atmosfera marciana e deve começar a transmitir informações em setembro.

Um espectrômetro infravermelho medirá a baixa atmosfera e analisará a estrutura de temperatura, enquanto um sensor permitirá uma imagem de alta resolução que dará informações sobre os níveis de ozônio, e um espectrômetro ultravioleta medirá os níveis de oxigênio e hidrogênio a uma distância que pode chegar a 43 mil km da superfície do planeta.

Mas o projeto também é visto como uma fonte de inspiração para a juventude árabe, em uma região que muitas vezes aparece mais na mídia por conflitos destrutivos e crises políticas do que por suas conquistas científicas.

"Os Emirados querem enviar uma mensagem clara aos jovens árabes e lembrá-los do passado, quando éramos geradores de conhecimento e saber", explicou Omran Sharaf, chefe de projeto da missão.

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sábado, 13 de fevereiro de 2021

O arriscado plano da China de 'semear nuvens' em mais da metade de seu território

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O governo chinês vem usando programas de manipulação do clima há anos e, em dezembro passado, deu um passo além. Mas a iniciativa gerou preocupação em países vizinhos em meio às incertezas sobre o impacto dessa tecnologia no delicado clima regional. 
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TOPO
Por Tamara Gil, BBC  
11/02/2021 09h14 Atualizado há 2 dias
Postado em 13 de fevereiro de 2021 às 13h00m


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Campo de arroz em Taiwan: sob um céu azul com nuvens, um campo alagado refletindo a paisagem — Foto: Getty Images via BBC
Campo de arroz em Taiwan: sob um céu azul com nuvens, um campo alagado refletindo a paisagem — Foto: Getty Images via BBC

Pequim é uma das cidades mais poluídas do mundo, mas quando acontece uma reunião política importante ou um evento de relevância internacional o céu fica limpo, azul, e a luz volta à cidade. E isso não é coincidência.

O governo chinês vem usando programas de manipulação do clima há anos e, em dezembro do ano passado, deu um passo além: anunciou sua meta de expandir substancialmente sua capacidade operacional nessa área.

A China planeja expandir seu programa de chuva e neve artificial para cobrir 5,5 milhões de quilômetros quadrados até 2025, quase 60% de seu território (quase três vezes o México).

A iniciativa gerou preocupação em países vizinhos, como a Índia, em meio às incertezas sobre o impacto dessa tecnologia e tensões regionais.

Três objetivos

O governo elaborou um guia, anunciado em 2 de dezembro, para o desenvolvimento e expansão do programa de manipulação do clima. Três objetivos específicos foram estabelecidos:

O primeiro é que até 2025 "a área afetada pelas operações para aumentar a chuva artificial (ou neve) alcance mais de 5,5 milhões de quilômetros quadrados".

O governo também quer, até a mesma data, que "a área protegida por operações de prevenção de granizo chegue a mais de 580 mil km²".

O terceiro objetivo é que "em 2035 um 'nível avançado geral' seja alcançado por meio da inovação em pesquisas e tecnologias essenciais, bem como uma 'prevenção abrangente de riscos de segurança'".

Diversas províncias usam a semeadura de nuvens para tentar proteger suas plantações — Foto: Getty Images via BBC
Diversas províncias usam a semeadura de nuvens para tentar proteger suas plantações — Foto: Getty Images via BBC

O programa, afirma o comunicado, ajudará no socorro a desastres, produção agrícola, resposta a incêndios em florestas e pastagens, bem como na gestão de altas temperaturas ou secas incomuns, embora não forneça muitos detalhes sobre isso.

"O governo central definirá o quadro geral enquanto os diferentes ministérios e governos locais desenvolverão medidas concretas, geralmente recebendo generosos financiamentos", explica o jornalista Yitsing Wang, da BBC em Pequim.

Wang cita, por exemplo, o caso da província de Gansu (no norte), que "anunciou metas imediatamente" a partir da estratégia centrada no uso de drones.

Foi em Gansu que a China lançou seu programa de modificação do clima baseado em drones capazes de causar chuvas, com o vôo inaugural do Ganlin-1 ("chuva doce"), segundo a agência de notícias oficial do governo.

Semeando nuvens

Mas a chamada "semeadura de nuvens" não é uma tecnologia nova.

"Muitos países usam essa tecnologia [semeadura de nuvem]. A China já usa há muito tempo, a Índia também usa. Também se usa a técnica na África subsaariana e no nordeste do continente asiático, onde há muitas secas problemáticas. Na Austrália também", explica Dhanasree Jayaram, especialista em clima na Academia Manipal de Educação Superior em Karnataka, Índia.

No entanto, diz Jayaram, a escala dos projetos existentes não é tão grande quanto o plano de Pequim.

A semeadura de nuvens consiste na pulverização de compostos químicos como o iodeto de prata nas nuvens — as partículas das substâncias funcionam como núcleo de condensação para o vapor, gerando chuva.

As primeiras pesquisas sobre a técnica começaram no final da década de 1940, principalmente nos Estados Unidos. Mas ainda existem grandes questionamentos sobre esse método.

A técnica é usada há muitos anos no mundo todo — Foto: Getty Images via BBC
A técnica é usada há muitos anos no mundo todo — Foto: Getty Images via BBC

"Foi desenvolvida sem ter passado por nenhum tipo de validação científica", explica John C. Moore, cientista-chefe da Faculdade de Ciências do Sistema Terrestre e Mudanças Globais da Universidade Normal de Pequim.

"Ainda hoje cientistas especializados em aerossóis na China, que fazem experimentos com aviões e coisas assim, dizem que é um assunto pouco conhecido, que é feito no dia a dia sem uma pesquisa científica completa", afirma ele, que também lidera o programa de geoengenharia da China.

No país asiático, a manipulação do clima por meio da semeadura de nuvens é uma espécie de "questão operacional", acrescenta o especialista.

"Não é um exercício de pesquisa ou qualquer coisa remotamente científica. É basicamente feito em nível comunitário, em cidades e vilas", diz ele.

Uma das práticas da China mais conhecidas internacionalmente está relacionada a grandes eventos — o governo faz a semeadura de nuvens antes, e a chuva deixa o céu limpo. Nesses casos específicos, no entanto, o fechamento de fábricas também costuma entrar em jogo para reduzir a poluição.

Proteção contra o granizo

Moore afirma que 50 mil municípios chineses praticam a semeadura de nuvem regularmente para evitar danos às suas plantações.

"Basicamente, [trata-se] de tentar evitar que tempestades de granizo destruam as plantações, então você tenta 'tirar' a chuva das nuvens antes que ela se torne muito perigosa", afirma.

Mas a semeadura de nuvens só funciona efetivamente no país por um ou dois meses por ano, diz ele.

Em dezembro passado, a revista científica New Scientist fez um artigo sobre uma pesquisa recente que apontou que a semeadura de nuvens pode aumentar a precipitação, mas o aumento é inferior a 10%.

Quem é o dono da chuva?

As dúvidas sobre essa técnica não impediram a China de investir nela, o que alimenta as preocupações dos países vizinhos em um momento de crescentes disputas entre o gigante asiático e outros países.

"Um dos temores de que essa tecnologia seja aplicada massivamente na China é de que ela tenha um impacto nas monções de verão na Índia, que também são fundamentais para toda a região", diz Dhanasree Jayaram.

O especialista acredita que esse tipo de anúncio poderia ter passado despercebido se a relação entre os dois países estivesse em um momento melhor. Mas tensões fronteiriças, com diversos confrontos entre soldados dos dois países, aumentaram o sentimento anti-chinês na Índia.

Taiwan também está alarmada

Pesquisadores da Universidade Nacional de Taiwan afirmaram, em artigo publicado em 2017, que a falta de coordenação nas atividades de manipulação do clima pode levar a acusações de "roubo de chuva" entre países vizinhos.

Ainda não há evidências científicas para apoiar esse tipo de acusação, diz Moore, mas as monções asiáticas dependem de um equilíbrio delicado.

"Um dos impulsionadores das monções é a diferença de temperatura entre o planalto tibetano e o Oceano Índico. Então, se você fizesse alterações significativas no planalto tibetano, poderia ter um efeito bastante drástico", afirma.

Há um plano de engenheiros chineses para realizar um projeto de semeadura de nuvens em grande escala em todo o planalto tibetano, embora esta iniciativa não tenha apoio nacional.

"É como um bando de construtores sem treinamento construindo uma nave espacial copiando Elon Musk ou algo assim, sem o trabalho de base (...) A maioria dos cientistas chineses com quem trabalho ficam horrorizados com essa abordagem", diz Moore.

Mas a maior preocupação na região vai além da semeadura de nuvens e se concentra na possibilidade de a China implementar tecnologias de geoengenharia mais ambiciosas, como o gerenciamento ou controle da radiação solar, sem consultar outros países.

Isso é problemático especialmente quando as relações passam por um momento tenso, aponta Dhanasree Jayaram.

"Não acho que a tecnologia em si seja alarmante. Pode ser útil. E cada um tem soberania no seu território. Mas o problema surge quando você faz unilateralmente algo que afeta outros países. O que acontece, por exemplo, se algo dá errado com esse tipo de tecnologia, quem vai pagar?", questiona.

Os especialistas consideram urgente estabelecer uma agência internacional para regular essas práticas e possíveis conflitos.

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