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sábado, 24 de outubro de 2020

Como o aquecimento global levou a uma corrida de arqueólogos por tesouros antes congelados

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À medida que a temperatura global aumenta, artefatos pré-históricos preservados no gelo das montanhas estão derretendo e se deteriorando. 
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Por Matt Stirn, BBC  
23/10/2020 14h17 Atualizado há 22 horas
Postado em 24 de outubro de 2020 às 12h20m



         .      Post.N.\9.509    .           
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Uma equipe de arqueólogos parte em expedição até o acampamento base das montanhas Teton, nos EUA — Foto: Matt Stirn/BBC
Uma equipe de arqueólogos parte em expedição até o acampamento base das montanhas Teton, nos EUA — Foto: Matt Stirn/BBC

Acordei no meio da noite com cristais de gelo caindo no meu rosto. De dentro da barraca, em meio às cobertas, ouvi um ruído distante que parecia ser de um animal farejando.

Ainda atordoado, abri o zíper do saco de dormir e sentei. Comecei a prestar atenção nos barulhos lá fora, sem tirar o olho da lata de spray para espantar ursos que estava na minha frente.

Ouvi as corredeiras de um riacho próximo e o relinchar de um de nossos cavalos, que pastava nos arredores do Parque Nacional de Yellowstone. Até que escutei o barulho de gravetos quebrando, à medida que alguém – ou algo – se aproximava.

Abri a barraca, me deparei com a névoa branca que cobria a pradaria e, logo em seguida, avistei as pegadas frescas de um lobo no chão, a poucos centímetros de onde eu estava dormindo.

Uma colega que estava junto à fogueira contou que um grupo de quatro lobos passou cheirando a minha barraca.

"Eram apenas as montanhas dizendo bom dia", acrescentou ela, colocando a chaleira de volta na brasa.

"Depois de uma visita como essa, teremos um dia extraordinário."

Em 15 anos trabalhando com cientistas nas Montanhas Rochosas dos EUA, fiquei cara a cara com ursos pardos, escapei de incêndios florestais, cruzei rios transbordando a cavalo e descobri aldeias pré-históricas. Mas nunca pensei na visita de um lobo como uma bênção.

No entanto, à medida que a luz avermelhada do sol iluminava as cordilheiras acima da gente, eu olhei para os campos cobertos de neve e me perguntei que histórias as montanhas nos revelariam hoje.

Como arqueólogo das montanhas, estudo como culturas passadas viviam em grandes altitudes e ambientes cobertos de neve acima da chamada linha das árvores - altitude máxima onde a vegetação consegue crescer. Os turistas geralmente descrevem os penhascos e desfiladeiros congelados da paisagem alpina como hostis e assustadores.

Mas, por ter sido criado aos pés da Cordilheira Teton, no Wyoming, bem no coração das Montanhas Rochosas, sempre me senti em casa aqui. Na verdade, a 3 mil metros de altura é onde me sinto mais vivo.

Um pedaço de madeira antigo emerge do degelo nas montanhas do Wyoming — Foto: Matt Stirn/BBC
Um pedaço de madeira antigo emerge do degelo nas montanhas do Wyoming — Foto: Matt Stirn/BBC

No entanto, só quando comecei a explorar meu quintal com um olhar diferente que percebi que as montanhas escondem muitas histórias que conectam o homem à natureza.

'Hostis demais'

Quando era adolescente, passava os verões guiando montanhistas por todo o Wyoming. E, durante um passeio à Cordilheira Wind River, encontrei uma ponta de flecha perto das nossas barracas. A ideia de que 2 mil anos antes outra pessoa havia acampado no mesmo local, me fez pensar em por que as montanhas sempre atraíram a humanidade.

Quando comecei a faculdade naquele outono, tentei pesquisar sobre a história das montanhas de Wyoming, mas só consegui encontrar uma referência em uma revista arqueológica antiga: "a região montanhosa era hostil demais para abrigar povos pré-históricos".

Vários meses depois, fiquei sabendo que um arqueólogo de Wyoming chamado Richard Adams tinha acabado de descobrir uma aldeia pré-histórica inteira a apenas alguns quilômetros de onde eu encontrara a ponta da flecha. Entrei em contato com ele, e fui convidado a participar do projeto de escavação da aldeia.

Adams me ensinou que as montanhas guardavam segredos antigos à espera de serem revelados. Decidi então trocar minha corda de escalada por uma espátula, e comecei uma nova e emocionante carreira em busca daquele passado misterioso.

Hoje eu gerencio projetos nas montanhas da América do Norte – de escavações arqueológicas a pesquisas por satélite para localizar aldeias pré-históricas. Uma aventura fascinante. E, às vezes, custo a acreditar que tudo começou com uma descoberta casual aos 17 anos de idade.

Como muitos arqueólogos consideraram por muito tempo as regiões montanhosas hostis demais para abrigar povos antigos, a maioria das cordilheiras permanece imensamente inexplorada.

No entanto, para aqueles que começaram a trabalhar entre os picos mais altos do mundo, as altitudes elevadas são terras desconhecidas apaixonantes que estão apenas começando a ser compreendidas.

No verão, meus colegas e eu caminhamos até as profundezas das Montanhas Rochosas, dos picos gelados da Cordilheira de Wyoming até as altas planícies do Colorado. Estávamos em busca de aldeias desconhecidas, aparatos de caça, pedreiras e outras evidências de vida desde aproximadamente 13.000 a.C. (quando acredita-se que o homem tenha chegado pela primeira vez à América do Norte) até hoje.

Mas, diferentemente da arqueologia de uma maneira geral, há algo peculiar no nosso trabalho: as pistas que encontramos nem sempre estão enterradas no solo; às vezes, elas estão congeladas, presas debaixo do gelo.

Nas cadeias de montanha ao redor do mundo, os povos antigos usavam os campos cobertos de neve, as geleiras e as placas de gelo para caçar, armazenar alimentos e servir como pontes em terrenos inacessíveis. Assim como os montanhistas de hoje, esses andarilhos antigos de vez em quando deixavam cair itens pessoais que, com o passar do tempo, ficaram presos e preservados no gelo.

Fragmentos do esqueleto de um bisão americano, outrora preservados no gelo, também sugerem que esses animais já viveram em altitudes muito mais altas — Foto: Matt Stirn/BBC
Fragmentos do esqueleto de um bisão americano, outrora preservados no gelo, também sugerem que esses animais já viveram em altitudes muito mais altas — Foto: Matt Stirn/BBC

Enquanto descobrimos muitos artefatos pré-históricos de pedra, e não biodegradáveis, nossas descobertas mais fascinantes são os chamados "artefatos de placas de gelo", como flechas de madeira, couro e outros materiais orgânicos que teriam entrado em decomposição se não tivessem sido enterrados em um freezer natural.

Esses artefatos incrivelmente raros oferecem pistas inestimáveis sobre diversos aspectos – de padrões de migração nos primórdios da humanidade à culinária pré-histórica, além de indicar como o ambiente e o clima mudaram ao longo de milênios.

Mas, embora haja tanta informação científica retida nas camadas de gelo, elas correm o risco iminente de desaparecer para sempre.

Corrida contra o tempo

À medida que as temperaturas globais aumentam, o gelo das montanhas está derretendo a um ritmo sem precedentes, e esses artefatos perecíveis que permaneceram preservados por milhares de anos estão descongelando e se desintegrando rapidamente.

Portanto, procurar relíquias em placas de gelo não é apenas algo emocionante – mas uma verdadeira corrida contra o tempo.

Em 2007, Craig Lee, da Universidade Estadual de Montana, nos EUA, descobriu uma vara de formato estranho em um pedaço de gelo que estava derretendo a 3.200 metros de altura no norte de Wyoming.

Após uma análise mais detalhada, ele percebeu que a vareta era, na verdade, o dardo de uma lança feita há 10.300 anos. Até o momento, é o artefato congelado mais antigo já encontrado no mundo.

A descoberta inesperada de Lee ressaltou a urgência de salvar esses artefatos do degelo – e levou a uma corrida nas Montanhas Rochosas para resgatá-los.

À medida que mais arqueólogos se aventuraram na tundra alpina americana na última década, uma série de artefatos foram descobertos – de flechas de 1.300 anos a cestas trançadas de vime e arcos de madeira, revelando descobertas surpreendentes.

A análise da madeira mostrou, por exemplo, que grupos pré-históricos preferiam ce

rtas espécies de árvores para fazer suas flechas; o pólen congelado ofereceu dados paleoclimáticos detalhados, indicando que a linha das árvores costumava ser muito mais alta; e sementes de dejetos descongelados mostraram que, diferentemente de hoje, o bisão americano vivia a mais de 3 mil metros de altura.

Um mundo de novas descobertas se abriu, mas essa janela não permanecerá aberta para sempre. Dado o grande número de placas de gelo e sua localização remota, nunca conseguiremos alcançá-las a tempo.

Numa época em que computadores e satélites substituíram machetes e capacetes, muitos exploradores lamentam que a era dos descobrimentos tenha terminado. No entanto, nossas expedições reproduziram as práticas de muitos povos que viveram nos primórdios da América do Norte.

Como nos aventuramos nas profundezas das montanhas de um dos lugares mais remotos dos EUA, precisamos usar cavalos para transportar equipamentos e alimentos pelas encostas.

Montamos acampamentos selvagens com vista para lagos azul-turquesa, colhemos plantas comestíveis de prados próximos, assamos na fogueira carne de caça fresca, como alces ou carneiros selvagens, e dormimos sob as estrelas. De muitas maneiras seguir os mesmos passos dos povos antigos que estamos estudando nos ajuda a entendê-los melhor.

Nunca se sabe que pedaços de gelo podem revelar itens pré-históricos, por isso passamos os dias caminhando pela montanha e explorando a cordilheira em busca de pistas. Quando avistamos artefatos ou ossos de animais protuberantes em meio ao degelo no verão, os extraímos com cuidado e envolvemos com gaze e plástico para protegê-los na viagem de volta a cavalo.

No laboratório, fotografamos, fazemos datação por radiocarbono e identificamos cada artefato antes de congelá-lo novamente em um repositório de museu ou universidade.

A emoção de descobrir uma tigela de pedra pré-histórica ou uma ponta de lança de 8.000 anos em campo é sempre emocionante. Mas é no laboratório que podemos conhecer as fascinantes histórias por trás desses artefatos – como as refeições que foram preparadas nesses recipientes e para onde os povos antigos viajavam em busca das pedras que usariam como arma.

Apesar das incontáveis bolhas no pé, noites geladas e hordas de mosquitos, sou grato por chamar as montanhas de meu escritório. Toda vez que encontro algum artefato à beira do gelo, lembro da minha pequena participação na preservação das montanhas e da história da humanidade.

Quando era um jovem alpinista, passei infinitos dias explorando os picos das Montanhas Teton e, naquela época, diria a você que sabia tudo sobre elas. Mas, nos últimos 15 anos, aprendi que não importa se você está em um ambiente familiar ou desconhecido, sempre haverá algo mais a ser descoberto.

Em todos os cantos do mundo, há uma nova e fascinante história à espera de ser contada.

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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Os segredos de sucesso do grupo 'Formiga', gigante chinês que quer mudar o mundo financeiro

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O Ant Group, que revolucionou o mercado financeiro chinês, promete abrir o capital nas próximas semanas, sugerindo uma expansão para outros países. 
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TOPO
Por BBC  
23/10/2020 09h24 Atualizado há 7 horas
Postado em 23 de 0utubro de 2020 às 16h35m



         .      Post.N.\9.509    .           
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O Grupo Formiga não parou de crescer e a expectativa é de que em breve lance aquele que será o maior IPO da história — Foto: Getty Images
O Grupo Formiga não parou de crescer e a expectativa é de que em breve lance aquele que será o maior IPO da história — Foto: Getty Images

A empresa tem o nome de um inseto, a formiga, mas seu tamanho é gigante.

O Ant Group (grupo formiga), que, com mais de 1 bilhão de usuários ativos em sua plataforma Alipay e um valor de mercado estimado de US$ 316 bilhões, tornou-se o maior conglomerado empresarial de finanças e comércio digital na China.

Esta "formiga" gigante parece estar longe de querer parar. Nas próximas semanas, a empresa realizará o que, previsivelmente, será o maior IPO da história — quando companhias de capital fechado passam a vender suas ações na bolsa de valores.

O Ant Group já revolucionou as transações comerciais na China, tornando-se o primeiro meio de pagamento digital em um país tradicionalmente vinculado ao uso do dinheiro físico, e muitos analistas acreditam que, com sua enorme oferta de ações, o conglomerado busca dar o primeiro passo para sua expansão internacional.

Como tudo começou

Hoje, mais de 80 milhões de fornecedores oferecem seus produtos por meio de alguns dos serviços do grupo, mas os pilares desse sucesso foram estabelecidos há anos.

O empresário Jack Ma havia criado o Alibaba, plataforma de comércio digital, mas se deparou com o problema da falta de meios e garantias de pagamento em um país onde poucos tinham acesso a cartões de crédito e muitos comerciantes não se dispunham a enviar seus produtos ao comprador caso ele não pagasse antecipadamente.

Então, Ma criou o Alipay, o embrião do Ant Group, um serviço de confiança digital que garantia o valor do item comprado até que ele chegasse na casa do comprador.

"Alipay resolveu os problemas de subdesenvolvimento dos serviços financeiros na China", disse Martin Chorzempa, pesquisador do Instituto Peterson de Economia Internacional, à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

"O comércio eletrônico foi difícil no início porque poucas pessoas tinham cartões de crédito. A maioria dos bancos era estatal e se concentrava mais em atender outras empresas estatais do que consumidores privados."

Isso significava que não tinham acesso a produtos de crédito ou financiamento.

Ma declarou em 2008: "Se os bancos não mudarem, nós mudaremos os bancos."

É isso que seu grupo parece ter conseguido nesses anos.

Com o tempo, seus serviços se diversificaram e hoje a empresa vende milhões de créditos por meio de sua plataforma. O usuário recebe a resposta ao seu pedido em poucos minutos no smartphone.

O Ant cobra juros mais baixos do que os bancos tradicionais, que na verdade são os que concedem os empréstimos.

As entidades financeiras pagam uma comissão ao Ant Group por ele levar novos clientes aos bancos e por algo muito mais valioso: informações de cadastro sobre solvência e perfil de risco.

"Uma empresa como esta, com centenas de milhões de usuários e uma tonelada de informações sobre eles, pode desempenhar um papel fundamental, pois pode avaliar o risco de qualquer pessoa de um modo que os bancos não podem", diz Chorzempa. Tudo isso de forma mais rápida e barata que um banco tradicional.

Os usuários compram, pagam e solicitam créditos por meio da plataforma, que permite ao Grupo acessar informações pessoais e financeiras que vão além do banco tradicional e facilita a previsão da solvência de um cliente.

Nas palavras de Chorzempa: "A formiga aplicou tecnologia para resolver problemas e conseguiu quebrar as barreiras das instituições financeiras existentes para abrir o mercado."

Um de seus serviços mais populares é o Yu e Bao (o tesouro excedente, em português), com o qual qualquer pessoa pode se tornar um investidor a partir do valor equivalente a US$ 0,15 (R$ 84) e obter seu dinheiro de volta a qualquer momento com apenas alguns cliques no telefone.

Estratégias como essa permitiram à companhia atrair uma multidão de trabalhadores de baixa renda e donos de pequenos negócios.

O Grupo Hormiga sabe quem é o cliente, onde ele vive, quanto ganha, quanto ele deve, como gosta de gastar e se paga em dia. É por isso que a empresa vale tanto nesse momento.

Essa estratégia também permitiu à empresa oferecer apólices de seguro (570 milhões entre junho de 2019 e junho de 2020) e produtos de investimento para pequenos poupadores até então negligenciados pelos bancos chineses.

Para onde vai a Formiga?

A ascensão desse colosso dos negócios reflete o crescimento do comércio digital na China e suas grandes "fintech", como as empresas de tecnologia financeira foram batizadas no mundo anglo-saxão.

E parece que essa idade de ouro vai durar muito tempo.

Em relatório elaborado antes do iminente IPO, a consultoria financeira Morning Star indicou que o Grupo Ant manterá sua posição de liderança no mercado por pelo menos 20 anos e destacou que o crescimento do uso da internet e pagamentos eletrônicos na China, ainda abaixo dos países desenvolvidos, vai continuar a aumentar nos próximos anos.

Quando as empresas decidem abrir o capital, geralmente o fazem em busca de investimentos para realizar novos projetos, como o desenvolvimento de novas tecnologias ou planos de expansão.

A escala sem precedentes da IPO do Grupo Ant leva muitos analistas a acreditar que a empresa planeja estender suas redes aos mercados ocidentais, que até agora resistiram à penetração dos gigantes chineses das fintech.

O Alipay é aceito como meio de pagamento em muitas partes do mundo porque é o que os turistas chineses usam, mas nenhuma plataforma conseguiu atrair muitos usuários ocidentais.

Zennon Kapron, fundador da consultoria Kapronasia, afirma que "no mundo dos negócios há muito se fala que o Ant Group abriria o capital; é um passo natural, porque o mercado chinês é muito competitivo, com outras plataformas fortes, como o Wechat, da Tencent, mas provavelmente também buscam capital com o qual possam ser mais agressivos em sua expansão internacional ."

Se o Ant Group embarcar nesta aventura, terá que superar obstáculos importantes.

Chorzempa prevê que o Ant "não teria tanto espaço nos países ocidentais porque não há muito espaço para melhorias no setor financeiro, que contam com sistemas maduros, bem desenvolvidos e sofisticados. Nos Estados Unidos, muitas pessoas têm cartão de crédito e podem usá-lo sem grandes dificuldades".

Também não ajuda o fato de muitos líderes ocidentais desconfiarem de uma empresa chinesa capaz de acessar os dados pessoais e financeiros de centenas de milhares de europeus ou americanos, como mostraram os problemas recentes com o aplicativo Tik Tok nos Estados Unidos — o presidente Donald Trump segue uma política cada vez mais hostil em relação às grandes empresas chinesas.

Na verdade, o Ant já viu alguns de seus planos frustrados no passado. Em 2018, as autoridades dos EUA impediram a empresa de assumir o controle do gigante das remessas Moneygram.

Assim, não é de se estranhar que, embora o Alibaba tenha escolhido Nova York como cenário para seu IPO em 2014, as ações do Ant Group agora estarão à venda apenas em Pequim, Xangai e Hong Kong. "O clima mudou muito desde então", diz Chorzempa.

Não está claro se concorrentes da companhia ou da China como a Tencent acabarão crescendo no Ocidente, mas eles já estabeleceram uma tendência que muitos especialistas consideram impossível de deter.

Chorzempa conclui que"o modelo 'fintech' chinês, que reúne comércio digital, redes sociais e serviços financeiros, é extremamente poderoso, e os bancos ocidentais correm risco ao ignorá-lo".

"Existem dificuldades que levam a dúvidas de que essas empresas acabarão dominando os serviços financeiros globais, mas o fato de o Facebook e outras empresas de tecnologia estarem tentando imitá-los revela que eles são o modelo do futuro."

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Sem verba para supercomputador, Inpe pretende trocar equipamento por máquinas de menor porte

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Novo diretor diz que pretende adquirir duas máquinas de menor porte até que seja possível adquirir novo supercomputador. Máquina é a principal responsável pela previsão do tempo.  
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Por Poliana Casemiro, G1 Vale do Paraíba e Região  
23/10/2020 07h20 Atualizado há 6 horas
Postado em 23 de outubro de 2020 às 13h30m



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Supercomputador do Inpe, usado para a previsão do tempo — Foto: Divulgação/Inpe
Supercomputador do Inpe, usado para a previsão do tempo — Foto: Divulgação/Inpe

Sem verba para adquirir um novo supercomputador e com a máquina com vida útil próxima do fim, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) planeja substituir o equipamento por dois computadores de menor porte. O supercomputador é o principal responsável pelos dados de previsão do tempo.

Segundo o novo diretor do Inpe, Clezio de Nardin, o equipamento tem mais um ano de funcionamento e a medida é uma alternativa provisória até conseguir a compra de um novo supercomputador.

O Tupã opera desde 2010, quando foi comprado por US$ 23 milhões, e já foi o mais rápido da América Latina. Ele foi adquirido para o avanço na previsão do tempo e nas pesquisas e avanços nos modelos numéricos de previsão, que tornariam os dados do Inpe mais eficazes.

Com o passar do anos, a máquina ficou obsoleta e chegou a parar de funcionar em 2017. De forma emergencial, o instituto conseguiu uma atualização que gerou 'sobrevida' à máquina, mas que novamente se aproxima do vencimento.

Desde a gestão de Ricardo Galvão, diretor exonerado, o Inpe tenta a compra de uma nova máquina, mas os cortes recorrentes de orçamento impossibilitaram a atualização.

Em entrevista ao G1 após a posse, Clezio de Nardin explicou que levou ao Ministério da Ciência e Tecnologia uma nova possibilidade, que traria atualização, mas com custo menor.

"Propus o trabalho com máquinas menores. A gente teria que mudar o código para a leitura para ocupar mais espaço, mas eles teriam a mesma eficiência. Isso bastaria porque a supermáquina é mais cara, mas você também tem o custo de infraestrutura para receber, além de consumo de energia", conta.
Alternativa provisória

Clézio reconheceu que a decisão da compra de máquinas de porte menor é por falta de orçamento, mas alega que seria possível que, ainda que sendo máquinas de menor potencial, atendessem a demanda do instituto.

"Essas máquinas têm vida útil de cinco anos e aí até 2025 temos prazo para criar condições para um supercomputador novo. Pode ser que duas máquinas menores atendam a demanda. Mas uma coisa é atender as demandas de hoje por cinco anos, outra é a atualização dos nossos modelos de monitoramento. Vamos ver se ela atende essa expansão", completou.

A expectativa do novo diretor é de que a compra seja feita até o final do ano, para a troca em 2021. Apesar disso, não havia ainda uma resposta do ministério com relação ao investimento. O G1 procurou o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) e aguardava retorno até a publicação da reportagem.

Cptec usa máquina para definir a previsão do tempo — Foto: André Luís Rosa/TV Vanguarda
Cptec usa máquina para definir a previsão do tempo — Foto: André Luís Rosa/TV Vanguarda

Aquisição seria nova "sobrevida"

O coordenador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), Gilvan Sampaio, explica que a medida é uma nova 'sobrevida'. De acordo com Gilvan a supermáquina hoje opera em duas frentes: a previsão do tempo e a pesquisa.

Para a previsão, a máquina roda um modelo numérico a cada seis horas. Enquanto isso, ela também opera a pesquisa, que são códigos para melhorar a capacidade desses dados, como um modelo que aumente a resolução de imagem.

Atualmente, as operações de pesquisa são feitas na máquina de 2010 e as de previsão na atualização de 2018, que tem dois anos de vida ativa ainda. A importância de uma supermáquina, segundo Sampaio, é manter a capacidade de pesquisa, que é o que faz com que os dados produzidos pelo Cptec sejam competitivos.

"Não é como se tivéssemos uma supermáquina. Com isso, o desenvolvimento é feito com menor rapidez, em função da capacidade da máquina", explica.

Gilvan ainda reforçou que a medida tem prazo determinado até a aquisição, de fato, de um supercomputador. "A ideia é que isso possa dar uma sobrevida. A expectativa é de três anos e aí com calma a gente vai reformulando a nossa estrutura para poder ter esse novo supercomputador de novo".

Remendo

Para Maria Assunção Faus da Silva Dias, que foi coordenadora do Cptec à época da aquisição do supercomputador, o "remendo" é um retrocesso.

"Previsão é um produto e se o seu não é bom, as pessoas procuram outro. Para entrar na corrida você precisa de um salto de qualidade. O investimento que precisa ser feito é para sermos competitivo internacionalmente", comenta.

Ela conta que hoje dá consultoria sobre meteorologia para empresas do setor privado e que elas já têm escolhido por dados internacionais, como do Centro Europeu. E a aquisição de uma "máquina modesta" é perder a chance de retomar o pioneirismo que o Brasil já teve.

"Uma máquina de segunda geração não consegue rodar a previsão como os outros centros. Você ainda está vendo se vai chover e aí já choveu. A previsão tem uma janela de tempo para ser rodada para ser útil e uma máquina desatualizada, faz com que ela não seja útil".

Assunção foi coordenadora do Cptec por seis anos. Ela define o caminho para aquisição da máquina como uma batalha.

"O governo não pensa a longo prazo, já contando que vai precisar atualizar porque a tecnologia muda e se atualiza. O coordenador tem que se desdobrar para explicar o porquê precisa de uma nova máquina. Você gasta 80% do seu tempo como gestor para conseguir o próximo supercomputador", conta.

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IPCA-15: prévia da inflação oficial acelera a 0,94% em outubro, maior alta para o mês em 25 anos

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Alta foi pressionada pelo aumento dos preços de carnes (4,83%), arroz (18,48%) e óleo de soja (22,34%). No ano, indicador acumula alta de 2,31% e em 12 meses atingiu 3,52%.  
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Por Darlan Alvarenga, G1  
23/10/2020 09h00 Atualizado há 2 horas
Postado em 23 de outubro de 2020 às 11h00m


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Pressionado pelos preços dos alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), acelerou a 0,94% em outubro, segundo divulgou nesta sexta-feira (23) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior taxa para o mês desde 1995 e da maior alta mensal desde dezembro do ano passado.

O indicador – que é considerado uma prévia da inflação oficial do país – mostrou forte aceleração em relação ao índice de setembro, quando ficou em 0,45%.

No ano, a prévia da inflação acumulou alta de 2,31% e em 12 meses atingiu 3,52%, acima dos 2,65% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores mas ainda abaixo do centro da meta para o ano, que é de 4%.

IPCA-15: prévia da inflação oficial acelera a 0,94% em outubro — Foto: Economia G1
IPCA-15: prévia da inflação oficial acelera a 0,94% em outubro — Foto: Economia G1

O resultado do IPCA-15 de outubro veio acima do esperado pelo mercado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,81% para o período.

A maior pressão de alta em outubro veio dos alimentos, que representaram praticamente metade da variação do IPCA-15 no mês.

O grupo alimentos e bebidas subiu 2,24%, com impacto de 0,45 ponto percentual no índice de outubro. O item que mais pesou individualmente foi carnes (aumento de 4,83% no mês e impacto de 0,13 p.p.). Após a quinta alta consecutiva, os preços da carne acumulam no ano avanço de 11,4%.

O índice também foi puxado pelo aumentos dos preços do óleo de soja (22,34%), do arroz (18,48%), do tomate (14,25%) e do leite longa vida (4,26%).

Os alimentos para consumo fora do domicílio registraram alta (0,54%), com destaque para a refeição, que acelerou de 0,09% em setembro para 0,93% em outubro.

Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-9,95%) e da batata-inglesa (-4,39%).

Preço da carne subiu 4,83% em outubro, segundo o IBGE — Foto: Divulgação
Preço da carne subiu 4,83% em outubro, segundo o IBGE — Foto: Divulgação

O grupo dos transportes teve a segunda maior variação entre os 9 grupos pesquisados (1,34%), puxado pelas passagens aéreas, que subiram 39,90% e responderam por 0,13 p.p. do IPCA-15 de outubro. O segundo maior impacto veio da gasolina, que subiu 0,85%, sua quarta alta consecutiva, embora menos intensa que no mês anterior (3,19%). Já os preços do seguro voluntário de veículo subiram 2,46%, após sete meses consecutivos de quedas.

Os artigos de residência subiram 1,41%, com destaque para as altas no mobiliário (1,75%) e TV, som e informática (1,68%).

O único grupo a apresentar queda em outubro foi educação (-0,02%).

Veja o resultado para cada um dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE

  • Alimentação e bebidas: 2,24%
  • Habitação: 0,40%
  • Artigos de residência: 1,41%
  • Vestuário: 0,84%
  • Transportes: 1,34%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,28%
  • Despesas pessoais: 0,14%
  • Educação: -0,02%
  • Comunicação: 0,23%
Preços das carnes disparam e consumidor têm dificuldade para comprar produto no Sul do ES
Preços das carnes disparam e consumidor têm dificuldade para comprar produto no Sul do ES

Em outubro, o IPCA-15 subiu em todas as regiões pesquisadas pelo IBGE. A maior inflação foi registrada na região metropolitana de Fortaleza (1,35%). Já a menor variação foi a da região metropolitana de Salvador (0,43%).

"Nos chama atenção que a difusão tem subido de maneira geral ao longo do ano, o que é esperado uma vez que o choque pós pandemia deprimiu muitos produtos, mas começa a chegar a patamares elevados", avaliou o economista-chefe da Necton, André Perfeito. "Temos que observar com atenção a evolução da difusão para ver se o choque do câmbio que bateu em alimentos não se espalha para o resto".

Inflação no supermercado é a maior em 26 anos
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Perspectivas e meta de inflação

Apesar da aceleração dos preços nos últimos meses, a expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central do governo para o IPCA, de 4%. Segundo o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, os analistas do mercado financeiro estimam uma inflação de 2,65% em 2020.

Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 2% – mínima histórica. O mercado segue prevendo manutenção da taxa básica de juros neste patamar até o fim deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa do mercado é que a Selic vá a 2,5% ao ano.

Para Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital Modalmais, o resultado do IPCA-15 de outubro reforça a perspectiva de aceleração da inflação na reta final do ano. "O avanço nos serviços subjacentes foi um pouco mais forte do que o que supúnhamos. Mantemos nossa projeção de IPCA inalterada para 2020 (3%) e 2021 (3.15%), o risco central no curto prazo permanece do lado fiscal", afirmou.

Embora o risco fiscal e a inflação de curto prazo mais alta façam com que a curva de juros precifique níveis bastante elevados para a Selic no fim de 2021, analistas mantêm a avaliação de que as pressões inflacionárias devem ter pouca influência na decisão do Copom na próxima semana, destaca o Valor Online.

Entenda o IPCA-15

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados de 12 de setembro a 13 de outubro e comparados com aqueles vigentes entre 14 de agosto e 11 de setembro.

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, índice oficial da variação média de preços no país. O que muda é apenas o período da coleta e a abrangência geográfica.

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