Objetivo:
“Projetando o futuro e o desenvolvimento autossustentável da sua empresa, preparando-a para uma competitividade e lucratividade dinâmica em logística e visão de mercado, visando sempre e em primeiro lugar, a satisfação e o bem estar do consumidor-cliente."
Resultado representa uma desaceleração em relação ao mês anterior e veio bem abaixo das expectativas de mercado. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Bruna Miato, g1 Postado em 25 de setembro de 2024 às 09h55m #.*Post. - Nº.\ 11.350 *.#
Energia elétrica puxou a alta do IPCA-15 em agosto — Foto: Freepik
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — registrou uma alta de 0,13% nos preços em setembro, informou nesta quarta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta do mês foi puxada, sobretudo, pela energia elétrica residencial, que passou de uma queda de 0,42% em agosto para um avanço de 0,84% em setembro.
Essa variação no preço da energia fez com que o grupo de Habitaçãotivesse a maior alta percentual, de 0,50%, e o maior impacto sobre o IPCA-15, com 0,08 ponto percentual.
Apesar de mostrar uma inflação, o resultado do índice neste mês
representa uma desaceleração de 0,06 ponto percentual em relação ao
registrado em agosto, quando teve uma alta de 0,19%.
O número também veio bem abaixo das expectativas de economistas do
mercado financeiro, que projetavam uma alta de 0,29% para a prévia da
inflação.
O IPCA-15 acumula umaalta de 3,15% até aqui em 2024. Já no acumulado em 12 meses, a alta é de 4,12%, abaixo dos 4,35% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Veja abaixo a variação dos grupos em agosto
Em setembro, sete dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta:
Alimentação e bebidas: 0,05%;
Habitação: 0,50%;
Artigos de residência: 0,17%;
Vestuário: 0,12%;
Transportes: -0,08%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,32%;
Despesas pessoais: -0,04%;
Educação: 0,05%;
Comunicação: 0,07%.
Energia elétrica e alimentação avançam, mas combustíveis recuam
O maior impacto na prévia da inflação deste mês veio da energia
elétrica residencial, consequência da mudança da bandeira tarifária, que
saiu de verde em agosto para vermelha patamar em setembro em meio à
seca vivida pelo país.
A nova bandeira gera uma cobrança a mais de R$ 4,46 a cada 100
quilowatt-hora (kWh) consumidos pelas famílias, o que explica o aumento.
Além do preço da energia, o grupo de Habitação também registrou altas
nos subitens de taxa de água e esgoto (0,38%) e gás encanado (0,19%).
Esses avanços foram puxados por ajustes em tarifas regionais.
Outro impacto relevante no IPCA-15 neste mês veio de Alimentação e bebidas, segundo o IBGE. O grupo teve alta de 0,05%, puxado pelo avanço de 0,22% nos preços da alimentação fora do domicílio.
No entanto, alimentação no domicílio teve uma leve queda de 0,01% no
mês, acompanhando a baixa nos preços da cebola (-21,88%), da
batata-inglesa (-13,45%) e do tomate (-10,70%). Por outro lado, os
alimentos com as maiores altas foram mamão (30,02%), a banana-prata
(7,29%) e o café moído (3,32%).
Já no campo das baixas, o destaque fica com o grupo de Transportes, que teve queda de 0,08%.
A baixa foi puxada pela queda de 0,66% na gasolina e de 1,22% no
etanol. O gás veicular e o óleo diesel tiveram altas de 2,94% e 0,18%,
respectivamente.
Flor-cadáver leva uma década para florescer e atrai multidões para admirá-la. Cientistas ainda estão estudando seu ciclo de vida. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por BBC 24/09/2024 03h00 Atualizado há 02 horas Postado em 24 de setembro de2024 às 05hh10m #.*Post. - Nº.\ 11.349 *.#
Flor-cadáver leva uma década para florescer e atrai multidões para
admirá-la. Cientistas ainda estão estudando seu ciclo de vida — Foto:
RBGE via BBC
Estou em uma fila de pessoas caminhando lentamente por um caminho sinuoso, dentro de uma estufa quente e com cheiro de mofo.
Observamos coleções de plantas carnívoras
e passamos por baixo de rododendros suspensos. Mas todos nós estamos
aqui com um único objetivo: observar a flor-cadáver aberta.
Esta enorme planta do outro mundo, com seu cheiro característico, atrai a imaginação das pessoas,
inspirando admiração há séculos. Mas foi somente nos anos 1990 que os
pesquisadores começaram a examinar sua estranha anatomia com mais
detalhes.
Eu nunca havia visto um exemplar antes. Quando fiz uma curva, lá estava
ela, na estufa seguinte: uma longa espiga de tom amarelo-claro, que
emerge do que parece ser uma enorme pétala verde grossa e enrugada com
borda lilás, até atingir vários metros de altura.
A visão fez com que eu me protegesse contra o infame odor antes que ele me atingisse – a razão do seu nome "flor-cadáver".
Estou no Jardim Botânico Real de Edimburgo (RBGE, na sigla em inglês), a capital da Escócia. E, pelo menos por alguns dias, a flor-cadáver é a grande atração do local.
A planta tem 22 anos de idade e recebeu o apelido de "New Reekie" – uma
referência ao antigo nome da capital escocesa, Auld Reekie.
Ela floresceu dois dias antes da minha visita, mas não dura muito
tempo. Por isso, decidi fazer parte do grupo de cerca de 2 mil pessoas
que visitam o jardim para tentar observar a imensa flor e sentir o
cheiro proporcionado por este evento incomum.
New Reekie chegou a Edimburgo quando era um cormo dormente – uma
espécie de caule subterrâneo, parecido com um tubérculo. Ela já tinha
anos de idade e o tamanho de uma laranja em 2003, quando veio do Horto
Botânico de Leiden, na Holanda.
Quando a equipe pesou o cormo pela última vez, em 2010, eles precisaram
tomar emprestada uma balança normalmente usada para pesar bebês
elefantes no zoológico da cidade. Ele atingiu 153,9 kg, o maior peso já registrado para uma flor-cadáver.
A horticultora do RBGE, Paulina Maciejewska-Daruk, cuida de New Reekie
há 13 anos. Ela conta que, na verdade, seu cultivo é bastante fácil.
"Tudo o que ela precisa é de alta temperatura, muita água, muito
fertilizante e é só deixá-la crescer."
Já a publicidade em torno da planta é outra questão, segundo ela.
"Depois de tantos anos, normalmente penso 'oh, ela vai florescer de
novo, tenho muitas coisas para preparar'", ela conta. "Por isso, em vez
de ser uma mãe orgulhosa, eu me sinto como se [perguntando]'minha filha
está pronta para este mundo enorme?'"
enorme?'" Batizada de New Reekie, a flor-cadáver escocesa levou mais de uma
década para florescer pela primeira vez. Agora, ela é a atração do
Jardim Botânico de Edimburgo a cada dois ou três anos — Foto: RBGE via
BBC
No seu local de origem (a ilha de Sumatra, na Indonésia),
algumas pessoas observam a planta-cadáver com interesse e fascinação,
afirma a botânica Yuzammi, do Centro de Pesquisa de Biossistemática e
Evolução da Indonésia e especialista no gênero Amorphophallus, ao qual pertence a flor-cadáver.
Mas outras pessoas observam a flor com ansiedade, medo e preocupação,
segundo a botânica. Elas acreditam em uma velha lenda de que a planta
pode fazer mal.
"[Existe uma] crença errônea de que esta planta pode engolir seres
humanos, devido ao padrão dos pecíolos, que relembram uma cobra",
explica Yuzammi.
Mas a flor-cadáver também tem uma longa história de vida fora da sua ilha nativa.
O botânico italiano Odoardo Beccari (1843-1920) apresentou a flor à
ciência pela primeira vez em 1878. Ele visitou Sumatra e enviou
relatórios e desenhos da planta para a Europa, cuidadosamente ignorando
todo o conhecimento local sobre a flor existente na ilha. Beccari também
enviaria tubérculos da flor posteriormente.
A flor-cadáver logo seria adorada pelos vitorianos – especialmente
depois de 1889, quando floresceu pela primeira vez em cultivo no Kew
Gardens, o Jardim Botânico de Londres.
Na sua segunda floração, em 1926, ela atraiu multidões tão numerosas que foi preciso chamar a polícia para manter a ordem. E, desde então, as flores-cadáver se espalharam por jardins botânicos em todo o mundo.
A flor passou a chegar às manchetes da imprensa periodicamente durante
sua floração, que ocorreu apenas 21 vezes em todo o mundo até 1989.
O nome científico da flor-cadáver é Amorphophallus titanum. Ele é derivado do grego antigo e significa "pênis deformado gigante".
Mas as pessoas se divertem criando todo tipo de apelido para a
flor-cadáver. Muitas vezes, elas fazem referência ao seu cheiro ou
formato.
Na Indonésia, ela é conhecida como bunga bangkai("flor-cadáver"). Em inglês, além de corpse plant("planta-cadáver"), ela pode ser chamada de carrion plant("planta-carniça"), titan's penis("pênis do gigante") ou simplesmente giant penis plant("planta do pênis gigante"). Em português, ela também é conhecida como jarro-titã.
Os jardins botânicos também gostam de dar seus próprios nomes aos seus
espécimes. Além de New Reekie, existe a Grimace (Careta), Spike
(Espiga), Sprout (Broto), Velvet Queen (Rainha de Veludo) e,
ironicamente para seu tamanho, Baby (Bebê).
Mas o que há nesta planta que nos causa tanta fascinação?
Um dos motivos é que a abertura da inflorescência – o conjunto de
flores – da flor-cadáver em cultivo ainda é um evento relativamente
raro.
Ela costuma levar cerca de 11 a 15 anos para produzir suas primeiras
flores, segundo Yuzammi, devido à enorme quantidade de energia
necessária para produzir uma estrutura de floração daquele tamanho.
Desenho da flor-cadáver, natural da ilha de Sumatra, na Indonésia — Foto: Linda Hall Library via BBC
O imenso tamanho da flor-cadáver é uma relativa singularidade botânica.
Pesquisas descobriram que o gigantismo floral é mais comum em espécies polinizadas por besouros ou moscas necrófagas.
Possivelmente, isso ocorre porque o gigantismo permite que elas imitem
melhor o calor e o tamanho das grandes carcaças de animais, além de
capturar temporariamente esses polinizadores.
O resultado é que a flor-cadáver precisa passar por diversos estágios
de vida, até ter a esperança de reunir energia suficiente para
florescer.
Nas plantas jovens, seu primeiro ciclo de vida varia entre períodos
dormentes e de formação de folhas. Não há presença de flores em nenhum
destes estágios.
A planta usa o estágio de formação de folhas para reunir energia. O
"caule" permanece embaixo da terra, enquanto a estrutura acima do solo,
às vezes confundida com uma árvore, na verdade, é uma folha gigante, da
qual brotam pequenos folíolos.
Já na fase dormente, apenas o cormo permanece embaixo da terra e a
planta vive das reservas de energia acumuladas durante seu "estado de
repouso", explica Yuzammi.
O processo se repete até que a planta consiga reunir energia suficiente para florescer – e é aí que as aparências enganam.
"A flor que mereceu tanto reconhecimento público, na verdade, não é uma
flor real", conta Yuzammi. "O componente colorido não são... pétalas,
mas sim um meio de atrair insetos polinizadores e servir de estrutura
protetora durante o processo de fertilização."
A enorme estrutura em forma de flor é chamada de espata. Já as flores
reais são pequenas e numerosas. Elas aparecem no fundo dos longos
espádices amarelos – as flores fêmeas embaixo e os machos, em cima.
Ou seja, a flor-cadáver não é, nem de longe, a maior flor do mundo. Ela é a maior estrutura de floração sem galhos do planeta.
Um corte na espata da flor-cadáver mostra as flores, fêmeas (embaixo) e machos (em cima) no seu interior — Foto: Alamy via BBC
Depois de alguns alarmes falsos, New Reekie floresceu pela primeira vez
em 2015, quando tinha 13 anos de idade. Desde então, ela floresce a
cada dois ou três anos e minha visita ocorreu na sua quinta floração.
Ao longo do tempo, os horticultores que cuidam da planta também passaram a conhecê-la melhor.
"Desta vez, eu e meu colega conseguimos prever especificamente o dia em
que ela irá abrir", conta Maciejewska-Daruk. "É claro que nunca temos
100% de certeza, mas, desta vez, nossa previsão foi precisa."
E existe o famoso cheiro. Durante a floração, o longo espádice amarelo da flor-cadáver emite um odor forte e penetrante.
Infelizmente, fiz minha visita a New Reekie muito tarde para sentir seu
cheiro. Mas o que não falta são descrições bastante detalhadas. Para
Maciejewska-Daruk, por exemplo, "é horrível".
"Diferentes
pessoas têm percepções diferentes do cheiro, como peixe podre ou meias
com cheiro muito forte. Para mim, o odor é de um cesto de lixo
abarrotado de comida."
Outros descrevem um cheiro fétido, como urina, queijo azedo ou esterco.
A professora de engenharia química e biológica Jane Hill, da
Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, não acha que o odor seja
muito parecido com a maioria dos cadáveres de animais. "Para mim, é um cheiro pungente, mais parecido com um rato morto e dissecado", ela conta.
Em um estudo de 2023, Hill e seus colegas se puseram a analisar as
moléculas voláteis por trás do odor das flores, machos e fêmeas. Eles
usaram equipamentos altamente sensíveis, normalmente empregados para
procurar biomarcadores de doenças no hálito humano.
Durante a amostragem, Hill observou que a planta emitia as moléculas em pulsos que duravam apenas alguns segundos.
"Nosso estudo descobriu 32 novas moléculas e demonstrou que as flores,
machos e fêmeas, emitem tipos diferentes de compostos e, às vezes, os
mesmos compostos", explica Hill.
Diferentes odores produzidos ao longo do tempo podem atrair insetos
diferentes, segundo ela. "Como uma planta descobriu que deveria cheirar
como um animal morto e nojento para se reproduzir?"
Aquele forte odor está ali para fazer os polinizadores pousarem no que eles pensam que é carne apodrecida, movimentando o pólen entre as flores machos e fêmeas de diferentes plantas.
No caso da flor-cadáver, todas elas têm flores dos dois sexos. Os
machos ficam posicionados acima das fêmeas sem pétalas, sobre o espádice
amarelo.
O cheiro também é muito mais forte à noite, segundo Yuzammi, quando as
flores também amadurecem. Afinal, é neste período que os polinizadores
são mais ativos.
Existem relatos de que o odor atrai outros insetos que se alimentam de
carniça, como besouros, baratas e moscas. E já foram observadas abelhas
sem ferrão visitando a planta no seu ambiente natural.
Também já foram encontrados insetos que usam a planta como local de
acasalamento. Mas ainda não se sabe exatamente quais são as espécies
responsáveis pela polinização da flor-cadáver.
A outra flor-cadáver
Uma forte concorrente à fama da flor-cadáver é a Rafflesia arnoldii, outra planta de floração imensa. Natural de Sumatra, ela também produz cheiro de carne apodrecida.
Em outros idiomas, ela também costuma ser chamada de flor-cadáver ou de
lírio-cadáver-malcheiroso. Mas, em português, ela é simplesmente
raflésia.
Embora ela costume ser confundida com a flor-cadáver, não existe nenhuma relação entre as duas plantas.
Ao contrário da flor-cadáver, a raflésia é parasitária. Ela gera uma
única flor de um metro de diâmetro – esta, sim, a maior flor do mundo.
Aquecedor
A flor-cadáver tem ainda outro truque estranho na manga para ajudar a atrair os insetos: ela irradia calor.
"Ele ajuda a expelir o odor, o calor ajuda a atrair os polinizadores",
segundo o botânico e taxonomista do RBGE Peter Wilkie. Ele trabalhou em
Sumatra por mais de 30 anos e eu o visitei no seu escritório, atrás do
enorme herbário no jardim.
"E precisa também ser muito quente, se você lembrar que ela fica nos
trópicos [onde] a temperatura ambiente é muito alta e é muito úmido",
destaca Wilkie.
A flor-cadáver emite o calor em pulsos sincronizados com a liberação do seu odor especial. Pesquisas demonstraram que este calor pode atingir até 36 °C, o que é próximo da temperatura do corpo humano.
E alguns cientistas afirmam que a cor lilás da sua espata também ajuda a aumentar a semelhança com carne apodrecida.
Mas
é preciso observar que a flor-cadáver não é uma planta carnívora. Ela
atrai os insetos para polinização, não para devorá-los.
"Sempre que ela floresce, fico surpresa ao ver quantas pessoas têm
certeza de que ela está comendo, matando os insetos", conta
Maciejewska-Daruk.
Risco de extinção
A biologia única e o tamanho gigantesco da flor-cadáver deram a ela uma
reputação que poucas outras plantas possuem. Mas, apesar de todo o
alvoroço em torno da inflorescência em dezenas de jardins botânicos de
todo o mundo, nem tudo vai bem para a flor-cadáver no seu ambiente
nativo.
Em 2015, depois que cerca de 20 mil escoceses formaram fila no lado de
fora das estufas apenas para observar a flor-cadáver, Wilkie ficou
surpreso ao perceber que a planta nunca foi avaliada para inclusão na
Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza
(UICN).
"A lista vermelha da UICN
é uma espécie de padrão-ouro da determinação de ameaças às espécies",
explica ele. "E esta espécie emblemática nunca havia sido avaliada."
Ele trabalhou com Yuzammi e com a horticultora do RBGE Sadie Barber
para realizar a avaliação. Seu estudo foi publicado em 2018 e define a
planta como ameaçada.
Descobriu-se que, em Sumatra, a população da espécie sofreu redução estimada de 50% nos últimos 90 a 150 anos. Agora, existem menos de 1 mil plantas maduras em ambiente natural.
O declínio se deve ao desmatamento ilegal, à transformação de florestas
em terras agrícolas e aos desastres naturais, segundo Yuzammi. Ela
acrescenta que outra ameaça é o mito local de que ela engole seres
humanos, além da coleta ilegal para medicina alternativa.
A tábua de salvação da planta, segundo Wilkie, é que ela ainda é
relativamente comum em Sumatra. E ela gosta de crescer em áreas abertas,
como faixas de desmatamento, não em florestas primárias intocadas.
Yuzammi destaca que a planta agora é protegida pela legislação da Indonésia.
Atualmente, pesquisadores indonésios estudam a diversidade genética na
natureza, segundo Wilkie. Mas a determinação também aumentou a pressão
sobre as plantas cultivadas nos jardins botânicos, que formam uma
importante reserva genética.
Os cientistas publicaram pela primeira vez a sequência genética
completa da flor-cadáver em 2022. Mas existe a preocupação de que muitas
ou, talvez, todas as plantas mantidas em jardins botânicos possam ser
parentes entre si.
"Existe grande possibilidade de que todas elas sejam descendentes da mesma planta", afirma Maciejewska-Daruk.
Os cientistas agora usam métodos de criação de animais para conservar a
planta-cadáver. Eles empregam um sistema similar aos "livros
genealógicos" dos animais.
A planta de Edimburgo foi fertilizada durante sua floração de 2019
utilizando pólen fresco, rapidamente transportado de uma planta da mesma
espécie que estava florescendo na região inglesa da Cornualha.
Os frutos ovais vermelhos da flor-cadáver, do tamanho de seixos, surgem
nove meses depois da fertilização. Cada um deles contém duas sementes.
Na natureza, pássaros como o calau-rinoceronte comem os frutos e
espalham as sementes. Mas a produção de frutos é muito cansativa para o
cormo, segundo Maciejewska-Daruk.
"Por isso, sempre existe o risco de morte do cormo depois de produzir frutos", ressalta ela.
A estufa do RBGE mantém descendentes de New Reekie com diferentes
tamanhos. Eles foram produzidos sexualmente após a fertilização e também
de forma assexuada, por meio da produção de clones.
Mas, desta vez, ela não foi fertilizada e, quando a visitei de novo, a
aparência da planta era muito menos imponente do que antes.
Ela havia pendido para um lado alguns dias depois da minha primeira
visita. Tudo o que resta, três semanas depois, é um amarrotado conjunto
de material vegetal marrom-amarelado em decomposição.
Maciejewska-Daruk cava a terra do vaso e ela sai totalmente do cormo. A
planta está entrando mais uma vez no seu estágio dormente. A próxima
oportunidade de ver o espetáculo pode surgir apenas daqui a vários anos.
"A cada vez que assistimos e a observamos, fazemos coletas e aprendemos
um pouco mais sobre como ela funciona", afirma Wilkie. "E tudo isso nos
faz entender como podemos ajudá-la a florescer na natureza."