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quinta-feira, 16 de maio de 2024

Cientistas elevam sinal de campo magnético 5 mil vezes com técnica inédita

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Fontes Proceedings of the National Academy of Sciences -- Phys.org
Jorge Marin via nexperts
15/05/2024 às 15:00 -- 2 min de leitura
Postado em 16 de maio de 2024 às 07h40m

#.*Post. - N.\ 11.204*.#


Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da China utilizaram uma propriedade especial de partículas atômicas conhecida como "spins escuros" para amplificar de forma inédita campos magnéticos fraquíssimos. A técnica amplificou o sinal do campo magnético em até 5 mil vezes, com altíssima precisão de 0,1 femtotesla (fT), ou seja, um bilionésimo de tesla (T).

Publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, o estudo promete uma revolução em diversas áreas, da física fundamental e ciência dos materiais até a ciência biomédica. Isso porque campos magnéticos fracos estão presentes em muitas coisas corriqueiras, como o funcionamento do cérebro e o comportamento de materiais exóticos.

Embora a amplificação quântica seja um meio reconhecidamente eficaz para aferir campos eletromagnéticos fracos, a técnica é normalmente limitada pelo próprio manuseio dos átomos gasosos, como a preparação dos spins, o tempo de coerência (manutenção da informação quântica) e a sensibilidade de leitura do sinal.

Como os cientistas melhoraram o manuseio de átomos gasosos?


Na nova técnica, a polarização por laser é separada dos demais processos. Fonte:  Getty Images 

Para superar as limitações das técnicas atuais, os autores propuseram um novo conceito de amplificação magnética, usando spins nucleares de gás nobre escuro na ausência de luz da bomba, ou seja, da polarização realizada por laser de alta frequência. A técnica tradicional utiliza um sistema misto de átomos gasosos de xenônio e átomos metálicos de rubídio.

Porém, ao contrário desses experimentos, que usam os átomos de xenônio para amplificar e os do rubídio polarizado por laser para ler o spin do núcleo do xenônio, a equipe atual decidiu separar os processos de polarização, amplificação e leitura. Com isso, puderam manipular algumas condições experimentais, como laser do átomo de rubídio e o campo magnético do xenônio.

O spin do núcleo do xenônio em estado escuro durante a amplificação quântica significa que esse giro nuclear (com estados "para cima" ou "para baixo") ocorre em condições menos suscetíveis a interferências externas, como ruídos e interações com outros átomosIsso garante a permanência da informação quântica (coerência) por mais tempo.

Que ganhos foram obtidos com o spin escuro de átomos gasosos?

A nova técnica pode aumentar a eficiência da ressonância magnética em diagnósticos.A nova técnica pode aumentar a eficiência da ressonância magnética em diagnósticos.
Fonte:  Getty Images 

O novo experimento permitiu que os pesquisadores atingissem um tempo de coerência de spin de xenônio no estado escuro de 6 minutos, o que é 10 vezes mais longo que os tempos anteriores. Com isso, houve também um ganho de 5,4 mil vezes na amplificação do sinal magnético fraco.

Combinando a amplificação de spin escuro com um magnetômetro atômico, foi possível a detecção de campos magnéticos em impressionantes níveis subfemtotéslicos, em uma medição única de 500 segundos, com aplicações potenciais na magnetocardiografia, magnetoencefalografia e ressonância magnética nuclear.

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quarta-feira, 15 de maio de 2024

Mudanças climáticas poderão agravar doenças cerebrais, diz estudo

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De acordo com pesquisadores de Londres, temperaturas extremas e eventos climáticos adversos - como enchentes e incêndios florestais - trazem riscos à saúde de pessoas com demência, AVC e transtornos psiquiátricos
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Gabriela Maraccinida CNN
15/05/2024 às 19:30 | Atualizado 15/05/2024 às 11:43
Postado em 15 de maio de 2024 às 20h00m

#.*Post. - N.\ 11.203*.#

Segundo pesquisadores, mudanças climáticas podem trazer riscos à saúde de pessoas com doenças cerebrais ou transtornos psiquiátricos
Segundo pesquisadores, mudanças climáticas podem trazer riscos à saúde de pessoas com doenças cerebrais ou transtornos psiquiátricos TEK IMAGE/SCIENCE PHOTO LIBRARY/GettyImages

As mudanças climáticas poderão afetar negativamente a saúde de pessoas com doenças cerebrais no futuro, de acordo com um novo estudo publicado na The Lancet Neurology nesta quarta-feira (15). No artigo, pesquisadores da London’s Global University (UCL) afirmam que os impactos nas doenças neurológicas podem ser substanciais e enfatizam a necessidade de compreender essas consequências para a vida dos pacientes.

A conclusão foi feita após a revisão de 332 artigos publicados em todo o mundo entre 1968 e 2023. Eles consideraram 19 condições relacionadas ao sistema nervoso, escolhidas com base no estudo Global Burden of Disease 2016. Entre elas, estão doenças como AVC (acidente vascular cerebral), enxaqueca, Alzheimer, meningite, epilepsia e esclerose múltipla. A equipe também analisou o impacto das alterações climáticas em vários distúrbios psiquiátricos graves, como ansiedade, depressão e esquizofrenia.

Há evidências claras do impacto do clima em algumas doenças cerebrais, especialmente acidentes vasculares cerebrais e infecções do sistema nervoso, afirma o professor Sanjay M. Sisodiya, diretor de genômica na Sociedade de Epilepsia e membro fundador da Epilepsy Climate Change, em comunicado à imprensa.

A variação climática que demonstrou ter efeito nas doenças cerebrais incluía extremos de temperatura (baixa e alta) e maior variação de temperatura ao longo do dia – especialmente quando essas medidas eram sazonalmente incomuns, explica. As temperaturas noturnas podem ser particularmente importantes, pois as temperaturas mais elevadas durante a noite podem perturbar o sono. Sabe-se que o sono insatisfatório agrava uma série de problemas cerebrais.

Pessoas com Alzheimer correm maior risco

A equipe afirma que pessoas com demência estão mais suscetíveis a danos causados pelas temperaturas extremas e a serem vítimas de eventos climáticos (como inundações ou incêndios florestais), uma vez que a deficiência cognitiva pode limitar a capacidade de adaptar o comportamento às mudanças ambientais.

A redução da consciência do risco é combinada com uma menor capacidade de procurar ajuda ou de mitigar potenciais danos, como beber mais em tempo quente ou ajustar a roupa, explicam os pesquisadores.

Essa suscetibilidade é agravada pela fragilidade, multimorbidade e medicamentos psicotrópicos. Consequentemente, maior variação de temperatura, dias mais quentes e ondas de calor levam ao aumento de internações hospitalares e mortalidade associadas à demência, completam.

Internações hospitalares e risco de morte estão associados às altas temperaturas

Os pesquisadores descobriram, ainda, que houve um aumento nas internações, incapacidades ou mortalidade decorrente a um AVC relacionadas às temperaturas mais altas ou ondas de calor. Isso também foi observado para transtornos de saúde mental, principalmente em relação às flutuações diárias de temperatura.

Os autores do estudo observaram, ainda, que, à medida que os eventos climáticos adversos aumentam em gravidade — como as enchentes e os incêndios florestais –, as populações estão sendo expostas ao agravamento de fatores ambientais que trazem riscos à saúde que não foram previstos em estudos anteriores.

Como resultado disso, os pesquisadores argumentam que é importante garantir a atualização dessas pesquisas, considerando não apenas o atual estado das alterações climáticas, mas também o futuro.

Este trabalho está decorrendo em um contexto de agravamento preocupante das condições climáticas e terá de permanecer ágil e dinâmico se quiser gerar informação que seja útil tanto para os indivíduos como para as organizações, afirma Sisodiya. Além disso, existem poucos estudos que estimam as consequências para a saúde das doenças cerebrais em cenários climáticos futuros, o que torna o planeamento futuro um desafio.

Ansiedade climática também eleva os riscos

A ansiedade climática, ou ecoansiedade, também pode potencializar transtornos psiquiátricos, como a própria ansiedade e depressão.

Todo o conceito de ansiedade climática é uma influência adicional e potencialmente pesada: muitas doenças cerebrais estão associadas a um maior risco de distúrbios psiquiátricos, incluindo ansiedade, e tais multimorbidades podem complicar ainda mais os impactos das mudanças climáticas e as adaptações necessárias para preservar saúde. Mas há ações que podemos e devemos tomar agora, afirma Sisodiya.

Ecoansiedade é um termo usado para designar o medo crônico da catástrofe ambiental, de acordo com a definição da Associação Americana de Psicologia. Ele começou a ser usado pela literatura da ecopsicologia na década de 1990, mas tem ganhado maior projeção com as mudanças climáticas e eventos ambientais adversos recentes.

Mudanças climáticas podem causar 500 mil mortes por AVC anualmente

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terça-feira, 14 de maio de 2024

Porto Alegre tem dia sem chuva, mas com frio recorde; Guaíba sobe, avança sobre ruas e tira mais pessoas de casa

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Lago Guaíba chegou a 5,23 metros, mas há tendência de estabilidade para os próximos dias, afirma a UFRGS. Termômetros marcaram 10°C na capital, com previsão de mais frio na semana.
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Por Gustavo Chagas, g1 RS e RBS TV

Postado em 14 de maio de 2024 às 18h45m

#.*Post. - N.\ 11.202*.#

Vista da Orla do Guaíba, em Porto Alegre, na tarde de 14 de maio de 2024 — Foto: Reprodução/RBS TV
Vista da Orla do Guaíba, em Porto Alegre, na tarde de 14 de maio de 2024 — Foto: Reprodução/RBS TV

Mesmo sem chuva, Porto Alegre viu o Lago Guaíba aumentar seu nível em 21 centímetros nas últimas 24 horas, alcançando 5,23 metros no final da tarde desta terça-feira (14). A capital ainda registrou seu dia mais frio no ano, com 10°C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

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Pela manhã, o avanço das águas provocou a evacuação de mais um bairro na Zona Sul da cidade, atingido pela alta do Guaíba - cuja cota de inundação é de 3 metros. Rios como o Caí e o Taquari - que desaguam no Guaíba - apresentaram baixa ao longo do dia. No Sul do estado, o nível da Lagoa dos Patos ainda preocupa (veja mais abaixo a situação em cada região).

Conforme o último boletim da Defesa Civil, divulgado às 18h, o estado registrava 149 mortes em razão dos temporais e cheias. São 124 pessoas desaparecidas e 806 feridas. Além disso, o RS soma 617 mil pessoas fora de casa – número maior do que a população de oito capitais brasileiras.

De acordo com a Climatempo, também não previsão de chuva para esta quarta (15), mas o frio vai continuar: em Porto Alegre a temperatura mínima será de 8°C, e a máxima de 16ºC, podendo ser registrado um novo recorde de menor temperatura do ano.

Evacuação do Lami durante enchente em Porto Alegre — Foto: RBS TV/Reprodução
Evacuação do Lami durante enchente em Porto Alegre — Foto: RBS TV/Reprodução

Porto Alegre: frio e Guaíba subindo

O Lago Guaíba segue alternando momentos de elevação e de estabilidade nesta terça-feira. O nível chegou a 5,23 metros durante a tarde, 14 centímetros a menos que a marca histórica (5,35 metros), registrada na última semana.

Nível do Guaíba a cada dia
Maior nível a cada dia

Fonte: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)

Com isso, as águas voltaram a avançar sobre ruas em Porto Alegre. Uma das áreas atingidas foi a do bairro Lami, na Zona Sul da cidade. Logo cedo, os moradores da região precisaram deixar para trás as suas casas, com água gelada já na canela.

No total, já são mais de 14 mil pessoas em abrigos em toda a capital, e o frio deixa essa população ainda mais vulnerável.

"Está frio demais, tu sem nada nos pés porque tu está aqui, é ser humano, né, gente? Corre atrás e luta porque, se a gente não fizer alguma coisa… Não tem o que fazer, vamos embora, é o povo ajudando o povo. Então, vamos correr atrás", conta a empresária Simone de Lorena, que ajudava vizinhos a sair de casa no Lami.

Foi no bairro Lami, que o motoboy Geovane de Oliveira, de 31 anos, atendeu ao pedido de socorro de um amigo para resgatar nove gatos e um cachorro que ficaram dentro de uma casa alagada pela cheia do Guaíba. Imagens gravadas pelo amigo mostram Geovane enfrentando ondas, formadas pela enchente no lago, para conseguir retirar os animais em segurança (veja o vídeo abaixo).

Morador enfrenta ondas da enchente do Guaíba para salvar gatos em Porto Alegre

O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) chegou a estimar que o Guaíba alcançasse 5,5 metros. Mas a atualização mais recente das projeções afastou, por enquanto, essa possibilidade.

"Os cenários de previsão indicam estabilização em nível elevado acima dos 5 metros após o repique. Indicam recessão lenta nos próximos dias ficando acima de 4 metros durante esta semana", dizem os pesquisadores.

O professor Fernando Dornelles, do IPH, afirma que a situação do Guaíba "depende das condições [meteorológicas e de infraestrutura]: vento, chuva, se as estações [de bombeamento de água] estiverem em funcionamento".

"São variáveis que prejudicam a modelagem", comenta.

Imagem desta terça (14) mostra alagamento no bairro de Serraria, na zona sul de Porto Alegre — Foto: Diego Vara/Reuters
Imagem desta terça (14) mostra alagamento no bairro de Serraria, na zona sul de Porto Alegre — Foto: Diego Vara/Reuters

O corredor humanitário, construído de forma emergencial para acesso alternativo à capital, está sendo ampliado em 300 metros do outro lado da pista, na região da rodoviária da cidade. A ampliação vai permitir com que veículos de emergência circulem tanto para ingressar quanto para sair do Centro Histórico com maior facilidade. Atualmente, os dois sentidos funcionam na mesma pista.

Desde que começou a operar, na sexta-feira (10), o trecho registra tráfego médio de 100 veículos por hora. O caminho foi estruturado para agilizar o abastecimento dos serviços essenciais da cidade, como oxigênio, água, alimentos e equipamentos de emergência. O trajeto liga a área central de Porto Alegre, pelo Túnel da Conceição, à Avenida Castelo Branco e à BR-290 (Freeway).

Abertura de nova pista no 'corredor humanitário' em Porto Alegre — Foto: Julio Ferreira/PMPA
Abertura de nova pista no 'corredor humanitário' em Porto Alegre — Foto: Julio Ferreira/PMPA

Em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, o Sinos atingiu a marca de 6,76 metros (a maior marca dos últimos 15 dias foi de 8,09 em 4 de maio).

Foi no mesmo município que bombeiros encontraram um cavalo no terceiro andar de um prédio residencial. O animal estaria no local há 10 dias, e bombeiros tentam resgatá-lo.

A cena lembrou o caso do cavalo Caramelo, que comoveu o Brasil. O animal ficou ilhado por 4 dias em um telhado na cidade de Canoas, também devido às fortes chuvas, e foi resgatado na última quinta-feira (9). Caramelo teve quadro de desidratação e ainda precisa recuperar o peso que perdeu durante o período em que ficou ilhado.

Cavalo em apartamento no terceiro andar de prédio em São Leopoldo — Foto: Pietro Oliveira/RBS TV
Cavalo em apartamento no terceiro andar de prédio em São Leopoldo — Foto: Pietro Oliveira/RBS TV

O Rio Gravataí, também na região metropolitana de Porto Alegre, chegou a 5,83 metros na cidade batizada com o mesmo nome nesta terça-feira. O máximo registrado pelas autoridades foi de 6,23 metros em 6 de maio.

Nível dos rios no RS
Situação nos últimos quatro dias


Fonte: Sema/RS

Interior do estado: Caí, Taquari e Jacuí

O monitoramento do governo do RS mostra que os rios Caí, Taquari e Jacuí, que encheram nos temporais do final de abril e no último final de semana, voltaram a recuar. Esses rios seguem do interior do RS, em localidades da Região Central e dos Vales, até desaguarem no Guaíba.

Nível dos rios no RS
Situação nos últimos quatro dias



Fonte: Sema/RS

Na cidade de Cruzeiro do Sul, a prefeitura afirma que 95% do comércio foi destruído.

Em Estrela, no Vale do Taquari, cerca de um terço da população de 32,1 mil pessoas está fora de casa. A baixa do rio permitiu ver os estragos da nova enchente. A ponte da BR-386, entre o município e Lajeado, registra longas filas de veículos que transitam pela região.

Arte mostra rios que desembocam no Guaíba — Foto: Reprodução
Arte mostra rios que desembocam no Guaíba — Foto: Reprodução

Cidades do Vale do Taquari estão contabilizando prejuízos com a enchente histórica

Parte do bairro Hidráulica, em Lajeado, voltou a ficar alagada com as águas do Rio Taquari na madrugada de domingo (12) para segunda-feira (13). Com a baixa da água, o vendedor Diego Brizola, de 33 anos, usou uma mangueira para limpar a calçada da rua enquanto sua mãe, Maria, varria a lama para o mais longe que podia do seu sobrado laranja.

"Aqui a água está baixando. Uma hora ela abaixa um pouco, 15, 20 centímetros. É isso aí, não tem o que fazer, é baixar a cabeça e trabalhar", lamenta Brizola, ao dizer que teve ao menos R$ 50 mil de prejuízo com as enchentes.

'Não tem o que fazer, é baixar a cabeça e trabalhar', diz homem atingido pelo Rio Taquari

Sul do RS: Lagoa dos Patos

O nível da Lagoa dos Patos em Rio Grande é de 2,39 metros, 49 centímetros acima do cais. O vento deve dificultar que a água escoe em direção ao oceano.

"A tendência é que, nos próximos dias, o nível da lagoa volte a aumentar um pouco. Esses níveis de inundação estão oscilando bastante", diz Eduardo Secchi, oceanógrafo da FURG.

Cheia da Lagoa dos Patos alaga ruas em Rio Grande — Foto: Reprodução/RBS TV
Cheia da Lagoa dos Patos alaga ruas em Rio Grande — Foto: Reprodução/RBS TV

A Prefeitura de Pelotas decretou situação de calamidade em razão da cheia na Lagoa dos Patos e no Canal São Gonçalo. A Praia do Laranjal é uma das áreas mais afetadas do município. O avanço das águas atinge as comunidades do Pontal da Barra, da Colônia de Pescadores Z3 e os balneários Santo Antônio e Valverde.

"Precisamos ter também a declaração municipal para que isso nos dê acesso a recursos públicos e também para que favoreça as pessoas atingidas, enfim, pelo evento climático, pessoas que estão em abrigo, que tiveram que sair de casa, para que possam acessar, por exemplo, o fundo de garantia", diz a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB).

Cheias no RS: Pelotas decreta calamidade pública

Resgatados

A Defesa Civil do RS já registra 76.483 pessoas e 11.002 animais resgatados desde o início dos temporais e cheias.

Das mais de 2,1 milhões de pessoas afetadas, cerca de 35 mil são refugiados que vieram recomeçar a vida no Brasil. A estimativa é da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Segundo a agência, esse é o contingente de pessoas que foram atingidas direta ou indiretamente pela tragédia."Estas pessoas informam que perderam casas, pertences e documentos, com negócios e outras atividades de geração de renda destruídos pelas águas", informa a Acnur.

Na cidade de Bento Gonçalves, na Serra, socorristas atuam em uma espécie de quartel-general montado na paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Faria Lemos. Por lá, o espaço que antes servia para comemorações de casamentos, de batizados ou da tradicional desta de Santo Isidoro, agora recebe voluntários e profissionais que tentam encontrar vítimas das chuvas.

Segundo o padre Adelar Zanetti, o espaço que foi construído pela comunidade tem funcionado como um porto seguro para as vítimas e para os socorristas.

"Temos reunidos aqui os bombeiros do Rio Grande do Sul, tem bombeiro do Tocantins, da Bahia, do Rio de Janeiro, Distrito Federal. Temos também geólogo que vieram do Rio de Janeiro", fala.

Veja como é o quartel general montado em igreja de Bento Gonçalves

Ação federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comandou na manhã desta terça-feira uma reunião com ministros no Palácio do Planalto para definir outro pacote de medidas de socorro ao Rio Grande do Sul. Inicialmente, havia a previsão de anúncio de novas medidas na tarde desta terça-feira. Entretanto, a divulgação foi adiada para esta quarta-feira (15).

Segundo o Palácio do Planalto, o adiamento foi necessário porque Lula pretende fazer os anúncios juntamente com os presidentes dos outros Poderes da República. Existe a possibilidade de os anúncios serem feitos durante visita de autoridades ao Rio Grande do Sul.

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, ou Banco do Brics+), hoje presidido por ela, vai ajudar, com R$ 5,75 bilhões, no financiamento de obras de reconstrução do Rio Grande do Sul.

"O Novo Banco de Desenvolvimento vai destinar R$ 5,750 bilhões para o estado do Rio Grande do Sul, com o objetivo de reconstruir a infraestrutura urbana e rural nos municípios atingidos pelas fortes enchentes ocorridas desde o final de abril e ajudar na retomada da vida gaúcha", diz Dilma.

Banco do Brics vai destinar R$ 5,7 bi à reconstrução do RS, diz Dilma Bento Gonçalves

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