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quarta-feira, 27 de março de 2024

'A essência da inteligência é ver o futuro e não saber das coisas': as previsões do físico visionário Michio Kaku

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A BBC Mundo entrevista o renomado físico que se tornou conhecido por seu trabalho na ciência popular, especialmente por suas observações sobre o futuro.
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TOPO
Por Alejandro Millán Valencia

Postado em 27 de março de 2024 às 06h30m

#.*Post. - N.\ 11.150*.#

Michio Kaku, renomado físico e escritor americano — Foto: Getty Images/BBC
Michio Kaku, renomado físico e escritor americano — Foto: Getty Images/BBC

O físico e escritor americano Michio Kaku está convencido de que a era quântica será a que vai determinar o nosso futuro.

Kaku, 77 anos, destacou-se no campo da física teórica, mas também como um renomado divulgador científico.

Kaku analisa como a era quântica, e seus computadores, resolverão radicalmente alguns dos principais desafios da humanidade, desde erradicar doenças até alimentar uma população que só cresce.

O futuro nos trará a cura do câncer, porque o câncer é uma doença que opera a nível molecular. Como o Alzheimer, como o Parkinson. E com a nossa tecnologia digital hoje não a entendemos.
— Michio Kaku

"Mas com os computadores quânticos que estamos desenvolvendo, vamos entender como (o câncer) funciona e como podemos pará-lo", diz.

O físico de ascendência japonesa adianta que embora a inteligência artificial coloque-se como uma ameaça à humanidade, ainda há tempo para controlá-la.

Em conversa com Kaku em sua casa em Nova York, a BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC) buscou entender as previsões sobre o futuro trazidas em seu livro Supremacia Quântica.

BBC Mundo - Uma das coisas que mais chamaram a atenção em seus trabalhos é a ideia de que o cérebro humano é, na verdade, três cérebros. Pode explicar?

Michio Kaku - Quando você analisa o cérebro humano, você percebe que existem três elementos que o compõem, tudo como parte de seu processo evolutivo: a parte de trás, que é o que chamamos de cérebro reptiliano, que é a parte que governa, digamos, os padrões de caça. Depois vem a parte média, o centro do cérebro, que conhecemos como o cérebro primata ou do macaco, que lida com a socialização, os temas de hierarquização. E depois temos a parte frontal, o córtex pré-frontal. E é aqui que surge a grande diferença: essa parte do cérebro é uma máquina do tempo. É uma máquina que pode ver o futuro, está constantemente fazendo simulações do que pode nos acontecer mais adiante.

Agora, se você não acredita em mim, convido você a fazer uma experiência: esta noite, ensine o conceito de amanhã ao seu cachorro. Não dá, é impossível. Os animais não entendem a ideia do amanhã.

E isso sempre me chamou a atenção.

BBC Mundo - Mas todos podemos ter a mesma capacidade de ver o futuro?

Kaku - Não. O que distingue um cérebro comum de um com um nível notavelmente superior? Poderíamos chamar o cérebro de uma pessoa comum de oportunista. Olha somente para as oportunidades que estão à sua frente. Nada de planejar coisas. Um ladrão ruim, por exemplo, só leva aquilo que está na sua frente. Os grandes pensadores exercitam essa máquina do tempo constantemente. Eles simulam o futuro. Conhecem as leis da natureza e são capazes de aplicá-las para projetar como pode ser o futuro.

O exército dos EUA percebeu isso durante a Guerra do Vietnã. Eles estavam tentando entender quem dentro da tropa poderia se tornar líder e estrategista e quem era apenas seguidor, cumpridor de ordens. Ao entrevistar esses soldados, depararam-se com algo que surpreendeu: que as pessoas comuns, que não se consideravam gênios, simulavam constantemente o que aconteceria depois, prevendo coisas, pensando em como escapar se fossem capturados ou como proteger a base em caso de um ataque surpresa.

O que acontece é que começamos a entender que nosso conceito de inteligência é apenas parcialmente correto. Pensamos que alguém é inteligente por saber coisas, mas isso não é a essência da inteligência. A essência da inteligência é ver o futuro. Estimular a criação de um futuro que não existe.

BBC Mundo - Dentro dessa ideia de olhar para o futuro, qual será a grande descoberta dos próximos 100 anos?

Kaku - Para responder isso, vamos pensar primeiro nas grandes descobertas do passado. Essas grandes descobertas se deram ao analisar também coisas pequenas, não apenas as muito grandes.

Quando falamos de coisas pequenas falamos de genética, do cérebro humano; por coisas grandes me refiro à teoria do Big Bang, à qual agora estamos aplicando a teoria quântica do universo, por exemplo.

Pois bem, o próximo grande passo será a união dessas duas ideias: usar a teoria quântica para entender a genética e o cérebro humano.

E é aqui que entram os computadores quânticos. A mãe natureza é de alguma forma um computador quântico. Atualmente, os processadores digitais computam em uns e zeros. Essa não é a linguagem da mãe natureza.

A mãe natureza tem uma mente quântica que entende de átomos, elétrons, fótons. Essa é a linguagem do universo. Esse será o nosso grande passo para o futuro.

BBC Mundo - E o grande passo será no campo da física, ou também em outras áreas, como a Medicina?

Kaku - Vejamos o caso da Medicina. A Medicina atual, tal como praticada, é tentativa e erro. Testamos um medicamento: se funcionar, ótimo, e se não funcionar testamos outro. Os medicamentos, de fato, são encontrados quase por acidente. Foi assim que descobrimos a penicilina e outras drogas fascinantes.

Agora, se aplicarmos a teoria quântica, você pode ver a molécula. Você pode analisá-la. Você pode ver como os átomos funcionam. As substâncias. Os medicamentos podem ser criados a partir do zero. Isso significa que não vamos mais precisar de químicos? Não.

Os químicos do futuro vão usar os computadores quânticos para entender as reações químicas. Os biólogos do futuro vão usá-los para entender como o DNA funciona. Os médicos e cientistas que usam apenas a química ou a biologia para fazer seu trabalho vão ficar no caminho, porque o futuro será a mecânica quântica para criar os medicamentos.

BBC Mundo - Nós nos tornaremos imortais... não haverá câncer então?

Kaku - Com a ajuda dos computadores poderemos curar o câncer. Antes que o tumor apareça, vamos prever a doença cancerosa do paciente. Só com uma ida ao banheiro, por exemplo, será possível ler seu DNA e como ele estará no futuro.

Vai te dizer o DNA cancerígeno dentro de dez anos, antes que o tumor apareça, antes que ele se desenvolva.

Nos Estados Unidos, é possível fazer um exame de sangue para diagnosticar o câncer. Um exame de sangue desse tipo revelará se há câncer ou não de forma cada vez mais concreta. A palavra tumor desaparecerá da nossa linguagem. O mesmo acontecerá com o câncer.

BBC Mundo - Você diz, também, que a internet será algo obsoleto, que vamos nos conectar através da mente, do cérebro...

Kaku - Uma coisa é certa: a internet do futuro não será digital. O digital é muito lento, muito cru. A internet do futuro será quântica e se fundirá com o cérebro. Vamos chamá-la de "brainet" (um jogo de palavras entre brain, que significa cérebro em inglês, e internet).

Você vai pensar algo e esse pensamento será transferido pelo mundo, interagindo com outras coisas. Pode ser que não utilizemos cabos ou dispositivos. Vamos simplesmente pensar e essa brainet vai fazer o resto.

Há dois lados nesse desafio. Um bom, que é aprendermos como está conectado (este sistema), e outro ruim: vai levar um tempo.

Por exemplo, se você analisar o cérebro de um inseto, pronto, você já tem a imagem de como o cérebro funciona. Já temos o mapa: cerca de 100.000 neurônios.

Agora, o cérebro humano tem 100 bilhões de neurônios. Portanto, temos um longo caminho pela frente no que chamamos de "Projeto Conector", que conseguirá desvendar a fiação interna do cérebro humano.

Assim como temos o projeto do genoma humano, que tentou decifrar nosso código genético, esse revelará os segredos do cérebro e mudará tudo: as pessoas simplesmente vão pensar e seus pensamentos vão circular pelo mundo.

BBC Mundo - Muitos cientistas já advertiram sobre os perigos da inteligência artificial e os danos que ela pode causar...qual é a sua visão sobre isso?

Kaku - Acredito que atualmente temos três grandes perigos para enfrentar: a guerra nuclear, a ameaça das armas biológicas e o aquecimento global. E agora podemos acrescentar também a inteligência artificial.

Há duas ameaças claras que a inteligência artificial traz e que são bastante diferentes.

A primeira é imediata: por exemplo, que os drones possam reconhecer um rosto humano e que por acidente esse drone mate de forma indiscriminada dezenas de pessoas. Ou seja, que tenhamos criado uma arma para matar automaticamente. Uma máquina que também pode voar, que pode monitorar uma determinada área, identificar formas humanas. E algumas nações podem ser tentadas, em alguns anos, a usar essas armas contra as pessoas, não apenas em tanques de guerra.

Mas isso é uma ameaça no curto prazo. A maior ameaça da IA é a longo prazo.

A maior ameaça será quando a IA começar a se aproximar da (inteligência) do ser humano. Mas falta muito para chegar nesse ponto.

Por exemplo, quão inteligente é o nosso robô mais inteligente? Se você colocar um inseto em uma floresta, o inseto conseguirá se alimentar e encontrar um abrigo.

Se você colocar um robô agora, é possível que sobreviva.

Mas com o tempo nossos robôs vão ter a inteligência de um rato.

Depois disso, eles conseguirão ser inteligentes como um coelho. Nesse momento, eles serão potencialmente uma ameaça.

Não sei, talvez em cerca de 100 anos tenhamos robôs que não poderemos distinguir de humanos. E teremos que nos certificar, nesse momento, de que esses robôs não tenham consciência e de alguma forma se voltem contra nós.

Vamos ter que colocar um chip na mente deles para desligá-los no exato momento em que tiverem pensamentos assassinos. Mas realmente acho que ainda falta muito para isso. E acho que a principal ameaça é o uso de drones que podem matar de forma indiscriminada.

BBC Mundo - "Os computadores quânticos vão nos permitir decifrar os segredos da vida, do universo, da matéria", você escreveu. Como vão definir o nosso futuro?

Kaku - Atualmente os computadores são baseados em informação digital, que pode ser codificada em séries de 1 e 0. Ou seja, a capacidade é reduzida ao número de estados (de 1 e 0) que você tem no seu computador.

Os computadores quânticos são baseados em princípios que podem ser ilimitados. Por exemplo, os computadores quânticos que estão sendo produzidos (um pelo Google e outro na China) são 2¹00 vezes mais poderosos do que os supercomputadores atuais.

E acredito que com essa capacidade eles serão capazes de resolver, em algum momento, o problema do envelhecimento. No futuro, penso eu, não vamos necessariamente morrer de velhice.

O problema é que os computadores quânticos não vão nos salvar, por causa da forma como os humanos interagem entre si. Precisamos unir as pessoas de outra maneira para vivermos em paz.

Lembro-me de uma estranha conversa entre o ex-presidente dos EUA Ronald Reagan e o líder soviético Mikhail Gorbachev, em que Reagan pergunta ao colega soviético se quando chegasse o momento de os marcianos invadirem a Terra seus países seriam amigos. Ou seja, eles lutariam juntos contra os marcianos? Gorbachev achou que Reagan estava louco, especialmente por estarem lidando com armas nucleares.

Mas o que eu acho é que Reagan estava se dando conta de algo. De que podíamos estar cada vez mais unidos. Ou seja, a grande solução é que estivéssemos unidos diante de algo. Que essa seria a grande solução. E essa será a grande solução.

BBC Mundo - Considerando que a internet estará obsoleta e os computadores digitais serão inúteis, e de acordo com o que você aponta em seu livro "o mundo vai ser mais científico, não menos científico", como você acha que a educação para o futuro deve ser?

Kaku - A verdade é que algumas pessoas temem a tecnologia porque dizem que vai substituir os trabalhadores. E isso é algo que não está certo.

Mas dou um exemplo: os ferreiros foram muito importantes. Se você tivesse um cavalo, tinha que pagar um ferreiro. No entanto, com o surgimento do carro, cada vez menos os ferreiros foram necessários. E eles ficaram sem trabalho. Quem substitui os ferreiros? Bem, apareceram os mecânicos ou os técnicos que trabalham na indústria automotiva.

Um emprego é fechado. Um emprego é criado.

Agora estamos discutindo se os robôs vão substituir os humanos. Sim e não.

Acho que há três tipos de trabalhos que os robôs não poderão fazer: reparar coisas. Eles não vão ser encanadores ou jardineiros. Os robôs não podem recolher o lixo. Esses trabalhos exigem reconhecer padrões. Cada lixo é diferente, cada banheiro é diferente, então aqueles trabalhos que não são repetitivos vão sobreviver na era dos robôs.

Os outros empregos são aqueles que requerem relações pessoais, como os professores. Os robôs não entendem a natureza humana. Eles não podem ser professores de uma criança. Eles não podem cuidar de um bebê.

E a terceira classe de empregos são aqueles que requerem bom senso, como os advogados. A base do trabalho é interpretar a lei, que é basicamente compreender a natureza humana. Nesse sentido, também poderíamos falar de líderes, de papéis de liderança. As decisões corporativas ou em um grupo humano são baseadas no mesmo princípio de conhecer a natureza do ser humano.

Então, a educação pode ir nesse caminho, das áreas que primam a natureza do ser humano e de trabalhos que não podem ser substituídos pelo exercício de uma máquina.

BBC Mundo - Em um tom mais pessimista, quais são os desafios que não serão resolvidos pela era quântica?

Kaku - Estou convencido de que os computadores quânticos nos ajudarão a resolver problemas como o aquecimento global - permitirão que a energia nuclear seja totalmente limpa. Eles vão criar novas formas de riqueza, é claro. Como eu disse, eles vão ajudar a curar doenças como o câncer e o Alzheimer.

No entanto, o que as máquinas não vão resolver serão temas como a guerra e a inveja.

Ou seja, vamos estar livres de câncer e Alzheimer, mas a guerra sinto que vai continuar.

E isso tem a ver com o fato de que a evolução nos dá a capacidade de proteger o que é nosso. E a evolução nos dá muitas coisas que são em benefício da humanidade, e outras que não.

A evolução só quer seres humanos que sobrevivam. E se sobreviver significa matar os outros seres humanos, assim será feito. Dessa forma, estamos cheios de imperfeições dentro da raça humana. E os computadores quânticos não vão resolver os problemas que derivam deles.

Mas não é o fim da espécie: à medida que os humanos prosperam, haverá menos necessidade de lutar pelos recursos que temos.

E, nesse sentido, os computadores quânticos vão nos dar a resposta para produzir alimento suficiente para uma população em constante crescimento. Ou seja, a capacidade de análise dessas ferramentas - a nível molecular - nos permitirá replicar efetivamente as formas como os alimentos são produzidos naturalmente no mundo. E isso é apenas um exemplo do que virá.

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terça-feira, 26 de março de 2024

Mudanças climáticas estão intensificando as ondas de calor, apontam cientistas do ClimaMeter

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Segundo pesquisadores do ClimaMeter, os fenômenos semelhantes ao que aconteceu em março no Brasil estão 1°C mais quentes do que as ondas de calor registradas em anos anteriores.
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Por Júlia Carvalho, Sônia Bridi, g1

Postado em 26 de março de 2024 às 06h00m

#.*Post. - N.\ 11.149*.#

As mudanças climáticas estão intensificando as ondas de calor. — Foto: Arquivo
As mudanças climáticas estão intensificando as ondas de calor. — Foto: Arquivo

As mudanças climáticas provocadas pela ação humana – em especial a emissão de gases do efeito estufa consequente da queima de combustíveis fósseis – estão intensificando as ondas de calor registradas no Brasil, conclui um "estudo rápido de atribuição" realizado por pesquisadores do ClimaMeter divulgado no domingo (24).

👉 O ClimaMeter é um grupo de cientistas de diferentes países que realiza estudos que colocam os extremos meteorológicos em uma perspectiva climática logo após a sua ocorrência. O grupo, liderado por pesquisadores do centro especializado em ciências climáticas da Universidade Paris-Saclay, é financiado pela União Europeia e pela Agência Francesa de Investigação (CNRS).

🥵 De acordo com o monitoramento, a onda de calor verificada em março está 1°C mais quentes do que as ondas de calor registradas em anos anteriores.

Na segunda quinzena de março, diversas capitais tiveram recordes de temperatura por causa da terceira onda de calor do ano. A cidade de São Paulo, por exemplo, chegou a registrar 34,3°C, maior temperatura para o mês desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Davide Farana, diretor de pesquisa da Agência Francesa de Investigação (CNRS) e do Instituto Pierre Simon Laplace (IPSL), explica que, ao comparar as temperaturas atuais com as registradas em eventos passados, é possível observar um pico recorde de calor.

"Utilizamos dados de satélites de 1979 até o presente. Eles combinam dados climáticos do passado e dados quase em tempo real da previsão para que possamos avaliar os eventos extremos. Nós vemos que essa onda de calor é muito mais quente do que a onda de calor do passado", detalha o pesquisador.

Farana, um dos líderes do estudo, também aponta que há contribuições do El Niño e do aquecimento das águas dos oceanos Pacífico e Atlântico, mas ressalta que a influência do homem se sobressai.

"Aqui podemos realmente separar a contribuição do que chamamos de variabilidade climática natural e das alterações climáticas provocadas pelo homem. E vemos que o efeito das mudanças provocadas pelo homem é o mais forte", compara. 
Onda de calor fora de época

Os pesquisadores também analisaram que as ondas de calor no passado aconteciam, principalmente, entre novembro e dezembro, na transição da primavera para o verão. E que, atualmente, estão se tornando mais frequentes entre fevereiro e março.

Davide explica que a queima de combustível fóssil que está causando o aumento da temperatura global não é homogênea ao longo da estação. Isso faz com que os eventos de calor extremo estejam piorando não só na transição para o verão, mas também ao longo da primavera e do outono.

Nas demais estações, a combinação de outros fatores climáticos pode favorecer a sensação de calor. "No começo do outono, por exemplo, ainda há muito calor acumulado do verão, que se combina aos ventos fortes característicos do outono. Isso pode desencadear tempestades que, nesse cenário, potencializam a sensação desse calor úmido", analisa o pesquisador.

Medidas urgentes

Os pesquisadores ainda alertam para a tendência de continuidade e agravamento desse padrão caso medidas não sejam tomadas.

"Se continuarmos queimando, mantendo a utilização de combustíveis fósseis, o que se espera é que essas ondas de calor aqueçam o Brasil com cada vez mais frequência e com maior intensidade", observa Davide Farana.

Ele chama atenção para a necessidade de se pensarem estratégias de mitigação do calor, como a redução de queimadas e a mudança no uso dos combustíveis.

O estudo também joga luz sobre a questão da justiça climática, isto é, como pessoas em diferentes classes são impactadas de formas distintas pelos eventos extremos do clima.

"Pessoas que podem pagar por um ar condicionado podem suportar esse calor. Mas quem está em uma casa com pouca ventilação, que não permite a entrada de ar fresco durante a noite, isso é um grande problema. As temperaturas observadas estão próximas ao limite que o corpo humano pode sustentar", alerta Farana.

O pesquisador comenta que, considerando como o calor impacta a população, em especial a de baixa renda, também é preciso repensar o funcionamento das cidades.

"É urgente garantir o acesso de todos a áreas com ar condicionado e melhores condições de vida diante de eventos climáticos extremos", recomenda.

Entenda a crise do clima em gráficos e mapas

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segunda-feira, 25 de março de 2024

VÍDEO: avião supersônico XB-1 faz primeiro voo, como teste para futuro sucessor do Concorde

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Aeronave alcançou 440 km/h, ainda abaixo da velocidade do som. Fabricante Boom Supersonic diz que modelo fará voos supersônicos nos próximos testes, como parte do desenvolvimento de seu principal projeto, o Overture.
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Por g1

Postado em 25 de março de 2023 às 16h45m

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Avião supersônico XB-1 faz primeiro voo, ainda abaixo da velocidade do som

A fabricante Boom Supersonic informou que seu avião supersônico XB-1 completou o primeiro voo na sexta-feira (22). A aeronave serve como modelo de teste para o principal supersônico da empresa, o Overture, que deve fazer o primeiro voo somente em 2027.

Neste teste, o XB-1 alcançou altitude de 7.160 pés (cerca de 2.200 metros) e atingiu velocidade de 440 km/h, ainda abaixo da velocidade do som (Mach 1, ou cerca de 1.230 km/h).

Agora, a equipe da Boom Supersonic pretende realizar novos testes para confirmar o desempenho do XB-1 e fazer voos ainda mais rápidos, em que a aeronave atingirá velocidade supersônica.

A empresa disse que o avião atingiu os objetivos de velocidade, altitude e estabilidade que estavam previstos. Essa verificação foi feita com a ajuda da T-38, uma aeronave de perseguição que seguiu o avião durante o voo.

O XB-1 decolou e pousou em uma pista na cidade de Mojave, na Califórnia. Este foi o local em que o avião Bell XB-1 fez o primeiro voo supersônico da história, em 1947.

Avião supersônico XB-1 durante seu 1º voo de teste, em 22 de março de 2024 — Foto: Divulgação/Boom Supersonic
Avião supersônico XB-1 durante seu 1º voo de teste, em 22 de março de 2024 — Foto: Divulgação/Boom Supersonic

O primeiro voo do XB-1 é mais um passo para o retorno dos aviões supersônicos civis, já que ele serve como base para o desenvolvimento do Overture, um avião maior que é apontado como o sucessor do Concorde, que operou até 2003.

Segundo a Boom Supersonic, o avião de teste tem sido usado para validar itens que serão usados no Overture, como um sistema de câmeras no nariz da aeronave e o acabamento em fibra de carbono.

Avião supersônico XB-1 toca o solo após seu 1º voo, em 22 de março de 2024 — Foto: Divulgação/Boom Supersonic
Avião supersônico XB-1 toca o solo após seu 1º voo, em 22 de março de 2024 — Foto: Divulgação/Boom Supersonic

Como será voar no Overture?

O avião Overture deverá ter o dobro da velocidade das aeronaves atuais e alcançar 1.800 km/h quando estiver sobrevoando o mar. Em voos sobre o continente, a aeronave terá desempenho 20% superior, segundo a fabricante.

A duração de um voo de Miami a Londres, que hoje é de cerca de 10 horas, cairia para cerca de 5 horas com o novo modelo.

Conheça o Overture, projeto de avião supersônico que pode chegar a 1.800 km/h

E a alta velocidade não deverá ser incômoda para quem estiver no avião: a Boom Supersonic diz que, como o Overture ficará acima da maioria das áreas de turbulências, o voo será mais suave do que os das aeronaves convencionais.

Além disso, a empresa afirma que o avião não será tão barulhento para regiões habitadas. Em geral, este tipo de aeronave produz um estrondo quando ultrapassa a velocidade do som por conta da chamada pós-combustão, que não será usada pelo Overture.

Saiba mais sobre o que pode ser o jato supersônico mais veloz do mundo:

  • 🏃 Velocidade máxima de 1,7 Mach (ou 1,7 vez a velocidade do som), o que na altitude de cruzeiro (60 mil pés ou cerca de 18 km) representa aproximadamente 1.800 km/h;
  • 7.867 km de autonomia;
  • 💺 Capacidade para transportar até 80 passageiros;
  • ️✈️ 61 metros de comprimento e 32 metros largura;
  • 💰 130 unidades encomendadas por American Airlines, United Airlines e Japan Airlines.



Conceito do avião supersônico Overture — Foto: Divulgação/Boom Supersonic
Conceito do avião supersônico Overture — Foto: Divulgação/Boom Supersonic

Relembre o último voo do Concorde, em 2003








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Sucuri gigante que viralizou em vídeo de biólogo holandês é encontrada morta em Bonito

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Cobra de quase 7 metros foi encontrada às margens do rio Formoso. Ela já foi filmada em documentários internacionais e tida como um símbolo da espécie na região de Bonito, conforme especialistas.
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Por José Câmara, g1 MS

Postado em 25 de março de 2024 às 08h30m

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  • Biólogo holandês nada ao lado de sucuri gigante em Bonito (MS)

Uma sucuri, de quase 7 metros, foi encontrada morta às margens do rio Formoso, em Bonito (MS), neste domingo (24). De acordo com o documentarista de vida selvagem Cristian Dimitris, a cobra morta é a mesma que viralizou em um vídeo compartilhado pelo biólogo holandês Freek Vonk. Veja o vídeo acima.

A causa da morte da serpente é investigada. Em denúncia nas redes sociais, o documentarista atestou que a serpente morta é a mesma filmada inúmeras vezes, inclusive pelo biólogo holandês. A identificação da cobra foi feita a partir das manchas que a serpente tem pelo corpo, que servem como digitais da espécie, como explica Dimitrius, que filma cobras na região há 10 anos.

A identificação da serpente também foi confirmada pela especialista em sucuris e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Juliana Terra, que acompanhava a cobra há 8 anos em estudos. A cientista comentou que a sucuri era chamada de Ana Julia e símbolo para região de Bonito.

Cobra de quase 7 metros foi encontrada morta. — Foto: Reprodução
Cobra de quase 7 metros foi encontrada morta. — Foto: Reprodução

Com imagens de arquivo, Cristian Dimitrius conseguiu precisar que a cobra morta era Ana Julia. Na postagem, o documentarista indicou a possibilidade da sucuri ter sido morta por um tiro. As causas da morte só serão atestadas após análise e investigação da Polícia Militar Ambiental (PMA).

"Comparei as marcas do rosto, que são como impressões digitais. Ela deve ser a sucuri mais famosa do mundo, totalmente emblemática para a região. Imagens com a serpente já rodaram o mundo", comentou Cristian Dimitrius.

 Cobra foi acompanhada por 8 anos por especialistas. — Foto: Cristian Dimitrius/ReproduçãoCobra foi acompanhada por 8 anos por especialistas. — Foto: Cristian Dimitrius/Reprodução

Equipes da PMA de Bonito devem ir ao local onde a cobra foi encontrada morta para levantar informações. A ida deve ser feita ainda nesta segunda-feira (25).

A cobra foi encontrada com o corpo completamente inchado. "Hoje recebi a notícia de que a sucuri foi morta e seu corpo foi encontrado boiando no rio Formoso. Que tristeza, que raiva!!!! Quem teria feito um absurdo destes????", escreveu o documentarista nas redes sociais. 
Morte acende alerta e comove especialistas
Cobra foi registrada ao longo de vários anos por fotógrafos em Bonito (MS). — Foto: Cristian Dimitrius/Reprodução
Cobra foi registrada ao longo de vários anos por fotógrafos em Bonito (MS). — Foto: Cristian Dimitrius/Reprodução

Ana Júlia foi filmada por Cristian Dimitrius ao longo dos últimos 10 anos. A cobra já foi protagonista de reportagens do g1, documentários especiais da BBC e apareceu em vários conteúdos digitais.

"Todos os anos muitas pessoas vão até a região para fotografar sucuris. Tive o privilégio de fotografar esta sucuri ano passado pela última vez. Agora esta morta, sinto mistura de revolta e tristeza, raiva também!", exclamou o documentarista.

A cobra era acompanhada pela especialista em sucuris Juliana Terra há pelo menos 8 anos. Doutora em ecologia pela Universidade de São Paulo (USP), a bióloga lamentou e afirmou que a morte da cobra é algo irreparável para biodiversidade de Bonito.

"Registrei alguns eventos reprodutivos, as gestações e alguns filhotes, além de diversos aspectos da história de vida da sucuri, infelizmente recebo essa notícia", comentou Juliana.

A especialista explica que Ana Júlia era uma sucuri verde e também confirmou que a cobra morta é a mesma que viralizou no vídeo do biólogo holandês.

As fêmeas desta espécie, especialmente, são consideradas topo de cadeia, que são animais que podem controlar as populações e presas. A influência da serpente gera um ecossistema balanceado, como a pesquisadora explica.

"Era um animal adulto e saudável, teria ainda pela frente provavelmente muitos eventos reprodutivos para contribuir para a perpetuidade da população de sucuris da região, ela era um símbolo também, conhecida localmente e pelos turistas já que costumava ficar descansando no barranco do rio onde passa o passeio de bote".

Em nota, a prefeitura de Bonito lamentou a morte da sucuri e informou que acompanhará de forma próxima as investigações do caso. Leia a nota na íntegra abaixo:

"A Prefeitura de Bonito manifesta total repúdio pelo ocorrido com a Sucuri ‘Ana Júlia’ em nosso município. A relevância de um animal desse porte nas nossas áreas mostram o quão equilibrado o nosso ambiente está, porque um ambiente para suportar um animal topo de cadeia, como uma sucuri de quase 7 metros, precisa estar no mínimo equilibrado e essa atitude pessoal, de alguém que cometa um ato como este, é totalmente desprezível e vai contra tudo aquilo que a gente trabalha para em prol do meio ambiente. Então esperamos que as autoridades competentes consigam identificar os autores e punir os culpados".

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