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segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Dólar sobe e Ibovespa oscila nesta segunda-feira, em semana de dados de inflação e ata do Copom

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Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou abaixo dos R$ 4,90, no menor patamar em mais de um mês. Já a bolsa brasileira teve alta de 2,70%, aos 118.160 pontos.
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Por g1

Postado em 06 de novembro de 2023 às 10h00m

#.*Post. - N.\ 10.997*.#

— Foto: bearfotos/Freepik
— Foto: bearfotos/Freepik

O dólar opera em alta nesta segunda-feira (6), em dia ameno após o relatório de emprego dos Estados Unidos, também conhecido como payroll, entusiasmar os mercados no fim da semana passada. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, abriu o dia em alta, mas perdeu força.

Em geral, a semana começa em compasso de espera, aguardando dados de inflação brasileira e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em que se decidiu reduzir a taxa básica de juros.

Veja abaixo o dia nos mercados.

Entenda o que faz o dólar subir ou descerEntenda o que faz o dólar subir ou descer

Dólar

Às 12h15, o dólar operava em alta de 0,24%, cotado a R$ 4,9071. Veja mais cotações.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou a sessão com um recuo de 1,56%, cotada a R$ 4,8953. Com o resultado de hoje, passou a acumular perdas de:

  • 2,34% na semana;
  • 2,88% no mês;
  • 7,25% no ano.

Às 12h15, o Ibovespa operava em alta de 0,0'%, aos 118.176 pontos.

Na sexta-feira, o índice fechou o dia no maior nível desde setembro, com um avanço de 2,70%, aos 118.160 pontos. Com o resultado, passou a acumular altas de:

  • 4,29% na semana;
  • 4,43% no mês;
  • 7,68% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

No Brasil, o dia começou com os mercados andando de lado. Investidores esperam uma série de dados econômicos, com destaque para a inflação oficial de outubro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCAno dia 10.

Também nesta semana, já na terça-feira, sai a ata da última reunião do Copom, que fez um novo corte da taxa básica brasileira (Selic) de 0,50 ponto percentual (p.p.), para 12,25% ao ano. Foi o terceiro corte consecutivo promovido pela autoridade monetária.

"Nosso time de Economia leu o comunicado como marginalmente mais duro, mas consistente com o cenário de cortes adicionais de 50 bps nas próximas reuniões, com a Selic em 10% em 2024", diz relatório da XP.

O mercado espera mais sinalizações do rumo da Selic. Quanto mais baixos os juros estiverem no país, maior tende a ser o apetite por risco no mercado. Assim, investidores tendem a vender seus títulos de renda fixa e comprar ações, por exemplo, impulsionando a bolsa brasileira para cima.

Os agentes também monitoram uma possível mudança na meta fiscal de 2024. Na sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender que o governo faça investimentos e disse que "dinheiro bom é dinheiro transformado em obra".

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende a meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024. Já a ala política do governo defende uma meta com déficit de até 0,5%, para evitar corte de gastos em ano de eleições municipais. O próprio presidente já afirmou que a meta de déficit zero "dificilmente" será alcançada no ano que vem.

Parte dos mercados ainda repercute a principal notícia de sexta-feira (3), o relatório de emprego dos Estados Unidos, também conhecido como payroll. A economia dos Estados Unidos criou 150 mil vagas de emprego em outubro, abaixo do esperado pelo mercado, que previa 180 mil novas vagas.

"Acredito que, após muitas semanas sem rumo claro, o mercado está apostando que o teto do juros definido pelo Fed (neste ciclo de aperto monetário) já foi atingido... e isso beneficia demais os emergentes, que naturalmente são ajudados pelo fechamento do diferencial de juros", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, à Reuters.

Na última quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) manteve as taxas de juros do país inalteradas, mas deixou a porta aberta para outro eventual aumento nos custos do empréstimos no futuro.

Nesta segunda, as ações da China atingiram um pico de duas semanas e o mercado de Hong Kong também avançou, já que os mercados asiáticos estavam fechados quando o número foi anunciado.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com alta de 1,35%, enquanto o índice de Xangai avançou 0,91%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,71%.

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domingo, 5 de novembro de 2023

Baiana que criou projeto de acesso à água em zonas rurais ganha prêmio humanitário Muhammad Ali nos Estados Unidos

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Anna Luisa Beserra lidera startup que prega desenvolvimento sustentável e água segura de beber para todos; Ela foi premiada neste sábado.
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Por Eric Luis Carvalho, g1 BA

Postado em 05 de novembro de 2023 às 06h20m

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Cientista baiana recebe prêmio humanitário Muhammad Ali nos EUACientista baiana recebe prêmio humanitário Muhammad Ali nos EUA

A empreendedora ambiental baiana Anna Luísa Beserra, de 25 anos, recebeu, na noite deste sábado (4), o prêmio humanitário Muhammad Ali, nos Estados Unidos.

Nos últimos quatro anos, com o financiamento de grandes empresas, ela foi responsável por um projeto de acesso à água potável e banheiro a seco para mais de 20 mil pessoas em áreas rurais de 15 estados do país.

"É um prêmio muito importante, criado pelo próprio Muhammad Ali, que criou esse prêmio por conta do trabalho humanitário que ele já fazia pelo mundo. E agora o prêmio reconhece pessoas de todo o mundo que fazem esse trabalho incrível", disse a baiana em entrevista ao g1 momentos antes de receber a premiação.

 Cerimônia que premiou baiana foi realizada na cidade natal de Muhammad Ali, nos EUA — Foto: Acervo pessoalCerimônia que premiou baiana foi realizada na cidade natal de Muhammad Ali, nos EUA — Foto: Acervo pessoal

A baiana foi a primeira brasileira e segunda latino-americana a receber a homenagem na 10ª Edição Anual dos Prêmios Humanitários Muhammad Ali. A cerimônia foi realizada nos Estados Unidos na cidade natal de Muhammad Ali, Louisville, em Kentucky.

Anna, que já recebeu outros prêmios e mentorias ao longo dos últimos quatro anos, disse que a homenagem pode ajudar a ampliar o projeto desenvolvido por sua startup de democratização do acesso à água e saneamento básico.

Baiana recebe Prêmio Humanitário Muhammad Ali — Foto: Acervo pessoal
Baiana recebe Prêmio Humanitário Muhammad Ali — Foto: Acervo pessoal

"Estou tendo essa honra de ser a primeira brasileira, baiana, mulher, a receber esse prêmio aqui nos Estados Unidos hoje para trazer mais uma vez notoriedade para o tema do trabalho que é acesso a água e saneamento. Na STW, como CEO, eu levo tecnologias com a nossa equipe de acesso a água e saneamento que garantem uma sustentabilidade por 20 anos. Que essas pessoas em situação de vulnerabilidade elas possam, de fato, ter acesso a esse bem que é o direito humano, a água", disse.

"Estou super honrada de estar aqui. Daqui a pouco vai ser o meu discurso. Nervosa um pouquinho porque é um discurso inglês, mas definitivamente vai ficar marcado pela história"

Em 2019, Anna Luísa Beserra foi premiada pela ONU  — Foto: PNUMA / UNEP
Em 2019, Anna Luísa Beserra foi premiada pela ONU — Foto: PNUMA / UNEP

O Prêmio Muhammad Ali Humanitarian Award celebra a dedicação humanitária de Muhammad Ali e tem como objetivo reconhecer uma nova geração de agentes sociais. Desde 2013, o Ali Center presta homenagem a renomados "humanitários experientes" que são nomeados como laureados do Prêmio Humanitário Muhammad Ali.

Em 2019, ainda estudante, a baiana ganhou um prêmio internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), graças ao projeto de tecnologia para filtrar água por meio da luz solar. A premiação ocorreu na 74ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em setembro daquele ano, em Nova York. Ela foi primeira brasileira a ganhar o prêmio Jovens Campeões da Terra, da organização internacional.

No mesmo ano, o projeto ganhou um outro prêmio que reuniu 400 startups de tecnologia nos Estados Unidos. O prêmio foi R$ 25 mil.

Anna Luisa trabalha com projeto desde os 15 anos de idade — Foto: Divulgação
Anna Luisa trabalha com projeto desde os 15 anos de idade — Foto: Divulgação

Nascida em Salvador, Anna precisou de uma grande peregrinação para ter acesso a laboratórios para construir um protótipo de reservatório de desinfecção da água por meio de raios ultravioletas. Atualmente, são quase 20 clientes parceiros da tecnologia que tem capacidade, por cisterna, de desinfectar em média 10 litros de água depois de, em média, 4 horas de exposição à luz solar.

Aqualuz

Desde que fundou a SDW, a já desenvolveu seis tecnologias para saneamento. O primeiro projeto desenvolvido foi "Aqualuz". Anna Luísa, que é formada em Biotecnologia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), teve a ideia quando tinha 15 anos e ainda estava no ensino médio.

Baiana criou tecnologia para filtrar água através da luz solar em regiões do semiárido e leva prêmio nos EUA — Foto: Divulgação
Baiana criou tecnologia para filtrar água através da luz solar em regiões do semiárido e leva prêmio nos EUA — Foto: Divulgação

O sistema do grupo usa radiação solar para tornar a água contaminada própria para consumo em regiões castigadas pela seca de forma sustentável.

Trata-se de uma caixa de inox que é coberta por um vidro e uma tubulação simples ligada à cisterna, um reservatório comumente usado para armazenar água da chuva ou de caminhão-pipa. A filtragem da água ocorre sem a necessidade de uso de compostos químicos. Como consequência, ajuda na redução dos índices de doenças.

Baiana que criou tecnologia para filtrar água por meio da luz solar em regiões do semiárido  — Foto: Divulgação/ONU
Baiana que criou tecnologia para filtrar água por meio da luz solar em regiões do semiárido — Foto: Divulgação/ONU

Cada reservatório de aço inox geralmente é conectado a uma cisterna e tem capacidade de desinfectar em média 10 litros de água depois de, em média, 4 horas de exposição à luz solar. O trabalho é semelhante a uma ação de geração fotovoltaica de energia.

A filtragem

Projeto criado por baiana permite filtragem de água com luz solar — Foto: Divulgação
Projeto criado por baiana permite filtragem de água com luz solar — Foto: Divulgação

A filtragem ocorre por etapas. São elas:

  • Primeiro, a água é bombeada da cisterna até a caixa, por meio de um encanamento, passando por um "filtro ecológico que é feito de sisal";
  • O filtro ecológico retém partículas sólidas;
  • Depois, já com a água armazenada na caixa de inox, ocorre a desinfecção, em que o líquido é exposto à radiação solar para eliminação dos micro-organismos patogênicos. A alta temperatura na caixa ajuda a eliminar impurezas.
  • Por fim, um dispositivo acoplado à caixa muda de cor e alerta quando a água pode ser retirada da caixa, já pronta para o consumo, por meio de uma torneira.

Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.

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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Fotos mostram desertificação em Gilbués, no Piauí, com cenário que lembra Marte

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As crateras vermelhas e a paisagem árida são características da maior zona de desertificação do Brasil.
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TOPO
Por France Presse

Postado em 03 de novembro de 2023 às 08h00m

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Desertificação em Gilbués, no Piauí, com cenário que lembra Marte — Foto: Nelson Almeida/AFP
Desertificação em Gilbués, no Piauí, com cenário que lembra Marte — Foto: Nelson Almeida/AFP

Conhecida como o 'Deserto de Gilbués', a cidade no Sul do Piauí impressiona com imagens que se assemelham com o cenário de Marte. As crateras vermelhas e a paisagem árida são características da maior zona de desertificação do Brasil.

A desertificação é causado pela erosão galopante no solo frágil da região, e exacerbado pelo desmatamento, pelo crescimento indiscriminado e provavelmente pelas mudanças climáticas, segundo especialistas.
Desertificação em Gilbués, no Piauí — Foto: Nelson Almeida/AFP
Desertificação em Gilbués, no Piauí — Foto: Nelson Almeida/AFP

O historiador ambiental Dalton Macambira, da Universidade Federal do Piauí, destacou que o problema da erosão não é novo. O termo 'Gilbués' provavelmente vem da palavra indígena "jeruboés", que significa 'terra fraca'.

No entanto, a humanidade agravou o problema, ao devastar e queimar a vegetação, cujas raízes ajudavam a conter o solo friável, e expandir as construções na cidade, atualmente com 11.000 habitantes.

Desertificação em Gilbués, no Piauí — Foto: Nelson Almeida/AFP
Desertificação em Gilbués, no Piauí — Foto: Nelson Almeida/AFP

Além disso, Gilbués foi cenário de uma corrida por diamantes em meados do século XX, depois da produção de cana-de-açúcar e agora é um dos principais municípios produtores de soja do estado.

"Essa atividade econômica acaba acelerando o problema e exige do ambiente natural uma capacidade de suporte que ele não tem", pontuou Dalton Macambira.

Mapa de Gilbués-PI — Foto: g1
Mapa de Gilbués-PI — Foto: g1

Os cientistas afirmam que são necessários mais estudos para determinar se o aquecimento global acelera o fenômeno. Para Macambira, o aquecimento global só pode piorar a situação.

"Nas regiões com problema de degradação ambiental (...), as mudanças climáticas tendem a ter um efeito mais perverso", afirmou.

Estudos recentes do historiador ambiental mostram que a área afetada pela desertificação em Gilbués mais que dobrou, de 387 para 805 km² de 1976 a 2019, área maior que a cidade de Nova York.

Agricultura familiar dribla a desertificação

Agricultores driblam a desertificação em Gilbués, no Piauí — Foto: Nelson Almeida/AFP
Agricultores driblam a desertificação em Gilbués, no Piauí — Foto: Nelson Almeida/AFP

Cerca de 500 famílias sobrevivem da agricultura familiar na região devastada, com plantações de milho, feijão e arroz, melancia, entre outros, mas enfrentam dificuldades para manter a área produtiva.

Os agricultores constataram temporadas mais secas e de chuvas mais curtas, porém mais intensas, o que agrava o problema: as fortes precipitações arrastam mais terra e aprofundam ainda mais os enormes cânions, conhecidos como 'voçorocas'.

O agricultor Washington Rodrigues contou que segue plantando, mesmo sem o apoio público, mas o custo sai caro. Ele apontou a piscicultura como uma nova forma de gerar renda na cidade, já que a região está localizada na área do segundo maior lençol freático do país.

Nós não paramos de plantar depois do abandono do Governo, mas encontramos dificuldades. Conseguimos nos juntar para pagar os tratores que ajudam na melhoria do solo, mas na área da irrigação, por exemplo, não estamos conseguindo lidar muito bem, já que a energia fica muito cara", contou Washington.

Uma solução para auxiliar os serviços dos agricultores locais e reduzir os impactos causados pela desertificação do solo foi a criação do Núcleo de Pesquisa de Recuperação de Áreas Degradadas e Combate à Desertificação (Nuperade), em 2005. No entanto, as atividades estão paralisadas há seis anos e sem previsão para retorno.

Piauí tem a maior área em processo de desertificação do Brasil

Voçorocas fazem parte da paisagem em Gilbués e podem se estender por quilômetros — Foto: Pedro Santiago/G1

Voçorocas fazem parte da paisagem em Gilbués — Foto: Pedro Santiago/G1
Voçorocas fazem parte da paisagem em Gilbués — Foto: Pedro Santiago/G1
Cidade de Gilbués impressiona com imagens que se assemelham com o cenário de Marte.

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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Copom corta Selic pela 3ª vez seguida; taxa básica de juros cai de 12,75% para 12,25% ao ano

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Com a redução, a Selic atingiu seu menor nível desde maio de 2022, quando estava em 11,75% ao ano. A Selic desempenha um papel fundamental na política monetária, influenciando todas as taxas de juros no país.
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Por Ana Paula Castro, TV Globo — Brasília

Postado em 01 de novembro de 2023 às 19h35m

#.*Post. - N.\ 10.994*.#

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (01), reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, de 12,75% ao ano para 12,25% ao ano.

Este foi o terceiro corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto deste ano.

A decisão de hoje foi unânime. Ou seja, todos os membros do Copom votaram pela redução de 0,5 ponto percentual.

No comunicado emitido após a reunião, o colegiado sinalizou que poderá cortar novamente a Selic neste mesmo patamar - 0,5 ponto percentual - no próximo encontro.

"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário".

A Selic chegou agora ao menor nível desde o início de maio de 2022 -- quando estava em 11,75% ao ano.

Neste ano, só terá mais uma reunião do Copom, marcada para os dias 12 e 13 de dezembro. Ou seja, se a previsão de redução se concretizar, a Selic deve terminar 2023 no patamar de 11,75% ao ano. Isso já é esperado pelo mercado financeiro.

Metas fiscais

No comunicado, o comitê também defendeu a importância de perseguir as metas fiscais já estabelecidas.

"Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas".

Nos últimos dias, se acentuou a discussão sobre uma possível alteração da meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024 após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer, em conversa com jornalistas, que o país não precisa de uma meta fiscal zero no próximo ano.

"Eu não quero fazer corte de investimentos de obras. Se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que que é? De 0,25%. o que é? Nada", disse Lula na última semana.

O déficit zero, ou seja, um equilíbrio nas contas públicas, sem resultado negativo nem positivo, está previsto no arcabouço fiscal, nova regra aprovada neste ano para o controle de despesas do governo.

Também consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), e no projeto de Orçamento (PLOA) para 2024. As propostas foram enviadas pelo Executivo ao Congresso Nacional e ainda precisam ser aprovadas pelos parlamentares.

Copom e Selic

O Copom é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia. Cabe ao comitê definir o patamar da Selic a cada 45 dias.

A Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação. A taxa influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.

No comunicado, Copom também avalia que o cenário internacional demanda "cautela" na condução da política monetária aqui no Brasil.

Isso porque, segundo o comitê, o ambiente externo está "adverso" por conta da elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, da inflação em diversos países e de novas tensões geopolíticas - o que, segundo o Copom, "exige atenção e cautela por parte de países emergentes".

No caso do Brasil, o comitê diz que a inflação ao consumidor está em trajetória de desinflação, mas ainda acima do intervalo de tolerância da meta de inflação (veja mais abaixo sobre metas de inflação).

"A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", diz o comunicado.

Como as decisões são tomadas

Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, no sistema de metas de inflação, o BC faz projeções para o futuro.

Neste momento, a instituição já está mirando na meta do ano que vem, e também para o primeiro semestre de 2025 (em doze meses). Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.

A meta de inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

A partir de 2025, o governo mudou o regime de metas de inflação, e a meta passou a ser contínua, de 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que seja descumprida.

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