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sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Gato mais caro do mundo? Conheça o Savannah, híbrido de felino selvagem com filhotes por até R$ 120 mil

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No Brasil, espécie é exclusividade de um gatil em Valinhos, no interior de São Paulo. Animal doméstico requer cuidados especiais com alimentação e comportamento cheio de energia, segundo criadora.
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Por Marcelo Gaudio*, g1 Campinas e Região

Postado em 08 de setembro de 2023 às 06h20m

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Anna Júlia segurando um filhote de Savannah de primeira geração — Foto: Geisa Narcisa
Anna Júlia segurando um filhote de Savannah de primeira geração — Foto: Geisa Narcisa

Quem não conhece o gato Savannah pode até duvidar que o animal seja mesmo domesticável. A pelugem repleta de pintas, o corpo esguio e o porte imponente são bem diferentes em comparação aos felinos que costumamos criar em casa.

A verdade é que esse gatão, híbrido do cruzamento entre os gatos domésticos e o serval – felino selvagem natural das planícies africanas – tem conquistado o coração de muitos gateiros. No entanto, ter um pet exótico como esse custa caro.

Único no Brasil a comercializar a raça, um gatil de Valinhos (SP), no interior de São Paulo, vende filhotes por até R$ 120 mil. Ao g1, a proprietária contou curiosidades sobre a raça e explicou por que ela é considerada uma das mais caras do mundo.

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Nessa matéria você vai conferir:

O Savannah é uma raça híbrida criada nos Estados Unidos em 1986. De acordo com Anna Júlia Dannala, proprietária do gatil, o primeiro nasceu por acidente. Na época, um Serval, encontrado como animal de estimação por alguns criadores, cruzou com uma gata siamesa. O primeiro híbrido foi uma fêmea que ganhou o nome de Savannah.

E não é difícil perceber a semelhança com o ancestral selvagem. Pelo contrário: o Savannah é um gato bem maior do que o comum e se destaca pelas pernas muito longas. Um exemplar de primeira geração, filho direto do cruzamento, pode chegar a 70 cm de altura. Um neto ou bisneto, no entanto, tende a ser menor, mas ligeiramente maior do que um gato comum.

Comprido e com corpo bem alongado, delgado. É um gato mais magro. Ele tem uma estrutura muito bonita mesmo na geração mais distante, descreve a criadora.

A partir daí algumas pessoas se interessaram e quiseram desenvolver a raça, que começou a ganhar popularidade no fim dos anos 1990 e 2000 nos Estados Unidos. No Brasil demorou mais e foi aparecer de forma mais recorrente apenas nos últimos anos, conclui.

Anna Júlia Dannala segurando um filhote de Savannah de terceira geração — Foto: Geisa Narcisa
Anna Júlia Dannala segurando um filhote de Savannah de terceira geração — Foto: Geisa Narcisa

Único a comercializar o gato Savannah no Brasil 👌

A Reserva LuckyStone foi criada por Anna Júlia e sua avó Geisa Narcisa, em 2010, como um tipo de hobby. Na época, a jovem tinha a intenção de ajudar a avó a se distrair dos problemas de saúde que enfrentava.

As duas passaram por várias raças de gatos domésticos, mas nenhuma com muito sucesso, até apostarem no Savannah em 2013. Desde então vários amantes de gatos entraram em contato com a reserva e algumas personalidades já adquiriram os seus.

[O Savannah] Léo, até hoje, é o nosso principal pareador. Ele foi o nosso maior sonho. A gente conseguiu ele dos Estados Unidos e, a partir dele, a gente focou e falou: 'a gente quer criar esta raça', lembra Anna Júlia Dannala.

Embora venda os Savannah, a reserva também desenvolve trabalhos em parceria com ONGs, por meio de doações ou mesmo tratando gatos de rua, além de incentivar a adoção.

Nós somos muito a favor da adoção. É legal que quem tenha condições compre, mas [também] adote. Todos os gatos, de todos os tipos, precisam de lar. As raças são uma paixão a mais para os loucos por gatos, fala.

Por que eles são tão caros? 🙀

Único no Brasil com gatos Savannah, gatil no interior de SP vende filhotes por até R$ 120Único no Brasil com gatos Savannah, gatil no interior de SP vende filhotes por até R$ 120

Vários fatores impactam no valor do Savannah. O primeiro é a dificuldade de criar novos exemplares. Dannala explica que, por se tratar de uma raça híbrida entre um felino selvagem e um doméstico, as características vão diminuindo a cada nova geração. Isto é: quanto mais cruza, menos ele se parece com o serval.

O filho de um Serval a gente chama de F1, o F significa Fundação, ou Geração 1, e isso representa a distância que esse gato está do Serval. F1 são os filhos; F2 é um neto; F3 é um bisneto e assim por diante, explica. Então, quanto mais perto do Serval, mais parecido em suas características físicas e temperamento.

Para definir a geração, quem manda é sempre o exemplar mais puro. No entanto, o cruzamento é bastante complexo, uma vez que apenas a fêmea é fértil nas gerações iniciais. Além disso, o pareamento não acontece sempre, pois, tanto o macho, quanto a fêmea, podem não aceitar o parceiro.

Ou tenta matar às vezes, pois acaba vendo como presa [...] Além disso, nascem poucos filhotes, muitos morrem de forma prematura, afirma Anna.

 Savannah de quarta geração — Foto: Geisa Narcisa
Savannah de quarta geração — Foto: Geisa Narcisa

Quanto custa um Savannah? 💰

Considerando todos esses fatores, um Savannah de primeira geração pode ficar entre R$ 80 mil e R$ 120 mil, enquanto um de quinta fica na faixa de R$ 5 mil a R$ 10 mil. Valores que, segundo Anna Júlia, se mantém tanto no Brasil, quanto no exterior.

Alimentação carnívora 🥩

A distância entre gerações acarreta em alguns cuidados especiais, como na alimentação. Os Savannah de primeira geração só podem comer carne. As outras fundações podem ser tratadas com ração especial, além de um pouco de carne como complemento.

Gatão cheio de energia

O comportamento do bicho também requer atenção dos tutores. Mais próximos dos gatos selvagens, eles são animais com muita energia. Logo, quem cria um Savannah precisa sempre reservar um tempo para passear com eles.

É tipo cachorro. Eles gostam de brincar, de buscar objetos. São muito companheiros. São inteligentes demais. Então, o cuidado mais especial que tem que ter com a raça é com alimentação e esse cuidado com a energia dele.

Eles precisam passear e ter coisas para brincar correr um espaço razoável para eles poderem gastar essa energia é o ideal, completa Anna.

Gato Savannah — Foto: Geisa Narcisa
Gato Savannah — Foto: Geisa Narcisa

* Sob supervisão de Yasmin Castro.

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quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Estudo revela que a humanidade quase foi extinta há cerca de 900 mil anos

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Pesquisa publicada na Science argumena que evento de quase extinção teria ocorrido devido a mudanças nos padrões climáticos globais, com população reduzida a 1.280 indivíduos na época.
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Por g1

Postado em 07 de setembro de 2023 às 07h00m

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Painel de exibição da evolução da "Árvore Familiar" dos seres humanos, no Salão de Origens Humanas do Museu Americano de História Natural. — Foto: Ryan Somma
Painel de exibição da evolução da "Árvore Familiar" dos seres humanos, no Salão de Origens Humanas do Museu Americano de História Natural. — Foto: Ryan Somma

Um novo estudo publicado na revista científica "Science" afirma que a humanidade quase foi extinta há cerca de 900 mil anos, quando a população global se reduziu a cerca de 1.280 indivíduos reprodutores.

O estudo, que foi liderado por pesquisadores da China, Itália e Estados Unidos, usou uma nova técnica de análise genética para reconstruir a história demográfica da humanidade.

Na publicação, os pesquisadores argumentam que a população humana passou por um período de declínio acentuado entre 930 mil e 813 mil anos atrás.

Durante esse período, a população global foi reduzida em cerca de 98%. Os cientistas acreditam que esse declínio foi causado por uma combinação de fatores, incluindo mudanças climáticas e secas prolongadas.

E declínio da população continuou por cerca de 117 mil anos, até que a população humana começou a se recuperar há cerca de 813 mil anos.

Essa nova descoberta abre um novo campo na evolução humana", diz o autor sênior do estudo Yi-Hsuan Pan, especialista em genômica evolutiva e funcional da East China Normal University (ECNU).

"Isso porque esse achado evoca muitas questões, tais como quais foram os locais onde estes indivíduos viveram, como superaram as mudanças climáticas catastróficas e se a seleção natural durante esse evento de 'gargalo' acelerou a evolução do cérebro humano", acrescentou.

O estudo também revelou que o período de declínio da população humana coincidiu com um evento de especiação, no qual duas linhagens de humanos se separaram e se tornaram espécies distintas.

Os pesquisadores acreditam que esse evento de especiação pode ter sido causado pelo isolamento geográfico das duas linhagens e o desenvolvimento de novas tecnologias, como o controle do fogo.

No vídeo abaixo, veja reportagem do Fantástico sobre Svante Pääbo, Nobel de Medicina 2022 que fez descobertas sobre o genoma de ancestrais humanos extintos

Fantástico mostra detalhes da pesquisa que ganhou o prêmio Nobel de MedicinaFantástico mostra detalhes da pesquisa que ganhou o prêmio Nobel de Medicina

A primeira evidência do uso do fogo para cozinhar alimentos data de 780 mil anos atrás no que hoje é Israel.

No estudo, um modelo computacional foi usado para inferir o tamanho das populações em pontos específicos do passado. O modelo usa a vasta quantidade de informações contidas nos genomas humanos modernos sobre a variação genética ao longo do tempo. A equipe de cientistas também usou sequências genéticas de 10 populações africanas e 40 não africanas.

Apesar disso, a pesquisa ainda deixa algumas perguntas sem resposta. Por exemplo, os pesquisadores não sabem exatamente onde a população humana se recuperou após esse declínio. Também não sabem como os eventos de mudança climática e especiação se relacionaram entre si.

Estamos apenas o começo", ressaltou o autor sênior LI Haipeng, geneticista populacional teórico e biólogo computacional do Instituto de Nutrição e Saúde de Xangai e da Academia Chinesa de Ciências (SINH-CAS).

"Os objetivos futuros com este conhecimento visam pintar um quadro mais completo da evolução humana durante este período de transição do início para o Pleistoceno Médio, que por sua vez continuará a desvendar o mistério que é a ancestralidade e a evolução humana inicial", acrescentou.

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quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Cientistas criam modelo de embrião humano sem usar esperma ou óvulo

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Pesquisa ajuda a entender primeiros momentos da vida e razões da infertilidade
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TOPO
Por James Gallagher

Postado em 06 de setembro de 2023 às 19h30m

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Pesquisa ajuda a entender primeiros momentos da vida e razões da infertilidade — Foto: GETTY IMAGES
Pesquisa ajuda a entender primeiros momentos da vida e razões da infertilidade — Foto: GETTY IMAGES

Cientistas desenvolveram uma entidade que se assemelha a um embrião humano em fase inicial, sem usar espermatozoides, óvulos ou um útero.

A equipe do Instituto Weizmann afirma que seu "modelo de embrião", feito a partir de células-tronco, parece um exemplo perfeito de um embrião real de 14 dias de idade.

Ele até liberou hormônios que deram positivo para gravidez em um teste no laboratório.

A ambição dos modelos embrionários é fornecer uma forma ética de compreender os primeiros momentos das nossas vidas.

As primeiras semanas após um espermatozoide fertilizar um óvulo é um período de mudanças dramáticas – de uma coleção de células indistintas para algo que eventualmente se torna reconhecível em um ultrassom.

Este momento é crucial para a ocorrência de muitos dos abortos espontâneos e defeitos congênitos, mas é pouco compreendido.

"É uma caixa-preta e isso não é um clichê – nosso conhecimento é muito limitado", diz o professor Jacob Hanna, do Instituto Weizmann de Ciência, por videochamada.

Material inicial

A pesquisa com embriões é legal, ética e tecnicamente complicada. Mas existe agora um campo em rápido desenvolvimento que imita o desenvolvimento natural do embrião.

Esta pesquisa, publicada na revista Nature, é descrita pela equipa israelense como o primeiro modelo de embrião "completo" que imita todas as estruturas-chave que surgem no embrião em fase inicial.

"Esta é realmente uma imagem perfeita de um embrião humano de 14 dias", diz Hanna, o que "nunca foi feito antes".

Em vez de espermatozoide e óvulo, o material inicial foram células-tronco imaturas que foram reprogramadas para ganhar o potencial de se tornarem qualquer tipo de tecido no corpo.

Produtos químicos foram então usados para estimular essas células-tronco a se tornarem quatro tipos de células encontradas nos estágios iniciais do embrião humano:

  • células epiblásticas, que se tornam o embrião propriamente dito (ou feto);
  • células trofoblásticas, que se tornam a placenta;
  • células hipoblásticas, que se tornam o saco vitelino de suporte;
  • células extraembrionárias do mesoderma.

Um total de 120 destas células foram misturadas numa proporção precisa – e então, os cientistas param e observam.

Criando um modelo de embrião humano — Foto: BBC
Criando um modelo de embrião humano — Foto: BBC

Cerca de 1% da mistura iniciou a jornada de espontaneamente se transformar em uma estrutura que se assemelha, mas não é idêntica, a um embrião humano.

"Dou grande crédito às células – é preciso trazer a mistura certa e ter o ambiente certo e tudo acontece", diz Hanna. "É um fenômeno incrível."

Os modelos de embriões puderam crescer e se desenvolver até serem comparáveis a um embrião de 14 dias após a fertilização. Em muitos países, este é o limite legal para a pesquisa normal em embriões.

Apesar da videochamada tarde da noite, posso ouvir a paixão enquanto o professor Jacob Hanna me conduz por um tour em 3D pela "arquitetura requintada" do modelo de embrião.

Posso ver o trofoblasto, que normalmente se tornaria a placenta, envolvendo o embrião. E isso inclui as cavidades – chamadas lacunas – que se enchem de sangue da mãe para transferir nutrientes ao bebê.

Existe um saco vitelino, que desempenha algumas das funções do fígado e dos rins, e um disco embrionário bilaminar – uma das principais características desta fase do desenvolvimento embrionário.

A esperança é que os modelos de embriões possam ajudar os cientistas a explicar como surgem diferentes tipos de células, testemunhar os primeiros passos na construção dos órgãos do corpo ou compreender doenças hereditárias ou genéticas.

Este estudo já mostra que outras partes do embrião não se formarão a menos que as primeiras células da placenta possam cercá-lo.

Fala-se até em melhorar as taxas de sucesso da fertilização in vitro (FIV), ajudando a compreender porque é que alguns embriões falham ou usar os modelos para testar se medicamentos são seguros durante a gravidez.

O professor Robin Lovell Badge, que pesquisa o desenvolvimento de embriões no Instituto Francis Crick, diz que estes modelos de embriões "parecem muito bons" e aparentam ser "bastante normais".

"Acho que é bom, acho que foi muito bem-feito, tudo faz sentido e estou bastante impressionado, diz ele.

Mas a atual taxa de insucesso de 99% precisaria de ser melhorada, acrescenta. Seria difícil entender o que estava acontecendo de errado no aborto espontâneo ou na infertilidade se o modelo não conseguir se formar na maior parte do tempo.

Legalmente distinto

O trabalho também levanta a questão se o desenvolvimento do embrião poderia ser imitado após a fase de 14 dias.

Isto não seria ilegal, pelo menos no Reino Unido, uma vez que os modelos de embriões são legalmente distintos dos embriões.

"Alguns irão ver isso com bons olhos – mas outros não vão gostar, diz Lovell-Badge.

Alfonso Martinez Arias, professor do departamento de ciências experimentais e da saúde da Universidade Pompeu Fabra (Espanha), diz que se trata de "uma pesquisa muito importante".

"O trabalho conseguiu, pela primeira vez, uma construção fiel da estrutura completa [de um embrião humano] a partir de células-tronco" em laboratório, "abrindo assim a porta para estudos dos eventos que levam à formação do plano corporal humano", diz ele.

Os pesquisadores destacam que seria antiético, ilegal e, na verdade, impossível conseguir uma gravidez utilizando estes modelos de embriões – formar as 120 células vai além do ponto em que um embrião poderia implantar-se com sucesso no colo do útero.


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Governo lançará 'títulos verdes' na Bolsa de Nova York no dia 18; entenda a iniciativa

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Ideia é captar US$ 2 bilhões com emissão desses papéis, que vão financiar ações sustentáveis.
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Por Erick Rianelli, GloboNews — Brasília

Postado em 06 de setembro de 2023 às 15h45m

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O Ministério da Fazenda já tem data para lançar os títulos verdes do Brasil, os chamados green bonds. Será no próximo dia 18, na Bolsa de Valores Nova York.

Além do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também deve participar do lançamento o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, segundo fontes na Fazenda. O objetivo do governo é captar US$ 2 bilhões no mercado internacional para financiar projetos sustentáveis.

A emissão de titulos verdes da divida brasileira no exterior se insere no contexto do Programa de Transição Ecológica, a principal agenda do governo no Congresso para depois da aprovação da reforma tributária.

O programa é a aposta da gestão Lula para colocar o país como destaque na agenda ESG (Environmental, Social and Governance, na sigla em inglês). A estratégia é dividida em seis frentes, entre elas finanças, infraestrutura e bioeconomia.

Depois da captação, o governo deverá publicar, periodicamente, dois relatórios aos investidores estrangeiros. Um deles mostrando onde os recursos dos green bonds foram aplicados. E outro com os resultados de políticas públicas relacionadas à agenda ambiental. Como, por exemplo, a taxa de desmatamento da Amazônia.

A agenda de Haddad em Wall Street em 18 de setembro bate com outra, de Lula, o que não é uma coincidência. O presidente participa da Assembleia Geral das Nações Unidas, que vai até 21 de setembro. Na Fazenda, o que se diz é que com o discurso de Lula na ONU e o lançamento dos títulos, o governo pretende reforçar que a agenda verde veio pra ficar.

Como vai funcionar

Entre as normas, está definido que os recursos captados de investidores internacionais, por meio desses títulos públicos, deverão ser necessariamente direcionados para projetos ambientais. Tais como:

  • preservação ambiental dos biomas nativos, inclusive com o controle do desmatamento da Amazônia e Cerrado,
  • fomento ao Fundo do Clima,
  • produção de energia renovável,
  • eficiência energética e gestão sustentável dos recursos naturais.

Os recursos também poderão ser utilizados para promover ações na área social, em iniciativas de combate à pobreza, geração de empregos e universalização do saneamento básico, entre outras.

Segundo o Ministério da Fazenda, as regras de emissão de títulos verdes pelo governo foram elaboradas pelo Comitê de Finanças Sustentáveis Soberanas, e contou com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial (Bird).

Míriam Leitão sobre o Dia da Amazônia: ‘Este ano a gente pode celebrar'Míriam Leitão sobre o Dia da Amazônia: ‘Este ano a gente pode celebrar'

Espécie de leilão

Os investidores que compram esses papéis da dívida pública pagam em dólar, euro, ou até em reais, dependendo da moeda escolhida pelo Tesouro Nacional.

Na data do chamado resgate, eles recebem de volta o valor pago ao governo brasileiro. Além disso, o Brasil paga juros a esses investidores, a cada seis meses ou um ano, dependendo do contrato.

O lançamento de bônus no mercado externo funciona como um leilão: os investidores fazem suas propostas de taxa de juros e quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro decide se aceita. As ofertas são feitas aos bancos contratados pelo Tesouro para liderar a operação.

Arcabouço fiscal

Os recursos captados com a emissão de papéis no mercado externo precisam atender às regras estabelecidas pela nova regra fiscal.

Na prática, mesmo com a arrecadação extra, o governo não poderá gastar mais do que o limite de despesas estabelecido para o ano.

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