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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo estão secando, diz estudo

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Pesquisa monitorou cerca de 2 mil lagos e reservatórios e descobriu que cerca de 53% deles registram declínio no armazenamento de água de 1992 a 2020.
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Por g1

Postado em 19 de maio de 2023 às 11h00m

 #.*Post. - N.\ 10.798*.#

Mar de Aral é um lago entre Cazaquistão e Uzbequistão. Imagem de 2000

Mar de Aral em 2018


Fotos: NASA Earth Observatory via AP

Mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo estão secando, pondo em risco o futuro hídrico da humanidade, afirma um estudo publicado na quinta-feira (18) na revista Science.

🎯 Motivos: os principais responsáveis por isso são o consumo insustentável e as mudanças climáticas.

💥 População impactada: cerca de dois bilhões de pessoas, ou 25% da população mundial, que vivem em uma bacia lacunar com tendência de declínio.

👉 Importância: lagos e reservatórios armazenam 87% da água doce do planeta.

Alerta: lagos também perderam volume em áreas úmidas, como na Amazônia.

Uma análise detalhada de quase 2.000 dos maiores lagos do mundo revelou uma alarmante tendência: eles estão perdendo cerca de 21,5 trilhões de litros anualmente.

"Os lagos estão em dificuldades em todo o mundo e isso tem implicações por toda parte", disse à AFP Balaji Rajagopalan, professor da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, e coautor da pesquisa.

"Realmente, chamou nossa atenção que 25% da população mundial viva em uma bacia lacunar que está com tendência de declínio", acrescentou, o que significa que cerca de dois bilhões de pessoas são impactadas por estas descobertas.

Crise mais ampla

Ao contrário dos rios, que tendem a monopolizar a atenção dos cientistas, os lagos não são bem monitorados, apesar de sua importância crítica para a segurança hídrica, disse Rajagopalan.

Mas desastres ambientais de grandes proporções em corpos hídricos vastos, como o mar Cáspio e o mar de Aral, mostraram aos cientistas uma crise mais ampla.

📋 Como foi feita a pesquisa? Para acompanhar a questão sistematicamente, a equipe de pesquisadores, que inclui cientistas dos Estados Unidos, França e Arábia Saudita, observou os maiores 1.972 lagos e reservatórios da Terra, usando dados de satélites de 1992 a 2020.

Eles se concentraram em vastos corpos de água doce por causa da maior precisão dos satélites para registrar escalas maiores, e também por sua importância para os seres humanos e os animais selvagens.

'Clima permeia todos os fatores'

A base de dados reuniu imagens do Landsat, o programa de observação da Terra mais antigo em atividade, com informações sobre a altura da superfície da água, obtidas por altímetros via satélite, para determinar como o volume lacunar variou ao longo de quase 30 anos.

O resultado foi que 53% dos lagos e reservatórios registram declínio no armazenamento de água a uma proporção de aproximadamente 22 gigatoneladas (uma gigatonelada equivale a um milhão de toneladas) por ano.

Ao longo do período estudado, foram perdidos 603 quilômetros cúbicos de água, 17 vezes o volume de água do Lago Mead, o maior reservatório dos Estados Unidos.

Homem observa barco até que estava submerso no Lago Mead, reservatório nos estados de Arizona e Nevada (EUA) que fornece água potável para 20 milhões de pessoas. — Foto: AP Photo/John Locher, Arquivo
Homem observa barco até que estava submerso no Lago Mead, reservatório nos estados de Arizona e Nevada (EUA) que fornece água potável para 20 milhões de pessoas. — Foto: AP Photo/John Locher, Arquivo

🔎 Como se chegou nas causas? Para descobrir as causas desta perda, a equipe de pesquisadores usou modelos estatísticos incorporando tendências climatológicas e hidrológicas para identificar fatores naturais e os provocados pelo homem.

No caso dos lagos naturais, grande parte da perda líquida foi atribuída tanto ao aquecimento global quanto ao consumo de água pelos humanos.

🥵 As temperaturas mais altas provocadas pelo aquecimento global levaram à evaporação, mas também podem ter diminuído a precipitação em alguns lugares.

"O sinal climático permeia todos os fatores", disse Rajagopalan.

Fangfang Yao, principal autor do estudo e membro visitante da Universidade do Colorado, acrescentou em nota: "muitos dos impactos humanos e das mudanças climáticas na perda de água dos lagos já eram conhecidos anteriormente, como a dessecação do Lago Good-e-Zareh no Afeganistão e do Mar Chiquita, na Argentina", que, apesar do nome, é um lago em Córdoba (centro-norte).

Perdas também em regiões úmidas, como na Amazônia

Um aspecto surpreendente foi que tanto lagos em regiões secas quanto nas úmidas estão perdendo volume, sugerindo que o paradigma "o seco fica mais seco e o úmido, mais úmido", frequentemente usado para resumir como as mudanças climáticas afetam as regiões, nem sempre se mantém.

  • Perdas foram registradas tanto em lagos tropicais úmidos na Amazônia, como no Ártico, demonstrando uma tendência mais disseminada do que se previa.
  • Além disso, a perda de armazenamento em reservatórios em processo de secagem foi apontada como responsável pela acumulação de sedimentos.

Mas, embora a maioria dos grandes lagos no mundo esteja secando, quase um quarto teve um aumento significativo em seu armazenamento hídrico. O motivo? O degelo de geleiras.

Entre eles está o Planalto Tibetano, "onde o recuo das geleiras e o degelo do permafrost foram parcialmente responsáveis pela expansão do lago alpino", ressaltou o artigo.

Hilary Dugan, cientista que estuda sistemas de água doce na Universidade do Wisconsin em Madison e que não participou do estudo, disse à AFP que a pesquisa avançou na compreensão cientifica sobre a variabilidade do volume lacunar, o que é de "suma importância".

É "única ao se concentrar em lagos específicos e registrar a quantidade de água como volume", afirmou.

Mas também ponderou: "é importante ter em mente que muitas fontes de abastecimento de água são lagos e reservatórios pequenos" e que novas pesquisas precisam considerá-los também.

Globalmente, lagos e reservatórios armazenam 87% da água doce do planeta, o que reforça a urgência de se adotar novas estratégias para o consumo sustentável e a mitigação das mudanças climáticas.

"Se boa parte dos lagos de água doce estão morrendo, então vamos ver o impacto chegar de um jeito ou de outro, se não agora, no futuro não muito distante", afirmou Rajagopalan.

"Então, cabe a todos nós sermos bons administradores", concluiu.

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Com juros altos, IPOs 'somem' do radar das empresas — e não têm previsão de voltar

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No Brasil, nenhuma empresa chegou à bolsa em 2022 e 2023. Companhias perdem uma das formas de financiar investimentos e expansão, o que desemboca na ponta em menor atividade e redução da criação de empregos
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Por Raphael Martins, g1

Postado em 19 de maio de 2023 às 06h00m

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O último IPO de empresas brasileiras foi do Nubank, na Bolsa de Valores de Nova York. Desde então, ações caíram mais de 40%. — Foto: Reprodução/Youtube Nubank
O último IPO de empresas brasileiras foi do Nubank, na Bolsa de Valores de Nova York. Desde então, ações caíram mais de 40%. — Foto: Reprodução/Youtube Nubank

Mais um dos efeitos da alta recente de juros no Brasil foi o sumiço das ofertas públicas de ações, os IPOs. Depois de um recorde em 2021, com 45 ofertas, o país fechou o ano seguinte com nenhuma empresa se lançando à bolsa. E, neste ano, a tendência não é de melhora.

Até maio, nenhuma companhia brasileira decidiu listar suas ações, e muitas das que pretendiam se lançar não têm previsão de retomar os planos.

O assunto não interessa apenas ao mercado financeiro: é uma mostra de como um recurso importante para que empresas captem dinheiro e possam investir em planos de expansão se esgotou por condições ruins de mercado.

Um relatório da consultoria EY, antecipado ao g1, mostra que o mercado global de IPOs encolheu em 61% no volume financeiro movimentado neste primeiro trimestre de 2023, chegando a US$ 21 bilhões. Foram 299 IPOs no mundo todo, também uma queda de 8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Quem encabeça a lista, porém, não poderia estar mais longe daqui: a região da Ásia-Pacífico foi responsável por 59% dos negócios globais de IPOs. Na região das Américas, da qual o Brasil faz parte, foram 40 negócios e US$ 2,6 bilhões em receitas, sendo 31 nas bolsas dos Estados Unidos.

Em suma, são menos empresas dispostas a investir, criar empregos e agitar os negócios.

Para Rafael Santos, sócio e especialista em IPO da EY Brasil, há uma mistura entre fatores internos e externos que paralisaram o mercado, e são questões que demoraram mais que o previsto para se resolver.

  • Uma questão é a inflação persistente, que impede os bancos centrais de diminuírem o patamar de juros;
  • Para o Brasil, houve ainda os adicionais de incerteza com as eleições presidenciais de 2022;
  • e há as questões de arrumação das contas públicas e reforma tributária, que ainda estão no radar de investidores.

Por mais que tenhamos um aumento expressivo de investidores pessoas físicas, um IPO no Brasil chega a ter 50% das operações vindas de investidor internacional. Então, a conjuntura precisa se arrumar aqui e lá fora, diz Santos.

Com a janela para novos lançamentos fechada, o especialista prevê uma nova boa fase para o mercado de capitais assim que houver uma arrumação dos aspectos macroeconômicos. Mas os desafios da saída da pandemia, com intensidade acima da média, ainda devem levar algum tempo para desatar os nós do mercado.

Temos empresas preparadas, mas o momento é de arrumar a casa. Empresas maiores ainda conseguem acessar dívida, mesmo que esteja mais cara. Mas empresas médias têm recorrido aos fundos de investimento, afirma.

Texto do relator do arcabouço fiscal é mais crível e sólido, como pede o BC, diz Míriam LeitãoTexto do relator do arcabouço fiscal é mais crível e sólido, como pede o BC, diz Míriam Leitão

Em compasso de espera

Ao longo da semana, o g1 procurou empresas que desistiram de seus IPOs nos últimos anos, mas parte delas preferiu não comentar as estratégias. A Wine decidiu falar, e representa bem o sentimento geral do mercado.

Em meados de 2020, a empresa passou a se aproveitar de um momento de arranque histórico do mercado de vinhos no Brasil. As vendas da bebida explodiram nos anos iniciais da pandemia, quando o vinho ganhou destaque para os momentos de lazer em casa após o fechamento de bares e restaurantes.

Ao buscar as alternativas para levantar capital e expandir a empresa, um IPO chegou à mesa como possibilidade. A ideia inicial era se lançar à bolsa no fim de 2020, mas as eleições norte-americanas tumultuaram o mercado e trouxeram alguma insegurança aos sócios.

A saída foi manter a empresa com capital aberto, suspender o IPO e captar dinheiro por meio de debêntures. Foi assim que a empresa financiou a compra da importadora Cantu, investiu no lançamento de lojas físicas, ampliou o grupo de assinantes e partiu para o México como primeira expansão internacional.

Marcelo D'Arienzo, CEO da Wine — Foto: Celso Doni/Wine
Marcelo D'Arienzo, CEO da Wine — Foto: Celso Doni/Wine

Como a documentação está pronta, a Wine só espera um bom momento para listar na bolsa. Mas não deve ser logo.

"Não vejo janela clara para esse ano. Somos uma empresa média, imagino que as operações retornem com IPOs maiores. Quando esse extrato estiver organizado de novo, podemos voltar as discussões sobre o nosso", diz Marcelo D'Arienzo, CEO da Wine.

Com os olhos já em 2024, o executivo diz que espera alguma arrumação do mercado brasileiro, também citando medidas como a aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária. Mas, sobretudo, aguarda uma melhora do ambiente externo, com redução do patamar de juros nos Estados Unidos, para que o mercado de capitais destrave por lá também.

"Não sou pessimista com essa organização dos fatos. É só saber a velocidade em que isso tudo vai acontecer", afirma D'Arienzo.

Experiência para o investidor

A outra face do IPO, o investidor, enfrenta um paradigma ao decidir se coloca seu dinheiro na abertura de mercado de uma empresa.

Ao mesmo tempo que o IPO pode ser uma oportunidade de pegar uma empresa em ascensão, também pode ser um momento de readequação dos negócios ou de valor de mercado elevado para retorno dos sócios e fundos de investimento.

A experiência de entrar em um IPO tem sido negativa no Brasil. Um levantamento de Einar Rivero, da TradeMap, mostra que apenas 15 IPOs tiveram retorno positivo ao acionista entre os mais de 70 realizados de 2020 para cá.

O último deles, que gerou barulho no mercado, foi do banco digital Nubank. Do fim de 2021 para cá, a ação da empresa teve queda de 40%.

Segundo Raphael Castilho, sócio do escritório de gestão de investimentos Ártica, os resultados de IPOs precisam ser analisados caso a caso, mas a linha condutora para um desempenho geral tão ruim é a condição dura da economia na recuperação da pandemia de Covid-19.

Voltam-se os olhos para a questão de juros altos e inflação persistente. Mas, segundo ele, não se pode desconsiderar alguns casos de empresas que não fizeram a preparação adequada para a abertura de mercado ou, então, para negócios que foram especialmente impactados pelas condições econômicas.

Esse último fator é o caso de empresas de tecnologia, que sofrem mais com as projeções de crescimento quando os juros sobem.

Os IPOs, em geral, acontecem em épocas de mercado aquecido, bolsa subindo, não é coincidência. Mas as empresas são cíclicas: é também nesses momentos que elas entregam os melhores resultados, diz Castilho.

O investidor não pode esquecer que o empresário quer vender parte da sua empresa em um preço atrativo para ele. É preciso calibrar o filtro para pegar uma oportunidade de fato, afirma.

Rodrigo Sgavioli, chefe de alocação e fundos da XP, adiciona ainda que, em geral, IPOs são acompanhados por um furor de mercado. O ruído na análise pode separar um bom de um mau investimento.

Prefiro não acertar o timing. É melhor entrar em ações que despencaram e que estejam voltando a subir com fundamentos e perspectiva sustentável do que cair no oba-oba do momento, diz Sgavioli.

O gestor lembra ainda que uma empresa que esteja no mercado secundário — isto é, que já tem suas ações negociadas em bolsa e os investidores apenas comercializam os papéis — são obrigadas a prestar contas por mais tempo, o que forma um histórico para análise.

Não digo que nunca se deve entrar em um IPO, mas ele serve para quem tem horizontes muito grandes de investimento e isso é uma minoria do público do varejo, afirma.

Não dá para ser leviano com a capacidade financeira e emocional do investidor comum para aguentar o período longo de desenvolvimento da empresa, diz ele.
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quinta-feira, 18 de maio de 2023

Desemprego sobe em 15 estados e no DF no primeiro trimestre de 2023, diz IBGE

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Aumento da desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea, resultaram no crescimento da taxa de desocupação nas grandes regiões.
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Por g1

Postado em 18 de maio de 2023 às 10h35m

 #.*Post. - N.\ 10.796*.#

Carteira de trabalho — Foto: Divulgação
Carteira de trabalho — Foto: Divulgação

A taxa de desemprego no Brasil subiu em 16 das 27 Unidades da Federação no primeiro trimestre de 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos demais estados, a taxa ficou estável.

Segundo o IBGE, o aumento da desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea, resultaram no crescimento da taxa de desocupação nas grandes regiões.

Os estados com as maiores taxas de desocupação foram Bahia (14,4%), Pernambuco (14,1%) e Amapá (12,2%). Na outra ponta estão Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%). Veja a lista abaixo.

Taxa de desocupação por UF — Foto: Reprodução/IBGE
Taxa de desocupação por UF — Foto: Reprodução/IBGE

Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica, explica a analista da pesquisa Alessandra Brito.

Nos recortes sociais, a taxa de desocupação foi de 7,2% para os homens e 10,8% para as mulheres. Já a divisão por cor ou raça tem resultados abaixo da média nacional (de 8,8%) para os brancos (6,8%) e acima para os pretos (11,3%) e pardos (10,1%).

Desemprego

A taxa de desocupação no primeiro trimestre móvel do ano ficou em 8,8%, como mostrou o IBGE no mês passado. Esse é o menor resultado para o trimestre desde 2015, quando fechou em 8%.

Em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre outubro e dezembro, o período traz aumento de 0,9 ponto percentual (7,9%) na taxa de desocupação. No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 11,1%.

Com isso, o número absoluto de desocupados teve alta de 10% contra o trimestre anterior, chegando a 9,4 milhões de pessoas. São 860 mil pessoas a mais entre o contingente de desocupados, comparado o último trimestre do ano passado. Em relação ao mesmo período de 2022, o recuo é de 21,1%, ou 2,5 milhões de trabalhadores.

Já o total de pessoas ocupadas teve um recuo de 1,6% contra o trimestre anterior, passando para 97,8 milhões de brasileiros. Deixaram o grupo cerca de 1,5 milhão. Na comparação anual, houve crescimento de 2,7%.

Esse movimento de retração da ocupação e expansão da procura por trabalho é observado em todos os primeiros trimestres da pesquisa, com exceção do ano de 2022, que foi marcado pela recuperação pós-pandemia, diz Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Esse resultado do primeiro trimestre pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos.

Recuo entre os sem carteira assinada

De acordo com o IBGE, o número de empregados com carteira assinada no setor privado manteve estabilidade no trimestre. Então, boa parte da queda na ocupação pode ser atribuída à redução dos trabalhadores sem carteira no setor público (-7%) e privado (-3,2%).

Setores como outros serviços (-4,3%), administração pública (-2,4%), agricultura (-2,4%), construção (-2,9%) e comércio (-1,5%) tiveram quedas expressivas no total de seus trabalhadores sem carteira. Além disso, o total de trabalhadores por conta própria com CNPJ teve queda de 8,1% (o que representa menos 559 mil pessoas).

Com isso, a taxa de informalidade voltou aos 39% da população ocupada, o que equivale a 38,1 milhões de trabalhadores informais no país. No trimestre anterior, a taxa era de 38,8%, mas estava em 40,1% no mesmo trimestre do ano anterior.

A Pnad Trimestral revela que as maiores taxas de informalidade ficaram com Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%). As menores, com Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).

Por outro lado, 74,1% dos empregados do setor privado do país tinham carteira de trabalho assinada no 1º trimestre de 2023. As regiões Nordeste (58,9%) e Norte (57,6 %) apresentaram as menores taxas.

Já o estado com maior percentual de trabalhadores com carteira assinada é Santa Catarina, com 88,2%. Em seguida, estão Rio Grande do Sul (82,2%) e São Paulo (81,1%).

Entre os trabalhadores domésticos, apenas 26,1% tinham carteira de trabalho assinada no país, contra 25% no mesmo período do ano anterior.

Níveis de ocupação

O IBGE mostra também que o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, chamado nível de ocupação, chegou a 56,1%. Trata-se de uma queda de 1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (57,2%). Na comparação anual, ainda há alta de 1 p.p. (55,2%).

O contingente fora da força de trabalho foi estimado em 67 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2023. O incremento foi de 1,1 milhão de pessoas frente ao trimestre anterior. Na comparação anual, subiu em mais de 1,5 milhão.

Segundo Beringuy, do IBGE, o aumento de pessoas fora da força de trabalho permaneceu nas últimas divulgações de desemprego, mas não está relacionado a um aumento da população na força de trabalho potencial ou no desalento, que mostram estabilidade no trimestre e queda no ano.

Já a taxa de subutilização — percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada — foi estimada em 18,9%. É uma alta de 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (18,5%) e uma queda na comparação anual (23,2%).

Rendimento segue estável

O rendimento real habitual ficou estável frente ao trimestre anterior em R$ 2.880. No ano, o crescimento foi de 7,4%.

Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 277,2 bilhões. O resultado também ficou estável frente ao trimestre anterior, mas cresceu 10,8% na comparação anual.

Segundo o IBGE, o Nordeste (R$ 1.979) foi a única região com alta "estatisticamente significativa" do rendimento. As demais regiões permaneceram estáveis.

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quarta-feira, 17 de maio de 2023

Temperaturas globais devem subir a níveis recordes nos próximos cinco anos, diz ONU

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Novo estudo da Organização Meotorológica Mundial diz que há uma probabilidade de 66% da média anual de aquecimento ultrapassar o limite de 1.5°C entre 2023 e 2027; pelo menos um dentre os próximos cinco anos será o mais quente desde o início dos registros.
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Por g1

Postado em 17 de maio de 2023 às 07h20m

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Novo estudo da Organização Meotorológica Mundial diz que há uma probabilidade de 66% da média anual de aquecimento ultrapassar o limite de 1.5°C entre 2023 e 2027. — Foto: José Fernando Ogura/AEN
Novo estudo da Organização Meotorológica Mundial diz que há uma probabilidade de 66% da média anual de aquecimento ultrapassar o limite de 1.5°C entre 2023 e 2027. — Foto: José Fernando Ogura/AEN

A Organização Mundial Meteorológica (OMM) divulgou nesta quarta-feira (17) que as temperaturas globais devem bater taxas recordes nos próximos cinco anos por causa dos gases que causam o efeito estufa e do fenômeno El Niño.

Segundo um novo relatório divulgado pela agência ligada a ONU, há uma probabilidade de 66% da média anual de aquecimento ultrapassar 1.5°C entre 2023 e 2027.

Além disso, pelo menos um dentre os próximos cinco anos será o mais quente desde o início dos registros. O relatório da OMM é baseado em cálculos de 11 diferentes centros de ciência do clima em todo o mundo.

Provavelmente não será este ano. Talvez seja no próximo ano ou no ano seguinte que teremos um ano com uma média de 1,5 graus Celsius, disse o principal autor do relatório, Leon Hermanson, cientista climático do Met Office do Reino Unido.
1.5ºC é o chamado “limite seguro” das mudanças climáticas.

Esse é o limiar de aumento da taxa média de temperatura global que temos que atingir até o final do século para evitar as consequências da crise climática provocada pelo homem por causa da crescente emissão de gases de efeito estufa na nossa atmosfera.

A taxa é medida em referência aos níveis pré-industriais, a partir de quando as emissões de poluentes passar a afetar significativamente o clima global. Em 2022, a média de temperatura global foi de 1.15°C acima da média de 1850-1900.

Segundo o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, o relatório não significa que a humanidade estará permanentemente excedendo a marca de 1.5°C, mas serve como um alerta de que este limite será rompido com maior frequência, no futuro.

O fator El Niño

O relatório também aponta que o El Niño, que deve evoluir nos próximos meses, terá uma influência grande em todo esse processo e levará as temperaturas globais para "patamares desconhecidos".

O El Niño é causado por uma desaceleração dos ventos alísios, que sopram na direção oeste perto do Equador. Na falta de algo que transporte o calor na direção do Índico, as águas do Pacífico ficam cozinhando ao Sol, sem se moverem muito, e acabam mais quentes.

E isso ocorre depois de três anos que o planeta esteve sob influência de La Niña, que causa o efeito inverso, contribuindo para o resfriamento das temperaturas. O ano mais quente já registrado no mundo até agora foi 2016, quando coincidiu justamente com um forte El Niño.

Ainda segundo a ONU, o El Niño geralmente leva a uma alta das temperaturas globais no ano seguinte à sua formação, ou seja, 2024.

Com tudo isso em jogo, temos uma chance de 98% de quebrar o recorde anual de temperatura global de 2016 até 2027, afirma o relatório.

Aliado a isso, os padrões de precipitação previstos para maio a setembro de 2023 a 2027 se comparados a 1991-2020 sugerem um aumento de chuvas no Sahel, no norte da Europa, no Alasca e no norte da Sibéria. E uma redução da estação de chuva para a Amazônia e partes da Austrália.

El Niño e La Niña — Foto: Arte g1/Luisa Rivas
El Niño e La Niña — Foto: Arte g1/Luisa Rivas

O El Niño "se combinará com as mudanças climáticas induzidas pelo homem para empurrar as temperaturas globais para um território desconhecido", disse o secretário-geral da OMM.

Ao contrário das projeções do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas, que são baseadas em futuras emissões de gases de efeito estufa, o prognóstico da OMM fornece mais de uma previsão do tempo de longo prazo baseada em diversos dados.

No último mês de março, o painel, reconhecido mundialmente como a fonte mais confiável de informações sobre as mudanças do clima afirmou em seu relatório síntese que ações urgentes contra mudanças climáticas ainda podem garantir ‘futuro habitável’ na Terra.

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