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sábado, 24 de setembro de 2022

Plantas carnívoras têm 5 armadilhas diferentes e algumas até debaixo da terra e água; conheça os tipos

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Vegetais podem atrair presas simulando um orvalho ou abrigo. Brasil tem o maior número de espécies criticamente ameaçadas do mundo por causa da conversão de terras para a agricultura, diz estudo de especialista.
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Por Paula Salati, g1

Postado em 24 de setembro de 2022 às 05h35m

 #.*Post. - N.\ 10.485*.#

(1) Dionaea; (2) Drosera; (3) Genlisea (subaquática ou subterrânea); (4) Nephentes; (5) Utricularia (subaquática ou subterrânea). — Foto: Arquivo pessoal Julio Santiago/Noah Elhardt/ Miguel Porto/Leonhard Lenz
(1) Dionaea; (2) Drosera; (3) Genlisea (subaquática ou subterrânea); (4) Nephentes; (5) Utricularia (subaquática ou subterrânea). — Foto: Arquivo pessoal Julio Santiago/Noah Elhardt/ Miguel Porto/Leonhard Lenz

Nem sempre as armadilhas das plantas carnívoras são óbvias e visíveis como a boca de uma Nephentes ou as garras de jaula da famosa dionaea ou apanha-moscas, uma das espécies mais conhecidas no Brasil.

Suas artimanhas também podem aparecer na forma de um 'belo orvalho' – que, na verdade, é uma cola – ou até mesmo na de um 'abrigo' debaixo da terra ou da água, que, de repente, pode sugar as presas.

As capturas das plantas carnívoras também vão muito além dos insetos: algumas podem comer larvas, vermes, protozoários, sapos e até roedores ou pássaros mais distraídos. Veja abaixo um infográfico sobre cada tipo de armadilha.

Nessa reportagem você ainda pode conferir:

  • Por que as plantas carnívoras comem insetos?
  • Elas conseguem capturar animais maiores?
  • Qual é a maior do mundo?
  • Plantas carnívoras são venenosas? Podem 'morder' o dedo?
  • Quantas espécies existem e quais estão ameaçadas de extinção no Brasil?
Plantas carnívoras — Foto: Arte/ Luisa Blanco
Plantas carnívoras — Foto: Arte/ Luisa Blanco

Por que as plantas carnívoras precisam comer insetos?

A síndrome carnívora se desenvolveu como um mecanismo de sobrevivência de plantas localizadas em ambientes com solo pouco fértil, explica Julio Santiago, mestrando em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os insetos, contudo, são uma fonte complementar de nutrientes, e não a principal.

"A principal fonte de energia das plantas carnívoras ainda é o sol, pois, assim como a maioria das plantas, elas fazem fotossíntese", ressalta o professor Paulo Gonella, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

Os insetos servem, na verdade, para complementar nutrientes que existem em pouca quantidade no solo onde vivem as plantas carnívoras, como o nitrogênio e o fósforo.

Dionaea capturando inseto; planta usa a armadilha da jaula. — Foto: Arquivo pessoal/Julio Santiago - UGMG
Dionaea capturando inseto; planta usa a armadilha da jaula. — Foto: Arquivo pessoal/Julio Santiago - UGMG

Podem capturar animais maiores, como ratos e pássaros?

Sim, mas de forma acidental. As Nephentes, por exemplo, têm estruturas para capturar animais um pouco maiores por causa do seu formato semelhante a um jarro.

"Os insetos são as presas principais das plantas carnívoras. Pequenas aves ou roedores são presas eventuais, que podem cair na armadilha atraídas pelos próprios insetos capturados ou pelo açúcar que a planta libera", diz Gonella.

A depender do tamanho do bicho, as plantas podem até apodrecer por causa da dificuldade de digerir uma quantidade muito alta de nutrientes.

Nephentes pode capturar de forma acidental animais um pouco maiores, mas sua presa principal é o inseto. — Foto: Arquivo Julio Santiago - UFMG
Nephentes pode capturar de forma acidental animais um pouco maiores, mas sua presa principal é o inseto. — Foto: Arquivo Julio Santiago - UFMG

Qual é a maior do mundo?

Há duas espécies que estão, até o momento, entre as maiores do mundo, e que podem atingir até 1,5m de altura: a Drosera magnifica e a Nephentes rajah, diz Santiago.

A Drosera magnifica é originária do estado de Minas Gerais, enquanto a Nephentes rajah, da Ilha de Bornéu, do Sudeste Asiático.

Plantas carnívoras são venenosas? Podem 'morder' o dedo?

Nenhuma planta carnívora que se tem conhecimento é venenosa ou tóxica e tampouco tem interesse na carne humana.

"[Se você colocar o dedo], pode até estimular [a planta], mas não o suficiente para prender. Em muitos casos, nem vai estimular, porque a sinalização química [que incentiva a captura] está relacionada à quitina, uma proteína presente no exoesqueleto dos insetos", explica Santiago.

No momento em que o inseto pousa em uma planta carnívora, há uma sinalização química da presença quitina que faz o vegetal reconhecer a presença de um alimento promissor.

Espécies pelo mundo

A drosera captura as suas presas a partir do visual. Suas gotas colantes se assemelham a orvalhos. É o gênero com o maior número de plantas, ao lado das utricularias. — Foto: Arquivo Julio Santiago - UFMG
A drosera captura as suas presas a partir do visual. Suas gotas colantes se assemelham a orvalhos. É o gênero com o maior número de plantas, ao lado das utricularias. — Foto: Arquivo Julio Santiago - UFMG

No mundo, há cerca de 860 espécies de plantas carnívoras conhecidas, sendo que a maior parte delas são do gênero Drosera, Utricularia e Nephentes.

Os dados são do estudo "Conservação das plantas carnívoras na Era da Extinção", publicado em 2020 por Gonella e outros autores, na revista científica Global Ecology and Conservation.

O Brasil é o segundo país com o maior número de espécies (cerca de 130), perdendo apenas para a Austrália, que tem aproximadamente 250.

Quando se trata das que estão ameaçadas de extinção, há, hoje, cerca de 193, o que representa 20% do total das espécies.

Dessas, 28 estão no Brasil, das quais 13 são classificadas como "criticamente ameaçadas". O Brasil é o país com o maior número de espécies nesse estado, mostra o estudo de Gonella, que adota critérios de classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Planta carnívora do gênero philcoxia só existe no Brasil e está criticamente ameaçada de extinção. Suas armadilhas são subterrâneas. — Foto: Divulgação/PNAS
Planta carnívora do gênero philcoxia só existe no Brasil e está criticamente ameaçada de extinção. Suas armadilhas são subterrâneas. — Foto: Divulgação/PNAS

O gênero Philcoxia, que só existe no Brasil – mais especificamente nos biomas Cerrado e Caatinga –é o que mais preocupa, pois 100% dele está ameaçado, conta o professor da UFSJ.

Essas plantas crescem em areias muito brancas e dão flores de cor lilás. Elas se alimentam de pequenos vermes que vivem no solo, a partir de armadilhas adesivas em folhas que ficam debaixo da terra.

Outro gênero em risco no Brasil é a Drosera, com 40% de plantas ameaçadas.

"O Brasil tem uma responsabilidade muito grande na conservação de suas espécies carnívoras. Um dos principais fatores que está causando isso [a ameaça de extinção] é a destruição dos habitats para conversão para a agricultura", diz Gonella.

"O uso de fertilizantes e pesticidas na agricultura tornam o solo mais rico do que eles são originalmente, fazendo com que outras espécies invadam esses locais e acabem competindo pelos habitats das plantas carnívoras", acrescenta.

À direita, a parte de cima de uma utricularia e, à esquerda, sua parte subaquática. — Foto: Leonhard Lenz/Miguel Porto
À direita, a parte de cima de uma utricularia e, à esquerda, sua parte subaquática. — Foto: Leonhard Lenz/Miguel Porto

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sexta-feira, 23 de setembro de 2022

VÍDEO: Navio naufragado há 1200 anos é encontrado na costa de Israel

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Junto à embarcação, pesquisadores da Universidade de Haifa descobriram 200 ânforas, um tipo de vaso para armazenar itens de consumo, com diversos ingredientes da dieta mediterrânea, como molho de peixe, azeitonas, tâmaras e figos.
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TOPO
Por Reuters

Postado em 23 de setembro de 2022 às 06h40m

 #.*Post. - N.\ 10.484*.#

Navio naufragado há 1200 anos é encontrado na costa de IsraelNavio naufragado há 1200 anos é encontrado na costa de Israel

Um navio que naufragou há mais de 1200 anos foi encontrado na costa da comunidade Maagan Michael, em Israel. Os destroços da embarcação foram descobertos por dois mergulhadores amadores, que reportaram o achado para as autoridades.

Os pesquisadores da Universidade de Haifa, que lideraram o estudo do sítio arqueológico, não sabem o que causou o naufrágio, mas afirmam que o barco era um navio mercante e que era feito de abetos e nogueiras.

"É [uma descoberta] única, primeiro por causa de seu tamanho: cerca de 20 metros de comprimento e 5 metros de altura, o maior naufrágio que já escavamos. E também por sua datação. [O navio] é datado entre os séculos VII e VIII d.C., que é quando houve a mudança entre o domínio bizantino e islâmico na área", disse Deborah Cvikel, arqueóloga náutica da Universidade de Haifa e diretora da escavação.

À época do naufrágio, o Império Bizantino, em grande parte cristão, estava perdendo o controle da porção leste para o domínio árabe e islâmico — e é justamente nessa região que os destroços foram encontrados. Por isso, de acordo com os estudiosos, a descoberta mostra que, mesmo após a área ser conquistada pelos forasteiros, o Ocidente continuou fazendo negócios por ali.

"Se olharmos para os livros de história, eles geralmente nos dizem que nesta mudança, após o declínio do domínio bizantino nesta área e a ascensão do domínio islâmico, o comércio quase parou, não havia comércio internacional no Mediterrâneo, tínhamos principalmente navios menores navegando ao longo da costa fazendo cabotagem", afirmou Cvikel. "Aqui temos um grande navio naufragado carregado [...] com cargas de todo o Mediterrâneo."

Junto com o barco, os arqueólogos descobriram mais de 200 ânforas, um tipo de vaso para armazenar itens de consumo, com diversos ingredientes da dieta mediterrânea, como molho de peixe, azeitonas, tâmaras e figos. Além disso, a equipe encontrou artefatos no convés que mostram que o navio atracou no Chipre, no Egito, na Turquia e talvez até na costa norte da África.

Os cientistas também acharam ferramentas de navegação, como cordas, e itens pessoais, como pentes de madeira, além de animais, incluindo restos de besouros e seis ratos. Algumas das cargas traziam símbolos da igreja cristã bizantina e outras tinham escrita em árabe.

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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Cientistas detectam bolha de gás quente em torno de buraco negro no centro da Via Láctea

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Em maio deste ano, imagem do Event Horizon Telescope mostrou pela primeira vez Sagitário A*, buraco negro supermassivo a mais de 26 mil anos-luz da Terra.
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Por g1

Postado em 22 de setembro de 2022 às 13h10m

 #.*Post. - N.\ 10.483*.#

A órbita do ponto quente em torno de Sagitário A*. — Foto: EHT Collaboration, ESO/M. Kornmesser (Acknowledgment: M. Wielgus)
A órbita do ponto quente em torno de Sagitário A*. — Foto: EHT Collaboration, ESO/M. Kornmesser (Acknowledgment: M. Wielgus)

Cientistas do observatório ALMA (Atacama Large Millimeter Array), um dos maiores complexos astronômicos do mundo, descobriram sinais de um "ponto quente em órbita de Sagitário A*, o buraco negro no centro da nossa Galáxia.

"Acreditamos que isso seja uma bolha de gás quente em torno de Sagitário A*, numa órbita semelhante em tamanho à do planeta Mercúrio, mas que completa uma volta em cerca de 70 minutos. Para que isso aconteça a velocidade a que se desloca tem que ser enorme, cerca de 30% da velocidade da luz!, explicou em um comunicado Maciek Wielgus do Instituto Max Planck de Rádio Astronomia, na Alemanha.

Segundo os pesquisadores, a descoberta foi feita durante os trabalhos de apuração do consórcio internacional de cientistas, que divulgou a primeira foto do buraco negro supermassivo a cerca de 26 mil anos-luz da Terra.

Em maio deste ano, o Event Horizon Telescope (uma rede colaborativa de astrônomos, astrofísicos e cientistas que trabalham com nove radiotelescópios espalhados pelo globo), mostrou a primeira imagem de Sagitário A*, mas para a surpresa da equipe de cientistas, havia mais pistas escondidas nas medições obtidas apenas com o ALMA.

Veja localização do buraco negro — Foto: NASA
Veja localização do buraco negro — Foto: NASA

Ainda de acordo com os cientistas, os resultados do estudo corroboram investigações anteriores feitas por outros telescópios que detectaram uma explosão de energia de raios-X emitida a partir do centro da nossa galáxia.

O que é mesmo novo e interessante é o fato destas explosões estarem, até agora, apenas claramente presentes em observações infravermelhas e de raios-X de Sagitário A*. Estamos, pela primeira vez, vendo fortes indicações de que pontos quentes que orbitam o buraco negro também estão presentes em observações de rádio, disse Wielgus.

Imagem inédita de buraco negro no centro da Via Láctea é divulgada por cientistasImagem inédita de buraco negro no centro da Via Láctea é divulgada por cientistas

Os pesquisadores esperam, agora, poder observar com o EHT o clarão de energia que rodeia Sagitário A* e entender cada vez melhor a dinâmica de funcionamento do buraco negro.

Talvez um dia estejamos confortáveis o suficiente para dizer que 'sabemos' o que se passa em Sagitário A*, acrescentou o pesquisador.

O ALMA, rádio-observatório de 66 antenas que fica no deserto do Atacama, no Chile, faz parte do Event Horizon. — Foto: A. Marinkovic/X-Cam/ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)
O ALMA, rádio-observatório de 66 antenas que fica no deserto do Atacama, no Chile, faz parte do Event Horizon. — Foto: A. Marinkovic/X-Cam/ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)

Em 2019, com essa mesma espécie de radiotelescópio que simula o tamanho da Terra, os astrônomos do projeto divulgaram a primeira imagem de um buraco negro já registrada, o Pōwehi, localizado no centro da galáxia Messier 87.

Um buraco negro é uma espécie de abismo cósmico que atrai para si tudo o que se aproxima dele – a uma determinada distância.

Nem mesmo a luz escapa de ser atraída por esses objetos. Por isso que os buracos negros são, de fato, negros.

E isso acontece porque a atração gravitacional desses corpos é extremamente forte.

  • VÍDEO: Como é o som de um buraco negro? Nasa divulgou 'sonificação' com ondas sonoras reais de um

Nasa divulga som de buraco negroNasa divulga som de buraco negro

Quais são os tipos de buracos negros?

Existem três tipos catalogados pelos astrônomos: buracos negros estelares, buracos negros intermediários e buracos negros supermassivos.

Os buracos negros estelares são os menores. Eles são formados quando uma estrela massiva morre, numa explosão chamada de supernova. Uma estrela massiva geralmente tem uma massa (a quantidade de matéria de um objeto) entre 10 e 100 vezes maior que o Sol.

Já os intermediários – entre 100 e 100 mil vezes a massa do Sol – não são muito comuns. É tão difícil encontrá-los que alguns cientistas questionam se esses de fato existem. Mas, no ano passado, um grupo de pesquisadores apresentou um trabalho sobre a descoberta de um deles.

Localização dos telescópios que compõem a rede EHT. — Foto: ESO/M. KornmesserLocalização dos telescópios que compõem a rede EHT. — Foto: ESO/M. Kornmesser

Por fim, os supermassivos habitam o centro da maioria das galáxias do Universo, e geralmente surgem após a formação de suas galáxias, engolindo tudo o que veem pela frente. Como o próprio nome sugere, eles são um dos objetos mais pesados do espaço, com massas que variam de milhões a bilhões de massas solares.

O que há dentro do buraco negro?

Esse é um dos grandes mistérios da ciência. Nas palavras da cientista Andrea Gehz – que investiga buracos negros e foi uma das vencedoras do Nobel de Física de 2020 pelo seu trabalho – ninguém sabe.

"Não temos nenhuma ideia do que há dentro do buraco negro – eles são o colapso do entendimento das leis da física", declarou Gehz.

O astrofísico Jakob van den Eijnden explica que muitas coisas permanecem desconhecidas quando o assunto é buraco negro. Um campo de estudo ativo, por exemplo, é o que investiga o que acontece com um material quando ele cai num buraco negro: como é, quais são suas propriedades e por que parte desse material é lançado para o espaço na forma de jatos.

"De fato, esses processos que acontecem perto do horizonte de eventos são difíceis de observar e, portanto, pouco compreendidos", observa o pesquisador.

O que é o Sagittarius A* e onde ele está?

O Sgr A* é um buraco negro supermassivo, 4 milhões de vezes mais massivo do que o Sol. Ele também tem um diâmetro cerca de 18 vezes maior do que a nossa estrela.

Ele está estacionado na constelação de Sagitário, que é visível nos hemisférios norte e sul (a constelação, não o buraco negro).

Sua descoberta foi revelada para a comunidade científica pelos astrônomos Bruce Balick e Robert L. Brown, nos anos 1970, inicialmente como uma fonte de rádio brilhante no centro da Via Láctea.

  • VÍDEO: Fantástico explica como foi feita, em 2019, a primeira imagem de um buraco negro.

Entenda como foi feita a primeira imagem de um buraco negroEntenda como foi feita a primeira imagem de um buraco negro
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Patinho Feio: como funcionava o primeiro computador brasileiro, criado há 50 anos

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Com mais de 60 kg e apenas 4 kb de armazenamento, dispositivo criado na USP foi batizado em alusão ao Cisne Branco, projeto de computador da Unicamp. O aniversário de meio século do aparelho começa a ser comemorado nesta quinta-feira (22) pela Escola Politécnica.
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Por Victor Hugo Silva, g1

Postado em 22 de setembro de 2022 às 06h35m

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Primeiro computador brasileiro, Patinho Feio foi inaugurado em 24 de julho de 1972 — Foto: Reprodução/USP
Primeiro computador brasileiro, Patinho Feio foi inaugurado em 24 de julho de 1972 — Foto: Reprodução/USP

Há 50 anos, em uma época em que quase não havia profissionais capacitados para isso no país, cerca de 15 pesquisadores criaram o primeiro computador brasileiro. O aparelho ficou conhecido como Patinho Feio na Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), onde foi desenvolvido.

O Patinho Feio tinha apenas 4 kilobytes de armazenamento (um simples disquete tem 360 vezes mais espaço). Não contava com tela, mouse, nem a maioria das funções dos computadores de hoje. Mas serviu para dar início à indústria brasileira de equipamentos digitais.

"O Patinho Feio foi uma semente da indústria digital brasileira a partir de um protótipo viável", disse Lucas Moscato, professor aposentado de automação industrial e robótica da Poli-USP e um dos criadores do computador, em entrevista ao g1.

O dispositivo foi resultado de um esforço de engenheiros, professores, estagiários e estudantes de pós-graduação da faculdade.

"A gente teve alunos excelentes. Muitos ficaram trabalhando conosco na Poli, outros alimentaram a indústria de computadores que começou a surgir no Brasil", destacou Edith Ranzini, professora da Poli-USP e uma das quatro mulheres que participaram do projeto, ao g1.

O 50º aniversário do dispositivo começa a ser comemorado nesta quinta-feira (22) na Poli-USP. Nos próximos meses, serão realizadas exposições e visitas programadas de estudantes para mostrar os avanços da tecnologia e destacar a importância dos investimentos na universidade pública.

O primeiro computador brasileiro foi um projeto do antigo Laboratório de Sistemas Digitais da USP, hoje chamado de Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais. Inaugurado em 24 de julho de 1972, ele começou a ser desenvolvido dois anos antes.

Relembre reportagem sobre computadores criados na USP:

USP desenvolve microcomputador do tamanho de uma moedaUSP desenvolve microcomputador do tamanho de uma moeda

O dispositivo foi criado depois do pedido da Marinha para a construção de um computador nacional que pudesse ser utilizado em seus navios. O aparelho seria feito na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que chamou seu projeto de Cisne Branco.

Então, os engenheiros da USP, que também projetavam um computador, chamaram a sua iniciativa de Pato Feio, que viria a ser chamado no diminutivo. "Foi realmente uma brincadeira que gerou o nome. O Patinho Feio teve essa ligação com o que o pessoal da Unicamp propôs fazer", explicou Moscato.

O Cisne Branco da Unicamp não vingou e o G10, um sucessor do Patinho Feio, viria a ser utilizado em sistemas de navegação de alguns navios da Marinha.

Bispo Dom Ernesto de Paula na inauguração do Patinho Feio, em 1972 — Foto: Jorge Murata/USP
Bispo Dom Ernesto de Paula na inauguração do Patinho Feio, em 1972 — Foto: Jorge Murata/USP

Como funcionava?

O Patinho Feio era controlado por um painel com botões e chaves liga-desliga que enviavam códigos binários (0 e 1) para rodar pequenos programas.

O dispositivo também usava um sistema de entrada e saída com periféricos, ou seja, aparelhos que ficam conectados à máquina. Nesse projeto, os acessórios serviam para salvar e iniciar programas.

Esses programas eram salvos em fitas perfuradas impressas em teletipo, uma espécie de máquina de escrever que enviava e recebia mensagens por telégrafo. Depois, uma máquina leitora podia ler essas fitas e executar os programas.

Na época em que foi desenvolvido, o Patinho Feio era considerado um minicomputador. Mas ele pesava cerca de 60 kg e, como destacou a professora Edith, tinha o tamanho de dois frigobares.

"Um 'frigobar', do lado esquerdo, é para as fontes de alimentação, para você ver como ele consumia energia", relembrou. "O outro é a parte do Patinho Feio propriamente dito, é aquele em que há um painel verde".

Painel do Patinho Feio tem botões e chaves liga-desliga que eram usados para enviar comandos — Foto: Divulgação/USP
Painel do Patinho Feio tem botões e chaves liga-desliga que eram usados para enviar comandos — Foto: Divulgação/USP

Para que servia?

Como tinha pouca memória, o Patinho Feio rodava apenas pequenos programas de demonstração. Ele seguia instruções para criar listas e copiar textos, além de realizar contas de soma e subtração, por exemplo.

Então governador de São Paulo, Laudo Natel compareceu à inauguração do Patinho Feio, em 1972 — Foto: Jorge Murata/USP
Então governador de São Paulo, Laudo Natel compareceu à inauguração do Patinho Feio, em 1972 — Foto: Jorge Murata/USP

A ideia era testar o que tinha sido aprendido nas aulas sobre sistemas digitais, incluídas no curso de Engenharia da Computação da Poli-USP um ano antes da inauguração do computador.

"O importante na época era demonstrar a capacidade de desenvolver um equipamento confiável que funcionasse e permitisse que os engenheiros que ali haviam trabalhado pudessem progredir fazendo outros equipamentos ou indo até para a indústria", diz Moscato.

Segundo Edith, o objetivo "era estudar como fazer um módulo de entrada e saída, como ligar mais um periférico. O foco não era tanto que programa fazer, era dotar o Patinho Feio de mais recursos de infraestrutura básica para depois o pessoal rodar programa".
O que veio depois?

O segundo computador do grupo de engenheiros da USP foi o G10, produzido para a Marinha. Ele serviu de base para o primeiro computador comercial brasileiro, chamado de MC 500 e fabricado pela Cobra (Computadores e Sistemas Brasileiros).

Lucas Moscato, um dos criadores do Patinho Feio, em demonstração do computador — Foto: Jorge Murata/USP
Lucas Moscato, um dos criadores do Patinho Feio, em demonstração do computador — Foto: Jorge Murata/USP

O conhecimento obtido com o Patinho Feio ainda ajudaria pesquisadores em outros projetos, que incluíram sistemas de controle de trens, apoio a motoristas em rodovias e de central telefônica.

"Outras indústrias nasceram a partir daí e muita coisa aconteceu por 25 anos até meados dos anos 1990, quando a opção brasileira foi pela agricultura, deixando um pouco de lado a indústria", avalia Moscato.

Os dois engenheiros ouvidos pelo g1 destacam que a indústria brasileira não estava preparada para a abertura comercial no início dos anos 1990, que aumentou a presença no país de equipamentos de empresas estrangeiras. Para eles, é preciso fortalecer o setor no brasil.

Edith alerta ainda para o problema de fuga de cérebros do país. "Tem uma série de coisas que, para serem feitas, precisam de indústria por trás. Mas algumas, por exemplo, desenvolvimento de software, precisam de cabeças. E elas estão indo embora, tem muita gente indo para o exterior", afirma.

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