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quarta-feira, 20 de julho de 2022

Aurora boreal: o 'buraco azul' no céu da Suécia que permite observar esse fenômeno e 'arco-íris lunar'

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O pequeno vilarejo de Abisko é considerado um dos melhores lugares do planeta para observar as luzes que parecem dançar nos céus, graças a características particulares deste local.
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TOPO
Por BBC

Postado em 20 de julho de 2022 às 10h00m

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Abisko é uma das cidades mais ao norte da Suécia, localizada a 250 km ao norte do Círculo Polar Ártico. — Foto: Getty
Abisko é uma das cidades mais ao norte da Suécia, localizada a 250 km ao norte do Círculo Polar Ártico. — Foto: Getty

"Não tenho muita certeza se veremos a aurora boreal", diz meu colega produtor de vídeos Erik Jaråker, enquanto observa a neblina à nossa volta.

Eu estava dirigindo pela estrada de pista simples que leva a uma das cidades mais ao norte da Suécia - Abisko, localizada a 250 km ao norte do Círculo Polar Ártico. Fomos pegos no meio de uma tempestade de neve com visibilidade zero e, à nossa volta, as montanhas do Parque Nacional de Abisko pareciam um mar branco.

Estávamos viajando para fotografar a efêmera aurora boreal, um espetacular show de luzes da natureza que ocorre quando explosões na superfície do Sol - as chamadas erupções solares - colidem com os gases da atmosfera da Terra, criando faixas cintilantes tingidas de vermelho, verde e roxo.

Para presenciar a atividade da aurora boreal, precisamos de céu claro, gelado e sem nuvens, não a tempestade de inverno que estávamos atravessando.

"Confie em mim", garanti a ele. "Nós vamos ver."

A explicação meteorológica

Eu já havia estado aqui com tempestades similares e aprendi rapidamente que, em Abisko, existe um "buraco azul" - um pedaço de céu limpo que oferece boa visibilidade permanente, independente dos padrões climáticos das vizinhanças, e se estende por 10 a 20 km² sobre o vilarejo, o lago Torneträsk e o Parque Nacional de Abisko. Este fenômeno faz com que Abisko seja um dos melhores lugares do mundo para observar regularmente a aurora boreal.

"Abisko e o norte da Suécia formam realmente um lugar ideal para observação", segundo Erik Kjellström, professor de Climatologia do Instituto Sueco de Hidrologia e Meteorologia. "Isso ocorre porque ela fica em uma região oval que existe em torno dos polos magnéticos da Terra e tem uma estação do ano escura muito longa (as observações da aurora ocorrem entre meados de agosto e o mês de abril), de forma que há forte ocorrência da aurora boreal. Só é necessário que não haja nuvens."

As observações da aurora boreal costumam acontecer em Abisko entre meados de agosto e o mês de abril. — Foto: Getty
As observações da aurora boreal costumam acontecer em Abisko entre meados de agosto e o mês de abril. — Foto: Getty

Kjellström acrescenta que Abisko deve essa vantagem à sua localização no lado oriental dos Alpes Escandinavos, que percorrem a fronteira entre a Suécia e a Noruega.

Håkan Grudd, coordenador de apoio à pesquisa e subgerente da Estação de Pesquisas Científicas de Abisko, explica mais detalhes.

"O vento dominante nessa região vem do oeste, o que significa que massas de ar úmido do oceano Atlântico precisam erguer-se até altitudes maiores (mais frias) para atravessar os Alpes Escandinavos. Quando isso acontece, formam-se nuvens, e o ar perde umidade com a precipitação. Em Abisko, no outro lado das montanhas, o ar fica seco e desce até altitudes menores - as nuvens se dissipam, e surge o 'buraco azul'."

Por isso, não é de se estranhar que Abisko atraia fotógrafos profissionais como Jaråker e eu, além de viajantes que querem concretizar este item da sua lista de desejos: ver a aurora boreal.

Paixão que atrai

O fotógrafo e empresário Chad Blakley se mudou para lá em 2018, quando era um jovem recém-casado.

Blakley e sua esposa sueca, Linnea, decidiram abandonar suas vidas profissionais nos Estados Unidos. Combinando sua paixão pela vida ao ar livre e uma oportunidade de compreender melhor a cultura de Linnea, Blakley conseguiu um emprego no setor de limpeza do popular hotel STF Abisko Turiststation, no Parque Nacional de Abisko.

"Aprendi sobre o buraco azul por experiência própria", afirma Blakley. No início da sua carreira, ele passava todas as noites possíveis fotografando a aurora boreal no parque nacional.

"Você podia ver um buraco nas nuvens diretamente sobre a vila, enquanto o céu sobre o horizonte muitas vezes estava nublado e cheio de neve em todas as direções", ele conta.

Em 2010, Linnea e Chad Blakley fundaram uma agência de turismo especializada na aurora boreal chamada Lights Over Lapland.

Para as pessoas que não podem viajar para aquela região remota da Suécia, eles instalaram uma câmera fixa que, há mais de uma década, tira uma fotografia a cada cinco minutos para uma audiência anual na internet de 8 a 10 milhões de pessoas. Posteriormente, a empresa acrescentou uma câmera que transmite ao vivo, para que as pessoas possam assistir às luzes em tempo real.

Abisko é marcada por um 'buraco azul' - um pedaço de céu que permanece com boa visibilidade, independentemente dos padrões meteorológicos à sua volta — Foto: Getty
Abisko é marcada por um 'buraco azul' - um pedaço de céu que permanece com boa visibilidade, independentemente dos padrões meteorológicos à sua volta — Foto: Getty

"Nós observamos a aurora boreal sistematicamente, em quase todas as noites de céu claro, há mais de dez anos", afirma Blakley. "E tenho o orgulho de dizer que o buraco azul ajudou Abisko a estabelecer sua reputação."

Blakley está instalando a primeira câmera 8k em tempo real do mundo para visualizar a aurora boreal em 360 graus, o que permitirá às pessoas ver ao fenômeno ao vivo na próxima estação, usando óculos de realidade virtual.

Guias nativas

A aurora boreal é a principal atração de Abisko nos meses de inverno, mas o microclima também oferece outros eventos espetaculares, como o raríssimo "arco-íris lunar", também conhecido como halo lunar. Ele ocorre quando a luz da Lua é refletida e refratada por gotículas de água e cristais de gelo suspensos no ar em volta do buraco azul.

Mas, para Anette Niia e Ylva Sarri, que fazem parte da comunidade Sámi, nativa da Suécia, Abisko é muito mais do que o seu buraco azul.

Existem cerca de 70 mil nativos Sámi vivendo na região ártica e subártica da Noruega, Suécia, Finlândia e na península de Kola, na Rússia. Essa região é coletivamente chamada de Sápmi.

Niia e Sarri visitam Abisko desde a infância, porque é também uma região de criação de renas para suas famílias. Niia explica que o microclima da região faz com que a neve seja mais fina no inverno, e, com isso, a primavera chega mais cedo, trazendo alimento para as renas e outros animais.

"O buraco azul é algo apresentado pelas agências de turismo", afirma ela, mas "para nós, Sámi, Abisko é especial por outras razões".

Peter Rosén: 'Ver como as pessoas expressam seus sentimentos depois de ver as luzes me faz sentir que tenho o melhor emprego do mundo' — Foto: Getty
Peter Rosén: 'Ver como as pessoas expressam seus sentimentos depois de ver as luzes me faz sentir que tenho o melhor emprego do mundo' — Foto: Getty

Sarri e ela também têm ligações com o turismo da região. Os ancestrais das suas famílias foram guias de montanha para visitantes no início dos anos 1900. Hoje, elas são cofundadoras da Scandinavian Sami Photoadventures, que promove diversas experiências ao ar livre em Abisko, incluindo passeios para ver a aurora boreal.

"Nós, como guias, sabemos que podemos sair de uma tempestade de neve fechada para céu aberto em questão de cem metros", afirma Niia. "É pura magia!"

E foi exatamente o que aconteceu quando Jaråker e eu finalmente chegamos a Abisko: as densas nuvens de neve pairavam sobre as montanhas à nossa volta, enquanto víamos o limpo céu azul diretamente sobre as nossas cabeças.

'Melhor emprego do mundo'

Na minha primeira viagem a Abisko anos atrás, conheci o cientista que se tornou fotógrafo Peter Rosén. Lembro-me dele contando que não se permitia que as crianças olhassem ou assobiassem para as auroras dançantes, nem apontassem para elas com admiração, para que as luzes não descessem e as levassem embora.

Nascido e criado na Suécia, Rosén havia crescido ouvindo essas histórias. Ele se tornou pesquisador ambiental do Centro de Pesquisa de Impactos Climáticos da Universidade de Umeå, também no norte da Suécia. E, em 1998, sua carreira o trouxe de volta para Abisko.

Ele estudou as mudanças climáticas no Ártico por 13 anos na Estação de Pesquisas Científicas de Abisko. Em 2021, a estação foi reconhecida como Estação de Observação Centenária pela Organização Meteorológica Mundial.

Assim que chegou a Abisko, Rosén aprendeu rapidamente sobre o buraco azul e ficou fascinado pela aurora boreal. Em 2001, ele fez suas primeiras fotografias da aurora, que agora fazem parte de exposições permanentes em galerias pelo norte da Suécia, incluindo o Hotel de Gelo, na cidade de Jukkasjärvi.

"Meus colegas me chamavam de 'fotógrafo em tempo integral e pesquisador nas horas vagas'", ele brinca.

Em 2012, Rosén já havia deixado seu emprego em Ciência Ambiental para ser fotógrafo em tempo integral e criou a Lappland Media, que ensina aos visitantes como fotografar corretamente a aurora.

Ele se lembra de uma das visitantes, que sonhava em ver as luzes desde que tinha 5 anos de idade. Ela havia tentado ver a aurora boreal no Canadá, na Noruega e na Finlândia, sem sucesso. Mas, na sua primeira noite em Abisko, ela irrompeu em lágrimas depois de ver o que Rosén chama de uma aurora muito fraca. E, nas noites seguintes, eles presenciaram juntos grandes espetáculos luminosos.

"Ver como as pessoas expressam seus sentimentos depois de ver as luzes me faz sentir que tenho o melhor emprego do mundo", segundo Rosén. "Nunca me arrependi de abandonar minha vida como pesquisador, porque agora estou vivendo o meu sonho."

Lembro-me do meu próprio sentimento de admiração na primeira vez em que vi as luzes em Abisko, nas encostas do monte Nuolja, a 900 metros acima do nível do mar. Perto do pico, encontra-se a remota Estação de Esqui Aurora, a 20 minutos de teleférico da sua base.

Não existe lugar melhor para ver o buraco azul estendendo-se sobre as luzes cintilantes de Abisko e o lago Torneträsk congelado no vale mais abaixo.

Desta vez, enquanto Erik Jaråker e eu finalmente subimos a montanha de teleférico até a escuridão total depois de dirigir naquela tempestade, e a experiência despertou um sentimento de reverência pelo espetáculo que estávamos prestes a presenciar: luzes verdes etéreas dançando e cruzando os céus, como se fossem cortinas sobre nós.

Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-62231330

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terça-feira, 19 de julho de 2022

Embraer anuncia venda de 28 aeronaves e acordo por 150 'carros voadores'

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'Carro voador' é uma espécie de helicóptero elétrico de pouso e decolagem vertical (eVTOL). Acordos foram anunciados nesta terça-feira (19) em feira de aviação no Reino Unido.
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Por g1 Vale do Paraíba e região

Postado em 19 de julho de 2022 às 14h15m

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Embraer anuncia venda de 28 aeronaves e acordo por 150 'carros voadores' — Foto: Divulgação/Embraer
Embraer anuncia venda de 28 aeronaves e acordo por 150 'carros voadores' — Foto: Divulgação/Embraer

A Embraer anunciou nesta terça-feira (19) a venda de 28 aeronaves para companhias aéreas e um acordo para comercialização de 150 veículos elétricos de pouso e decolagem vertical, o eVTOL (veja mais abaixo).

Os anúncios foram feitos pela fabricante de aviões brasileira na feira de aviação em Farnborough, no Reino Unido.

O primeiro contrato é para venda de 20 jatos comerciais E195-E2 para Porter Airlines, que prevê expandir o serviço na América do Norte. A primeira entrega está programada para o segundo semestre deste ano.

O novo acordo, com valor de US$ 1,56 bilhão, eleva os pedidos da Porter à Embraer para um total de até 100 aeronaves E195-E2. Em 2021, a companhia encomendou 30 jatos Embraer E195-E2, com direito de compra de mais 50 aeronaves, no valor de US$ 5,82 bilhões, se todas as opções forem exercidas.

Outra venda firmada pela Embraer foi para a Alaska Air Group. O contrato prevê venda de oito novos jatos E175 e opções para a compra de mais 13. O valor do contrato, incluindo opções, é de US$ 1,12 bilhão.

As novas aeronaves terão 76 assentos, e serão entregues a partir do segundo trimestre de 2023.

Modelo de 'carro voador' da Embrear é apresentado na Inglatrerra — Foto: Divulgação
Modelo de 'carro voador' da Embrear é apresentado na Inglatrerra — Foto: Divulgação

Carros voadores

Ainda na feira de aviação em Farnborough, a Eve, empresa da Embraer voltada ao desenvolvimento de "carros voadores", anunciou acordo para venda de 150 veículos elétricos de decolagem e pouso vertical, o eVTOL.

Os veículos devem ser adquiridos por uma parceria de colaboração entre a Embraer e a BAE System, também anunciada durante a feira de aviação. As companhias pretendem criar uma joint venture para explorar uma eVTOL da Eve para aplicação no mercado de defesa e segurança.

O pedido potencial será adicionado à atual carteira de pedidos da Eve de 1.910 eVTOLS.

Cabine de 'carro voador' da Embraer — Foto: Divulgação
Cabine de 'carro voador' da Embraer — Foto: Divulgação

Na segunda (18), a Eve revelou ao público a cabine de seu primeiro veículo em exposição Fly the Future na Inglaterra. A proposta é apresentar o veículo ao mercado.

Na maquete, a Embraer mostra como ficou o design atual do veículo, que tem uma asa e cauda convencionais em vez da configuração canard anterior. Os oito rotores são fixados ao redor da asa, proporcionando capacidade de decolagem e pouso vertical.

O modelo é o primeiro a ser desenvolvido pela empresa, que e prevê que até 2035 mais de 200 "carros voadores" transportem 4,5 milhões de passageiros em mais de 100 rotas anualmente no Rio de Janeiro e Região Metropolitana do estado.

Maquete de cabine de 'carro voador' da Embraer é apresentado ao público — Foto: Divulgação
Maquete de cabine de 'carro voador' da Embraer é apresentado ao público — Foto: Divulgação

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segunda-feira, 18 de julho de 2022

Esqueleto raro da Batalha de Waterloo é descoberto na Bélgica

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Ossada foi encontrada em sítio arqueológico de hospital de campanha do conflito que marcou o fim do reinado de Napoleão Bonaparte na França, em 1815.
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Por g1

Postado em 18 de julho de 2022 às 19h45m

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Esqueleto completo tem mais de 200 anos — Foto: Chris van Houts
Esqueleto completo tem mais de 200 anos — Foto: Chris van Houts

Arqueólogos e voluntários do projeto Waterloo Uncovered encontraram o esqueleto completo de um soldado que lutou na Batalha de Waterloo, em 1815, na Bélgica. A descoberta, anunciada na quarta-feira (13), é um tanto rara e foi feita durante escavações em um hospital de campanha da época, situado no vilarejo de Mont-Saint-Jean, a cerca de 20 quilômetros de Bruxelas.

De acordo com os pesquisadores, o achado jazia entre caixas de munição, lixo hospitalar e ossos de pernas e braços de combatentes que tiveram os membros amputados na ocasião. Para Véronique Moulaert, funcionária da Agência de Patrimônio da região, encontrar todos estes artefatos em um mesmo lugar evidencia o estado de emergência em que o hospital estava.

Crânio do esqueleto descoberto em sítio arqueológico da Batalha de Waterloo — Foto: Chris van Houts
Crânio do esqueleto descoberto em sítio arqueológico da Batalha de Waterloo — Foto: Chris van Houts

"Soldados mortos, membros amputados e mais tinham que ser varridos para valas próximas e rapidamente enterrados em uma tentativa desesperada de conter a propagação de doenças ao redor do hospital", afirmou Moulaert, em declaração à imprensa.

Restos destroçados do osso da perna de um soldado que lutou no conflito — Foto: Chris van Houts
Restos destroçados do osso da perna de um soldado que lutou no conflito — Foto: Chris van Houts

Os restos mortais de vários cavalos também foram encontrados no sítio arqueológico e isso, para os estudiosos, ressalta a brutalidade do conflito. "Sou arqueólogo de campos de batalha há 20 anos e nunca vi nada parecido", afirmou Tony Pollard, um dos diretores arqueológicos do projeto e diretor do Centro de Arqueologia de Campos de Batalha da Universidade de Glasgow, Escócia.

Esqueleto de cavalo encontrado no sítio arqueológico da Batalha de Waterloo — Foto: Chris van Houts
Esqueleto de cavalo encontrado no sítio arqueológico da Batalha de Waterloo — Foto: Chris van Houts

A Batalha de Waterloo marcou o fim do governo de Cem Dias de Napoleão Bonaparte, que abdicou do trono da França após a derrota para os britânicos e prussianos. Estima-se que mais de 20 mil combatentes tenham morrido em apenas um dia de conflito, mas o paradeiro de grande parte desses corpos permanece desconhecido.

Os cientistas do Waterloo Uncovered, que trabalham na região desde 2015, acreditam que muitos cadáveres foram queimados em piras ou empilhados em valas comuns. Outra hipótese da equipe é que boa parte dos corpos foram removidos das sepulturas e enviados para o Reino Unido para terem seus ossos transformados em fertilizantes e comercializados.

Dentes humanos encontrados durante as escavações em Mont-Saint-Jean — Foto: Chris van Houts
Dentes humanos encontrados durante as escavações em Mont-Saint-Jean — Foto: Chris van Houts

A equipe espera realizar um levantamento geofísico em larga escala da região ainda este ano. O objetivo da análise é identificar anomalias na paisagem que potencialmente indiquem a existência de valas comuns, objetos metálicos ou estruturas perdidas.

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'Polícia dos buracos negros' descobre primeiro buraco negro estelar 'adormecido' fora da Via Láctea

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Embora previstos por teoria, fenômenos do tipo são bastante difíceis de serem detectados. 'Conseguimos identificar uma agulha num palheiro', afirmou um astrônomo do projeto.
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Por g1

Postado em 18 de julho de 2022 às 15h15m

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Representação artística mostra como seria o buraco negro. Escala da imagem não representa a realidade. A estrela azul ao centro é cerca de 200 000 vezes maior que o buraco negro. — Foto: ESO/L. Calçada
Representação artística mostra como seria o buraco negro. Escala da imagem não representa a realidade. A estrela azul ao centro é cerca de 200 000 vezes maior que o buraco negro. — Foto: ESO/L. Calçada

A lista de fenômenos espaciais cresceu com a primeira detecção de um buraco negro de massa estelar adormecido, orbitando outra estrela, ainda longe o suficiente para não engolir sua companheira.

Este novo tipo de buraco negro, embora há muito tempo previsto por teoria (mas muito difícil de se detectar, pois está bem escondido) foi encontrado após seis anos de observação com o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu Austral (ESO, na sigla em inglês) no Chile, de acordo com um estudo publicado na revista científica Nature Astronomy nesta segunda-feira (18).

"Encontramos uma agulha no palheiro", comentou o principal autor do estudo, Tomer Shenar, em um comunicado.

Durante três anos, vários candidatos ao título de "buraco negro adormecido" se apresentaram, mas nenhum até agora havia sido aceito por essa equipe internacional de astrônomos, batizada pela ESO de "polícia dos buracos negros".

O vencedor, com uma dúzia de vezes a massa do Sol, está na Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã perto da Via Láctea. É como a segunda perna de um sistema binário de duas estrelas girando em torno uma da outra, uma das quais, morta, tornou-se um buraco negro e a outra ainda está viva.

O que é um buraco negro?

O que é um buraco negro?

Buracos negros de massa estelar - incomparavelmente menores que seus irmãos supermassivos - são estrelas massivas (entre 5 e 50 vezes a massa do Sol) no final de suas vidas, que estão colapsando sobre si mesmas.

Esses objetos são tão densos e sua força de gravidade tão poderosa que nem mesmo a luz pode escapar: são, portanto, por definição, invisíveis. Os cientistas podem, porém, observar a matéria que circula em volta, antes de ser engolida... exceto quando o buraco negro "dorme", de dieta.

Nos sistemas binários já observados, a estrela que se tornou um buraco negro está perto o suficiente de sua estrela companheira para "roubar" sua matéria ("o que os cientistas chamam de acreção"), explica à agência de notícias AFP Hugues Sana, da Universidade de Louvain (KU Leuven), na Bélgica, um dos autores do estudo.

A Nebulosa da Tarântula, a 160.000 anos-luz de distância da Terra, uma das estruturas da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da nossa Via Láctea. — Foto: ESO
A Nebulosa da Tarântula, a 160.000 anos-luz de distância da Terra, uma das estruturas da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da nossa Via Láctea. — Foto: ESO

'Casal de dançarinos'

Esta matéria, uma vez capturada, emite raios-X, que podem ser detectados. Mas aqui, o buraco negro não emite nenhum, e por uma boa razão: "A estrela viva (cerca de 25 vezes a massa do Sol) está longe o suficiente para não ser engolida. Ela permanece, por enquanto, em equilíbrio nesta órbita", com duração de 14 dias, continua o astrônomo.

Um equilíbrio que não vai durar, segundo ele. "A estrela viva crescerá e, neste momento, parte de sua superfície será engolida pelo buraco negro", que emitirá raios-X e, portanto, sairá de seu estado adormecido.

Mas como saber que tal objeto existe? "Imagine um casal de dançarinos de mãos dadas, que você observa no escuro. Um vestido preto, o outro um traje luminoso: você só vê a dança do segundo, mas sabe que ele tem um parceiro de dança, graças ao estudo do movimento", explica Hugues Sana.

Na astronomia, assim como Júpiter e o Sol giram em torno um do outro, podemos medir as respectivas massas de um sistema binário observando esses movimentos.

Para ter certeza de que o objeto fantasma era de fato um buraco negro, os pesquisadores procederam por eliminação, descartando vários cenários, como o de uma estrela perdendo seu envelope.

"A única explicação razoável é que se trata de um buraco negro, porque nenhuma outra estrela consegue reproduzir esses dados observacionais", resume o pesquisador.

De acordo com modelos recentes, cerca de 2% das estrelas massivas em nossa galáxia provavelmente têm um buraco negro ao seu redor, ou cerca de 100 milhões, de acordo com Hugues Sana.

"No momento, conhecemos apenas dez deles, todos detectados graças às suas emissões de raios-X, então estamos perdendo alguns!"

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