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terça-feira, 14 de junho de 2022

A química cerebral que nos empurra para relações tóxicas

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O que acontece com nosso cérebro é a mesma coisa que ocorre com o consumo de outras drogas, como heroína ou álcool.
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TOPO
Por Alicia Hernández, BBC

Postado em 14 de junho de 2022 às 13h35m

 #.*Post. - N.\ 10.364*.#

Há relacionamentos tóxicos que são tão sutis que podem passar despercebidos — Foto: Getty Images via BBC
Há relacionamentos tóxicos que são tão sutis que podem passar despercebidos — Foto: Getty Images via BBC

O que você vê como uma "química arrebatadora" pode ser um relacionamento tóxico.

Nas últimas semanas, o julgamento do processo de difamação aberto por Johnny Depp contra a ex-mulher Amber Heard causou burburinho nas redes sociais — em meio a uma troca de acusações de abusos e maus-tratos.

Mas você não precisa chegar a certos extremos para estar em um relacionamento tóxico e sofrer com seus efeitos prejudiciais.

É algo tão sutil e comum que pode passar despercebido.

Vamos dar um exemplo que pode soar familiar. Você conhece alguém, e a pessoa fica superenvolvida — a conversa flui, vocês compartilham mil coisas, fazem grandes planos, a pessoa diz que você é incrível....

Mas, ao mesmo tempo, ela desaparece por alguns dias, deixa você no vácuo (aqueles benditos dois tiques azuis no Whatsapp!), os planos propostos se concretizam muito raramente ou ela não passa tempo suficiente ao seu lado. Mas depois ela volta, e o ciclo se repete.

"Sabemos que o momento agradável vai voltar e ficamos viciados esperando que volte, pois temos certeza de que no fim das contas sempre volta. Esses momentos de euforia são tão agradáveis ​​que esquecemos dos maus momentos", explica a psicóloga Marta Novoa, especialista em relacionamentos e autora do livro Amor del Bueno.

Ou seja, você vive altos e baixos — o equivalente ao chamado reforço intermitente.

O flerte inicial é normal, mas dependendo de como acontece, pode ser tóxico — Foto: Getty Images via BBC
O flerte inicial é normal, mas dependendo de como acontece, pode ser tóxico — Foto: Getty Images via BBC

Uma recompensa imprevisível, aleatória e inconsistente

O psicólogo Frederic Skinner fez um experimento com ratos. Ele os colocou em uma gaiola onde havia uma alavanca e, cada vez que eles a pressionavam, caía uma bola de comida. Eles tentaram ver o que aconteceria se, ao pressioná-la, não caísse comida. Os ratos perderam o interesse, e não pressionaram mais a alavanca. Em ambos os casos, era um reforço contínuo: sempre havia comida ou nunca havia.

Mas o que aconteceria se, ao apertar a alavanca, a comida caísse aleatoriamente? Eles pensaram que o rato esqueceria de apertar a alavanca.

Mas não. Ele ficou obcecado, e a pressionava o tempo todo, embora não acontecesse nada. Ficou viciado a ponto de abandonar seu descanso, alimentação e asseio.

"Isso é um reforço intermitente, uma recompensa imprevisível, aleatória e inconsistente", diz a bióloga e psicoterapeuta corporal Lorena Cuendias.

"O circuito de recompensa do cérebro tem como objetivo reforçar comportamentos para nossa sobrevivência, como nos hidratar, alimentar ou reproduzir. Também é ativado quando recebemos sinais externos de aprovação e validação", explica.

Nossos cérebros criam as mesmas conexões com o reforço intermitente que com as drogas — Foto: Getty Images via BBC
Nossos cérebros criam as mesmas conexões com o reforço intermitente que com as drogas — Foto: Getty Images via BBC

Com a recompensa e o prazer, são liberadas a dopamina e a serotonina. Quando há consistência no estímulo, quando o prazer é previsível — a bolinha de comida sempre chega, as mensagens no WhatsApp são sempre respondidas — o cérebro se acostuma e, a cada vez, libera menos dessas substâncias. Você não treme mais nas bases quando chega um: "Ei, o que você está fazendo?"

Quando há inconsistência, somos como o rato. 
Uma droga em seu cérebro

"Há imprevisibilidade sobre quando e como a alta (hormonal) retornará ao cérebro. É algo precioso, e se persegue isso de qualquer maneira", diz Cuendias.

Diante da privação, os neurônios "vão precisar cada vez mais de doses de estímulos mais fortes".

Além disso, a oxitocina, o hormônio do vínculo e do amor, é inibida — e há um desequilíbrio entre ela e a dopamina.

É aí que entra a "obsessão".

A sensação de inquietação, de montanha-russa, é um indicativo de uma relação tóxica — Foto: Getty Images via BBC
A sensação de inquietação, de montanha-russa, é um indicativo de uma relação tóxica — Foto: Getty Images via BBC

"O desequilíbrio (hormonal) pode fazer com que a pessoa sinta uma vontade intensa de manter e desejar seu parceiro. A vítima pode fazer coisas que a colocam em risco, como permitir certos comportamentos, inclusive sexuais, que em outras circunstâncias não tolerariam".

Quem sofre com isso se empenha cada vez mais para manter este relacionamento e voltar à fase de "lua de mel", na qual obterá mais dopamina. É um vício.

"O vício em drogas, tabaco ou heroína tem o mesmo mecanismo", afirma Cuendias.

"A droga dá aquela satisfação na hora e depois vem a depressão, até a síndrome de abstinência. Acontece exatamente a mesma coisa nos relacionamentos. Os circuitos que são ativados no cérebro são praticamente os mesmos", acrescenta Novoa.

A linha tênue entre 'flerte' e tóxico

Quem nunca sentiu um frio na barriga quando começou a ser seguido por um crush nas redes sociais e recebeu uma mensagem? A gente responde, o flerte continua, para por alguns dias e depois volta. E nos empolgamos com essa paquera, com esse cabo de guerra.

Ambas as terapeutas sustentam que é normal que, no início de um relacionamento — seja ele casual ou formal — haja altos e baixos de entusiasmo.

"Isso acontece com todos nós. Ansiamos pela fusão. O jogo preliminar é natural para manter o vínculo e para o que a biologia busca, que é procriar", diz Cuendias.

Mas há alguns sinais de alerta. De acordo com as especialistas, o importante é olhar para dentro de si e ver como nos sentimos.

Para Cuendias, é preciso observar "quando os sentimentos são mais fortes do que nossa capacidade de agir para nosso próprio bem e interesse".

O 'breadcrumbring' é uma das práticas que são tóxicas — Foto: Getty Images via BBC
O 'breadcrumbring' é uma das práticas que são tóxicas — Foto: Getty Images via BBC

Pode ser que haja uma química arrebatadora e uma atração muito forte. Mas, segundo Novoa, elas precisam ser acompanhadas de uma sensação de paz como pano de fundo — não só quando a pessoa está presente, mas também quando não está, "porque você tem a certeza de que o tratamento não vai mudar, que ela está disponível para você e há um envolvimento".

Para Novoa, o sinal de alerta é quando há uma sensação de urgência, de ansiedade: "Quando há percalços, é como uma montanha-russa contínua".

'E nós somos o quê?'

Quando falamos de assimetria nas relações de casal, geralmente falamos de diferenças de idade ou poder. Mas um relacionamento assimétrico também é aquele em que uma das pessoas fala sobre suas expectativas, e a outra, não.

Com certeza você também já presenciou esta cena, aquele momento do relacionamento em que um dos dois pergunta: "E, afinal, nós somos o quê?".

Além dos rótulos, a assimetria surge quando uma das partes afirma o que deseja — e não necessariamente tem que ser uma relação estável —, enquanto a outra parte foge do assunto.

"Você nunca sabe em que estrutura de relacionamento está entrando. Não sabe muito bem o que esperar. É uma relação em que não há limites, ou seja, em que não é indicado em nenhum momento o que é saudável para mim e o que não é", aponta Novoa.

Dessa forma, vale tudo e, também, tudo é permitido. É aí que entra a toxicidade.

Observar como nos sentimos é importante para determinar se estamos em um relacionamento tóxico — Foto: Getty Images via BBCObservar como nos sentimos é importante para determinar se estamos em um relacionamento tóxico — Foto: Getty Images via BBC

"Isso inevitavelmente nos leva a assimetrias. É muito difícil que haja satisfação geral de ambos os lados."

Isso, por sua vez, aumenta aquela sensação de montanha-russa constante que Novoa mencionou.

"Nunca há paz, tudo é uma tremenda ansiedade. E quando há reconciliação também é muito intensa".

Bandeiras vermelhas

Além de olhar para dentro de nós mesmos e ver como nos sentimos, os especialistas dão outras orientações para detectar se estamos caindo em um relacionamento tóxico.

"Se perdemos nossa própria autonomia e identidade, sendo submetidos a controle e manipulação, se nos abandonamos, se começamos a duvidar de nós mesmos ou nos perdemos no outro, quando há desequilíbrio e nossa energia está quase toda investida na relação", lista Cuendias.

A inquietação é outro fator, aquela sensação de insegurança que sentimos sem saber de onde vem.

"Pode haver algum conflito em um relacionamento, mas há tranquilidade. Outro ponto é que você sente que não pode ser como é. Que tem que esconder uma parte de si mesmo porque acredita que a outra pessoa não vai aceitar ou não faz isso abertamente", observa Novoa.

Buscar ajuda psicológica, entender a raiz de nosso apego a um relacionamento tóxico, pode nos ajudar a não repetir o padrão — Foto: Getty Images via BBC
Buscar ajuda psicológica, entender a raiz de nosso apego a um relacionamento tóxico, pode nos ajudar a não repetir o padrão — Foto: Getty Images via BBC

Acontece, sobretudo, em relacionamentos de casais — estáveis ​​ou esporádicos — mas também nas relações familiares e de amizade.

Veja, diga, saia

Quem está dentro de um relacionamento tóxico não vê isso com tanta clareza justamente por causa dos mesmos processos que são ativados no cérebro para que o apego aconteça.

Por isso, as duas especialistas sugerem que o autoconhecimento é essencial "tanto para não entrar ou para sair" de uma relação desse tipo.

"Trabalhar nossa autoestima, comunicação, escuta, saber colocar limites, administrar conflitos. Tudo isso de forma preventiva para entrar, mas também ajuda muito a gente a sair", destaca Novoa.

Para Cuendias, é fundamental trabalhar na terapia o vínculo de apego que nos levou a essa relação tóxica:

"O gatilho para isso é um laço afetivo inseguro na infância que nos faz procurar o que nos faltou nos outros".

Para fortalecer isso, se você não puder ir à terapia, é importante buscar a ajuda de alguém que nos ofereça uma referência do que é um relacionamento seguro e nos ajude a ver que pode ser que tenhamos uma química extremamente forte, mas com a pessoa errada.

Algumas práticas tóxicas

  • Breadcrumbing: Deixar migalhas de amor, de atenção, para a outra pessoa. Mas evitar o compromisso. Não precisa ser subir ao altar, mas neste caso a pessoa evita falar sobre o assunto. Não há intenção de consolidar um relacionamento, mas isso tampouco é dito.
  • Love bombing: Bombardeio de amor. Você está no início do relacionamento, há aquela euforia enorme. Tudo é um conto de fadas, perfeito e intenso. Tudo é amor e atenção. Até que quem aplica esta prática, aos poucos, começa a ficar frio e distante, seco. É mais gradual, há mais envolvimento do que no tipo de relacionamento anterior. A pessoa que sofre muitas vezes pergunta o que fez de errado. Pede para que digam a ela, e quem aplica o love bombing nega (aqui já entramos em outra fase, que envolve manipulação).
  • Hoovering: Quando, após o rompimento do relacionamento, a pessoa reaparece em sua vida, principalmente em datas especiais como aniversários, Natal. Pode até aparecer como se nada tivesse acontecido, como quem não quer nada e com a intenção de retomar algo, mas tampouco quer criar uma conversa real sobre o assunto, não quer saber como você está. Pode tentar se conectar a partir da vitimização, te causar pena, para que você se conecte com ele ou ela emocionalmente de alguma forma. O que a pessoa quase sempre busca é ampliar seu ego.
  • Benching: Você está no banco de reserva. Ou seja, esperando como uma segunda opção. A pessoa nunca se envolve totalmente, mas nunca vai embora, está sempre no pano de fundo. Reaparece quando não está se dando bem com outras pessoas ou quando se sente sozinha.

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segunda-feira, 13 de junho de 2022

Ciência consegue recriar perfume de Cleópatra 2 mil anos depois; saiba cheiro

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Uma equipe de arqueólogos da Universidade do Havaí conseguiu recriar o famoso perfume de Cleópatra, rainha que governou o Egito entre os anos 51 e 30 antes da era comum.

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Microsoft Start  - Por Vitor Paiva 
Em 26 de maio de 2022 às 11h35m
Postado em 13 de junho de 2022 às 16h40m

 #.*Post. - N.\ 10.363*.#

Uma equipe de arqueólogos da Universidade do Havaí conseguiu recriar o famoso perfume de Cleópatra, rainha que governou o Egito entre os anos 51 e 30 antes da era comum.
Robert Littman e Jay Silverstein se juntaram aos egiptólogos Sean Coughlin e Dora Goldsmith para reconstruirem o aroma, a partir de escrituras e da descoberta de uma antiga fábrica de perfumes de 2,3 mil anos, encontrada a partir de escavações em Thmouis, cidade próxima a Mendes. Era lá que os mais famosos perfumes do mundo eram à época fabricados, e o Perfume Mendesiano seria o preferido da última rainha egípcia.

Reprodução de pintura antiga mostrando Cleópatra: o perfume egípcio era famoso no período© Vitor Paiva Reprodução de pintura antiga mostrando Cleópatra: o perfume egípcio era famoso no período

Reprodução de pintura antiga representando Cleópatra: o perfume egípcio era famoso no período

-Projeto anuncia recriação de odores da Europa do século 16 e vira piada nas redes

resultado da pesquisa foi exibido em 2019, na exposição Queens of Egypt, no National Geographic Museum, em Washington, D.C, nos Estados Unidos, quando os visitantes puderam sentir o aroma. De acordo com o artigo, publicado no final do ano passado na revista científica  Near Eastern Archaeology, o perfume recriado é extremamente agradável, com uma nota de base picante de mirra, canela recém-moída e acompanhada de doçura, diz o texto. A base para perfumes e unguentos [egípcios] era óleo vegetal ou gordura animal, em vez do nosso álcool moderno, escreveram os arqueólogos, que definiram o trabalho como um exemplo de arqueologia experimental.

Registro da fábrica de perfumes encontrada em sítio arqueológico em Thmouis© Vitor Paiva Registro da fábrica de perfumes encontrada em sítio arqueológico em Thmouis

Registro da fábrica de perfumes encontrada em sítio arqueológico em Thmouis

-Arqueólogos descobrem no Egito fábrica de cerveja mais antiga conhecida com 5 mil anos

A equipe analisou moléculas e bactérias encontradas nos frascos da fábrica em Thmouis, assim como o iodo do Rio Nilo, utilizado nas composições, a fim de se aproximar o máximo do cheiro efetivo dos perfumes fabricados há dois mil anos na região. Os aromas foram criados através da fumaça da queima de resinas perfumadas, cascas e ervas (perfume deriva de per fumum através da fumaça), ou através da maceração por resinas, flores, ervas, especiarias e madeira, diz o artigo.

O perfume recriado em 2019, exposto no National Geographic Museum© Vitor Paiva O perfume recriado em 2019, exposto no National Geographic Museum

O perfume recriado em 2019, exposto no National Geographic Museum, na capital dos EUA

-Existe o fedor e existe a tioacetona, o composto químico mais fedorento do mundo

A pesquisa também partiu do estudo de antigas escrituras descrevendo os perfumes e suas fórmulas, em hieróglifos que datam do período a partir da morte de Cleópatra, no ano 30 antes da era comum. No sítio arqueológico descoberto em Thmouis foram encontrados artefatos, fornos e recipientes de argila, que revelaram resíduos dos perfumes fabricados no local há 2,3 mil anos. O trabalho de recriação do perfume utilizou ingredientes como óleo de tâmara, mirra, canela e resina de pinheiro. Assim, o antigo Perfume Mendesiano, que encantava o mundo antigo e era o preferido de Cleópatra, pôde ser sentido novamente – mais de 2 mil anos depois.

Pintura de Cleópatra por John William Waterhouse© Vitor Paiva Pintura de Cleópatra por John William Waterhouse

Pintura de Cleópatra por John William Waterhouse

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8 dos 10 municípios que mais emitem gases do aquecimento global no Brasil estão na Amazônia

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Nova estimativa do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) foi divulgada nesta segunda-feira (13). Apesar de menos populosa, região Norte do país representa 60% do carbono liberado pelo Brasil.
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Por Carolina Dantas, g1

Postado em 13 de junho de 2022 às 12h30m

 #.*Post. - N.\ 10.362*.#

Entre os 10 municípios brasileiros que mais emitem gases do efeito estufa, os causadores do aquecimento global, oito estão na Amazônia — cinco deles no estado do Pará. Os dados são referentes ao ano de 2019, estimativa mais recente disponível para o país, e foram divulgados nesta segunda-feira (13) pelo Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).

Altamira (PA), São Félix do Xingu (PA) e Porto Velho (RO) lideram entre os 5.570 municípios brasileiros. Todas as oito cidades da Amazônia estão no topo da lista pelo mesmo motivo: desmatamento. A região Norte representa 60% de todo o carbono liberado no país.

Municípios e emissões de gases do efeito estufa (dados em milhões de toneladas de CO2e):

  1. Altamira – 35,2
  2. São Félix do Xingu – 28, 9
  3. Porto Velho – 23,3
  4. Lábrea – 23,2
  5. São Paulo – 16,6
  6. Pacajá – 16,2
  7. Novo Progresso – 14,9
  8. Rio de Janeiro – 13,8
  9. Colniza – 13,5
  10. Apuí – 12,5
  11. Novo Repartimento – 11,9

Entre as 35,2 milhões toneladas de CO2e (unidade de medida que reúne todos gases, do carbônico ao metano) emitidas por Altamira, 33,4 milhões estavam relacionadas com o desmatamento. A cidade paraense tem população estimada em 117 mil habitantes, ou seja, é quase 100 vezes menos populosa do que a cidade de São Paulo, mas contabiliza o dobro das emissões.

Se Altamira fosse um país, estaria no 108º lugar no mundo em emissões de gases de efeito estufa, atrás da Suécia e da Noruega. Em 2019, ano da estimativa do SEEG, Altamira foi a líder em desmatamento da Amazônia, com 575 km² de floresta perdidos, e também vice-líder em queimadas, com 3,8 mil focos de calor detectados, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A estimativa por município feita pelo SEEG, projeto do Observatório do Clima, organização com mais de 70 representantes da sociedade civil, é gerada segundo as diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) com base nos Inventários Brasileiros de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases do Efeito Estufa, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI).

Queimada após desmatamento em Porto Velho, Rondônia, em 2019 — Foto: Fábio Tito/G1
Queimada após desmatamento em Porto Velho, Rondônia, em 2019 — Foto: Fábio Tito/G1

Mas como o desmatamento libera carbono?

Quando qualquer árvore morre, seja por decomposição ou por queima, ela emite carbono. Para os dados do SEEG, a unidade de medida é a tonelada de CO2, mas a floresta derrubada também emite outros gases: o metano (CH4), que equivale a 25 toneladas de CO2; e o óxido nitroso (N2O), que equivale a 270 toneladas.

"Se a floresta tem 200 toneladas de carbono vivas, e essas 200 toneladas vão oxidando depois do desmate, o carbono vira CO2 e, se está em condições anaeróbicas (sem oxigênio), pode até virar metano", explica Tasso Azevedo, coordenador do SEEG.

É por isso que os municípios da Amazônia apresentam dados altíssimos de emissões por habitante — eles têm poucos moradores, mas muito desmate. Novo Progresso, que registrou o Dia do Fogo em 2019, uma ação coordenada por fazendeiros, empresários e produtores rurais para queimar áreas protegidas próximas à BR-163, tem o maior índice per capita do país: são 580 toneladas de CO2 por ano. A média global anual é de 7 toneladas de CO2e por habitante.

Ou seja: em Novo Progresso, se o dado representasse de fato as emissões das pessoas, e não o desmatamento da região, seria como se cada cidadão estivesse dirigindo, todos os dias, mais de 500 carros por um trajeto 20 km.

Imagem de satélite capturada pelo Inpe no dia 10 de agosto mostra fogo em Novo Progresso — Foto: Programa Queimadas/G1
Imagem de satélite capturada pelo Inpe no dia 10 de agosto mostra fogo em Novo Progresso — Foto: Programa Queimadas/G1

São Paulo e Rio de Janeiro

São Paulo e Rio de Janeiro são o ponto fora da curva na lista de 10 municípios que mais emitem no país. As metrópoles apresentam causas diferentes para liberação do carbono: energia e resíduos.

As cidades mais populosas têm no setor de energia sua principal causa de liberação de carbono - que também é o principal motivo das emissões do planeta, representando 76% do total, segundo dados da plataforma Climate Watch.

A capital paulista lidera as emissões no setor de energia com 11,9 milhões de toneladas de CO2e. Apesar de não estar na lista geral das 10 cidades mais emissoras, Manaus é a segunda cidade que mais libera carbono para a produção energética no país: são 7,5 milhões de toneladas de CO2e. Em terceiro lugar pelo setor, está o Rio.

A capital do Amazonas, apesar de ter metade da população da carioca, tem o maior número de termoelétricas do país - causa da alta taxa de emissões. Em momentos de crise hídrica, o governo tende a aumentar esse tipo de geração de energia, que é feita por meio da queima de combustíveis como óleo e gás natural. O modelo é mais emissor de carbono do que o solar, eólico e hidrelétrico.

Já o setor de resíduos - do lixo produzido pelo brasileiro - representa 5% da contribuição do país para o aquecimento global. O Rio é o maior responsável, com 5,5 milhões de toneladas de CO2e — São Paulo reúne mais habitantes, mas tem um aproveitamento energético de biogás de aterros sanitários que reduz o índice na comparação com os cariocas.

Municípios negativados

Um grupo de 11 municípios brasileiros tem emissões negativas. Como isso é possível?

Caieiras, no interior de São Paulo, teve - 1.264 milhões de toneladas de CO2e liberadas na atmosfera. Felipe Barcellos e Silva, pesquisador do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), explica que essas 11 cidades têm aterros sanitários que, além de receber resíduos de outras regiões do país, ainda utilizam as emissões para a produção de energia.

"São municípios que têm aterro sanitário e que recebem resíduos sólidos de outros municípios. E, por outro lado, eles aproveitam o gás metano que é produzido nesse aterro sanitário. Então, na verdade, é uma questão de cálculo: a emissão está contabilizada na cidade da produção do lixo, mas o aproveitamento fica contabilizado na cidade que recebeu o resíduo", explica.

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domingo, 12 de junho de 2022

Nasa planeja investigar Óvnis em novo estudo independente

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Agência espacial americana anunciou iniciativa nesta quinta-feira (9). Missão irá se concentrar na análise de dados já disponíveis e em como estudar esses 'fenômenos aéreos não identificados' no futuro.
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Por g1

Postado em 12 de junho de 2022 às 14h00m

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Frame de vídeo divulgado pelo Pentágono mostra objeto voador não identificado (OVNI) nos céus dos EUA. — Foto: US Department of Defense/ASSOCIATED PRESS
Frame de vídeo divulgado pelo Pentágono mostra objeto voador não identificado (OVNI) nos céus dos EUA. — Foto: US Department of Defense/ASSOCIATED PRESS

A Nasa, a agência espacial norte-americana, anunciou nesta quinta-feira (9) que planeja investigar as origens de "fenômenos aéreos não identificados" (UAPs, na sigla em inglês) em um novo esforço investigativo a partir do próximo semestre.

Segundo a agência espacial, a missão irá se concentrar na análise de dados já disponíveis, na avaliação de uma melhor forma de coletar dados futuros e em um cálculo de como a NASA poderá usar essas informações para avançar a compreensão da comunidade científica sobre o tema.

"Temos acesso a uma ampla gama de observações da Terra a partir do espaço – e essa é a força vital da investigação científica. Temos as ferramentas e uma equipe que pode nos ajudar a melhorar nossa compreensão do desconhecido. Essa é a própria definição do que é ciência. Isso é o que fazemos", disse o diretor de missões científicas da Nasa, Thomas Zurbuchen.

Ainda de acordo com a agência, atualmente, não temos evidências comprobatórias de que esses fenômenos sejam de origem extraterrestre.

Apesar disso, a Nasa considera que esses Óvnis (Objetos Voadores Não Identificados, nome mais popular do fenômeno) são tanto de interesse de segurança nacional dos Estados Unidos quanto para a segurança aérea do país, pois um dos temores do governo americano é que esses objetos sejam na verdade de algum rival militar dos EUA, como China e Rússia.

A equipe de estudo da Nasa, porém, será independente e não terá ligação com o trabalho do Pentágono. A agência afirmou que o esforço de pesquisa será liderado pelo astrofísico David Spergel, que foi presidente do departamento de astrofísica da Universidade de Princeton.

Nasa investigará "fenômenos aéreos não identificados". Projeto não está ligado ao esforço do Pentágono — Foto: NASA/Divulgação
Nasa investigará "fenômenos aéreos não identificados". Projeto não está ligado ao esforço do Pentágono — Foto: NASA/Divulgação

Dada a escassez de observações, nossa primeira tarefa é simplesmente reunir o conjunto mais robusto de dados que pudermos, disse Spergel. Estaremos identificando quais dados – de civis, governo, organizações sem fins lucrativos, empresas – existem, o que mais devemos tentar coletar e como melhor analisá-los".

A Nasa espera que o estudo leve cerca de nove meses para ser concluído. Ainda segundo a agência, todos os dados deverão ser publicados e ficarão disponíveis ao público

"Levamos essa obrigação a sério, e os tornaremos facilmente acessíveis para qualquer pessoa ver ou estudar", disse Daniel Evans, encarregado da Nasa para coordenar o estudo.

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