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quinta-feira, 5 de maio de 2022

Como os astros influenciam nossa vida? Veja o que é ciência ou não

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Em livro, físico explica como as estrelas e a observação do céu foram determinantes na geração da vida e na evolução das civilizações humanas - e explica por que considera a Astrologia é uma 'pseudociência'.
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TOPO
Por Paula Adamo Idoeta, BBC — Londres

Postado em 05 de maio de 2022 às 11h30m

 #.*Post. - N.\ 10.312*.#

Desde a composição do corpo humano até a construção de grandes civilizações, devemos nossa existência e nossa evolução às estrelas e à observação do céu. Os astros, então, têm uma influência enorme na nossa vida.

Curiosamente, porém, é comum que as pessoas atribuam à posição de planetas, Lua e estrelas outros "poderes" que, do ponto de vista científico, eles não têm - como moldar nossa personalidade ou comportamento.

Quem explica isso é Marcelo Girardi Schappo, doutor em Física Atômica e Molecular, professor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e autor de Astronomia - Os astros, a ciência, a vida cotidiana (ed. Contexto), livro recém-lançado que aborda a importância dos céus no nosso dia-a-dia.

Em entrevista à BBC News Brasil, Schappo explica quatro influências determinantes dos astros na existência humana, e duas que, apesar de bastante populares, não têm respaldo científico.

Somos 'poeira das estrelas'

A maioria dos elementos que compõem o corpo humano foi formada em estrelas, ao longo de bilhões de anos.

Estamos falando de elementos como carbono, oxigênio, enxofre, magnésio e a maior parte dos nomes que vemos na tabela periódica, existentes em estrelas que viveram bilhões de anos atrás e foram continuamente explodindo e se reconstituindo.

Nesse processo, explica Schappo, as estrelas formaram uma "nuvem inicial", que deu origem ao Sol - a principal estrela do nosso Sistema Solar -, aos planetas como a Terra e à combinação de elementos que permitiu que gases, minerais, água e a vida surgissem e evoluíssem por aqui.

É um processo que se estende por cerca de 13 bilhões de anos e que permitiu a riqueza de elementos químicos da Terra.

Por isso, estudiosos de astronomia costumam dizer que nós, seres vivos, somos feitos de "poeira das estrelas".

As estrelas, explica Schappo, "fazem um processo de fusão nuclear e vão juntando esses elementos pequenos, que viram elementos mais pesados. Esses tijolinhos (elementos) fundamentais à nossa vida aqui vieram do interior de estrelas, que explodiram ou expandiram as suas camadas externas e enriqueceram quimicamente o ambiente interestelar. É esse material que vai acabar se aglomerando e dar origem a novas estrelas, planetas e novos sistemas onde eventualmente a vida pode florescer."

Construção das civilizações

Para além da base fundamental da vida, foi graças aos céus - mais especificamente, à capacidade de nossos antepassados em observar os céus - que pudemos construir as civilizações humanas, afirma Schappo.

Ele se refere especificamente às estações do ano.

As diferentes estações existem - e se opõem nos hemisférios Norte e Sul - por causa da inclinação da Terra em relação ao Sol, enquanto dá a volta em torno do Sol.

Como a Terra é inclinada em seu eixo, os raios solares incidem de forma diferente em diferentes partes do mundo, a depender do momento do ano - assim, a energia do Sol incide com mais intensidade nos meses de verão e menos intensidade nos de inverno.

Muito antes de adquirirem esse conhecimento científico, nossos antepassados aprenderam sobre os padrões climáticos observando o céu. Há constelações de estrelas que só aparecem no céu noturno nos meses de verão, enquanto outras são visíveis no inverno, detalha Schappo. Várias civilizações também identificaram as datas de solstícios e equinócios (dias com mais ou menos luz diurna no ano), o que lhes permitiu identificar a troca de estações.

Com esses padrões astronômicos, foi possível se antecipar a períodos de secas ou chuvas, e perceber os melhores momentos de plantar e colher.

"Se antever a isso ajudou na transição de um sistema nômade para um sedentário", em que sociedades puderam se desenvolver e prosperar, argumenta o físico. "É obrigatório conhecer esse ambiente e esses padrões da Terra."

Agricultura no período neolítico; foi pela identificação de padrões astronômicos e as estações do ano que os seres humanos começaram a estabelecer suas civilizações — Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY/BBC
Agricultura no período neolítico; foi pela identificação de padrões astronômicos e as estações do ano que os seres humanos começaram a estabelecer suas civilizações — Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY/BBC

Por isso, ele argumenta que entender astronomia foi uma "questão de sobrevivência".

Esse conhecimento evoluiu para o calendário - o Gregoriano, que vigora atualmente, foi criado há 440 anos para acompanhar os pouco mais de 365 dias que a Terra demora para dar sua volta em torno do Sol.

Agora que a humanidade está diante de mudanças nos padrões climáticos da Terra por conta do aquecimento global, Marcelo Schappo argumenta que o conhecimento astronômico também será fundamental - por conta de sua capacidade de analisar os padrões do Sol e a forma como a nossa atmosfera absorve sua energia.

Das navegações ao GPS

Além de ensinar nossos antepassados a entender os ciclos climáticos, a observação dos céus foi crucial em outro ponto importante na história humana: as navegações.

"Muitas navegações e métodos de navegação importantes na história foram guiados pelas estrelas", afirma Schappo.

Uma das estrelas da constelação do Cruzeiro do Sul, por exemplo, "aponta quase no polo Sul celeste - é um bom indicativo de onde está o sul, e a partir daí sabe onde estão os outros pontos cardeais", explica o físico.

No hemisfério Norte, a Estrela Polar, na constelação da Ursa Menor, é usada como indicativo do norte.

Hoje, a nossa navegação via satélite também se apoia no conhecimento astronômico - tanto no envio de satélites ao espaço quanto na utilização desses satélites para você definir, no GPS do celular, o trajeto que vai fazer de casa para o trabalho.

"O sistema do GPS funciona com vários satélites, colocados em órbita da Terra", explica Schappo.

"Quando quero usar meu celular para saber minha posição no planeta, o que ele (aparelho) faz é trocar informações com esses satélites - e o sinal leva um tempo para sair do celular, chegar no satélite e retornar. É com essa diferença de tempo de sinal que ele troca com pelo menos dois ou três satélites que ele calcula exatamente a posição em que você está no planeta em latitude, longitude e altitude. Portanto, é uma superferramenta para navegação aérea, marítima e exploração terrestre."

(VÍDEO: O sol de perto: ESA divulga imagem do astro com resolução mais alta já feita até hoje.)

O sol de perto: ESA divulga imagem do astro com resolução mais alta já feita até hoje
O sol de perto: ESA divulga imagem do astro com resolução mais alta já feita até hoje

Ciclos biológicos

Nossos ciclos biológicos também são obviamente ligados ao Sol: temos mais sono nos períodos em que não estamos expostos à luz do Sol, e mais disposição durante o período diurno, por exemplo.

As plantas também dependem da exposição ao Sol para fazer fotossíntese.

"Existem ciclos nos seres vivos, e a biologia estuda como o indivíduo muda conforme a época do ano ou do mês, o que pode ter a ver com a mudança na iluminação, com a variação entre o dia e a noite", afirma Schappo.

No entanto, essa influência biológica ligada a variações na exposição à luz do Sol não pode ser confundida com a influência comportamental geralmente atribuída aos astros, afirma Schappo. "Isso não tem nada a ver com (a suposição de que) 'a Lua influencia o meu estado emocional'. Aí a gente começa a transitar por uma zona pseudocientífica", diz ele.

É desses mitos que falaremos agora.

Não é ciência: Astrologia

'Quando você vai fazer um mapa astral, ler um horóscopo, ou acha que está agitado por causa da lua cheia, que tem que cortar o cabelo em tal lua, ou que bebê vai nascer na virada da lua, isso não é baseado em evidências", explica o físico.

"Ou seja, que não pode ser corroborado. A gente acredita nas afirmações de (Albert) Einstein sobre a relatividade porque é (uma teoria) muito corroborada. Já quanto a mapa astral, cabelo, nascimento dos bebês - isso já foi testado por experimentos científicos que mostram que essas afirmações não têm fundamento. Por isso, chamamos de pseudociência - é algo que fala de planetas, usa dados astronômicos reais, mas leva a conclusões que não têm fundamento. Parece ciência mas não é."

Embora tenha grande apelo, astrologia não tem embasamento científico — Foto: SPL/BBC
Embora tenha grande apelo, astrologia não tem embasamento científico — Foto: SPL/BBC

Um dos experimentos que testaram cientificamente a astrologia foi descrito pela astrofísica Sabrina Stierwalt no podcast Everyday Einstein.

No experimento, publicado no periódico Nature, foi conduzido um teste duplo-cego para averiguar se mapas astrais poderiam descrever nossa personalidade com precisão. O físico Shawn Carlson pediu a 30 astrólogos que revisassem o mapa astral de 116 pessoas que não conheciam pessoalmente.

Carlson deu aos astrólogos três descrições para cada uma das 116 pessoas: uma descrição correta e duas descrições erradas (ou melhor, que descreviam outras pessoas que não aquelas). E pediu aos astrólogos que identificassem qual das três era a descrição correta, segundo o mapa astral.

O resultado é que os astrólogos do experimento fizeram a identificação correta em um terço dos casos. "Se você recebesse três descrições de personalidade, (também) teria uma entre três chances de selecionar a correta", diz Stierwalt. Portanto, conclui ela, os astrólogos do estudo não se saíram melhor do que se tivessem escolhido os perfis ao acaso.

"A astrologia também não é capaz de oferecer um mecanismo que explique como ela poderia funcionar. Qual é exatamente a conexão entre as estrelas sobre a sua cabeça quando você nasceu e se você deve ou não tomar grandes decisões durante o verão?", questiona a cientista.

Muitos entusiastas da astrologia, por sua vez, argumentam que as descrições de personalidade ligadas ao zodíaco fazem sentido para si e acham reconfortante acompanhar seu horóscopo. O importante aqui é destacar que não há nenhum embasamento científico nele.

Não é ciência: influência da Lua

E quanto à influência da Lua na nossa vida - desde nosso comportamento até corte de cabelo e nascimento de bebês? Mais um mito, argumenta Marcelo Schappo.

A princípio, argumentar que a Lua nos influencia diretamente pode até soar factível. Afinal, a Lua influencia diretamente as marés dos oceanos da Terra. Se nosso corpo é composto majoritariamente de água, por que não seria igualmente influenciado pela Lua?

Para rebater, isso é preciso entender como funciona a gravidade.

Estamos falando de uma força que interage entre dois corpos com massa. Quaisquer corpos. Mas a força da gravidade é mais forte quanto maior for a massa dos corpos, e quanto menor for a distância entre eles.

"Seguindo esse raciocínio, uma pessoa atrai uma cadeira em uma sala vazia? Sim! Mas a força de atração desse par é muito pequena, pois as massas da pessoa e da cadeira são pequenas, de modo que elas não geram efeitos práticos significativos", escreve Schappo.

No caso da Lua e das marés, a influência gravitacional é grande porque os oceanos formam uma massa gigantesca em nosso planeta.

Já nossos corpos são muito pequeninos em comparação, e a Lua está muito distante de nós para exercer um efeito gravitacional significativo, diz o físico.

"Tanto que uma piscina olímpica, que tem muito mais água que o nosso corpo, não tem maré", detalha. "Então, na vida cotidiana, o que vai influenciar o comportamento do meu corpo é a gravidade da Terra."

(VÍDEO: Canadá aprova lei para processar crimes cometidos na Lua.)

Canadá aprova lei para processar crimes cometidos na LuaCanadá aprova lei para processar crimes cometidos na Lua

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quarta-feira, 4 de maio de 2022

Símbolo de ancestralidade e 1° do Brasil com nome de orixá: Parque da Pedra de Xangô é inaugurado nesta quarta em Salvador

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Valorização do monumento natural, considerado sagrado pelo candomblé, foi um pedido da comunidade.
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Por João Souza, g1 BA

Postado em 04 de maio de 2022 às 09h10m

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Parque da Pedra de Xangô é inaugurado nesta quarta-feira — Foto: Ludmila Gavazza
Parque da Pedra de Xangô é inaugurado nesta quarta-feira — Foto: Ludmila Gavazza

Unindo beleza, religiosidade e sustentabilidade, o Parque da Pedra de Xangô, localizado no bairro de Cajazeiras 10, em Salvador, será inaugurado nesta quarta-feira (3). A valorização do monumento natural, considerado sagrado pelo candomblé, foi um pedido da comunidade.

Tombada pela prefeitura em maio de 2017, através da Fundação Gregório de Matos (FGM), a Pedra de Xangô, monumento natural, marco da paisagem local e símbolo de ancestralidade, é protegida pela Lei de Preservação do Patrimônio Cultural do Município (8.550/2014).

A instalação do parque, que tem 67 mil m² , foi um trabalho em conjunto entre a Fundação Mário Leal Ferreira, o arquiteto Floriano Freaza e os moradores de Cajazeiras. É o primeiro parque do Brasil com nome de orixá, divindade do candomblé e da umbanda.

Parque da Pedra de Xangô é inaugurado nesta quarta-feira — Foto: Ludmila Gavazza
Parque da Pedra de Xangô é inaugurado nesta quarta-feira — Foto: Ludmila Gavazza

O parque fica instalado na Avenida Assis Valente, em uma área de Mata Atlântica, local que abrigou durante 20 anos (1743 e 1763), o Quilombo Buraco do Tatu.

No local, além de um destaque maior para a Pedra de Xangô, com um lago artificial, foram criados um memorial com um auditório e uma cantina.

Tinha um grande problema que todos identificavam. A via passava muito próxima da pedra e com isso ela estava muito vulnerável e poderia ter um acidente ali, disse a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, Tânia Scofield.

De acordo com Tânia, a construção do memorial foi um pedido da comunidade, para que o espaço também seja usado para palestras e cursos.

Tem a questão ambiental, que a gente preservou toda a vegetação existente na área, tem a religiosidade africana que é a Pedra de Xangô e tem a questão cultural, histórica, do quilombo de Tatu, onde os escravos passavam pela pedra e ninguém mais o encontravam, afirmou.

Parque da Pedra do Xangô será inaugurado nesta quarta-feira  — Foto: Ludmila Gavazza
Parque da Pedra do Xangô será inaugurado nesta quarta-feira — Foto: Ludmila Gavazza

Sustentabilidade

Além do aspecto estético e todo conceito religioso, o Parque da Pedra de Xangô foi pensado como um equipamento sustentável. Para isso, foram usados materiais naturais e orgânicos, implementados pela técnica milenar "Taipa de Pilão", de quatro mil anos, que mistura de argila e cascalho.

Eu diria que mais de 90% dos materiais usados no parque são naturais. Todas as paredes do memorial são de 'Taipa de Pilão', pedras naturais (granito natural bruto e a pedra portuguesa), além da madeira, contou a presidente da fundação.

Parque da Pedra do Xangô será inaugurado nesta quarta-feira  — Foto: Ludmila Gavazza
Parque da Pedra do Xangô será inaugurado nesta quarta-feira — Foto: Ludmila Gavazza

Ato de reparação histórica

Candomblecistas na Pedra de Xangô, em Salvador — Foto: Julio Cesar Almeida/TV Bahia
Candomblecistas na Pedra de Xangô, em Salvador — Foto: Julio Cesar Almeida/TV Bahia

O espaço é ocupado por muitos devotos do candomblé, que colocam oferendas sagradas - pela existência da Pedra de Xangô, reconhecida pelo povo de santo como Altar de Xangô. Outro motivo são os elementos fundamentais para o ritual da religião, como água e folhas.

O Parque tem o objetivo de preservar o patrimônio e atender a forte mobilização principalmente de estudiosos e adeptos das religiões de matriz africana.

"A Pedra de Xangô é terra de preto, é um sítio natural sagrado que abriga ambiência significativas tanto pelo seu valor simbólico, quanto por sua importância histórica, cultural, ambiental e geológica", disse a pesquisadora e autora do livro Pedra de Xangô, Maria Alice Silva.

"Para uma cidade que é um dos principais centros de negritude do mundo, o Parque Pedra de Xangô para a comunidade do entorno é um ato de reparação histórica", contou orgulhosa.

Para Maria Alice Silva, que também é advogada, mestra e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela Ufba, a implantação do Parque Pedra de Xangô também pode ser considerada como uma política pública de promoção da igualdade racial.

"Vai garantir a pluralidade de crenças, às manifestações culturais, populares, indígenas e afro-brasileiras e das de outros grupos integrantes da formação étnica do país".

A pesquisadora explica que atualmente mais de 60% das comunidades de terreiros de Salvador são considerados "terreiros de laje", ou seja, aqueles que não possuem espaço interno para a realização de rituais e necessitam das praças, encruzilhadas e parques para alimentar o seu Axé, o seu Sagrado.

"Sem folhas não há orixá. As matas, árvores, plantas, fontes, pedras, dentre outros elementos da natureza, são imprescindíveis para a realização dos atos litúrgicos do Candomblé", afirmou Maria Alice Silva.

Em julho do ano passado, a Pedra de Xangô sediou a primeira cerimônia de casamento religioso afro-brasileiro de que se tem notícia no local.

O noivo Stefano Diego Borges "Odesì", ou seja, vodunsi iniciado para o Vodun Odé, e a noiva Sinay Almeida, Gayaku, mãe de santo do Terreiro Vodun Kwe Tò Zò de nação Jeje, receberam as bênçãos por meio das mãos de Tata Mutá Imê, sacerdote de nação Angola.

Primeiro casamento afro-brasileiro é realizado na Pedra de Xangô, em SalvadorPrimeiro casamento afro-brasileiro é realizado na Pedra de Xangô, em Salvador

No entanto, a Pedra de de Xangô não foi só palco de histórias boas. Em dezembro de 2018, o monumento sagrado foi alvo de um ataque. A pedra foi vandalizada quando 100 kg de sal foram jogados no local.

O caso foi considerado um ato de intolerância religiosa, já que o sal é um símbolo de purificação, e o fato de ter sido jogado na pedra dá a entender que o local cultuado pelo Candomblé estivesse impuro.

Povo de santo durante protesto contra ato de intolerância religiosa na Pedra de Xangô, em Salvador — Foto: Giana Mattiazzi/TV Bahia
Povo de santo durante protesto contra ato de intolerância religiosa na Pedra de Xangô, em Salvador — Foto: Giana Mattiazzi/TV Bahia

E é com a proposta de fortalecer o respeito às diversas crenças, religiões, ritos e símbolos sagrados, que o Parque Pedra de Xangô foi feito.

"Fruto de uma luta de 16 anos do Povo de Terreiro. Na data do aniversário de 5 anos do tombamento municipal da Pedra de Xangô, vamos celebrar uma nova conquista: a inauguração do primeiro Parque no Brasil a ostentar o nome de um Orixá, Parque Pedra de Xangô", festejou Maria Alice Silva.

Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.

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terça-feira, 3 de maio de 2022

Produção industrial cresce 0,3% em março, mas segue abaixo do patamar pré-pandemia

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Setor segue perdendo dinamismo, mas avançou 0,3% no 1º trimestre, na comparação com os 3 últimos meses de 2021, interrompendo uma sequência de 4 quedas trimestrais seguidas.
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Por Darlan Alvarenga, g1

Postado em 03 de maio de 2022 às 10h00m

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Produção industrial cresce 0,3% em março, mostra IBGEProdução industrial cresce 0,3% em março, mostra IBGE

A produção industrial brasileira cresceu 0,3% em março, na comparação com fevereiro, segundo divulgou nesta terça-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com março do ano passado, entretanto, houve queda de 2,1%.

Mesmo com a segunda alta mensal seguida, o setor não conseguiu eliminar as perdas de janeiro (-2%) e permanece 2,1% abaixo do patamar de antes do início da pandemia, de fevereiro de 2020.

"O resultado ainda está longe de refletir uma reversão de todos aqueles saldos negativos dos últimos meses", afirma André Macedo, gerente da pesquisa, destacando que fatores complicadores na oferta global e na demanda doméstica continuam dificultam uma retomada da indústria.

"No acumulado do ano, frente ao mesmo indicador de 2021, a indústria recuou 4,5%. O acumulado nos últimos doze meses chegou a 1,8% em março e vem reduzindo sua intensidade de crescimento desde agosto de 2021 (7,2%)", destacou o IBGE.

As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de crescimento de 0,2% na variação mensal e de perda de 3% na base anual.

1ª alta trimestral desde o final de 2020

Apesar da desaceleração da indústria nos últimos meses, o setor registrou crescimento de 0,3% o 1º trimestre, na comparação com os 3 últimos meses de 2021, interrompendo uma sequência de 4 quedas trimestrais seguidas. A última alta frente aos 3 meses imediatamente anteriores tinha sido registrada no 4º trimestre de 2020 (4,5%).

Já na comparação frente ao 1º trimestre do ano passado a indústria recuou 4,5%, com todas as grandes categorias no campo negativo.

Ao final de março, a indústria ainda operava 18,5% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011.


Destaques do mês

Na passagem de fevereiro para março, houve altas em três das quatro grandes categorias econômicas e em 14 dos 26 ramos pesquisados.

A atividade com mais influência positiva no mês de março foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias, com crescimento de 6,9%. O segmento marcou o segundo mês de expansão, mas ainda assim, não eliminou as perdas de janeiro e segue 13,2% abaixo do patamar pré-pandemia.

Outros destaques de alta foram observados na produção de outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%).

Na outra ponta, as retrações com maior impacto no índice foram na produção de produtos alimentícios (-1,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,4%).

Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital (8,0%) e bens de consumo duráveis (2,5%) assinalaram as taxas positivas mais acentuadas em março. O segmento de bens intermediários (0,6%) também mostrou crescimento, mas abaixo do verificado no mês anterior (1,8%). Por outro lado, bens de consumo semi e não-duráveis teve queda de 3,3%, interrompendo 3 meses consecutivos de avanço na produção.

Na lanterna da indústria, estão os segmentos de bens de consumo duráveis, que inclui veículos, eletrodomésticos, móveis, com nível de atividade ainda dois dígitos abaixo do patamar pré-pandemia. 
Distância do patamar pré-pandemia nas grandes categorias:

  • Bens de capital: 16,1% acima do patamar pré-pandemia
  • Bens intermediários: 1,9% acima do patamar pré-pandemia
  • Bens de consumo duráveis: 23,1% abaixo do patamar pré-pandemia
  • Bens de consumo semiduráveis e não duráveis: 8,5% abaixo do patamar pré-pandemia
Perspectivas

A indústria brasileira continua sendo impactada pela alta dos preços das matérias-primas, falta de insumos e restrições de oferta. A piora do cenário externo, devido a guerra na Ucrânia, tem atrapalhado as perspectivas para o ano, em razão das preocupações com a desaceleração da economia e maior inflação global.

Além disso, a inflação vem diminuindo a renda disponível e os juros sobem e encarecem o crédito. Também o mercado do trabalho, que apresenta alguma melhora, ainda mostra índices como uma massa de rendimentos que não avança, destacou Macedo.

A alta dos juros e inflação persistente têm tirado o poder de compra e de consumo das famílias. A quantidade de endividados e a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso bateram recorde novo recorde em abril, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Em nota, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) alertou para a perda de fôlego da indústria. "A indústria de transformação, que é sensível ao aumento dos juros através do canal de crédito, é impactada expressivamente, adiando uma vez mais seu plano de voo. Ademais, a inflação elevada aumenta também a preocupação dos empresários com a queda no consumo", afirmou.

O mercado financeiro elevou de 7,65% para 7,89% a estimativa para a inflação neste ano, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para o PIB (Produto Interno Bruto), a projeção é de alta de 0,70%.

Oito em cada dez famílias brasileiras disseram que estavam endividadas em abrilOito em cada dez famílias brasileiras disseram que estavam endividadas em abril
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