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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Inflação no Brasil é a terceira maior da América Latina, atrás somente de Argentina e Haiti

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Com câmbio desvalorizado e crise da energia elétrica, economia brasileira sofre mais com a alta dos preços; analistas já veem inflação espalhada por várias áreas.
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Por Bianca Lima e Luiz Guilherme Gerbelli, GloboNews e G1

Postado em 07 de setembro de 2021 às 10h30m


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Inflação do Brasil é a terceira maior da América Latina
Inflação do Brasil é a terceira maior da América Latina

A disparada de preços colocou o Brasil em terceiro lugar no ranking de inflação da América Latina, atrás somente da Argentina e do Haiti, países que enfrentam, respectivamente, uma dura e persistente crise econômica e uma ebulição política e social, marcada por desastres naturais.

No acumulado em 12 meses até julho, a inflação do Brasil chegou a 9%, enquanto a da Argentina somou 51,8% e a do Haiti, 17,9%. Os dados integram um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas.

O estudo não leva em conta o desempenho da Venezuela. O país vive um colapso econômico e apresenta indicadores distorcidos, que inviabilizam a comparação com outras economias.

Ranking da inflação — Foto: Economia G1
Ranking da inflação — Foto: Economia G1 

"Nós tivemos uma desvalorização cambial maior (do que os outros países) por causa do ambiente de incerteza num momento de juro baixo", diz André Braz, pesquisador do Ibre/FGV.

"Com a incerteza crescendo e os juros em 2% - lá no início do ano -, ninguém queria ficar aqui. O investidor foi para mercados mais seguros e isso ajudou a desvalorizar a nossa moeda", acrescenta.

Economista diz que inflação é motivo de preocupação: 'Falta zelo com as contas públicas'
Economista diz que inflação é motivo de preocupação: 'Falta zelo com as contas públicas'

Os dados do levantamento deixam evidente que o quadro inflacionário brasileiro piorou mais do que em outros países. No fim do ano passado, o Brasil ocupava a sexta posição entre as economias da região com mais inflação.

Alta de preços na região — Foto: Economia G1
Alta de preços na região — Foto: Economia G1

Depois de superada a fase mais crítica da pandemia, a inflação se tornou um problema em todo o mundo. A alta dos preços das commodities se somou ao desarranjo nas cadeias de produção – a crise sanitária paralisou ou reduziu a produção em muitos setores industriais. E essa interrupção provocou uma escassez de produtos, pressionando os custos de produção.

"Havia uma expectativa – não só no Brasil, mas no mundo inteiro – de que essas cadeias voltariam neste ano, mas isso não está ocorrendo", afirma Solange Srour, economista-chefe do banco Credit Suisse. "Tem o impacto da nova variante (Delta), mas há uma dificuldade também de retomar a produção rapidamente em diversos países ao mesmo tempo."

O ponto central é que o ritmo da inflação no Brasil tem surpreendido e preocupado os analistas. Hoje, a análise deles é a de que a alta de preços se espalhou por boa parte da economia.

No relatório Focus, os analistas consultados pelo Banco Central têm piorado semanalmente as previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)Eles projetam que a inflação vai encerrar este ano em 7,58%, bem acima do centro da meta estipulada pelo governo, de 3,75%.

Por que no Brasil é pior?

Desde o ano passado, a inflação brasileira passou a ser pressionada pela alta dos preços dos alimentos, resultado da valorização das commodities.

O aumento de itens básicos – como soja e milho – no mercado internacional e a perda de valor do real provocaram um aumento da exportação, o que levou a um desabastecimento do mercado local e, consequentemente, ao aumento dos preços.

"Em 2020, vivemos uma tempestade perfeita. Houve quebra de safra e houve ainda um aumento das exportações por causa da desvalorização do real, o que tornou o nosso país competitivo internacionalmente", afirma Braz, da FGV. "O lado ruim é que a exportação desabastece o mercado interno, e os preços sobem."

No cenário dos analistas, a expectativa era de que o real iria se valorizar ao longo de 2021 e, portanto, a inflação poderia ceder – no primeiro relatório Focus deste ano, os economistas trabalhavam com uma previsão de 3,35% para o IPCA.

Mas as incertezas fiscais e, recentemente, a crise institucional provocada pelo presidente Jair Bolsonaro impediram uma queda do valor do dólar. A combinação desses cenários provoca uma fuga de capitais do Brasil, afetando o real.

"Desde o final do ano passado, a incerteza está relacionada em como nós vamos sair da pandemia, se vamos manter as regras fiscais. Isso impacta muito o câmbio", afirma Solange.

Na área, fiscal, por exemplo, o governo ainda não indicou como vai fazer caber no teto de gastos a despesa bilionária com precatórios e o novo programa social, o Auxílio Brasil, uma versão ampliada do Bolsa Família.

VÍDEO: Veja as diferenças entre o Bolsa Família e o Auxílio Brasil
VÍDEO: Veja as diferenças entre o Bolsa Família e o Auxílio Brasil

O quadro inflacionário se agravou ainda mais porque o Brasil passou a enfrentar um aumento do preço dos combustíveis e uma severa crise hídrica, que vem sendo enfrentada de forma tardia e tímida pelo governo federal, segundo especialistas.

Já são vários aumentos seguidos na conta de luz dos brasileiros. Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou a bandeira tarifária de escassez hídrica e reajustou ainda mais o valor da energia.

Crise energética: risco de racionamento é crescente
Crise energética: risco de racionamento é crescente

Em setembro, a nova alta nas contas de luz deve ser de quase 7%.

"A inflação está muito disseminada. Não é só mais uma inflação de alimentos. É uma inflação de preços administrados, tem gasolina, energia elétrica. É uma inflação também de preços industrializados, vestuários, bens duráveis. E agora de serviços", afirma Solange.

O Credit Suisse projeta que o IPCA deve encerrar este ano em 7,7%.

E o que esperar para o futuro?

Com a alta de preços disseminada por praticamente toda a economia, o Brasil também começa a enfrentar uma retomada da inércia inflacionária.

A alta dos preços em 2021 deve balizar reajustes de contratos – como de escolas e planos de saúde, por exemplo – para o próximo ano. Tudo isso, portanto, deve impactar os preços em 2022.

"Em setembro, a inflação vai bater em 9,6% em 12 meses. Esse número é um dos fatores que vai balizar os reajustes salariais no segundo semestre e vários preços da economia, como contratos de aluguel e escolas", diz Solange.

Para 2022, o banco espera uma alta de 5% no IPCA, também acima do centro da meta do governo, que é de 3,5%.

Mas as previsões para o próximo ano podem piorar ainda mais. Isso porque os economistas ainda não conseguem calcular todo o efeito do novo aumento da conta de luz. Segundo a Aneel, a nova bandeira tarifária deve vigorar até abril do ano que vem.

"A parte indireta (do aumento do custo de energiaa gente não consegue antecipar. O que a alta da energia vai provocar de aumento nos outros produtos e serviços que a gente consome? É uma parte que a gente tem de pagar para ver", afirma Braz.

Governo anuncia bandeira tarifária 'escassez hídrica'; custo será de R$ 14,20 a cada 100 kWh
Governo anuncia bandeira tarifária 'escassez hídrica'; custo será de R$ 14,20 a cada 100 kWh

Dessa forma, mesmo com uma forte alta da taxa básica de juros, o BC deve ter dificuldade para conter o avanço dos preços. Isso porque, com o aumento do preço de bens materiais, combustíveis e energia elétrica, o país enfrenta uma pressão inflacionária via custo, não por demanda.

Na prática, quando o BC sobe os juros, ele quer esfriar a economia, retardando o consumo das famílias, com o objetivo de conter a escalada dos preços. Agora, a história parece outra.

"Essa pressão inflacionária vai ser mais difícil de ser contida. Quando o BC sobe os juros, ele passa a seguinte mensagem para as famílias: junte dinheiro agora porque a remuneração pelo investimento vai aumentar com a alta dos juros. Então, se você adiar o consumo, o seu prêmio vai ser uma rentabilidade maior", afirma Braz.

"Com isso, a expectativa é tirar o dinheiro de circulação, enxugar a base monetária, para poder ter uma inflação mais baixa", acrescenta.

A evolução da taxa Selic
Desde 2017, em % ao ano

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O carro futurista que 'come' poluição

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Automóvel tem aparência radicalmente diferente, mas os críticos não estão convencidos de que seja capaz realmente de ajudar o meio ambiente.
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TOPO
Por BBC

Postado em 07 de setembro de 2021 às 09h00m


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O carro futurista que 'come' poluição
Getty Images via BBC 

Um carro que foi projetado para eliminar a poluição do ar enquanto é dirigido foi exibido no Festival de Velocidade de Goodwood, no Reino Unido.

Criado pelo designer britânico Thomas Heatherwick, o Airo deve entrar em produção na China em 2023 — e a ideia é fabricar um milhão deles.

O design radical pretende abordar não apenas a questão da poluição, mas também ajudar a resolver a "crise espacial" evidenciada pela pandemia de covid-19.

Os críticos não estão convencidos, no entanto, de que o automóvel possa ser mais do que um carro-conceito.

Apesar de ter desenhado a nova versão do icônico ônibus Routemaster de Londres, Heatherwick é mais conhecido por projetos arquitetônicos, como a sede do Google na Califórnia e em Londres.

Ele disse à BBC que embora nunca tivesse projetado um carro antes, ficou intrigado com o briefing do projeto.

"Quando eu cresci, os valores do design eram manifestados por meio dos carros, fosse o [Ford] Sierra dos anos 1980, o [Fiat] Panda, algumas ideias importantes estavam surgindo por meio dos carros."

"Quando fomos abordados pela IM Motors na China, dissemos que não éramos designers de automóveis, e eles falaram: 'É por isso que queremos vocês'."

O carro — que foi apresentado pela primeira vez no salão de Xangai em abril — tem um grande teto de vidro, e seu interior foi projetado para se parecer com uma sala, com cadeiras ajustáveis ​​que podem ser transformadas em camas e uma mesa de centro destinada a reuniões ou refeições.

O interior do Airo pretende ser mais uma sala do que um carro — Foto: Getty Images via BBC
O interior do Airo pretende ser mais uma sala do que um carro — Foto: Getty Images via BBC

O volante está escondido no painel, e o exterior do veículo é texturizado, com uma série de ondulações ou saliências.

"Os fabricantes de automóveis estão se atropelando para fazer carros elétricos, mas um carro elétrico novo não deve ser apenas outro com um visual diferente", diz Heatherwick.

Além de querer refletir o fluxo de ar sobre o carro com seu exterior ondulado, a grade frontal será equipada com um filtro de ar que "coletará o equivalente a uma bola de tênis de material particulado por ano", acrescenta ele à BBC.

"Pode não parecer muito, mas pense em uma bola de tênis em seus pulmões. Isso contribui para limpar o ar, e com um milhão de veículos só na China, faz diferença."

Incorporar esta tecnologia é "o próximo estágio de desenvolvimento", segundo ele.

Está previsto que tenha tanto um modo autônomo quanto controlado pelo motorista.

"Não consigo ver como este carro pode dar uma contribuição significativa para resolver os vários problemas associados à posse e uso de automóveis", diz à BBC Peter Wells, professor de negócios e sustentabilidade no centro de pesquisa da indústria automotiva da Cardiff Business School, no País de Gales.

"A contribuição desse carro para a limpeza do ar de nossos poluídos centros urbanos seria tão pequena que seria impossível medir."

"Isso fica logo evidente se você comparar o volume de ar que provavelmente passará pelo sistema de filtragem do carro com o volume total de ar."

Nova sala?

A segunda grande ideia por trás do design do carro é como um espaço alternativo para uso dos proprietários.

"A covid levantou a questão da crise de espaço. Muitos de nós vivemos em apartamentos e casas e precisamos de mais espaço, de um escritório ou espaço para estudo", diz Heatherwick.

Com um bilhão de carros no mundo que são usados ​​por cerca de apenas 10% do tempo, há espaço para eles se tornarem "imóveis valiosos", completa.

Ele se inspirou nos assentos de primeira classe dos aviões, que são usados ​​"para dormir, comer, se divertir e trabalhar".

"O carro se torna um espaço comum quando não se está dirigindo."

O veículo deve ser vendido por cerca de 40 mil libras (aproximadamente R$ 287 mil) — algo que Heatherwick descreveu como "um luxo nada louco".

Wells não acredita que o carro possa ser produzido em sua forma atual.

"A indústria automobilística tem um longo histórico de empolgação em torno dos carros-conceito, mas a transição para a produção — se é que acontece — geralmente significa que os recursos empolgantes são substituídos por algo mais mundano, capaz de ser fabricado, prático no uso e econômico."

"Não é uma fantasia", defende Heatherwick.

"A ideia toda era que não fosse um carro-conceito, por isso estamos trabalhando com um fabricante e nos concentramos nas ideias que podem acontecer."

Ele admite, no entanto, que o design "pode ​​simplificar um pouco" quando entrar em produção.

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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Artista indígena amazonense se torna a primeira a ter obra em exposição no Museu de Arte de São Paulo

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Obras de Duhigó representam tradições indígenas da etnia Tukano com lembranças da própria vivência da artista. O intuito é de representar e preservar a cultura indígena através da arte.
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Por Patrick Marques, G1 AM

Postado em 06 de setembro de 2021 às 10h25m


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Artista amazonense Duhigó se tornou primeira indígena do estado a ter uma obra em exposição no Museu de Arte de São Paulo. — Foto: Patrick Marques/G1 AM
Artista amazonense Duhigó se tornou primeira indígena do estado a ter uma obra em exposição no Museu de Arte de São Paulo. — Foto: Patrick Marques/G1 AM

A artista visual Duhigó se tornou a primeira indígena amazonense a ter uma obra em exposição no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Formada em artes visuais desde 2005, ela produz quadros que representam tradições indígenas da etnia Tukano com lembranças da própria vivência da artista. O intuito é de representar e preservar a cultura através da arte.

Duhigó contou ao G1 que viveu uma parte da vida em uma aldeia e se mudou para Manaus após morar em São Gabriel da Cachoeira com o marido. O relacionamento não deu certo e ela lembrou que precisou buscar meios para sobreviver e cuidar dos filhos na cidade.

Fiquei passando dificuldades com meus filhos. Fomos morar com minha tia, quando surgiu o Instituto Dirson Costa. Chegou um conhecido avisando que surgiu uma escola de artes para as pessoas indígenas que moravam aqui em Manaus. Eu falei para ele que queria participar. Eu fiz esse curso, mas nunca imaginei que chegaríamos a esse sucesso que estamos fazendo, contou.

Enquanto ainda aprendia as técnicas das artes visuais, Duhigó lembrou que leu livros em uma biblioteca sobre arte que mostravam pinturas de outros artistas. Foi quando ela soube sobre o que iria representar em suas obras. A cultura de seu povo através das próprias lembranças.

Artes de Duhigó representam tradições de seu povo através de lembranças da artista. — Foto: João Floriano/Rede Amazônica
Artes de Duhigó representam tradições de seu povo através de lembranças da artista. — Foto: João Floriano/Rede Amazônica

Com os quadros que representam momentos e tradições indígenas que ela viveu quando jovem, a artista explicou que o intuito é de mostrar para as outras pessoas e eternizar os momentos e tradições através da arte.

Hoje em dia as pessoas falam tanto, mas não sabem o que pode acontecer no futuro. Vai ser esquecido. Eu quero deixar essas coisas para as pessoas terem ideia para a continuação dos novos trabalhos indígenas". 
"Rede Macaco"

Um dos últimos quadros feitos por Duhigó se chama Rede Macaco. A obra representa o parto de uma irmã da artista, que ela presenciou em uma aldeia quando ainda era criança.

A obra foi feita para participar de uma exposição itinerante que percorreu quatro estados do país e chamou a atenção do Museu de Arte de São Paulo (MASP). O museu entrou em contato com a Manaus Amazônia Galeria, que representa as obras da artista.

A diretoria do Masp tomou conhecimento da obra da Duhigó e achou que seria uma obra relevante para compor o acervo do museu. A partir daí, todo um caminhar foi feito para que pudéssemos sensibilizar colecionadores e mecenas de arte para doar essa obra ao MASP", explicou o diretor da Manaus Amazônia Galeria, Carlysson Sena.

Quadro de Duhigó "Rede Macaco" representa lembrança de como foi parto de sua irmã, quando ainda era criança. — Foto: Divulgação
Quadro de Duhigó "Rede Macaco" representa lembrança de como foi parto de sua irmã, quando ainda era criança. — Foto: Divulgação

Segundo Sena, o MASP não compra obras, mas aceita doações. Para que o quadro de Duhigó não fosse doado sem um retorno para a artista, a galeria encontrou um casal que se interessou em adquirir o quadro para doação ao museu.

"Felizmente encontramos o casal Mônica e Fábio Ulhoa que tiveram a sensibilidade não só de adquirir a obra para doação ao museu, mas por entender que a obra de Duhigó, que conta uma história da Amazônia, era relevante de estar no maior museu do país, explicou o diretor.

O quadro já está em exposição no MASP desde o dia 28 de agosto.

Quadro da artista indígena amazonense está em exposição no Museu de Arte de São Paulo desde o dia 28 de agosto. — Foto: Divulgação
Quadro da artista indígena amazonense está em exposição no Museu de Arte de São Paulo desde o dia 28 de agosto. — Foto: Divulgação

Representação da cultura

Duhigó se tornou a primeira mulher indígena a ter uma obra em exposição no MASP. Para ela, ter o quadro exposto no museu traz a oportunidade de levar a memória do povo indígena e da geração vivida por ela para o mundo.

Ela lembrou dos tempos antes de conhecer a arte, quando não sabia o que faria para sobreviver, e da trajetória que a levou a se tornar a primeira mulher indígena a ter um quadro em exposição no MASP.

"Fiquei dentro do Instituto Dirson Costa 13 anos. Nunca imaginei que poderia ter chegado nesse sucesso que está acontecendo pelas minhas obras de arte e sendo colocada em São Paulo para todo mundo ver. Para que o mundo conheça as minhas obras de arte da região amazônica, do meu grupo Tukano, do Alto Rio Negro, expondo minhas obras para as pessoas conhecerem como o grupo Tukano vivia", finalizou Duhigó.

Para Duhigó, ter um quadro exposto no MASP trás uma oportunidade de levar a memória do povo indígena e a geração vivida por ela para o mundo.  — Foto: João Floriano/Rede Amazônica
Para Duhigó, ter um quadro exposto no MASP trás uma oportunidade de levar a memória do povo indígena e a geração vivida por ela para o mundo. — Foto: João Floriano/Rede Amazônica

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Por que visão de investidores estrangeiros sobre o Brasil piorou no último mês

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Possibilidade de que governo não cumpra teto de gastos ou não quite dívidas e tensão entre Bolsonaro e demais poderes explicam retirada de recursos do Brasil
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TOPO
Por BBC

Postado em 06 de setembro de 2021 às 09h40m


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Jair Bolsonaro e Paulo Guedes: risco fiscal e crise entre poderes afugentam investidor — Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes: risco fiscal e crise entre poderes afugentam investidor — Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

"Se depois dessa semana você não entendeu o benefício de ter parte dos seus investimentos no exterior, eu desisto de você", postou, no último dia 21, o perfil de twitter Faria Lima Elevator, que se autodenomina "mercado financeiro raiz" e distribui sinceridades ácidas sobre motivações e decisões de investidores no Brasil aos mais de 150 mil seguidores da conta.

Os dados da economia brasileira e as avaliações de analistas ouvidos pela BBC News Brasil, no entanto, indicam que o perfil não precisará "desistir" de muitos. Isso porque a atual tendência é de que o brasileiro dono de reservas envie ao menos parte de seu dinheiro ao exterior. 

"Os brasileiros estão incrivelmente negativos sobre seu próprio país. A última vez que os brasileiros trouxeram dinheiro de volta para o Brasil foi em dezembro de 2019! Desde então - com a pandemia de covid-19 - tem sido uma debandada para fora do Brasil", apontou, em 25 de agosto, o economista Robin Brooks, chefe do Institute of International Finance (IIF).

E o pessimismo não aparece só entre os brasileiros. Brooks também notou que, na última década, o Brasil foi o único país da América Latina que não viu crescerem os investimentos estrangeiros em nenhum momento. Recursos de fora foram responsáveis por apenas 17% do Produto Interno Bruto (PIB) no período, o patamar mais baixo em 50 anos.

E não há tendência de reversão do fenômeno. De acordo com dados do IBRE, da Fundação Getúlio Vargas, entre julho de 2020 e o mesmo mês de 2021, o investimento estrangeiro recuou de US$ 67,2 bilhões para US$ 23,8 bilhões.

"A imagem do Brasil no exterior piorou estruturalmente nos últimos dois anos. E, num ambiente já ruim, houve uma piora de expectativa nesse último mês ou 45 dias", afirmou à BBC News Brasil Christopher Garman, direto para Américas da consultoria Eurasia Group.

Avanço das queimadas afasta investidores estrangeiros, alertam especialistas
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'É o fiscal, estúpido'

Foi mais ou menos nesse período em que ficou claro para o mercado que o governo abriria uma nova "caixa de pandora" no Orçamento. Em 29 de julho, o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que estava diante de um "meteoro": R$89 bilhões de precatórios que a União terá que pagar em 2022 e que Guedes, até então, não incluíra em sua conta para o orçamento do ano que vem.

O valor praticamente inviabilizaria o cumprimento de um plano que, há pouco mais de um ano das eleições, o presidente Jair Bolsonaro quer colocar em prática: criar um novo benefício social pelo menos 50% maior que o atual Bolsa Família, cujo valor médio é de R$192. A proposta já foi inclusive enviada ao Congresso.

Diante do impasse, Guedes sugeriu um parcelamento dos precatórios em até dez anos, e ameaçou com a paralisação do governo caso tivesse que quitar integralmente os papéis. "Devo, não nego, pagarei assim que puder", disse o ministro, apelando ao dito popular para tentar descaracterizar o calote.

"O mercado entende esse tipo de fala como uma moratória porque é uma moratória. O Guedes deveria fechar a boca, em vez de falar de empregada, de filho de porteiro, de precatório", afirma Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial e economista da Brookings Institution.

Para Christopher Garman, da Eurasia, o destino do pagamento dos precatórios servirá como uma espécie de teste final para a regra do teto de gastos. Instituída na gestão Michel Temer como um anteparo no avanço da dívida pública brasileira, a regra criou um limite de crescimento para o orçamento da União, já que o total a ser gasto pelo governo a cada ano só pode aumentar o equivalente à inflação do ano anterior.

A regra já foi contornada em 2020 e 2021. A possibilidade de que ela seja burlada em 2022 também é um fator central para a redução da confiança e para a falta de disposição do investidor com o Brasil.

Sem solução provisória, na última semana, o Ministério da Economia mandou ao Congresso um orçamento para o ano que vem tido como ficcional pelo mercado, já que nele há previsão de pagamento dos R$ 89 bilhões e zero reservado para custear o novo Bolsa Família.

"Nos próximos quatro meses vamos ver muito vai e vem no orçamento. É muito complicado conseguir encontrar espaço para aumentar o Bolsa Família e cumprir a regra do teto ao mesmo tempo. Então veremos discussões infinitas sobre como cortar. É claro que vai haver muita preocupação no mercado sobre como o país vai manter estabilidade social e responsabilidade fiscal e acreditamos que no fim haverá novamente algum gasto excepcional ao teto de gastos, mas menor do que o desse ano ou o de 2020. Esperamos que até dezembro haja uma solução que seja vista como razoável pelos investidores", afirmou à BBC Serji Lanau, vice-economista chefe do IFF.

O 'ruído' do presidente

Enquanto isso, Guedes tem tentado costurar uma solução com o Supremo Tribunal Federal (STF) que permita custear os gastos sociais sem deixar de pagar dívidas e sem extrapolar o teto.

O presidente do STF, Ministro Luiz Fux, sinalizou que seria possível obter uma mediação junto ao Conselho Nacional de Justiça que reduzisse o montante a ser pago a cerca de R$ 50 bilhões. Guedes já afirmou ser essa a melhor solução, mas as tratativas têm andado de modo lento por conta da dificuldade de relacionamento entre os três poderes.

Depois de pedir ao Senado o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e ameaçar Luís Roberto Barroso com medida semelhante, Bolsonaro convocou uma manifestação popular em defesa de seu governo para o próximo dia 7.

Uma das principais pautas de seus apoiadores é o ataque ao Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro já disse que membros da Corte agem "fora das quatro linhas da Constituição". Nesta sexta, 3/9, em discurso a apoiadores, ele repetiu que os protestos farão "um ou dois que nos desafiam a voltar para o seu lugar". O Tribunal está preparado até mesmo para uma tentativa de invasão no dia 7.

"O importante pra gente é a política econômica, e esses ruídos acabam tendo impacto forte na economia. Para o investidor, interessa saber se o país respeita as regras institucionais, se tem perspectiva estável. Com esse cenário político, fica difícil pensar que reformas importantes vão passar no Congresso, até porque sabemos que esse tipo de coisa não acontece durante o ciclo eleitoral. E o ciclo eleitoral do Brasil foi antecipado", disse à BBC News Brasil, chefe da S&P Global para a América Latina.

Todos os analistas consultados afirmam que seus cenários – que preveem entre 1,5% e 2,5% de crescimento do Brasil em 2022 – tomam como cenário-base a democracia. Uma ruptura institucional certamente forçaria a uma revisão – para pior – das expectativas. Mas a mera cogitação dessa ruptura já atrapalha, dizem os analistas.

"A questão fiscal está sendo exacerbada pelo ambiente de tensão institucional tão forte. As pessoas não sabem se no 7 de setembro vai ter violência ou não, se tem risco de ruptura. Se não tivesse o risco institucional, o estresse fiscal seria bem menor. Então, um alimenta o outro", afirma Garman. 
Oportunidades e perdas

Para os analistas, o baixo volume de investimentos ajuda a explicar, por exemplo, porque o dólar segue caro, apesar de um mercado de commodities aquecido, que normalmente aumentaria o valor do real frente à moeda americana.

Como há baixa circulação de dólar no mercado nacional, no entanto, o câmbio brasileiro segue depreciado, o que empurra ainda mais a inflação para cima. Inflação alta força aumento dos juros, que, se por um lado atraem o investidor, por outro aumentam o endividamento do país, e impulsionam o problema fiscal, em um ciclo difícil de quebrar.

No horizonte, há ainda a possibilidade de que a crise hidro-energética achate ainda mais o PIB, que os especialistas notam que acumula anos de crescimento fraco. Esse cenário não está precificado pelos investidores, o que implicaria em mais um abalo nas expectativas para a economia brasileira.

Os analistas, no entanto, ressaltam que nem sempre as previsões negativas se confirmam e que o Brasil tem mostrado desempenho relativamente bom, se comparado com o restante da América Latina.

Além disso, notam a tendência de continuidade dos princípios de política econômica desde os anos 1990. "Com diferenças em matizes, jamais vimos cavalos de pau, então há uma política econômica sólida, o que atrai o investidor", afirma Garman.

Briozzo concorda: "se por um lado as reformas emperram pela necessidade de consenso político grande pra mudar a constituição, por outro o país tem uma democracia consolidada, histórico de respeito às regras e não achamos que isso virá a mudar tão rapidamente".

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