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terça-feira, 3 de agosto de 2021

Produção industrial fica estagnada em junho e setor completa dois trimestres seguidos de queda, aponta IBGE

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Na passagem de maio para junho, queda na produção foi disseminada entre as grandes categorias econômicas e atividades industriais. Setor fechou o segundo trimestre do ano com perda de 2,5%.
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Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro

Postado em 03 de agosto de 2021 às 10h05m


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Indústria Automotiva registrou a queda — Foto: Shutterstock
Indústria Automotiva registrou a queda — Foto: Shutterstock

A produção industrial brasileira ficou estagnada em junho, com variação nula, de 0,0%, na comparação com maio, quando havia avançado 1,4%. Com esse resultado, o setor completou dois trimestres seguidos de queda. É o que apontam os dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Com essa variação nula em junho, o setor permanece no patamar pré-crise, mas no resultado desse mês observa-se uma predominância de taxas negativas entre as atividades industriais, apontou o gerente da pesquisa, André Macedo.

Indústria registra variação nula em junho — Foto: Economia/G1
Indústria registra variação nula em junho — Foto: Economia/G1

Segundo o pesquisador, ao se manter no patamar de fevereiro de 2020, antes do início da pandemia, a indústria opera em nível semelhante ao que era observado em fevereiro de 2009. Isso equivale a dizer que o setor se encontra 16,7% abaixo de seu ponto mais alto, alcançado em maio de 2011.

Em janeiro deste ano, quando a indústria acumulava nove taxas positivas seguidas, a distância do patamar em relação ao ponto mais alto da série era de 13,8%. "Isso dimensiona a perda de ritmo do setor ao longo deste ano", destacou Macedo.

Embora o resultado do setor industrial como um todo ter sido de estagnação, três das quatro grandes categorias econômicas e 14 das 26 atividades investigadas pelo IBGE registraram queda na produção no mês.

Dois trimestres seguidos de queda

Diante destes resultados, o setor industrial fechou o segundo trimestre do ano com queda de 2,5% na comparação com o primeiro trimestre. Foi a segunda taxa trimestral negativa seguida nesta base de comparação (trimestre contra trimestre imediatamente anterior).
Indústria tem queda na produção pelo segundo trimestre consecutivo — Foto: Economia/G1
Indústria tem queda na produção pelo segundo trimestre consecutivo — Foto: Economia/G1

Taxas altas frente base de comparação baixa

Já na comparação com junho de 2020, a indústria registrou crescimento de 12%, a 10ª décima taxa positiva consecutiva nesta base de comparação. Já o resultado do 2º trimestre na comparação com igual trimestre do ano passado foi de alta de 22,6%, acumulando alta de 12,9% no semestre na comparação com o segundo semestre do ano passado.

Também foi registrado novo avanço do indicador acumulado em 12 meses, que passou de 4,9% em maio para 6,6%, o que demonstra manutenção do ritmo de retomada do crescimento da produção industrial iniciada em agosto do ano passado, quando apresentava queda de 5,7%.
Indicador acumulado em 12 meses mantém trajetória de recuperação iniciada em agosto do ano passado — Foto: Economia/G1
Indicador acumulado em 12 meses mantém trajetória de recuperação iniciada em agosto do ano passado — Foto: Economia/G1

O gerente da pesquisa ponderou que a alta taxa acumulada em 12 meses "acontece diante de uma base de comparação muito depreciada". Ele lembrou que no primeiro semestre de 2020 o setor acumulou perda de 10,9%.

"A magnitude de crescimento [do acumulado em 12 meses] de dois dígitos está associada ao fato de que o setor industrial, por conta da pandemia de Covid-19, mostrou perdas importantes naquele período, disse.

De acordo com o gerente da pesquisa, o menor dinamismo do setor industrial está relacionado aos efeitos da pandemia de Covid-19 no processo de produção e na economia.

Há, no setor industrial, uma série de adversidades por conta da necessidade das medidas de restrição, como a redução do ritmo produtivo, a dificuldade de obtenção de matérias-primas e o aumento dos custos de produção", apontou Macedo.

O pesquisador enfatizou que também pesam negativamente sobre a indústria a o alto desemprego no país, que compromete a massa salarial e impacta no consumo.

Disseminação de resultados negativos

Na passagem de maio para junho, houve disseminação de resultados negativos entre a maioria das grandes categorias econômicas e das atividades investigadas pelo IBGE.

Das quatro grandes categorias econômicas, apenas bens de capital registrou avanço na produção. Foi a terceira taxa positiva nessa comparação, acumulando crescimento de 5,9% nesse período.

Já a queda mais acentuada foi observada em bens de consumo semi e não duráveis, eliminando parte do avanço de 3,6% registrado no mês anterior, quando interrompeu três meses seguidos de queda, período em que acumulou redução de 11,5%.

Resultados de junho por grande categoria:

  • Bens de capital: 1,4%
  • Bens de consumo: -0,9%
  • Bens de consumo semiduráveis e não duráveis: -1,3%
  • Bens intermediários: -0,6%
  • Bens de consumo duráveis: -0,6%

Já entre as 26 atividades investigadas, 14 registraram queda na produção em junho. A perda mais relevante foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,8%), que voltou a recuar após crescer nos meses de abril (1,6%) e maio (0,3%).

Também se destacaram negativamente as atividades de celulose, papel e produtos de papel (-5,3%), que teve a terceira taxa negativa seguida, acumulando perda de 8,4% no período; e a de produtos alimentícios (-1,3%), cujo resultado eliminou parte do avanço de 2,9% registrado em maio.

Outras contribuições negativas importantes partiram de produtos de metal (-2,9%), indústrias extrativas (-0,7%), produtos diversos (-5,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,5%), móveis (-5,2%) e outros produtos químicos (-0,8%).

Já entre as 11 atividades que registraram crescimento na produção, o principal destaque ficou com a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,1%), que já havia crescido 2,7% no mês anterior.

Também se destacaram as atividades de máquinas e equipamentos (2,9%), de outros equipamentos de transporte (11,0%), de couro, artigos para viagem e calçados (6,0%) e de impressão e reprodução de gravações (12,3%).

Maioria das atividades ainda não retomou nível pré-pandemia

Com a disseminação de resultados negativos em junho, a maior parte das atividades industriais ficaram com o patamar de produção abaixo do nível pré-pandemia - em maio, metade havia recuperado as perdas.

As atividades de confecção de artigos de vestuário e acessórios e veículos automotores, reboques e carrocerias eram as que apresentavam a maior distância do patamar de fevereiro do ano passado.

Do lado oposto, as atividades de máquinas e equipamentos e de outros equipamentos de transporte eram as atividades que mais havia apresentado crescimento frente ao patamar pré-pandemia.
Em junho, maioria das atividades industriais tinham patamar de produção abaixo do nível pré-pandemia — Foto: Economia/G1
Em junho, maioria das atividades industriais tinham patamar de produção abaixo do nível pré-pandemia — Foto: Economia/G1

Perspectivas

Em julho, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 0,8 ponto, para 108,4 pontos, segundo a Fundação Getulio Vargas. Esta foi a terceira alta seguida do indicador, que atingiu o maior patamar desde janeiro, quando ficou em 111,3.

Apesar da melhora, o otimismo dos empresários em relação aos próximos meses desacelerou, influenciado pela escassez de insumos e pela possibilidade de racionamento energético no país, além da alta incerteza econômica em relação ao segundo semestre do ano.

A despeito das incertezas, o mercado financeiro elevou, mais uma vez, a estimativa de crescimento da economia em 2021. Conforme o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (2) pelo Banco Central, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi revisada de 5,05% para 5,30%.

Os analistas do mercado financeiro também elevaram de 6,36% para 6,38% a expectativa de crescimento da produção industrial este ano. Se a projeção se confirmar, o setor terá o primeiro resultado anual positivo após dois anos seguidos de queda - em 2020, a indústria brasileira registrou um tombo de 4,5%, depois de ter recuado 1,1% em 2019.

Economistas têm destacado que uma recuperação mais consistente do mercado de trabalho só deverá ser mais visível a partir o segundo semestre, e condicionada ao avanço da vacinação e também à retomada do setor de serviços – o que mais emprega no país e o mais afetado pelas medidas de restrição para conter o coronavírus.

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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Cientistas dos EUA encontram 'versão da vida real' de Bob Esponja e Patrick; veja vídeo

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Expedição da Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA) encontrou esponja e estrela do mar lado a lado no fundo do Atlântico.
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Por G1

Postado em 02 de agosto de 2021 às 23h50m


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VÍDEO: Cientistas flagram versão de Bob Esponja e Patrick da vida real
VÍDEO: Cientistas flagram versão de Bob Esponja e Patrick da vida real

Do desenho animado para a vida real: os cientistas da Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA) encontraram o Bob Esponja e o Patrick do Oceano Atlântico. Uma esponja amarela e uma estrela cor de rosa - características muito parecidas com os personagens da animação - foram gravadas durante expedição a menos de 400 km de distância de Nova York.

O biólogo Christopher Mah postou em suas redes sociais o encontro surpresa durante transmissão dos cientistas e disse que não costuma fazer esse tipo de correlação. Ele assumiu, no entanto, que são: "Bob Esponja e Patrick na VIDA REAL!".
Biólogo Christopher Mah mostra 'Bob Esponja e Patrick da vida real' — Foto: Twitter/Reprodução
Biólogo Christopher Mah mostra 'Bob Esponja e Patrick da vida real' — Foto: Twitter/Reprodução

Mah, que é pesquisador pela NOAA e pelo Museu Nacional de História Natural dos Estados Unidos, disse que a amizade entre as espécies não é tão bonita assim. Em uma outra postagem, ele mostrou a imagem de uma estrela do mar comendo uma esponja. De qualquer maneira, ele disse que é curioso o fato de os duas serem de cores parecidas com as escolhidas pelo desenho animado, o que não é tão comum de encontrar.

As imagens foram capturadas na última semana de julho durante expedição da NOAA em busca de regiões profundas do oceano e pouco conhecidas na costa leste dos Estados Unidos. As equipes científicas trabalharam para observar algumas partes do fundo do mar pela primeira vez em profundidades que variam de 250 a 4 mil metros. No caso de Bob e Patrick, eles foram encontrados a 2 mil metros.

'Bob Esponja e Patrick' encontrados em expedição da NOAA — Foto:  NOAA Ocean Exploration
'Bob Esponja e Patrick' encontrados em expedição da NOAA — Foto: NOAA Ocean Exploration

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domingo, 1 de agosto de 2021

Rebeca Andrade, Tommie Smith e mais: 10 atletas negros que fizeram história nas Olimpíadas

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Rebeca encantou o Brasil na ginástica, mas o histórico de atletas negros que marcaram a história dos Jogos Olímpicos começou em 1908. Conheça alguns dos nomes que fizeram contribuições históricas para o debate racial
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Por Nayara Fernandes, G1

Postado em 01 de agosto de 2021 às 08h00m


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Quem são os atletas negros que marcaram a história dos Jogos Olímpicos
Quem são os atletas negros que marcaram a história dos Jogos Olímpicos

Da cerimônia de abertura à conquista de medalhas inéditas, os atletas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 vêm protagonizando discussões sobre a representatividade racial e o combate ao racismo. O debate não é inédito: esportistas negros fazem contribuições históricas e reivindicam igualdade desde o início dos Jogos na era moderna. Conheça alguns dos principais nomes no Brasil e no mundo.


John Baxter Taylor Jr. (EUA); Jogos Olímpicos de Londres (1908)

Taylor Jr. foi o primeiro campeão olímpico negro da história – e o primeiro a competir pelos EUA. O norte-americano teve papel pioneiro nos Jogos Olímpicos durante a prova de revezamento misto de 1.600 metros, alcançando a marca de 400m em 49s8. Taylor, no entanto, teve pouco tempo para dar continuidade ao seu legado no esporte. Menos de 5 meses depois, o atleta morreu de febre tifoide. Em seu obituário, o jovem de 26 anos foi lembrado pelo New York Times como "o maior corredor negro do mundo."

Você sabia? A final de atletismo de 1908 também foi a mais controversa da história dos Jogos Olímpicos. Esse foi o ano da vitória do britânico Wyndham Halswelle, o único atleta a levar ouro por desistência dos adversários. Na prova individual, a equipe de John Taylor protestou contra a desclassificação do norte-americano John Carpenter, acusado de obstruir a corrida do medalhista britânico e a prova foi refeita só com o vencedor

Jesse Owens (EUA); Jogos Olímpicos de Berlim (1936)

Jesse Owens  — Foto: AFP
Jesse Owens — Foto: AFP

A história de Jesse Owens nas Olimpíadas é conhecida por muitos: o corredor negro que, no auge da Alemanha nazista, garantiu 4 medalhas de ouro aos Estados Unidos e e constrangeu Adolf Hilter e sua propaganda de supremacia ariana. Um ano antes do episódio, Owens já havia batido um total de cinco recordes mundiais, os quais foram necessários 75 anos para que fossem quebrados um por um.

O norte-americano, no entanto, retornou a uma pátria segregada. Foi ovacionado Nova York, mas obrigado a usar o elevador de serviço do hotel Waldorf-Astoria. Mais tarde, declarou ter se ressentido do fato de não ter recebido sequer um telegrama do então presidente Franklin Delano Roosevelt. Sobre o líder nazista, Jesse Owens disse:

"Eu olhava a chegada e sabia que 10 segundos seriam o clímax de um trabalho. Por que, então, deveria me preocupar com Hitler?"
Aída dos Santos (Brasil); Jogos Olímpicos de Tóquio (1964)
Aida dos Santos recebe o troféu Adhemar Ferreira da Silva  — Foto: Tasso Marcelo/Estadão Conteúdo/Arquivo
Aida dos Santos recebe o troféu Adhemar Ferreira da Silva — Foto: Tasso Marcelo/Estadão Conteúdo/Arquivo

Quando se tornou a primeira mulher brasileira a disputar uma final olímpica, Aída dos Santos, hoje com 84 anos, não tinha técnico, roupa para a cerimônia de abertura ou material para competir nos Jogos. Ainda assim, levou o quarto lugar em uma final de salto com vara.

Durante 32 anos, Aída foi a brasileira com melhor desempenho na história dos Jogos Olímpicos. Seu legado é passado adiante pelo Instituto Aída dos Santos de inclusão social através do esporte; pela medalha Aída dos Santos e pela filha Valeskinha, ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008.

Brasil, São Paulo, SP. Aida dos Santos é atleta e foi a única mulher a fazer parte da delegação brasileira nas Olimpíadas de 1964 no Japão. — Foto: Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo
Brasil, São Paulo, SP. Aida dos Santos é atleta e foi a única mulher a fazer parte da delegação brasileira nas Olimpíadas de 1964 no Japão. — Foto: Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

Tommie Smith (EUA); Jogos Olímpicos da Cidade do México (1968)

Gestos de protesto durante o hino dos EUA não são limitados ao presente - os atletas Tommie Smith e John Carlos levantaram os punhos cerrados, usando uma luva preta, durante a cerimônia de entrega de medalha dos Jogos Olímpicos do México de 1968 — Foto: AP Photo/File
Gestos de protesto durante o hino dos EUA não são limitados ao presente - os atletas Tommie Smith e John Carlos levantaram os punhos cerrados, usando uma luva preta, durante a cerimônia de entrega de medalha dos Jogos Olímpicos do México de 1968 — Foto: AP Photo/File

Os punhos cerrado de Tommie Smith e do atleta John Carlos no topo do pódio olímpico de 1968, ainda repercutem no debate sobre protestos nas Olimpíadas. A saudação dos Panteras Negras foi feita pelo norte-americano depois de quebrar o recorde mundial dos 200 metros no atletismo. Mais de meio século depois, a atitude se perpetua por meio de atletas da geração Black Lives Matter – que se ajoelham antes dos jogos como símbolo de combate às mortes pelo racismo.

Servilio de Oliveira (Brasil); Jogos Olímpicos do México (1968)

Brasil, São Paulo, SP. 03/11/1971. O pugilista Servilio de Oliveira,o primeiro boxeador brasileiro a conquista uma medalha olímpica até 2012. — Foto: Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo
Brasil, São Paulo, SP. 03/11/1971. O pugilista Servilio de Oliveira,o primeiro boxeador brasileiro a conquista uma medalha olímpica até 2012. — Foto: Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

Foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica no boxe – e até 2012, o único. Servilio de Oliveira é considerado um dos melhores pugilistas brasileiros de todos os tempos. E mesmo muito tempo depois de abrir caminho para a modalidade do esporte no Brasil, o ex-atleta teve que batalhar por reconhecimento. Ainda neste ano, ganhou uma ação cível contra a Fundação Palmares, que havia retirado seu nome da lista de esportistas homenageados.

Serena Williams (EUA); Jogos Olímpicos de Sydney (2000), Pequim (2008) e Londres (2012)


Serena Williams perde na Olimpíada — Foto: Reuters
Serena Williams perde na Olimpíada — Foto: Reuters

Medalha de ouro em Sydney, Pequim e Londres, Serena Williams carrega a responsabilidade de ser considerada uma das maiores atletas de todos os tempos. A norte-americana ocupa o posto de segunda maior campeã olímpica da história do tênis e a terceira a se manter por mais tempo como a número 1 do mundo. É diante desse peso histórico que a atleta se posiciona contra o machismo e o racismo. Nos Jogos deste ano, Serena anunciou que estaria fora da lista olímpica.

Rafaela Silva (Brasil); Jogos Olímpicos do Rio (2016)

Rafaela Silva, judoca, Rio 2016 — Foto: Divulgação/Betto Gatti
Rafaela Silva, judoca, Rio 2016 — Foto: Divulgação/Betto Gatti

Mulher, negra LGBQIA+ e periférica. Essa foi a cara do primeiro ouro do Brasil em casa nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. A judoca Rafaela Silva foi a primeira campeã olímpica e mundial do país, uma trajetória que não passou ilesa aos percalços do racismo: anos antes, sua primeira Olimpíada em 2012 ficou marcada por insultos racistas após ser desclassificada por um golpe ilegal na húngara Hedvig Karakas. Punida por um caso de doping em 2019, a medalhista olímpica acabou ficando de fora de Tóquio e abriu um curso online com dez aulas de judô por R$ 147,00.

Simone Biles (EUA); Jogos Olímpicos do Rio (2016) e Tóquio (2020)


Simone Biles  — Foto: Foto: Martin Bureau/AFP
Simone Biles — Foto: Foto: Martin Bureau/AFP

Aos 24 anos, a ginasta Simone Biles é a ginasta mais premiada da história dos Estados Unidos. A atleta contabiliza 31 medalhas de Olimpíadas e campeonatos mundiais. Foi a primeira a conseguir cinco títulos mundiais no individual geral e a única mulher a cravar um Yurchenko Double Pike, movimento nunca feito antes em uma competição oficial por uma ginasta. Nos Jogos deste ano, a campeã acabou fazendo história fora dos ginásios ao deixar etapas da competição para cuidar de sua saúde mental.

'Não somos apenas atletas. Somos pessoas, afinal de contas, e às vezes é preciso dar um passo atrás'. 
Rebeca Andrade (Brasil); Jogos Olímpicos de Tóquio (2020)

Rebeca Andrade segura a medalha de ouro — Foto: Mike Blake/Reuters
Rebeca Andrade segura a medalha de ouro — Foto: Mike Blake/Reuters

Rebeca Andrade emocionou e fez história nos Jogos Olímpicos. Ela se tornou a primeira mulher brasileira a vencer duas provas na mesma edição. A ginasta garantiu um ouro inédito no salto da ginástica artística e também ganhou medalha de prata no individual geral. Nas classificatórias para a final individual, só ficou atrás de Simone Biles, sua inspiração desde a infância. Mesmo fora da competição, a maior ginasta da história dos EUA vibrou pela vitória da brasileira.

VÍDEO: o salto de ouro


VÍDEO: Veja o salto de ouro de Rebeca Andrade
VÍDEO: Veja o salto de ouro de Rebeca Andrade

VÍDEO: a apresentação que garantiu a prata


VÍDEO: Veja apresentação que deu a prata para Rebeca Andrade nos jogos olímpicos
VÍDEO: Veja apresentação que deu a prata para Rebeca Andrade nos jogos olímpicos

Naomi Osaka (Japão); Jogos Olímpicos de Tóquio (2020)


Naomi Osaka em ação nos Jogos Olímpicos de Tóquio — Foto: Foto: Tiziana Fabi/AFP
Naomi Osaka em ação nos Jogos Olímpicos de Tóquio — Foto: Foto: Tiziana Fabi/AFP

A primeira mulher negra a acender a pira olímpica em uma cerimônia de abertura das Olimpíadas também é filha de imigrantes e a primeira japonesa a conquistar um Grand Slam. Número dois do mundo, Naomi Osaka trilha os passos da contemporânea Williams ao denunciar casos de racismo nos Estados Unidos, onde vive desde os três anos de idade.

Assim como Simone Biles, Osaka também abordou o tema da saúde mental dos atletas após desistir de participar de dois torneios muito importantes para o tênis — Roland Garros e Wimbledon. Ela competiu em Tóquio, mas acabou eliminada antes da disputa por medalha.

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sábado, 31 de julho de 2021

Com inflação em alta, renda das famílias para consumo é a menor desde 2005

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De cada R$ 100 do orçamento das famílias brasileiras, sobram apenas R$ 41,22 para consumir, pagar dívidas e investir, aponta levantamento da consultoria Tendências. Renda tem sido pressionada pela alta dos preços de alimentos, energia elétrica e combustíveis.
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Por Bianca Lima e Luiz Guilherme Gerbelli, GloboNews e G1

Postado em 31 de julho de 2021 às 10h00m


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Nos últimos meses, a família do Manoel Rodrigues Campelo Junior, de 45 anos, reorganizou o orçamento doméstico por causa da alta dos preços. A carne nobre foi substituída por uma opção mais em conta e o gás de cozinha passou a ser menos utilizado.

"O quilo do contrafilé é um absurdo hoje em dia. Num primeiro passo, a gente corta a quantidade, mas, num determinado momento, a gente não consegue consumir mais", diz Manoel. "Não tem como deixar de falar também do preço do gás. A minha esposa tenta ser racional até no preparo do alimento."

Preço dos alimentos em alta pressiona o orçamento das famílias — Foto: Amanda Rocha/A Cidade ON/Araraquara
Preço dos alimentos em alta pressiona o orçamento das famílias — Foto: Amanda Rocha/A Cidade ON/Araraquara

Pelo país, não faltam exemplos de brasileiros que estão com dificuldade para fechar a conta todo mês. Neste ano, de cada R$ 100 do orçamento das famílias brasileiras, sobram apenas R$ 41,22 para consumir, pagar dívidas e investir, mostra um levantamento da consultoria Tendências.

Isso significa que a maior parte da renda vai para itens considerados essenciais – como combustível, energia elétrica, transporte, entre outros. As famílias não tinham uma situação financeira tão apertada desde 2005, quando a renda disponível era de apenas R$ 40,98.
Orçamento apertado — Foto: Economia G1
Orçamento apertado — Foto: Economia G1

"Você come hoje pensando no que vai comer amanhã", diz Lorraine Alves, de 32 anos. "A gente compra o básico: arroz e feijão. Quando sobra algum dinheiro, eu compro um suco de pacote, um leite, mas é muito difícil."

Lorraine sobrevive com o Auxílio Emergencial de R$ 375. Com três filhos e grávida do quarto, ela perdeu o emprego num restaurante no início da pandemia. O marido tem feito bicos como gesseiro, mas a renda família só chega a R$ 800.

"O auxílio de R$ 1,2 mil me ajudava bastante. Quando mudou para R$ 375, piorou muito. O meu aluguel é de R$ 600. Tem mês que eu pago, mas depois fico devendo dois, três meses."

Orçamento pressionado

O orçamento dos brasileiros tem sido pressionado por uma combinação bastante perversa: uma alta dos preços dos alimentos, que se arrasta desde o ano passado, e um aumento do valor dos combustíveis e da energia elétrica.

"No meio do ano passado, itens como alimentação em domicílio passaram a pressionar o orçamento", afirma Isabela Tavares, economista da consultoria Tendências e responsável pelo levantamento. "Neste ano, a gente vê bastante pressão por parte de combustíveis e, agora, tem a energia elétrica."

Em detalhe, os números da Tendências mostram que a situação é ainda mais dramática para os brasileiros das classes D e E, que ganham até R$ 2,6 mil por mês e sofrem mais com o aumento dos preços. Para esse grupo, sobram apenas R$ 21,63 por mês.
Renda disponível por classe — Foto: Economia G1
Renda disponível por classe — Foto: Economia G1

"Não tem escapatória. As classes mais baixas não têm como se defender muito nesse momento. A gente está com um nível de desemprego recorde no Brasil", diz Marco Maciel, sócio e economista da Kairós. "O desemprego afetando milhões de brasileiros tende a fazer com que a capacidade de reagir ao aumento da inflação seja muito limitada."

Inflação em alta

Em 12 meses encerrados em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já acumula alta de 8,3%. Só a inflação de itens considerados essenciais chegou a 10,5%, segundo a Tendências.

Diante de todo esse quadro, os analistas têm piorado as projeções para a inflação de 2021.

No relatório Focus, do Banco Central, os analistas consultados já projetam que o IPCA vai encerrar o ano em 6,56%, acima, portanto, do teto da meta do governo, que é de 5,25%.

IPCA de junho fica em 0,53%; Miriam Leitão comenta
IPCA de junho fica em 0,53%; Miriam Leitão comenta

"No momento, a minha projeção para o IPCA no fim do ano é de 6,5%, mas, em função das pressões de tarifas de energia elétrica, combustíveis e alimentação no domicílio, essa inflação pode pular para 7,2% com facilidade", diz Maciel.

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir o rumo da taxa básica de juros (Selic). Os analistas esperam um aumento 1 ponto percentual, levando a Selic para 5,25% ao ano.

Juros mais altos encarecem o custo do crédito, afetando a tomada de recursos para o investimento das empresas e para o consumo das famílias.

"Ao elevar os juros, o Banco Central acaba encarecendo o custo para todos, não só para pessoa física, mas para a jurídica também", diz o economista da Kairós. "Infelizmente, a política monetária, num momento como esse, não tem como ser vertical, acaba sendo horizontal, atinge a todos do mesmo jeito. Quem se defende melhor é quem tem o bolso mais cheio." 
Impacto no varejo

A alta da inflação e dos juros e a limitação do orçamento das famílias podem mitigar a velocidade de recuperação esperada para o varejo e, consequentemente, da atividade econômica.

Com a melhora da crise sanitária, os analistas seguem esperando uma retomada do setor neste ano, mas esse crescimento poderia ser melhor se as famílias tivessem algum fôlego no orçamento - até maio, as vendas do varejo acumulavam alta de 6,8% no ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

IBGE: Vendas no varejo cresceram 1,4% em maio na comparação com abril
IBGE: Vendas no varejo cresceram 1,4% em maio na comparação com abril

"Há ainda fatores positivos para o crescimento do consumo das famílias", afirma Isabela. "Tem a recuperação do mercado de trabalho, principalmente do emprego formal, as políticas anticíclicas, como BEM (Benefício Emergencial de Proteção ao Emprego) e Pronampe. E a própria dissipação das incertezas com a crise sanitária."

"O que entra como risco para a maior velocidade do consumo é a inflação, que pressiona a renda disponível das famílias", afirmam.

O BEM permitiu que as empresas reduzissem a jornada e o salário de trabalhadores em troca de estabilidade, enquanto o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) garantiu empréstimos com juros menores e prazo maior de financiamento.

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