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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Dólar: por que a moeda americana não cai no Brasil, na contramão do mundo

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Moeda brasileira trilhou caminho contrário às divisas de muitos países, inclusive emergentes, registrando forte desvalorização frente ao dólar no ano passado, apesar de recuperar-se um pouco nos últimos meses.
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TOPO
Por BBC
25/02/2021 09h01 Atualizado há 2 horas
Postado em 25 de fevereiro de 2021 às 11h05m


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Real registrou forte desvalorização frente do dólar no ano passado — Foto: Getty Images via BBC
Real registrou forte desvalorização frente do dólar no ano passado — Foto: Getty Images via BBC

Nunca antes na história dos Estados Unidos tantos dólares foram emitidos. A decisão do Fed (banco central dos EUA) de imprimir dinheiro foi tomada para combater os efeitos da recessão econômica causada pela pandemia de covid-19.

Paralelamente, a taxa de juros foi reduzida e hoje está próxima de zero. Quando isso acontece, o país tende a ficar "menos atraente" aos olhos dos investidores estrangeiros, que tendem a buscar outros mercados com retornos maiores sobre seu capital.

Como resultado, o dólar perdeu valor ante as principais moedas globais. Mas não frente ao real.

Na verdade, a moeda brasileira se provou uma exceção, trilhando um caminho contrário às divisas de outros muitos países, inclusive emergentes: registrou forte desvalorização frente ao dólar no ano passado e recuperou-se um pouco nos últimos meses.

A série de gráficos a seguir, elaborados por Henrique Castro e Claudia Yoshinaga, professores da Fundação Getulio Vargas (FGV), a pedido da BBC News Brasil, mostra o comportamento do real frente ao dólar em três períodos diferentes, de 31 de janeiro de 2020 a 29 de janeiro de 2021, de 31 de julho de 2020 a 29 de janeiro de 2021 e, por fim, de 30 de outubro de 2020 a 29 de janeiro de 2021.

Variação cambial frente ao dólar — Foto: Henrique Castro/Claudia Yoshinaga/BBC
Variação cambial frente ao dólar — Foto: Henrique Castro/Claudia Yoshinaga/BBC


Variação cambial frente ao dólar — Foto: Henrique Castro/Claudia Yoshinaga/BBC
Variação cambial frente ao dólar — Foto: Henrique Castro/Claudia Yoshinaga/BBC


Variação cambial frente ao dólar — Foto: Henrique Castro/Claudia Yoshinaga/BBC
Variação cambial frente ao dólar — Foto: Henrique Castro/Claudia Yoshinaga/BBC

Como se pode observar, no primeiro período, de 31 de janeiro de 2020 a 29 de janeiro de 2021, ou seja, desde o início da pandemia do coronavírus, o real perdeu quase 22% de seu valor frente à moeda americana, deixando para trás o limite "psicológico" de R$ 4 por dólar. Foi o pior desempenho entre as 30 moedas mais negociadas do mundo mais o peso argentino.

A partir de agosto, a sangria foi estancada, mas a moeda brasileira seguiu apresentando desvalorização em relação à americana, porém, menor, de cerca de 5%. Ainda assim, permaneceu como a de pior desempenho. E, por fim, nos últimos três meses, desde novembro, o real reverteu parcialmente a queda, valorizando-se em 5,6% ante a moeda americana. Ainda assim, sobre uma base anteriormente baixa.

Apesar disso, nos último dias, o dólar voltou a se apreciar em relação ao real. Na segunda-feira (21/02), a moeda americana abriu em forte alta depois após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) interferir no comando da Petrobras e indicar o general Joaquim Silva e Luna para comandar a estatal. Além disso, Bolsonaro disse um dia antes que vai "meter o dedo na energia elétrica", e que, "se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, na semana que vem teremos mais".

Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, esse 'descolamento' do real das moedas de outros países, inclusive emergentes, se deveu principalmente a questões internas, como risco fiscal e as incertezas sobre a trajetória da dívida pública brasileira - ao passo que as reformas prometidas pelo governo, principalmente aquelas que melhoram as contas do governo, não foram aprovadas.

"Não há dúvida de que o fator doméstico preponderou no direcionamento da taxa de câmbio. Se não fossem esses problemas locais bastantes significativos, por causa da questão fiscal, era para a nossa taxa de câmbio estar bem abaixo de R$ 5 por dólar", diz à BBC News Brasil Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendência Consultoria, em São Paulo.

Claudia Yoshinaga, da FGV-SP, concorda. Ela acrescenta que as reformas prometidas pelo presidente Jair Bolsonaro, com exceção da da Previdência, não saíram do papel.

"A situação fiscal do Brasil é preocupante. Existia uma perspectiva de melhoria com a eleição de Bolsonaro, mas reformas aguardadas não se concretizaram, com exceção da da Previdência, que não cumpriu exatamente o que se esperava dela", assinala.

"No passado recente, tivemos a renúncia do presidente da Eletrobras, as privatizações que não saíram do papel… A discussão agora é sobre a prorrogação do auxílio emergencial, pois existe a preocupação de que esse benefício crie um rombo que o governo não vai conseguir tapar", acrescenta.

No início de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou que o governo federal e o Congresso estão buscando formas de prorrogar o auxílio emergencial. As negociações apontam que ele voltará em quatro parcelas a serem pagas a partir de março ou abril deste ano. O benefício, lançado para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade durante a pandemia, acabou no final de 2020. Por meio dele, 67,9 milhões de beneficiários receberam parcelas de R$ 600 e depois R$ 300, ao custo de R$ 293 bilhões para os cofres públicos.

Além disso, por causa da pandemia, o governo teve que expandir gastos. O rombo nas contas do Tesouro foi de R$ 743 bilhões. Esse déficit ajudou a aumentar a dívida pública, que foi de 74,3% para 89,3% do PIB (Produto Interno Bruto, ou a soma dos bens e serviços produzidos por um país) em um ano.

E o governo precisará pagar 57% dessa fatura, de R$ 1,4 trilhão, até o 1º semestre deste anoNão é uma tarefa fácil. Segundo análise da IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado, o teto dos gastos públicos, aprovado em 2016 durante o governo de Michel Temer, corre riscos elevados de ser descumprido neste ano.

Tudo isso preocupa os investidores — e impacta evidentemente o comportamento do real frente ao dólar, assinalam os especialistas.

Segundo economistas, risco fiscal no Brasil teve impacto negativo na taxa de câmbio — Foto: Getty Images via BBC
Segundo economistas, risco fiscal no Brasil teve impacto negativo na taxa de câmbio — Foto: Getty Images via BBC

Futuro

Mas qual será o comportamento do dólar daqui em diante?

"O colapso do dólar apenas começou", disse Stephen Roach, professor da Universidade Yale, nos EUA, e ex-presidente do banco de investimentos Morgan Stanley na Ásia, à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

Roach prevê que a moeda poderá cair mais de 35% até o final deste ano com base em três grandes motivos.

O primeiro é que há um aumento acentuado do déficit em conta corrente dos EUA, ou seja, o país paga mais no exterior pela troca de bens, serviços e transferências do que recebe. Sua projeção é de que esse déficit continue a impulsionar a queda da moeda.

A segunda é a valorização do euro, depois que os governos da Alemanha e da França concordaram com um pacote de estímulo fiscal, além da emissão de títulos. E a terceira é que Roach prevê que o Banco Central americano pouco faria para impedir a queda do dólar.

Com os EUA cada vez mais dependentes de capital estrangeiro para compensar seu crescente déficit de poupança interna, explica ele, e com as políticas adotadas pelo Fed que criam um grande excesso de liquidez, "o argumento para um forte enfraquecimento do dólar parece mais convincente do que nunca", argumenta.

Em relação aos efeitos que uma desvalorização do dólar tem sobre os mercados emergentes (como Brasil, México, Argentina, Colômbia, Peru ou Chile na América Latina), o especialista sugere que podem ocorrer aumentos em algumas bolsas desses países.

Enquanto o Federal Reserve não aumentar as taxas de juros, que é o que Roach presume que acontecerá, "a fraqueza do dólar deve causar aumentos nos mercados acionários estrangeiros em geral e nas ações dos mercados emergentes em particular."

"Sem exageros"

No entanto, outros economistas argumentam que, embora a moeda esteja um pouco fraca este ano, em nenhum caso um "crash" deve ser esperado.

"A queda do dólar não deve ser exagerada", escreveu Mark Sobel, presidente para os EUA do Fórum Oficial de Instituições Monetárias e Financeiras (OMFIF), no início de janeiro no site do centro de estudos.

Em sua visão, há uma perspectiva "desalentadora" para o dólar.

"O dólar pode cair neste ano, mas uma perspectiva muito negativa não se justifica", disse Sobel.

Um dos argumentos é que o dólar já caiu bastante (13% em 2020 em relação ao pico em março). Outra é que em meio às incertezas globais, não é tão certo que os investidores prefiram arriscar e apostar em outras moedas que não o dólar.

Paralelamente, Sobel também diz acreditar que pode haver condições monetárias relativamente mais favoráveis nos EUA e que o atual ciclo de dólar forte está simplesmente chegando ao fim. Ou seja, se as medidas de estímulo para a retomada da economia no país forem bem-sucedidas, muito provavelmente, o dólar pode voltar a se valorizar.

De fato, os juros de longo prazo nos EUA tiveram o maior aumento em um ano, indicando a possibilidade de que esse cenário se concretize.

Em linha com a visão de Sobel, Campos Neto, da Tendências Consultoria, diz não acreditar em uma forte queda do dólar. Falando sobre o Brasil, ele nota que "apesar das dificuldades que temos, a percepção é que vai se fazer o mínimo para solucionar esse problema (fiscal). Com isso, nossa taxa de câmbio pode se aproximar do que o fator externo sugere, uma taxa bem mais baixa", diz o economista, ressalvando "que todo esse risco fiscal gera muita volatilidade".

Sua previsão é ligeiramente melhor do que a do mercado, que calcula que o dólar fechará 2021 cotado a R$ 5,05.

Yoshinaga, da FGV-SP, lembra que o comportamento do real frente do dólar deve depender da taxa de vacinação do Brasil.

"Se a população é vacinada mais rapidamente, a atividade econômica tende a se recuperar também com mais rapidez e a situação do país melhora", diz. 
Quem ganha e quem perde

O real desvalorizado tem impacto não apenas no bolso de quem quer ou precisa comprar dólares ou de quem adquire produtos importados.

A indústria nacional consome uma série de insumos importados, como é o caso do segmento eletrônico. E há uma série de itens cuja formação de preços acaba sendo influenciada pelas cotações internacionais, como é o caso dos combustíveis e das commodities em geral.

O "dilema do arroz" é ilustrativa nesse sentido. A desvalorização — além da maior demanda internacional, que tende a elevar os preços — tende a aumentar a receita em reais de quem vende para fora. Assim, o produtor às vezes prefere exportar do que vender no mercado interno. A menor disponibilidade no mercado interno, por sua vez, empurra o preço para cima no mercado doméstico.

A mesma lógica vale para o milho, para a soja, para o açúcar… Essa dinâmica ajuda a explicar porque os alimentos subiram tanto de preço nos últimos meses.

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Os incríveis animais capazes de 'fazer' fotossíntese

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O cloroplasto, estrutura que contém clorofila e é indispensável à transformação da energia solar em química, é exclusiva das algas e plantas. Outras espécies, entretanto, acabaram desenvolvendo meios de se beneficiar desse processo. 
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TOPO
Por BBC  
19/02/2021 19h17 Atualizado há 5 dias
Postado em 24 de fevereiro de 2021 às 15h00m


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As sacoglossa, como esta Elysia ornata, sequestram os cloroplastos das algas para processar energia da luz solar — Foto: Getty Images via BBC
As sacoglossa, como esta Elysia ornata, sequestram os cloroplastos das algas para processar energia da luz solar — Foto: Getty Images via BBC

Aprendemos que, ao contrário dos animais, as plantas são capazes de gerar energia por meio da fotossíntese, a partir da luz solar.

O que não se sabia até recentemente é que existe um pequeno número de animais extraordinários que também são capazes de se beneficiar desse processo.

Nas plantas e algas, a fotossíntese é realizada em uma estrutura chamada cloroplasto, que contém clorofila, os pigmentos de coloração verde indispensáveis para a conversão da energia solar em energia química. Os animais, entretanto, não possuem essa organela.

Nos últimos anos, contudo, os cientistas descobriram espécies capazes de processar a luz solar realizando simbiose com as algas ou simplesmente "sequestrando" seus cloroplastos.

Elysia chlorotica

Uma delas é uma lesma ou lebre do mar — que é verde — e curiosamente parece uma folha: a Elysia chlorotica.

Ela é capaz de viver meses "alimentada" pela luz do sol, como se fosse uma planta.

A Elysia chlorotica é um exemplo emblemático de animal fotossintético — Foto: K.Pelletreau et al. (PLOS One)
A Elysia chlorotica é um exemplo emblemático de animal fotossintético — Foto: K.Pelletreau et al. (PLOS One)

"É o exemplo icônico de animal fotossintético", diz o professor Jordi Paps, da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Bristol, na Inglaterra, à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

"Obviamente todo mundo associa a fotossíntese a plantas ou algas, mas encontrar animais que direta ou indiretamente se beneficiam da fotossíntese é algo surpreendente."

A Elysia pertence a um grupo de moluscos gastrópodes, em que também se encontram os caracóis e lesmas de jardim.

"Ela faz parte de um grupo específico de lesmas-do-mar especializadas em roubar coisas de outros organismos", explica Paps.

Assim como outros membros desse grupo, "roubam" cloroplastos de algas para incorporá-los em suas células digestivas.

As lesmas do mar 'roubam' cloroplastos das algas e os incorporam ao seu sistema digestivo — Foto: Getty Images via BBC
As lesmas do mar 'roubam' cloroplastos das algas e os incorporam ao seu sistema digestivo — Foto: Getty Images via BBC

"O que elas fazem é escravizar as algas para extrair os cloroplastos e se alimentar deles."

"Elas têm uma parte especial da célula onde armazenam esses cloroplastos, e como os cloroplastos não têm ideia de onde estão, são organelas e não pensam, continuam a fazer fotossíntese", explica o pesquisador.

Assim, dentro da lesma-do-mar, os cloroplastos produzem alimento a partir das matérias orgânicas da célula e da luz solar.

"Para a Elysia é estratégico: em vez de ter que ir buscar sempre a minha comida, tenho parte da minha comida internamente, que me fornece energia e matéria quando preciso", diz Paps.

Este roubo de cloroplastos é um processo chamado "cleptoplastia".

Alguns estudos mostram que os cloroplastos podem realizar fotossíntese dentro da Elysia por até nove a 12 meses — e durante todo esse período continuam a nutrir o animal.

Resta saber como a lesma consegue manter esses cloroplastos por tanto tempo dentro de seu organismo.

A Elysia não é o único molusco gastrópode capaz de realizar cleptoplastia. Há muitos outros exemplos de lebres ou lesmas do mar que roubam cloroplastos de algas para fazer fotossíntese.

Corais

Há ainda outros animais que, para fazer a fotossíntese, não só roubam parte das algas, como as "sequestram" por completo.

"Esse é o caso de alguns corais", explica Paps.

"O que eles fazem é uma simbiose com as algas."

"As algas vivem dentro dos corais, e os corais oferecem proteção às algas de predadores e mudanças ambientais, e as algas produzem alimento para os corais, assim como os cloroplastos fazem com as lebres-do-mar", completa.

Foi observado que cada pólipo de coral abriga uma espécie de alga, e estas fornecem energia ao coral por meio da fotossíntese, auxiliando também em sua calcificação.

"O caso dos corais também é emblemático", afirma Paps.

"Porque o que estamos vendo agora com o branqueamento dos corais se deve às mudanças climáticas e à mudança nas condições químicas da água."

Essas mudanças estão fazendo com que as algas se afastem dos corais.

"Por alguma razão, quando as condições ficam hostis, as algas vão embora, abandonam o coral, e os corais morrem", explica o pesquisador.

Também foi sugerido que há insetos, como a vespa oriental, que podem converter luz em eletricidade, e alguns pulgões podem tirar proveito da luz solar.

Mas os cientistas não conseguiram chegar a um consenso sobre se esses insetos são realmente "fotossintéticos".

O único vertebrado 'fotossintético'

Todas essas criaturas são seres muito distantes para nós. Mas há um vertebrado que é capaz de explorar a abundante fonte de energia do Sol para se alimentar: a salamandra manchada (Ambystima maculatum).

Esta salamandra, um anfíbio da família Ambustomatidae, também é capaz de manter uma relação simbiótica com as algas.

A salamandra manchada é o único exemplo de vertebrado que faz simbiose para realizar a fotossíntese — Foto: Getty Images via BBC
A salamandra manchada é o único exemplo de vertebrado que faz simbiose para realizar a fotossíntese — Foto: Getty Images via BBC

Nesse caso, são os embriões da salamandra que se beneficiam da fotossíntese.

Foi demonstrado que as algas vivem nos ovos dentro dos embriões, onde atuariam como usinas de energia internas que geram alimento para as salamandras.

A alga entra no ovo, e lá o embrião descarta a matéria com a qual a alga se alimenta e, por sua vez, a alga realiza fotossíntese e libera oxigênio que o embrião absorve.

Estudos mostram que embriões com muitas algas têm maior probabilidade de sobreviver e se desenvolver mais rápido do que aqueles com pouca ou nenhuma alga.

"Os ovos são capazes de se integrar às algas e se alimentam da comida produzida pelas algas para levar adiante o desenvolvimento embrionário", explica Paps.

"Assim, a salamandra é o único exemplo de vertebrado que faz simbiose. Isso se chama endossimbiose (simbiose interna), uma vez que as algas estão dentro do corpo do animal."

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IPCA-15: Prévia da inflação oficial em fevereiro fica em 0,48%, aponta IBGE

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Índice é o maior para um mês de fevereiro desde 2017. Gasolina foi o item que mais pressionou a inflação no mês.  
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Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro  
24/02/2021 09h00 Atualizado há 2 horas
Postado em 24 de fevereiro de 2021 às 11h00m


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Valor da gasolina aumentou em postos de Campinas — Foto: Reprodução / EPTV
Valor da gasolina aumentou em postos de Campinas — Foto: Reprodução / EPTV

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,48% em fevereiro, conforme divulgado nesta quarta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2017, quando o índice foi de 0,54%.

O indicador desacelerou na comparação com janeiro, quando ficou em 0,78%, o maior para um mês de janeiro em cinco anos. Já no acumulado em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,57%, acima dos 4,30% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Prévia da inflação oficial em fevereiro ficou em 0,48%, 0,30 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em janeiro — Foto: Economia/G1
Prévia da inflação oficial em fevereiro ficou em 0,48%, 0,30 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em janeiro — Foto: Economia/G1

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, seis apresentaram alta em fevereiro. Habitação e Comunicação registraram deflação no mês, enquanto vestuário teve variação nula.

Veja o resultado para cada um dos grupos:

  • Alimentação e bebidas: 0,56%
  • Artigos de residência: 1,01%
  • Vestuário: 0,00%
  • Transportes: 1,11%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,46%
  • Despesas pessoais: 0,15%
  • Educação: 2,39%
  • Habitação: -0,74%
  • Comunicação: -0,09%
Gasolina teve o maior impacto no índice

De acordo com o IBGE, os combustíveis foram os itens que mais pressionaram a inflação em fevereiro, sobretudo a gasolina, que teve o maior impacto individual sobre o indicador, de 0,17 ponto percentual.

Os combustíveis acumularam alta de 3,34% no mês, enquanto a gasolina subiu 3,52% - foi a oitava alta seguida dos preços da gasolina. Também houve altas nos preços do óleo diesel (2,89%), do etanol (2,36%) e do gás veicular (0,61%).

O que faz os preços da gasolina e diesel subirem?
O que faz os preços da gasolina e diesel subirem?

A alta nos preços dos combustíveis fez com que o grupo dos transportes tivesse alta de 1,11%, bem acima do resultado de janeiro, quando o aumento para este grupo foi de 0,14%.

Embora o grupo de transportes tenha sido o de maior impacto no IPCA-15 de fevereiro, a maior alta foi registrada no grupo de Educação (2,39%), sendo o segundo maior impacto (de 0,15 p.p.) no resultado do mês.

"O desempenho [do grupo de educação] reflete os reajustes anuais aplicados no início do ano letivo e a retirada de descontos praticados por algumas instituições de ensino ao longo de 2020, no contexto da pandemia de COVID-19", ponderou o IBGE. 
Habitação tem deflação e Alimentação desacelera novamente

Dois grupos de grande peso na composição do indicador ajudaram a conter a inflação no mês, segundo o IBGE: o de Habitação e o de Alimentação e Bebidas.

O de Habitação registrou deflação em fevereiro, ficando em -0,74% depois de ter apresentado alta de 1,44% no mês anterior. Segundo o IBGE, o resultado negativo foi devido à redução de 4,24% nas tarifas de energia elétrica por conta da mudança das bandeiras tarifárias, que passou de vermelha patamar 2 , em dezembro, para amarela, em janeiro e fevereiro.

Já o grupo de Alimentação e Bebidas teve alta de 0,56%, depois de ter registrado alta de 1,53% em janeiro. O IBGE destacou que o indicador para este grupo, que foi o maior responsável pela inflação de 2020, vem desacelerando desde novembro.

Na passagem de janeiro para fevereiro, o que mais contribuiu para desaceleração do índice para Alimentação e Bebidas foram a queda nos preços da batata-inglesa (-5,44%), do leite longa vida (-1,79%), do óleo de soja (-1,73%) e do arroz (-0,96%). No lado das altas, o destaque foi a cebola, cujos preços subiram 19,17%.

O IBGE destacou, ainda, que a alimentação fora do domicílio também desacelerou, passando de 1,02% em janeiro para 0,56% em fevereiro. O lanche e a refeição foram os itens que mais pressionaram essa desaceleração - passaram, respectivamente de 1,45% para 1,20% e de 0,81% para 0,37%.

Goiânia foi a única região a registrar deflação

Das 11 regiões pesquisadas pelo IBGE para composição do IPCA-15, apenas Goiânia registrou deflação em fevereiro, de -0,03%, pressionada sobretudo pela queda de 4,88% na energia elétrica.

A maior alta foi observada na região metropolitana de Fortaleza (0,95%), puxada pelo grupo de Educação diante da alta de 8,86% nos cursos regulares (8,86%). Em outras cinco regiões o índice foi maior que a média nacional.

Das 11 regiões pesquisadas, apenas uma teve deflação; em seis, indicador foi maior que a média nacional — Foto: Economia/G1
Das 11 regiões pesquisadas, apenas uma teve deflação; em seis, indicador foi maior que a média nacional — Foto: Economia/G1

Metodologia

Para calcular o IPCA-15, o IBGE consultou os preços de produtos e serviços entre os dias 15 de janeiro a 11 de fevereiro de 2021. Eles foram comparados com aqueles vigentes entre 12 de dezembro de 2020 e 14 de janeiro de 2021.

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada para a prévia da inflação é a mesma do IPCA. A diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Perspectivas e meta de inflação

A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,52%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 2% ao ano.

Os analistas das instituições financeiras projetam uma inflação de 3,82% no ano, acima da meta central do governo, conforme aponta a última pesquisa Focus do Banco Central.

Em 2020, a inflação fechou em 4,52%, acima do centro da meta do governo, que era de 4%. Foi a maior inflação anual desde 2016.

Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1
Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1

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